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architectourism ISSN 1982-9930


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Segundo o artigo aeroportos, estações intermodais, arranha-céus, conjuntos habitacionais e espaços culturais justificam a ida e vinda de arquitetos e estudantes em busca de encomendas, concursos, exposições e congressos


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CAMACHO, Cristina Jorge. 2006… A arquitetura de viagem. Arquiteturismo, São Paulo, ano 01, n. 003.04, Vitruvius, maio 2007 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/01.003/1323>.


Tradicionalmente, os asiáticos se caracterizavam por serem capazes de um repouso mais longo e profundo do que os europeus. Eram “nômades imóveis” e não fugiam do tédio. Até seus narcóticos agiam lentamente e requeriam repouso, frente ao imediatismo e brusquidão das drogas e do álcool ocidentais. Atualmente, a oferta de viagens reais é muito ampla, com diferentes velocidades e supera essas fronteiras de Oriente e Ocidente.

1. A viagem através dos aeroportos e das estações intermodais. O primeiro sistema de mobilidade delimita cidades aeroportuárias como formas metaestáveis, em constante mudança, como redes de máquinas de fluxos, como nós de uma cidade de bits global, como peças sincronizadas dentro do sistema global de regulação e como resultado de um tráfico aéreo em constante incremento (novo terminal T4 e pistas de aterrissagem do aeroporto Madrid-Barajas, situado a 12 quilômetros do centro da cidade, Richard Rogers e Estúdio Lamela).

O segundo sistema configura intercambiadores que integram estações de trens de alta velocidade junto com habitações, escritórios e espaços comerciais (nova estação Intermodal da sociedade Barcelona Sagrera Alta Velocidade dentro de um triângulo ferroviário de 90 hectares, com um eixo urbano que comunica com a área do Fórum e arranha-céus com um museu da mobilidade, Frank Gehry). Ambos precisam de outros sistemas: túneis, estradas e rodovias, obras em parte financiadas com ajuda dos Fundos da União Européia, que rodeiam e evitam o centro da cidade criando um mosaico de peças de escala intermediária que recriam em pequenos comportamentos territoriais (projeto de remodelação da M-30, Madrid).

2. A viagem de dentro da cidade para os enclaves. Produzem-se movimentos centrífugos que configuram ex-cidades de alto nível, cidades residenciais, esportivas, de negócios ou de justiça com uma integração gradual nos centros metropolitanos (Cidade da Telefônica, Madrid, Estúdio Rafael de la Hoz).

Formam-se enclaves geográficos, ilhas e uma rede de infra-estruturas que saturam o território no entorno a estes grandes eixos supra-regionais e permite às pessoas que vivem nestes enclaves sair rapidamente do centro. A suburbanização motiva o desaparecimento do âmbito rural, salvo nos espaços protegidos como parques naturais, e constrói perímetros amuralhados que não estão pensados para distanciar as pessoas de um lado ou de outro do território mas para separar as pessoas de um nível social superior de outras de um nível inferior, excluindo a idéia de construção como processo. Como contrapartida desenvolve um laboratório de habitações com propostas inovadoras que rompem o isolamento social (Mirante de San Chinarro, EMV, Madrid, MVDRV e Blanca Llleó). Space-cide é um termo que aparece no livro City of Collisión. Jerusalem and The Principles of Conflict Urbanism, 2006 e faz referência ao fato de matar o espaço na cidade em vez de matar as pessoas, desta forma não há perigo de denuncia por parte da opinião pública, porque sempre estará a favor deste tipo de construções fechadas, do bem-estar e da segurança cidadã.

3. A viagem para os arranha-céus desde o centro. Por sua vez, certas tendências centrípetas começam a ter peso motivando a aparição de várias torres em cidades pequenas com um tipo de edificação média de baixa altura. Os promotores buscam novos solos. Tais edifícios são focos de atração por sua mudança de escala, ainda que seu uso não seja destinado ao turismo, são torres de escritórios, de habitações e hotéis. (Concurso Torre para a sede de Cajasol dentro do Parque Tecnológico, a Ilha de La Cartuja, Sevilha, Projetos de Alejandro Zaera, Cesar Pelli e Bernardo Fort-Brescia). Desta forma se consegue um duplo objetivo: um social aos residentes e outro turístico para os visitantes, sem necessidade de criar parques temáticos ou outro tipo de instalações concebidas e executadas exclusivamente para o entretenimento; pois tais inversões não estão dando os benefícios que se esperavam como sucede na Warner Bross de San Martín de ValdeIglesias ou na Terra Mítica de Benidorm. Outras torres são resultado de estratégias políticas que requalificam terrenos em zonas já consolidadas (quatro torres de escritórios nos antigos terrenos da Cidade Esportiva do Real Madrid).

4. A viagem entre os escritórios de arquitetura. Estúdios de arquitetura de prestigio internacional começam a viajar e a compartilhar com estúdios locais não somente a execução de um projeto ganho geralmente num concurso restrito, mas se associam em novas sedes e intercambiam a informação necessária para poder trabalhar num país estranho. Com estes concursos internacionais, o governo investe na criação de novos museus (Museu de Arte Contemporânea de León, MUSAC, Moreno e Mansilla) assim como na ampliação e renovação dos já existentes (Museu Reina Sofía, Madrid, Jean Nouvel, Alberto Medem e b720) ou de outros centros sociais (Centro de Congressos, Córdoba, Rem Koolhaas e Ellen van Loon). Bancos e as caixas de poupança criam um turismo cultural privado através de obras sociais (Fundação CaixaForum, Madrid, Herzog e De Meuron). Cidades do interior com menos recursos de patrimônio cultural contratam arquitetos famosos para desenhar sedes representativas, novos marcos (Adegas de Marquês de Riscal, La Rioja, Frank Gerhy) e criam um tipo de turismo interior que complementa a oferta costeira com uma estratégia similar à que transformou deteriorados castelos e palácios em uma rede de paradores nacionais.

5. A viagem com as exposições, congressos e prêmios dos arquitetos. Numerosos profissionais têm que se mudar para outros países para dar aulas em diferentes escolas, participar em oficinas como professores convidados, dar conferências nos cursos de verão ou expor seus trabalhos nos congressos e nas bienais de arquitetura, urbanismo e paisagem (Parque Pedra Tosca, parque natural da zona vulcânica de La Garrotxa, RCR Arquitectes, Prêmio de Paisagem Rosa Barba na 4ª Bienal Européia de Paisagem). São fenômenos de divulgação, assim como o prêmio Pritzker, criado em 1979 pela família Pritzker como promotores da cadeia hoteleira mundial "Hyatt" de Chicago, um meio para difundir o esforço criativo, visão e compromisso dos arquitetos vivos, categoria não incluída nos prêmios Nobel. Na publicação da notícia do prêmio Pritzker 2006, os jornais valorizavam a dimensão humanística das obras de Paulo Mendes da Rocha, a aparente facilidade com que dissolve as inevitáveis oposições entre íntimo e privado assim como a criação de topografias, o desenho de novos horizontes e a reorganização dos fluxos de circulação na natureza mediante o entendimento dessa primeira e primordial arquitetura que é a geografia (60 habitações EMV, Valllecas, Madrid, Paulo Mendes da Rocha e Paloma Gómez Marín).

6. A viagem segundo os concursos de arquitetura. Existe a possibilidade de projetar em qualquer cidade utilizando a informação que circula pela rede, sem necessidade de realizar uma viagem física ao lugar. Europan é um concurso periódico de idéias seguido de realizações com um tema, um regulamento e um calendário comum a todos os países que o organizam e cujos participantes são arquitetos europeus menores de 40 anos que estão em exercício profissional em qualquer país da Europa. Os arquitetos, individualmente ou em equipe, podem apresentar propostas em qualquer das áreas propostas em todo o continente. O objetivo primordial do concurso é aumentar o intercâmbio de idéias entre os profissionais europeus e extrair as idéias inovadoras assim como a máxima qualidade da arquitetura e do urbanismo. Já foram oito convocatórias e os últimos concursos estavam centrados em temas meio-ambientais e de integração na paisagem (Novo Estádio de Baracaldo, Bilbao, Europan 5, Eduardo Arroyo).

7. A viagem mediante os programas de intercâmbio de estudantes. Um destino pode ser a Europa: Erasmus. O objetivo de suas atividades dentro do programa de ensino Sócrates II são os centros de ensino superior e seus estudantes e professorado nos 25 Estados membros da União Européia, nos três países do Espaço Econômico Europeu (Islândia, Liechtenstein e Noruega) e nos três países candidatos (Bulgária, Romênia e Turquia). Outro destino pode ser Ibero América: Intercampus. Seus objetivos são fortalecer os convênios com universidades ibero-americanas, oferecer aos estudantes a possibilidade de estudar e fazer estágios em instituições latino-americanas uma vez extinto o Plano de Cooperação Internacional para estudantes propriamente e favorecer a relação entre América Latina e Espanha dando aos estudantes a oportunidade de estudar em outros países da cúpula ibero-americana.

Todo este sistema de viagens indica a mobilidade dos programas de usos, das linhas conceituais e das complexas geometrias que se adaptam ao meio onde tudo está em fluxo contínuo. Este fenômeno continua vigente no inicio do ano 2007.

sobre o autor

Cristina Jorge Camacho. arquiteta formada pela Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Madrid em 1995. Ganhou as Bolsas Erasmus para o Istituto Universitario di Architettura di Venezia (1992/1993) e Centro de Estudios Históricos de Obras Públicas y Urbanismo (1995-1999). Fez pós-graduação na ETSAM. O presente artigo foi publicado em janeiro de 2007 no Anuário de Design, revista oficial da Feira Casa Pasarela, que coincidiu com a edição de Arco, a feira internacional de arte contemporânea.

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