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architexts ISSN 1809-6298


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Um prestigioso concurso internacional de arquitetura para o novo Learning Center acaba de consagrar o projeto do japonês SANAA, de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, e contou com a participação de Zaha Hadid, Mecanoo, Jean Nouvel, OMA, entre outros


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OLIVEIRA, Olivia de. O novo “Learning Center” para a Escola Politécnica Federal de Lausanne – EPFL. Arquitextos, São Paulo, ano 05, n. 059.09, Vitruvius, abr. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.059/478>.

Um prestigioso concurso internacional de arquitetura para o novo “Learning Center” da EPFL, acaba de consagrar o projeto apresentado pelo escritório japonês SANAA de Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa. Desde o seu lançamento em fevereiro de 2004, este concurso, considerado o mais importante realizado na região da Suiça romande desde o concurso para a sede das Nações Unidas de Genève em 1932, despertou um enorme interesse no meio profissional. Mais de 180 escritórios internacionais participaram da convocatória inicial e um jury composto por arquitetos renomados (Patrick Berger, David Chipperfield, Mike Guyer, Anne Lacaton, entre outros) selecionou os doze escritórios convidados à participar do concurso:

  • Abalos & Herreros, Madrid associados à Olivia de Oliveira e Blaise Sahy, Lausanne
  • Atelier Jean Nouvel, Paris
  • Diller & Scofidio + Renfro , New York
  • Herzog & de Meuron, Bâle
  • Livio e Eloisa Vacchini, Locarno
  • Mecanoo, Delft
  • OMA Stedebouw BL, Rotterdam
  • Pierre du Besset e Dominique Lyon, Paris
  • SANAA Kazuyo Sejima+Rye Nischizawa,Tokio
  • Valerio Olgiati, Zurique
  • Xaveer de Geyter, Bruxelas
  • Zaha Hadid, Londres

A ambição da atual direção da EPFL era a de mediatizar através deste concurso a imagem da EPFL e de sua produção acadêmica intelectual, o que ela já vem conseguindo : a exposição dos 12 projetos, atualmente apresentada na Faculdade de Arquitetura da EPFL, vem sendo muito comentada e vai seguir um percurso itinerante por outras capitais.

A problemática do concurso

O atual campus da EPFL configura-se por construções bastante heterogêneas, construídas em épocas e formas diversas. Neste sentido, solicitava-se aos arquitetos conceber um edifício que pudesse concentrar a representatividade simbólica do campus para tornar-se o verdadeiro centro de vida. O edificio deveria ser acessível 24 horas e aberto ao público externo, abrigando nele a nova biblioteca, salas de exposição e eventos, espaços de informação, formação, associação de estudantes, dois restaurantes, sala vip, livraria, cybercafé, etc. Os participantes do concurso eram também chamados à propor um tratamento paisagístico para o terreno de cerca de 20.000m2 disponível, situado numa paisagem magnífica, frente ao lago Leman e os Alpes.

O projeto vencedor abstem-se estratégicamente de concorrer em forma ou altura com os edifícios existentes, limitando o edificio à um só nivel para nele incluir todo o programa. Sejima procura implantar seu edifício como prolongação da rígida trama das construções existentes, mas fora o alinhamento e a forma geral do grande retângulo, sua estética orgânica, com curvas suaves é praticamente oposta às contruções existentes.

Assim, um retângulo de aproximadamente 120 x 90m em planta – constituído de uma dupla laje ondulante de concreto, perfurada por diversos buracos em forma elíptica – extende-se no centro do terreno, como um tapete ondulante que convida o visitante à penetrar o edifîcio por qualquer um de seus lados. Surpreendente, discreto e elegante o projeto de Sejima soube cativar unanimamente não apenas o jurado. Toda a comunidade local felicita-a, aguardando o inicio deste fabuloso canteiro.

Os 12 projetos

Uma observação do conjunto dos 12 projetos nos permite compreender as diferentes atitudes dos arquitetos, encontrando nelas alguns paralelismos conceituais e formais assim como reais oposições que nos levam a indagar sobre o lugar da arquitetura hoje. Por um lado aqueles que tratam a arquitetura como objeto isolado: assim são os projetos de Zaha Hadid, Mecanoo, Diller & Scofidio + Renfro, Xaveer de Geyter e, mais modestamente, Valério Oligiatti. Por outro lado, sem perder em espetacularidade mas tratanto a arquitetura como elemento estruturador urbano, situam-se os projetos de Herzog & de Meuron, OMA e, menos tecnológico, o projeto de Livio e Eloisa Vacchini. Em um outro extremo estão os que negam o valor do objeto em sí para buscar a domesticidade da arquitetura, como o projeto de Pierre du Besset e Dominique Lyon e do atelier Jean Nouvel. Em última análise, os que procuram uma íntima relação entre arquitetura e paisagem, onde uma e outra se interceptam e se mesclam indistintamente. Tal é a atitude do projeto de Abalos&Herreros e associados ou mesmo do atelier Jean Nouvel e que é sublimada no projeto apresentado pelo estúdio SANAA.

Abalos & Herreros, Madrid + Olivia de Oliveira e Blaise Sahy, Lausanne

O objetivo dos arquitetos foi de criar um acontecimento arquitetônico e paisagístico, em estreita relação com a geografia do lugar, contrapondo-se ao existente, definido por uma construção ancrada no tempo e sem nenhuma relação com o lugar. A preocupação era de realizá-lo com o maximo de economia e simplicidade dentro do espirito da beleza das coisas simples. Por sua forma o projeto replica as características geográficas do seu entorno próximo, numa secção completa do lago e das montanhas, tendo como base um parque definido por 3 elementos : uma mastaba vegetalizada que termina com uma construção helicoidal, um grande espelho d’água central e um talude arborizado que protege o lugar visual e acusticamente do ruido da estrada, por meios de painéis fotovoltaicos.

O edifício se implanta próximo aos dois principais eixos de acesso peatonal do campus, liberando assim o máximo do terreno para o parque. O zócalo vegetalizado abriga os espaços de vida, espaços culturais e de formação enquanto a dupla hélice abriga a biblioteca concebida com um grande espaço ascendente que gira em torno de si mesmo interna e externamente, tendo como ponto culminante o retaurante.

Um projeto racional e compacto, com uma extrema riqueza espacial.

Atelier Jean Nouvel, Paris

Dividindo o programa em diversos edifícios específicos, o projeto quer dar continuidade à diversidade existente no campus da EPFL. A intervenção reinvindica integrar-se à paisagem e geografia existente desenvolvendo a consciência do lugar. Para isto situa os diversos novos edifícios envolvidos ou “filtrados” por uma “paisagem vegetal”, entendendo “que viver a arquitetura é viver de certa forma em lugares únicos, caracterizados e não repetitivos, clonados” (1) e “que passar de um lugar à outro, mudar de ambiente, de sensações, é uma das qualidades de uma arquitetura generosa” (2).

Diller & Scofidio + Renfro , New York

Dois edifícios em rampa assumem uma dupla orientação para abrigar um programa com duas atmosferas consideradas opostas : face ao campus, “atividades ativas” ; face a paisagem, “atividades calmas”. O tratamento do conjunto busca regrupar trabalho e lazer. Uma grande piscina vitrada vem situada na intersecção dos dois volumes.

Herzog & de Meuron, Bâle

Situando-se em continuidade com a esplanada dos restaurantes, o edifício procura conectar-se à malha existente do campus, ao mesmo tempo que se destaca do solo para projetar-se verso o sul e ir buscar a vista sobre o lago e as montanhas. Com um gesto forte, este projeto, talvez o mais urbano de todos, reinvindica uma imagem cosmopolita para a EPFL, associada à crescente espansão da região já batizada “metrópole lemânica”.

Livio e Eloisa Vacchini, Locarno

Seis elementos cilíndricos autônomos, “cada um retido por um nó, vivendo em um espaço comum, relacionam-se pela força de sua própria gravitação e se aproximam por sua função. Os nós fazem os elementos autônomos, os elementos fazem o espaço, o espaço, o edificio, o edifício faz o lugar, o lugar faz a totalidade da escola. Como na Antiguidade, a construção é um círculo onde a construção é o centro, um modelo para todo o mundo e jamais a deconstrução de um pensamento. (…) Um edifício onde conta a exatidão de um pensamento e não a novidade da forma” (3).

Mecanoo, Delft

O atelier Mecanoo concebe um “objeto tecnológico” em meio a um grande parque verde, apresentado como “um olho que observa o lago, as montanhas, o mundo” ; um edifício rotativo que gira lentamente em torno a um eixo (15° por hora) para buscar a luz do sol. A forma do objeto e seu mecanismo sofisticado aludem às tecnologias solares de ponta desenvolvidas pela EPFL.

OMA Stedebouw BL, Rotterdam

O conjunto é concebido como uma banda única, que nasce e eleva-se no coração do campus para logo extender-se horizontalmente verso a outra extremidade do campus, como uma banda “verde” recoberta de captores solares, geradores de energia elétrica para todo o conjunto.

Invocando a imagem da montanha, o edifício organiza-se em terraças escalonadas com vista ao lago. Uma dimensão panóptica materializada desde o encontro entre natural e construído.

Pierre du Besset e Dominique Lyon, Paris

Negando todo emblematismo espetacular, os arquitetos franceses propõe um LC à imagem de uma casa, procurando valorizar seu sentido doméstico e relações sensíveis com o entorno. Un volume retangular compacto cujas fachadas são constituidas por painéis de policarbonato translúcido ligeiramente tingido em tons degradés.

Xaveer de Geyter, Bruxelas

Opta por situar o edifício fora dos limites do terreno do concurso, liberando o mesmo para área de parque e estacionamento. Todas as atividades do programa vêem concentradas numa pirâmide de vidro invertida que se instala sobre a esplanada dos restaurantes, o coração do campus.

Zaha Hadid, Londres

O edifício impõe-se visualmente no campus, tal como uma rocha iluminada e assentada sobre um zócalo através do qual acede-se ao edifício. Uma generosa cavidade central perfura o edificio verticalmente, organizando em torno dele os espaços de distribuição. A dupla fachada ventilada é desenhada de modo a permitir a tranparência e o controle solar através de pequenas cavidades. Espetacular, o edifício de Zaha Hadid capta toda atenção sobre si.

Valerio Olgiati, Zurique e SANAA Kazuyo Sejima+Rye Nischizawa,Tokio

Projetos não comentados. Ver imagens ao lado (4).

notas

1
Extraído e traduzido desde o texto de apresentação do projeto no concurso.

2
Idem.

3
Extraido e traduzido desde o texto de apresentação do projeto no concurso.

4
Todas imagens aqui reproduzidas foram extraídas do catálogo da exposição EPFL: building the future of learning, publicado pela EPFL, Lausanne 2004, à excessão das imagens do projeto Abalos&Herreros, produzidas pelo próprio bureau. As fotos das maquetes e da exposição são de autoria de Olivia de Oliveira.

sobre o autor

Olivia de Oliveira é arquiteta, formada pela UFBa, com mestrado e doutorado pela ETSAB – Barcelona. Associada ao escritório Butikofer & de Oliveira, instalado em Lausanne desde 1998, tem diversos projetos premiados em concursos de arquitetura nacionais e internacionais. Exerce atividades de pesquisa e ensino junto à EPFL no ateliê de projeto de Carme Pinós (2001-2002), no ateliê international de projeto de Enric Miralles na ETSAB (verão1997), no ateliê de projeto de Alberto Cordiviola e no Mestrado de Arquitetura da UFBA (1995-1998). Autora da monografia 2G sobre Lina Bo Bardi, editada pela Gustavo Gili em 2002 e de diversos artigos publicados em livros e revistas internacionais como: Casabella, Faces, Anthos Zeitschrift für landschaftsarchitektur, Massilia. Annuaire d’études corbusiéennes, IAS, Vitruvius, WAM, Oculum

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