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architexts ISSN 1809-6298


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Neste artigo, o autor nos traz as questões levantadas pelo “Second Mega-cities Internacional Conference 2006” realizado na China, cujo objetivo era discutir problemas e soluções para as metrópoles contemporâneas relacionadas a seu urbanismo e arquitetura


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MEDRANO, Leandro. O Brasil e as Mega-cidades. Uma breve reflexão a partir do Second Mega-cities Internacional Conference, Guangzhou, China. Arquitextos, São Paulo, ano 08, n. 092.05, Vitruvius, jan. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.092/176>.

Introdução

O “Second Mega-cities Internacional Conference 2006”, realizado entre os dias um e cinco de dezembro de 2006 na cidade de Guangzhou (China), teve como principal objetivo discutir problemas e soluções para as grandes metrópoles mundiais relacionados aos seus desenvolvimentos urbanos e arquitetônicos. De um modo geral, tais questões foram organizadas em dois eixos temáticos: a arquitetura dos edifícios e suas conseqüências às “mega-cidades” em desenvolvimento, e as possibilidades de novos modelos de desenho urbano adequados às formações metropolitanas contemporâneas. Em ambos os casos, a preocupação com o impacto ambiental e social dessas novas formas da arquitetura foi predominante – mais do que grandes cidades, as discussões propostas pelo “Second Mega-cities” enfatizaram a importância do desenvolvimento sustentável dessas aglomerações urbanas que marcam o início do século XXI.

O congresso, organizado pela University of Hong Kong, GuangZhou University e South China University of Technology, contou com a presença de mais de sessenta palestrantes e centenas de participantes originários de paises como Holanda, Canadá, EUA, Espanha, Austrália, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Índia, China, entre outros (1). Como único representante do Brasil, apresentei pesquisa sobre as recentes intervenções relacionadas às Habitações de Interesse Social (HIS) no centro da cidade de São Paulo, onde analiso as implicações das bases teóricas das políticas públicas sobre os projetos de arquitetura (2).

Este artigo relata um breve resumo de algumas conferências, selecionadas pela relevância na contribuição dos temas abordados aos problemas atuais das metrópoles brasileiras. Em suas considerações finais, busca discutir alguns valores e propostas, condicionadas pela relação entre projeto arquitetônico e forma urbana.

Conferência de Jimmy Leung Cheuk-fai

Na sua conferência “The evolution of a compact city and its implications on sustainability”, o Prof. Jimmy Leung Cheuk-fai (Deputy Director, Hong Kong Planning Department, HKSAR) enfatizou questões relacionadas ao crescimento urbano compacto, assim como os benefícios das altas densidades para a sustentabilidade das grandes ou mega-cidades em surgimento por todo o mundo, principalmente na Ásia. Hong Kong, neste cenário, pode ser considerado um exemplo paradigmático. Apesar de não ser avaliada como uma “mega-city” de acordo com as especificações da UNESCO – segundo o palestrante, a UNESCO compreende como mega-cidades as que têm uma população maior que 8 milhões de habitantes –, sua população de 7 milhões de pessoas habita um cenário urbano singular. Com uma densidade média de 640 hab/hec, em alguns bairros esse número chega a 5000 hab/hec; dados ainda mais relevantes quando considerado o constante crescimento de sua população e seu compacto e limitado território de aproximadamente 1.100 km2.

A partir desses dados, o palestrante procurou apresentar estudos e sugestões de projetos urbanos de alta densidade (“compact city”) para a cidade de Hong Kong, que buscassem compatibilizar crescimento e desenvolvimento sustentável. Em particular, ressaltou a importância da configuração tipológica dos primeiros pavimentos (“podium”) para a qualidade ambiental dessas áreas (3).

Conferência de Arie Graafland

Em sua conferência “Mapping Urban Complexity”, o professor Arie Graaflande (Director Delft School of Design – DSD, Faculty of Architecture Delft University of Technology) ressalta os problemas das grandes cidades contemporâneas utilizando como referência o mais recente relatório da “United Nations Human Settlements Programme” intitulado “The States of the World´s Cities 2004/2005”. O relatório reforça em seu diagnóstico o crescimento dos problemas crônicos das metrópoles, entre eles: pobreza, violência, corrupção, desigualdade, deterioração dos edifícios, insalubridade, abastecimento de água, poluição, congestionamentos. Para atuar nesses problemas, Graaflande indica a necessidade de uma nova metodologia para o mapeamento dos territórios urbanos – as cidades deveriam ser compreendidas por aproximações seletivas à suas realidades espaciais, sociais, ambientais e econômicas, e não apenas pelo reconhecimento de seu “desenho” físico. Nesse sentido, o olhar do arquiteto-urbanista se aproxima ao de um cineasta e sua câmera, ou seja, pode selecionar, evidenciar ou obscurecer os cenários do cotidiano; são escolhas fundamentais: determinam sua atuação e pertinência frente ao objeto em estudo. Utilizando-se desse artifício, o palestrante analisa três cidades: Tókio, Houston e Amsterdã. Tais cidades, ainda que partilhem de uma perspectiva similar como potenciais “mega-cities”, são extremamente diferentes em sua base formativa e configuração atual. A pesquisa ressalta que o olhar atento do arquiteto às diferentes formas de urbanidade deverá ser fundamento de uma metodologia de atuação condizente com o desenvolvimento sustentável das grandes metrópoles mundiais (4).

Conferência de Gerrit Knaap

O professor Gerrit Knaap (Director of National Center for Smart Growth, University of Maryland, College Park, Maryland) utiliza como argumento principal de sua palestra “Smart Growth and Urbanization in China: Can an American remedy solve an Asian problem?” os princípios do “smart growth” e suas possibilidades de aplicações nos processos de urbanização e crescimento na Ásia, em específico, na China. A conferência parte da constatação de que entre os anos de 2000 e 2010, segundo estimativas da ONU, pela primeira vez na história, a maior parte da população do mundo viverá em cidades. A estimativa é que até 2030 esse montante chegue a 60% . Tal expectativa e realidade reforça a urgência e a importância de estudos sobre as formas de desenvolvimento urbano dessas cidades em acelerado crescimento; principalmente na Ásia, protagonista desse processo.

Seus argumentos partem da definição das principais características associadas ao “smart growth”, são elas: 1) urbanização compacta e de usos misto; 2) priorização da circulação de pedestres e bicicletas; 3) favorecimento a áreas com possibilidade de re-urbanização; 4) conservação dos recursos naturais; 5) incentivo à participação popular. O autor comprova que grande parte dessas características são mais presentes em cidades chinesas do que em cidades americanas, entretanto, estudos recentes demonstram uma tendência de reversão nesse quadro. O aumento no número de automóveis (assim como da infra-estrutura viária), no desenvolvimento de bairros mono-funcionais (principalmente habitacionais) e no crescimento dos bairros de baixa densidade, comprova essa hipótese. Em suas conclusões, o palestrante enfatizou a necessidade de uma revisão nas atuais estratégias de crescimento das cidades chinesas, com atenção às sugestões das prerrogativas urbanas apontadas nas definições do “smart growth” (5).

Conferência de Ronald NG

O Prof. Dr. Ronald NG (Senior Associate, DeStefano and Partners) apresentou em sua palestra “Mega sites | Mega projects | My city” uma instigante crítica às atuais mega-cidades asiáticas e seus mega-emprendimentos. Após a exibição de imagens de vários exemplos de grandes projetos como o “Seul City Hall” (Coréia), ”GwangMeong Use Development” (Coréia),”Victoria Harbor” (Hong Kong), KINTEX (Coréia), entre outras imagens de cidades como Shanghai, Beijing ou Guangzhou, o palestrante questionou a qualidade do ambiente construído dessas propostas e suas realidades urbanas. O argumento central de sua crítica é baseado na artificialidade e impessoalidade dessas mega-incorporações – distantes da cidade construída historicamente, não relevam suas potencialidades frente às necessidades empiricamente intrínsecas à arquitetura. Fatores como escala humana, história local, valores do lugar, relação entre programas e pessoas etc. são ignorados em prol da verticalização, do exibicionismo, da alta densidade, da especulação imobiliária. Como resultado, ambientes e cidades sem identidade e sem caráter. “Onde está minha cidade?” é a questão essencial apontada pelo arquiteto palestrante aos habitantes das novas grandes cidades asiáticas.

Ainda que de forma indireta, Ronald NG parece lembrar o legado do chamado pós-modernismo contextualiza dos anos 1970 e 1980, divulgado por autores como Aldo Rossi, Carlo Aymonio, e também os conceitos de “volta às cidades” desenvolvidos por Jane Jacobs, Kelvin Linch, Gordon Cullen dentre outros. No contexto geral das apresentações do segundo Mega-Cities, mais preocupadas com a viabilização do mega-crescimento das cidades, os valores históricos, culturais e espaciais lembrados pelo palestrante foram de singular importância (6).

Conferência de Nils Larsson

Os conceitos de “green building” e “sustainable building” foram os argumentos centrais da palestra “An Overview of Green and Sustainable Building in 2006”, ministrada pelo Dr. Nils Larsson (Executive Director of iiSBE); em especifico, o professor buscou uma melhor definição desses termos assim como de suas aplicações em diversas regiões do mundo. Segundo Larsson, ainda que questões relacionadas à construção e desenvolvimento sustentável sejam constantemente mencionadas por profissionais de diversas áreas de atuação, ainda são vagas suas definições e implicações cotidianas. Algumas tentativas para a definição do conceito de sustentabilidade ou de “indicadores de sustentabilidade” são lembradas pelo palestrante, como a “Agenda 21 on Sustainable Construction” da CIB, o “Project Sustainability Management Guideline” da FIDIC, o GBTool desenvolvido pela iiSBE, dentre outros. Mesmo sendo esses indicadores elaborados por uma correta correlação de dados, ainda esbarram nas dificuldades de aferição dos dados obtidos – são muitos os casos de omissão ou inverdades, principalmente dos órgãos comerciais e governamentais. Ainda segundo Larsson, a atenção à participação de profissionais, programas e entidades ligadas ao desenvolvimento sustentável em um certo local, torna-se um importante dado complementar de avaliação.

O palestrante ressalta que um dos maiores fatores de impacto ao meio ambiente é o crescimento da atividade construtiva. Nesse sentido, países como a China, Brasil e Índia são os que apresentam as maiores taxas de crescimento e, portanto, deveriam ater-se com atenção redobrada à qualidade desse crescimento. Para a consolidação de seus argumentos, são apresentadas, de forma resumida, a atual evolução do conceito de “sustainable building” na América do Norte, Europa, Ásia / Austrália, África e América Latina. Em suas conclusões, ressalta que as políticas nacionais da Europa, América do Norte, Japão e Coréia têm uma sofisticada compreensão do conceito de “construção sustentável”, enquanto a África, América Latina e grande parte da Ásia, ainda não priorizam tal conceito em suas estratégias de desenvolvimento (7).

Conferência de Per Haupt

A interessante apresentação da doutoranda Per Haupt (Doctoral Candidate of Delft University of Technology. Faculty if Architecture, Departament of Urbanism), intitulada “Optimizing site potencial by understanding the relation between program, spatial quality and financial results”, versou sobre as recentes mudanças nos processos de desenvolvimento urbano ocorridos na Holanda. Tradicionalmente controlado e custeado pelo governo, nas últimas décadas os projetos de desenvolvimento urbano passaram, quase que completamente, aos mandos da iniciativa privada. Entretanto, as intenções excessivamente econômicas da iniciativa privada levaram à necessidade de uma retomada da participação dos órgãos públicos nos projetos de desenho urbano. Em termos gerais, podemos dividir esse percurso dos meios de desenvolvimento de projetos urbanos em três fases: 1) Órgãos públicos: Estudo Preliminar; Órgãos públicos: desenvolvimento; Órgãos públicos: execução; 2) Iniciativa privada: Estudo Preliminar; Iniciativa privada: desenvolvimento; Iniciativa privada: execução; 3) Órgãos públicos: Estudo Preliminar; Iniciativa privada: desenvolvimento; Iniciativa privada: execução. Diante dessa nova perspectiva, a autora relata o desenvolvimento do software “Spacemate”, capaz de avaliar condições como programa, densidade e custos em diversas variáveis tipológicas. O resultado é um instrumento ágil capaz de auxiliar projetistas em suas decisões referentes às formas tipológicas mais adequadas às comunidades assistidas, assim como sua viabilidade técnica e econômica aos interesses da iniciativa privada (8).

São Paulo

O Comitê Científico do congresso selecionou minha pesquisa “New Urban Models for Social Housing in Metropolitan Centers – The Case of São Paulo” (9), para apresentação e publicação.

O principal tema abordado na conferência foi a relação entre as recentes diretrizes urbanas e políticas públicas elaboradas para a cidade de São Paulo e os projetos destinados às Habitações de Interesse Social (HIS). O estudo relata as transformações nas políticas púbicas urbanas ocorridas desde o início dos anos 1990 na cidade de São Paulo, enfatizando as mais recentes, a partir do ano 2000. A questão das Habitações de Interesse Social em centros urbanos é priorizada na pesquisa, que busca também uma correlação entre as intervenções realizadas em São Paulo e outras, assemelhadas, planejadas para grandes cidades do mundo. Como estudo de caso, foi analisado o resultado do concurso Habitasampa Cônego Vicente Marino, na Barra Funda (2003) – o objetivo é buscar o grau de equivalência entre os planos urbanos que fundamentaram o edital do concurso e o resultado arquitetônico da proposta vencedora. Desse embate de contradições evidenciadas, surge a questão: o resultado do concurso Habitasampa seria correspondente às inovadoras questões urbanas colocadas pelas políticas públicas que o balizaram?

O estudo do Habitasampa, nos termos da apresentação, apresenta-se apenas como exemplo do descompasso de nossa arquitetura recente em relação aos prementes problemas das cidades ou metrópoles brasileiras. A aparente opção pela estagnação – dada como legitima nas bases de uma formulação estética nacional – acentua a distância de grande parte das arquiteturas projetadas nas cidades brasileiras das necessitas contemporâneas de nossa sociedade; sejam elas teóricas, tecnológicas ou ambientais.

Guangzhou

Guangzhou está localizada na província de Guangdong, no sudeste da China. Por sua localização, dimensões, importância política, potencial econômico e cultural, é considerada a principal cidade dessa região. Apesar de possuir uma economia industrial diversificada, destaca-se a produção de produtos eletrônicos, exportados para todo o mundo por seu famoso porto – um dos maiores da China. Com cerca de 10 milhões de habitantes, a cidade (uma “mega-city”) é um exemplo do recente e acelerado crescimento urbano da China. Sua estrutura metropolitana não difere de várias outras grandes cidades asiáticas, como Pequim, Hong Kong ou Seul; cidades essas que reúnem características como a multifuncionalidade, verticalidade, alta densidade etc.

Seu perímetro urbano abriga uma das maiores universidades da China, a Guangzhou University Town (GUT) ou Higher Education Mega Center, como também é chamada. Sua construção, iniciada em janeiro de 2003, foi finalizada em apenas dezenove meses, o que exemplifica a intensidade extraordinária do crescimento local. A GUT ocupa um total de 2.3 milhões de metros quadrados e abriga dez universidades de diversas áreas, além programas de apoio como shoppings, hotéis, ginásios esportivos, habitação para estudantes, centro de convenções etc. Entre as universidades locadas no campus, destaca-se a Guangzhou University (GU) – centro de ensino e pesquisa de maior relevância da província de Guangdong, assim como umas das mais conceituadas universidades da China. Com cerca de 40.000 alunos, a GU conta hoje com dezessete cursos de pós-graduação e sessenta e dois cursos de graduação divididos em oito categorias, dentre elas Educação, Literatura, Ciências, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Advocacia, Gerenciamento e Economia.

Aparentemente, a hiper-urbanidade de Guangzhou não alenta um futuro promissor ao ambiente construído do século XXI, principalmente no que diz respeito aos paises em desenvolvimento. A baixa qualidade do ar, a poluição sonora, a falta de um “desenho urbano” ordenador, os espaços impessoais e de grande escala, o trânsito intenso e caótico etc., fazem de Guangzhou uma cidade de poucos atrativos em termos de qualidade ambiental, arquitetônica ou urbana. Observação só amenizada por seus belos parques públicos e a abundante arborização de suas principais vias públicas. Tal constatação também é reforçada por urbanistas e arquitetos locais, que buscam soluções para seus problemas atuais e futuros, em congressos como o Mega-cities e em diversos estudos em andamento nos campos da tecnologia, projeto urbano, planejamento ambiental, teoria e crítica etc. Ainda que, aparentemente, a China ainda não tenha encontrado um sentido arquitetônico autêntico, é evidente o avanço de suas pesquisas na área – o que pode surpreender o sentido da disciplina local e mundial em um futuro breve.

Considerações

A questão das mega-cidades, tema central da conferência, torna-se essencial à própria arquitetura e urbanismo, principalmente nos chamados países emergentes como China, Índia e Brasil. Com uma população mundial cada vez mais concentrada em centros urbanos, o projeto e planejamento dessas grandes aglomerações humanas são fundamentais à viabilidade e futuro do habitat do homem. Nesse sentido, é premente aos arquitetos e urbanistas um domínio ampliado dos tradicionais valores da profissão – principalmente em relação às bases metodológicas e teóricas para a concepção desse espaço artificial tão distante das relações perceptivas historicamente apreendidas. E, ainda, completamente inserido em uma ordem econômica pungente e frágil, relação que por si já neutraliza os legados de muitas das sínteses conhecidas.

Na relação do conteúdo apresentado no “Second Mega-cities Internacional Conference” com o caso brasileiro, destacam-se, em resumo breve, as seguintes considerações:

1. Verificação das atuais normativas relacionadas à densidade e tipologia das grandes cidades brasileiras, com vistas à possibilidade de ambientes urbanos mais compactos e eficientes (qualidade do ambiente construído, sustentabilidade, economia dos recursos naturais etc.);

2. Viabilização e estímulo à criação de áreas ou cidades multifuncionais como alternativa a monofuncionalidade predominante na organização territorial dos centros urbanos brasileiros;

3. Continuidade aos programas de HIS em centros urbanos consolidados, como forma exemplar de construção de um território geográfico heterogênico (multifuncional, multicultural e de diversidade social); configuração comum às grandes cidades asiáticas e de grandes benefícios ao desenvolvimento urbano e social;

4. Incentivo aos estudos relacionados ao transporte público e com baixa emissão de poluentes. Consideração que não é novidade, mas torna-se fundamental quando ponderado o futuro de nossos recursos naturais;

5. Necessidade de um maior aprofundamento em pesquisas científicas relacionadas a sustentabilidade de ambientes metropolitanos de alta densidade demográfica;

6. A necessidade de uma melhor compreensão, do ponto de vista teórico, da arquitetura como um sistema programático, tecnológico e científico em respeito à suas ambições culturais e urbanas; e não apenas como um sistema objetual-formal derivado de intenções simbólicas.

Finalmente, o que mais impressiona na observação das cidades e estudos apresentados, é o distanciamento da disciplina de suas implicações formais – a face mais desenvolvida (e aparentemente mais estimulada) no Brasil. Aparte o mega-crescimento assustador das estruturas “genéricas” que configuram muitas dessas aglomerações urbanas mundiais, é freqüente a busca por uma ordenação “ordinária”, na correta medida entre forma, tecnologia, ação social e cultural. Uma fórmula já anunciada, por exemplo, por Milton Santos, mas ainda pouco aproveitada pela arquitetura das cidades ou mega-cidades nacionais.

notas

1
Informação disponível em: http://mc2000.arch.hku.hk/mc2006/mega-speakers.html. Acesso em 30/10/2007.

2
MEDRANO, Leandro . New Urban Models for Social Housing Metropilitan Centers The case of São Paulo. In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference – Proceedings. Guangzhou, 2006. p. 40-65. Agradecimentos à FAPESP, pelo apoio a pesquisa e a participação no evento. A orientada de Iniciação Científica, Maria Julia do Amaral Mazetto e de mestrado, Julia Rabello Spinelli, pelo auxílio nas bases da pesquisa apresentada no Second Mega-cities Internacional Conference.

3
Cf. Mr. LEUNG Cheuk-fai, Jimmy: “The evolution of a compact city and its implications on sustainability” In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference - Proceedings. Guangzhou, 2006.

4
Cf. GRAAFLAND, Arie: “Mapping Urban Complexity” In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference - Proceedings. Guangzhou, 2006.

5
Cf. KNAAP, Gerrit: “Smart Growth and Urbanization in China: Can an American remedy solve an Asian problem?” In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference - Proceedings. Guangzhou, 2006.

6
Cf. NG, Ronald: “Mega sites | Mega projects | My city” In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference - Proceedings. Guangzhou.

7
Cf. LARSSON, Nils: “An Overview of Green and Sustainable Building in 2006”. In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference - Proceedings. Guangzhou.

8
Cf. Haupt, Per: “Optimizing site potencial by understanding the relation between program, spatial quality and financial results”. In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference - Proceedings. Guangzhou.

9
Em breve deverá ser publicada uma versão traduzida e ampliada da conferência, que atualmente está disponível nos anais do congresso. In: MEDRANO, Leandro . New Urban Models for Social Housing Metropilitan Centers The case of São Paulo. In: Second Megacities Conference 2006, 2006, Guangzhou. Second Megacities Conference - Proceedings. Guangzhou, 2006. p. 40-65.

sobre o autor

Leandro Medrano, arquiteto e urbanista formado pela FAU-USP (1992, São Paulo, Brasil), mestre pela UPC-Universitat Politécnica de Catalunya (1995, Barcelona, Espanha) e doutor pela FAU-USP (2000, São Paulo, Brasil). Professor doutor em RDIDP do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP, onde é Coordenador de Graduação e leciona na graduação e pós-graduação. Organizador e professor do curso de extensão Arquitetura da Metrópole Contemporânea , oferecido pela FUPAM-USP nos anos de 2001, 2002 e 2004. Pesquisador líder do Grupo de Pesquisa Arquitetura Contemporânea e o Brasil (CNPQ/2005) Pesquisador do programa Jovem Pesquisador da FAPESP (2006). Tem experiência na área de Teoria e Projeto, atuando principalmente nos seguintes temas: Arquitetura Contemporânea, Habitação Coletiva, Habitação de Interesse Social, Arquitetura Pós-moderna, Metodologia de Projeto.

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