Pela primeira vez, a artista empregou chumbo e cabos de aço na produção das obras que – assim como seus trabalhos anteriores –, mesmo criadas com materiais brutos e pesados, transmitem leveza

A artista plástica Elisa Bracher apresenta a exposição “Ponto Final”, de 02 de março a 02 de abril, na Galeria Millan. Desde 2008 sem exibir uma individual (“A Cidade e Suas Margens”, no Museu da Casa Brasileira), a escultora e gravadora utilizou chumbo e cabos de aço na criação das obras, dois materiais até então vistos apenas como ferramentas de suporte.

“O chumbo e cabo de aço sempre estiverem presentes na minha produção. Um, como contrapeso nas esculturas de toras de madeira e o outro, na sustentação das obras. Em ‘Ponto Final’, os instrumentos de trabalho passaram a ser a matéria do mesmo”, explica a artista.

A exposição é composta por duas esculturas e uma instalação, todas de grandes dimensões. Na entrada da galeria, estará uma escultura em formato cilíndrico com 4,50 m de altura e 1,20 m de diâmetro. Sua estrutura de ferro comporta três esferas de chumbo maciço apoiadas em cabos de aço que se entrelaçam. No jardim, será exposta a outra escultura, com 1,5 m de altura por 5,5 m de largura. Da base de ferro, partem dois cabos de aço, que se cruzam ao centro, criando um “ninho” que recebe uma bola de chumbo. A instalação ocupará uma sala da galeria. Cabos de aço presos pelo teto sustentarão diversas esferas de chumbo.

Além de grandes, os trabalhos apresentados em “Ponto Final” são também muito pesados. Há esferas de chumbo com quase 500 quilos e a escultura da entrada, por exemplo, pesa 1,8 toneladas no total. “Precisei comprar uma empilhadeira para conseguir erguer as bolas nas estruturas”, diz Bracher. Contudo, as obras que serão vistas na mostra transmitem uma ideia de leveza. “Quando vemos as esferas suspensas no ar, sustentadas pelos cabos, esquecemos o peso bruto do material”, completa a artista.

sobre a artista

Elisa Bracher – Escultora, gravadora e desenhista, a artista paulistana (46 anos) despontou com a gravura, em meados da década de oitenta, mas se tornou conhecida por suas esculturas de grandes dimensões em madeira, metal e pedra, que produz em seu ateliê, um imenso galpão localizado na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.

Tem trabalhos expostos em diferentes locais públicos, como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Fundação Cultural de Curitiba, o Museu Nacional de Belo Horizonte, o Museu de Arte Moderna de Salvador e do Rio de Janeiro e o Essex University Museum, na Inglaterra. Sua última individual, em setembro de 2008, foi “A Cidade e Suas Margens”, no Museu da Casa Brasileira, com vídeo e fotografias, que deram origem ao livro homônimo, publicado pela Editora 34. Em agosto de 2011, irá expor no MAM do Rio de Janeiro.

informações

03 de março à 02 de abril
Galeria Millan
Entrada gratuita