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A seleção dos trabalhos traz um panorama que reúne obras históricas até atuais e inéditas
Com umas das trajetórias mais originais da arte brasileira, o artista plástico cearense Sérvulo Esmeraldo, após a sua grande retrospectiva na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2011, apresenta um recorte de sua produção na mostra “Simples como o triângulo”, na Galeria Raquel Arnaud. Com cerca de 70 trabalhos, entre esculturas, pinturas, relevos e objetos, a seleção traz um panorama que reúne obras históricas até atuais e inéditas, realizadas em 2012.
Com exceção das gravuras realizadas no início de sua carreira, onde já se percebia o interesse de Esmeraldo pela abstração geométrica, as demais fases de seu percurso estão representadas nessa exposição. Destaque para a célebre série “Excitáveis”, realizada na década de 60, durante o período em que o artista viveu na França. Este trabalho, um experimento com a eletricidade estática que leva em conta a interação entre o corpo e o objeto, sendo o “corpo o motor da obra”, destacou-o no movimento da arte cinética internacional, bastante difundido entre os latino-americanos.
“Tal como ‘O Escriba’ (1962), eles [Excitáveis] são evidências artísticas de que os fenômenos que ocorrem no mundo físico têm a sua origem num mundo de dinâmica invisível”, escreve o crítico Mario Ramiro, que assina o texto da exposição. Ou, como afirmou o artista “(…) não posso evitar de pensar nas forças invisíveis que, por minha intervenção, foram de uma maneira ou de outra, alteradas”.
Escultor de excelência com alto rigor construtivo, Sérvulo apresenta também a série “Sólidos Geométricos” (1980-2012), que impressiona pela coerência geométrica e leveza, apesar da existência de um movimento potencial que quase se impõe à imobilidade do objeto. Fiel estudioso das leis da física, Esmeraldo apresenta ainda os seus “Teoremas” (1980-2012), que são mais do que simples evocações poéticas de demonstrações matemáticas. “São apropriações de diagramas de teoremas matemáticos da antiguidade e da modernidade que, despojados de suas referencias algébricas, tornam-se imagens sensíveis de ideias abstratas”, aponta o crítico Fernando Cocchiarale.