In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.
A mostra traz aproximadamente 50 fotografias que revelam a relação arquitetônica entre as duas cidades, ambas Patrimônio Mundial da UNESCO
A Embaixada da França no Brasil e o Museu Nacional da República apresentam, com o apoio da Prefeitura de Le Havre, do Museu Malraux e de Culturesfrance, a exposição "Retratos de Cidades – Brasília/Le Havre", que reúne imagens dos artistas Lucien Hervé, Véronique Ellena, Nancy Wilson-Pajic, Manuela Marques, Charles Decorps, George Dupin, Stéphane Couturier, Jordi Colomer e Caio Reisewitz. A mostra poderá ser vista no Foyer do Museu Nacional de República, até o dia 29 de julho.
É a oportunidade de aproximar o olhar de um fotógrafo da época, Lucien Hervé, que trabalhou como fotógrafo de Le Corbusier, e de nove outros fotógrafos contemporâneos, brasileiros e franceses. Todos eles voltam o olhar para a arquitetura das duas cidades, Brasília e Le Havre, no norte da França (cujo centro foi reconstruído depois da Segunda Guerra Mundial), ambas Patrimônio Mundial da UNESCO. A curadoria é de Annette Haudiquet.
Uma delegação da cidade de Le Havre estará presente na noite de abertura: Laurence Le Cieux, Curadora-Chefe do Patrimônio e Diretora do Patrimônio Cultural, e Chantal Ernoult, Responsável pela Cultura na Prefeitura. Antes da abertura, no dia 24/06, haverá palestra do fotógrafo brasileiro Caio Reisewitz, no Auditório do Foyer do Museu, às 17h00, sobre “A fotografia da arquitetura”.
Patrimônios da humanidade
De ambos os lados do Atlântico e de um hemisfério a outro, uma cidade brasileira e uma cidade francesa apresentam um surpreendente destino comum. Brasília e Le Havre foram construídas no pós-guerra por dois grandes arquitetos do século XX: a primeira, por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, como a nova capital do Brasil; a segunda, por Auguste Perret, após os terríveis bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Ambas representam um exemplo maior da modernidade arquitetônica do pós-guerra.
Um fotógrafo em especial foi testemunho tanto da reconstrução de Le Havre quanto da construção de Brasília: Lucien Hervé. Nascido em 1910, Lucien Hervé conheceu Le Corbusier em 1949. O arquiteto, imediatamente seduzido pelas fotografias que o artista fez da Cité Radieuse (Marselha), convida-o a trabalhar com ele (“Você tem uma alma de arquiteto e você sabe ver a arquitetura”, afirmou Le Corbusier). Foi assim que Hervé viajou por duas ocasiões (1955 e 1961) com Le Corbusier a Chandigarh (Índia).
Em 1956, Hervé foi incumbido da encomenda feita pela Direção Geral do Turismo da França e realizou a campanha fotográfica sobre a Le Havre recém-construída. Cinco anos depois, em 1961, ao término da segunda viagem a Chandigarh, ele começa uma volta ao mundo e faz uma escala em Brasília, inaugurada no ano anterior. As fotos que fez da nova capital brasileira são imediatamente publicadas em revistas especializadas da França e da Europa, contribuindo a difundir em terras europeias a epopeia da nova capital do Brasil.
Quase cinquenta anos mais tarde, Brasília e Le Havre, hoje Patrimônio Mundial da UNESCO, continuam fascinando e questionando os artistas. A exposição tem a intenção de reunir lado a lado as imagens de Hervé e outras obras – fotografias e vídeos – de jovens artistas franceses e brasileiros das duas cidades.
Alguns desses artistas, movidos por imagens “de época” que exaltam a modernidade dessas novas cidades e pelas imagens de Lucien Hervé, revisitaram esse legado; já outros, pelo contrário, distanciaram-se dele, propondo uma abordagem não somente crítica e política, mas também poética e intimista das duas cidades, dos seus edifícios oficiais e dos seus espaços privados. Assim, questionaram-se sobre o papel imaginado para os homens, ou reivindicado ou conquistado por eles.