Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

newspaper

agenda cultural

Escritor maranhense Márcio Vasconcelos vive Gullar e o Poema Sujo, a partir de um projeto fotográfico com leitura curatorial de Diógenes Moura, e lança, em livro (editora Vento Leste) Visões de um Poema Sujo com exposição no Museu AfroBrasil.

Atual, mesmo quarenta anos depois, o Poema Sujo escrito por Ferreira Gullar durante exílio na Argentina, foi recentemente reeditado e agora é também revisitado em forma inédita: a fotografia. De São Luis, como o escritor, o fotógrafo Márcio Vasconcellos se debruçou durante anos sobre os locais, pessoas e sensações descritas num momento tão importante da história do país, para o projeto já premiado em 2014 com o Marc Ferréz de Fotografia, e que agora será publicado em fotolivro, pela editora Vento Leste.

“Ele vive Gullar e o Poema Sujo ‘está nele/como a cidade está no homem’ desde que nasceu”, diz Diógenes Moura, editor do livro e curador da exposição, que trabalhou por mais de dois anos no projeto em discussões profundas com o fotógrafo sobre o corpo/alma do que seria o livro. 

“Você me disse que assim, como aqui está, seria essa a sua visão do Poema Sujo original: existência absorta, homens aos nacos, cornucópia, o sexo desnudo, a garganta das coisas, cicatrizes. Eu fiquei com isso na cabeça. Voltei para o hotel e, quando o dia começou a amarelar e os outros homens chegaram de mansinho na areia da praia para riscar com os pés as linhas de um campo de futebol antes da pelada começar, imaginei que seria assim mesmo: sim, a cidade está no homem. Então será que eu preciso dizer que as palavras do poeta no exílio escritas 40 anos atrás reverberam seus versos mais que nunca, hoje, diante de todos nós que estamos perplexos porque não temos saída?”, escreve Diógenes Moura no texto que abre o livro.

Visões de um Poema Sujo tem 95 imagens, todas coloridas, e será lançado dia 24 de janeiro, com exposição (100 fotografias de tamanhos variados) no Museu AfroBrasil, em São Paulo, com a presença do autor e performance dos atores maranhenses Áurea Maranhão e Cláudio Marconcine. “Crio sensações visuais como se estivesse no lugar dele. Como seria essa São Luís? Quais os tons, nuances”, explica Márcio.

Para o projeto, foram convidados os artistas maranhenses Rita Benneditto e Zeca Baleiro para interpretar trechos do Poema Sujo e do imaginário popular do Maranhão. Na exposição, a sala PALAVRA será montada para se ouvir as vozes de Gullar, Zeca, Rita, Jorge da Fé em Deus (Falecido babalorixá importante do Maranhão), Marcelo Preto (grupo A Barca, paulista) e Zezé Meneses (Filha de Santo da Casa Fanti Ashanti).

"Eu pego o que tem de escuro, de sujo, as cadeiras velhas, os armários velhos, e coloco uma luz. Vou até embaixo, no fundo, e subo trazendo tudo junto: o que é poesia e o que não é poesia”, diz Ferreira Gullar sobre o título do poema.

“Em Visões de um Poema Sujo o olhar do fotógrafo se debruça sobre a musicalidade da poesia em cenas do cotidiano da cidade, objetos e pessoas. Há um relâmpago nos versos gullarianos, mesmo quando ele fala do lado obscuro da cidade, sua lama e podridão, seus cheiros e mangues. O artista procura e desnuda essa sujeira luminosa, lambe cores e sombras, portas, cadeiras, paredes, conversas, cascas, cristaleiras, terra, pele, água, barro, latas velhas, garfos, armários, muros, quitandas, quintais, entre formigas e rádios que dão notícia sobre a Segunda Guerra Mundial”, escreve Celso Borges, que assina um dos textos do livro.

Sobre a época em que foi escrito, no ano de 1975, Gullar diz: “Sentia-me dentro de um cerco que se fechava. Decidi, então, escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre”. Aqui, quaisquer semelhanças com os dias de hoje não são mera coincidência.

Fotolivro Visões de um Poema Sujo

happens
from 25/01/2017
to 31/03/2017

where
Museu Afro
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral s/n - Parque Ibirapuera - Portão 1
Terça-feira a domingo, das 10h às 17h - entrada gratuita
fone (11) 3320.8900

source
Juliana Gola
São Paulo, SP

share


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided