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O fotógrafo Márcio Vasconcelos vive o poeta em "Visões de um Poema Sujo", que será lançado em livro, pela editora Vento Leste, e em mostra no Museu Afro Brasil.

Atual, mesmo quarenta anos depois, o Poema Sujo escrito por Ferreira Gullar durante exílio na Argentina, foi recentemente reeditado e agora é também revisitado em forma inédita: a fotografia. De São Luis, como o escritor, o fotógrafo Márcio Vasconcellos se debruçou durante anos sobre os locais, pessoas e sensações descritas num momento tão importante da história do país, para o projeto já premiado em 2014 com o Marc Ferréz de Fotografia, e que agora será publicado em livro, pela editora Vento Leste.

“Ele vive Gullar e o Poema Sujo ‘está nele/como a cidade está no homem’ desde que nasceu”, diz Diógenes Moura, editor do livro e curador da exposição, que trabalhou por mais de dois anos no projeto em discussões profundas com o fotógrafo sobre o corpo/alma do que seria o livro.

Visões de um Poema Sujo tem 95 imagens, todas coloridas, e será lançado dia 25 de janeiro, com exposição (100 fotografias de tamanhos variados) no Museu Afro Brasil, em São Paulo, com a presença do autor e performance dos atores maranhenses Áurea Maranhão e Cláudio Marconcine. “Crio sensações visuais como se estivesse no lugar dele. Como seria essa São Luís? Quais os tons, nuances”, explica Márcio.

Para o projeto, foram convidados os artistas maranhenses Rita Benneditto e Zeca Baleiro para interpretar trechos do Poema Sujo e do imaginário popular do Maranhão. Na exposição, a sala Palavra será montada para se ouvir as vozes de Gullar, Zeca, Rita, Jorge da Fé em Deus (Falecido babalorixá importante do Maranhão), Marcelo Preto (grupo A Barca, paulista) e Zezé Meneses (Filha de Santo da Casa Fanti Ashanti).

"Eu pego o que tem de escuro, de sujo, as cadeiras velhas, os armários velhos, e coloco uma luz. Vou até embaixo, no fundo, e subo trazendo tudo junto: o que é poesia e o que não é poesia”, diz Ferreira Gullar sobre o título do poema.

“Em Visões de um Poema Sujo o olhar do fotógrafo se debruça sobre a musicalidade da poesia em cenas do cotidiano da cidade, objetos e pessoas. Há um relâmpago nos versos gullarianos, mesmo quando ele fala do lado obscuro da cidade, sua lama e podridão, seus cheiros e mangues. O artista procura e desnuda essa sujeira luminosa, lambe cores e sombras, portas, cadeiras, paredes, conversas, cascas, cristaleiras, terra, pele, água, barro, latas velhas, garfos, armários, muros, quitandas, quintais, entre formigas e rádios que dão notícia sobre a Segunda Guerra Mundial”, escreve Celso Borges, que assina um dos textos do livro.

Sobre a época em que foi escrito, no ano de 1975, Gullar diz: “Sentia-me dentro de um cerco que se fechava. Decidi, então, escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre”. Aqui, quaisquer semelhanças com os dias de hoje não são mera coincidência.

Márcio Vasconcelosnasceu em São Luís, Maranhão. Fotógrafo autodidata e independente, é autor dos livros Arte nas Mãos: Mestres Artesãos Maranhenses (Sebrae, 2007), Nagon Abioton – um estudo fotográfico e histórico sobre a Casa de Nagô (Programa Petrobras Cultural, 2009), Zeladores de Voduns do Benin ao Maranhão (Editora Pitomba, 2016, 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras da Fundação Cultural Palmares – Petrobras) e Na Trilha do Cangaçoo sertão que Lampião pisou (Vento Leste Editora, 2016, XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia). Premiado no XIV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia com o projeto Visões de um Poema Sujo, inspirado no poema de Ferreira Gullar.

Diógenes Moura 

nasceu em Recife, Pernambuco. É escritor, curador de fotografia e editor independente. Atualmente trabalha na edição de O Livro dos Monólogos – Recuperação para Ouvir Objetos, textos em formato de leituras dramáticas. Premiado no Brasil e no exterior, entre 1999 e 2013 foi Curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo, onde realizou exposições, edições de livros e reflexões sobre o pensamento fotográfico. Pesquisa desde a filosofia da palavra em tempos de cólera aos limites da imagem entre o ontem e o muito além. Só entende fotografia vendo-a como literatura.

Celso Borges 

é poeta, jornalista e letrista de São Luís (MA). Parceiro de Zeca Baleiro, Chico César, Fagner e Criolina, tem 11 livros de poesia publicados, entre eles Pelo Avesso, Persona Non Grata, XXIMúsica Belle Époque, os três últimos no formato de livro-CD. No palco, realizou os projetos Poesia Dub, com o jornalista Otávio Rodrigues; A Posição da Poesia é Oposição, com Christian Portela e Luiz Claudio e Sarau Cerol, com Beto Ehongue. Em 2010/2011 apresentou o programa Biotônico, na rádio Uol, ao lado de Zeca Baleiro e Otávio Rodrigues. Com Baleiro coproduziu o álbum A Palavra Acesa de José Chagas, com participação de Fagner, Ednardo, Lula Queiroga, Chico César etc. Tem poemas publicados nas revistas CoyotePoesia SempreOroboro Celuzlose. Foi curador da Feira do Livro de São Luís em 2013 e 2014.

<br />Imagem divulgação


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Exposição e livro de fotografia inspirados pelo "Poema Sujo", de Ferreira Gullar

happens
from 25/01/2017
to 31/03/2017

more
3ª a domingo, das 10h às 17h Entrada Gratuita

where
Museu Afro
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral s/n - Parque Ibirapuera - Portão 1
Terça-feira a domingo, das 10h às 17h - entrada gratuita
fone (11) 3320.8900

source
Juliana Gola
São Paulo, SP

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