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O cruzamento entre dois universos: por um lado o fazer artístico, seus procedimentos e métodos, sua sobrevivência, e, por outro, o centro da cidade de São Paulo, seus moradores, sua pulsão.

A videoinstalação apresentada na grande sala da galeria “Não existe ser sem fissura”, foi inspirada no livro “Sobrevivência dos Vaga-lumes”, escrito pelo historiador francês Georges Didi-Huberman, a partir do famoso “Artigo dos Vaga-Lumes” (1975), do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini.

Trata-se de uma leitura do último capítulo do livro, denominado “Imagens”, realizada em voz alta pela artista. A leitura foi feita na Praça da Sé, em plena luz do dia, sem autorização e captada em vídeo. A Sé, marco zero da cidade, centro das desigualdades sociais, agrupamento de uma comunidade anônima e palco de acontecimentos performáticos, políticos e religiosos foi escolhida para a ação, que se deu como um lampejo poético, uma prece, sem intervalos, formando um público espontâneo não esperado pela artista. O vídeo é uma homenagem à Sé, que é também o nome da galeria.

Para Huberman, os vagalumes articulam uma metáfora para as diversas formas de resistência da cultura, do pensamento e do corpo diante das luzes ofuscantes do poder da política, da mídia e da mercadoria. Para Maria Montero a Sé é local coligante para uma concentração de vagalumes, povos invisíveis. Ela considera que o artista contemporâneo ainda pode ser essa figura que representa a resistência. O vídeo foi cortado em pedaços (lampejos), reduzido e remontado de forma a criar um novo texto através da edição. 

Huberman oferece ao leitor uma espécie de panfleto onde defende a noção de sobrevivência da experiência e da imagem, traçando conexões entre vários campos de pensamento. O autor insiste na reformulação positiva de uma posição de vagalume resistente, fundada na ideia da sobrevivência da imagem como aparição única, preciosa e resistente ao domínio da cultura espetacular. 

Há outra videoinstalação composta por três projeções denominada “Träume” – “sonhos” em alemão. A artista caminha por diversas cidades de olhos fechados. Esse gesto poético foi filmado por André Sicuro entre 2011 e 2013. Uma proposição despropositada que celebra a ausência de projeto. O material foi revisitado em 2016, em ocasião dessa exposição, e três vídeos independentes foram editados a partir do mesmo material bruto. Exibidos lado a lado as imagens relacionam-se ao acaso, numa experiência visual vertiginosa.

Além das duas videoinstalações a mostra conta com impressões de imagens apropriadas da internet denominadas “Estados de exceção”. Decretada pelas autoridades em momentos de emergência nacional, é por definição uma situação oposta ao Estado de direito. Caracteriza-se pela suspensão de direitos e garantias constitucionais. Uma situação temporária de concentração de poderes que, durante sua vigência, aproxima um Estado sob regime democrático do autoritarismo onde o Poder Executivo pode tomar atitudes que limitem a liberdade dos cidadãos. Esse nome é também título de um livro de Giorgio Agamben, que discute tal situação. Nesse trabalho, porém, a artista propõe uma aproximação estética entre ícones da arte e da guerra, que acredita serem os reais territórios possíveis de exceção. 

A mostra apresenta ainda “Breve estudo sobre o machismo na arte, 2014-2016”, e a edição de fotografias “Ganha pão”, uma provocação sobre a própria condição do artista e seus modos de ganhar a vida.

<br />Imagem divulgação


Imagem divulgação

Maria Montero abre a exposição “Sobrevivência dos Vagalumes”

happens
from 25/01/2017
to 04/03/2017

where

Sé Galeria
R. Barão de Capanema, 208 - Cerqueira César, São Paulo - SP
(11) 3083-0074
e-mail

source
Via Expressa Comunicação
São Paulo, SP

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