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O autor procura desmistificar as viagens de moto, o perigo que a ela é atribuída e, assim, reduzir o medo e a ansiedade ligada ao uso da moto nas estradas

“Tudo começou em 1983 com um desses telefonemas chatos de telemarketing, um cara tentando me vender um consórcio de automóvel. (...) eu resolvi encerrar o papo dizendo que, na verdade, eu já estava farto de carros e, se fosse comprar um veículo novo, seria uma moto. (...) O engraçado é que eu tinha falado aquilo pro vendedor só pra cortar o papo pois, na verdade, eu detestava motos!”

A semente plantada há 27 anos na cabeça de José Albano, um dos maiores nomes da fotografia no Ceará, deu frutos. No ano seguinte comprou uma Honda 125cc, com a qual viaja até hoje pelas estradas do País. O mais novo fruto daquela conversa de telemarketing é Manual do Viajante Solitário (Terra da Luz Editorial, 2010. 112p), patrocinado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O lançamento acontece no dia 14 de agosto (domingo), às 18 horas, no estande da Livraria SARAIVA, na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. E no Dia Mundial da Fotografia (próximo dia 19, quinta-feira), às 19h, o livro será lançado em Fortaleza, no Centro Cultural Banco do Nordeste. 

“É mais perigoso usar a motocicleta na cidade do que na estrada”, comenta. “Quero dar a boa notícia de como tenho me dado bem com o meu estilo despojado de viajar”, diz o autor no prefácio intitulado “Moto de viagem?”.

Outro mito que José Albano põe na mesa é a moto ideal. “A melhor moto para viajar é a pequena, a comum, pois ela é mais barata, mais econômica, mais leve e tem mecânico e peça em qualquer lugar”, justifica. “E tem outra vantagem, a moto pequena corre pouco, então é menos perigosa”, continua.

Manual do Viajante Solitário não é uma narrativa de viagens. O autor não visa contar nada, mas dar dicas para motoqueiros e, para isso, cita fatos que aconteceram em mais de 20 anos nas estradas sobre duas rodas. É um manual prático, onde instiga o motociclista a viajar.

O livro é dividido em capítulos que proporcionam uma espécie de diálogo com o leitor. São questões, como “Por que uma 125cc?”, “E as viagens?”, “E o desconforto?”, “E o medo?”, “E a manutenção?”, “E os perigos?”, entre outras perguntas que levam o leitor às linhas seguintes, para saber as resposta de José Albano, que são apresentadas em uma linguagem coloquial, como uma boa conversa entre motociclistas.

...muita gente me pergunta quantos quilômetros eu faço por dia. Respondo: “Eu sei lá!... Depende!...” “Mas, em média, quantos quilômetros por dia?”, insistem. Respondo: “Só no fim de uma viagem, posso tirar uma média.” Mas confesso que não estou muito preocupado com esses números, não. O que posso dizer é que depende da viagem, da estrada, do clima, depende da minha disposição, da minha pressa, ou não, de chegar... Mesmo assim, depois de tantas viagens, posso dizer que rodo entre 350 e 450 km por dia, se você insiste em saber... Você acha pouco? Eu, não!”

Aprendi a dar uma resposta às inúmeras pessoas que me abordam com a frase: “Mas que coragem!”. A minha resposta é: “Coragem é a sua de ver a vida passar dentro de casa! Como é que você tem coragem de gastar a vida desse jeito?”

 

O livro é dedicado a J.E.R.M.L. Quem é? Nem José Albano sabe. Mas estava em um monumento erguido a esse motoqueiro falecido na estrada, nas proximidades de Icó, no Ceará. Como José Albano sabia que era motoqueiro? Tinha uma moto vermelha desenhada.   

Entre os vivos, o autor dedica o livro a Amarílio Rebouças, o “Bigode”, o mecânico da moto desde seus primeiros quilômetros até hoje. Foi ele quem deu o estalo para que o fotógrafo José Albano registrasse suas viagens quando disse: “Não se esqueça de tirar fotos quando cruzar uma divisa. É a prova que você tem de que esteve lá”. Conselho dado, conselho seguido. A primeira foto da primeira viagem está na página 37. Ela data de 1988 e foi feita na BR-222, na descida de Tianguá, no Maciço da Ibiapaba, Ceará.

Sobre José Albano

Nascido em Fortaleza, Ceará, em 1944, José Albano é fotógrafo desde 1967, quando cursava Letras na Universidade Federal do Ceará. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Manchete Press Agency, agência de notícias da Editora Bloch (1969-1970). Com bolsa da Comissão Fulbright, estudou nos Estados Unidos, onde obteve o mestrado em Fotografa para os Meios de Comunicação na Syracuse University, em Nova York. Exerceu o fotojornalismo percorrendo os Estados Unidos, o Canadá e 12 países da Europa.

De volta ao Ceará, trabalhou na Escala Publicidade durante cinco anos, até abrir seu próprio estúdio, onde passou a fazer fotografa profissional para o comércio e indústria cearense, ilustração fotográfica de livros, restauração e reprodução de fotos antigas, retratos, documentação da paisagem, ecologia e turismo no estado do Ceará.

Faz fotografia de expressão pessoal documentando o movimento alternativo em todo o Brasil, as viagens de motocicleta e os meninos do Projeto Albanitos. Seu trabalho autoral foi publicado no livro “José Albano 40 Anos de Fotografia” (Terra da Luz Editorial, 2009). Foi contemplado com dois prêmios pelo conjunto da sua obra. Faz documentação fotográfica, junto ao seu irmão Maurício Albano, para o projeto “Comida Ceará” do Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura. “E continuo fotografando tudo o que me interessa na vida... e não é pouco!”

Fotógrafo e motociclista José Albano lança “Manual Do Viajante Solitário” na Bienal do Livro

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in 14/08/2010

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domingo às 18h
Bienal do Livro, estande Livraria Saraiva

source
D2 Comunicação
São Paulo SP Brasil

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