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No dia da abertura, acontecerá uma performance com projeções, participação de bailarinos e a narração de um texto gravado pela artista.

Artista produziu obras de caráter contestatório e erótico no final dos anos 1960, tendo sido uma das primeiras artistas brasileiras a tratar de temas de gênero e a defender os direitos e a liberdade sexual da mulher.

A exposição, organizada agora pelo MASP, é sua primeira grande individual em mais de 40 anos.

Inaugurando um eixo temático sobre sexualidade, que reunirá vasta programação de exposições, o MASP apresenta, a partir de 27 de abril, a mostra Quem tem medo de Teresinha Soares?, com mais de 50 obras do intenso período produtivo da artista mineira Teresinha Soares (Araxá, 1927), que se deu entre 1965 e 1976. Esta será a primeira exposição panorâmica de Soares em um museu, tanto no Brasil quanto no exterior, e é também sua primeira grande individual em mais de 40 anos.  O título da mostra faz menção à célebre peça Quem tem medo de Virgina Woolf?, de Edward Albee, e faz referência aos tabus comportamentais que a obra de Teresinha Soares enfrenta ao se contrapor ao machismo da sociedade e do meio da arte.

Quem tem medo de Teresinha Soares? ocupa o 2º subsolo do museu com pinturas, desenhos, gravuras, caixas-objetos, relevos e instalações, além de documentação fotográfica sobre as performances e happenings pioneiros da artista. A mostra procura trazer luz à produção pouco conhecida de uma das artistas brasileiras mais polêmicas e contestadoras dos anos 1960-70, que naquele período ocupou com grande destaque os meios de comunicação. Personalidade feminina potente e emancipada, Soares é também escritora e defensora dos direitos das mulheres, somando à sua biografia o cargo de primeira vereadora eleita de sua cidade natal, além de miss, funcionária pública e professora.

Artista precursora ao abordar em seu trabalho temas de gênero, como a liberação sexual feminina, a violência contra a mulher, a maternidade e a prostituição, Soares também fez obras lidando com acontecimentos políticos, como na série de pinturas Vietnã (1968), em que apresenta uma original e irreverente abordagem sobre o tema. A representação do corpo é um dos motivos mais recorrentes da obra da artista, abrangendo desde o erotismo e o sexo, até o nascimento, a morte e a relação com a natureza.

Na obra Eurótica (1970), constituída de um álbum de serigrafias feito a partir de desenhos de linha e impresso em papéis de diferentes cores, uma variedade de posições sexuais se configura a partir de combinações de corpos em diferentes interações libidinosas. A partir desses desenhos eróticos, Soares desenvolveu Corpo a corpo in cor-pus meus (1971), sua primeira grande instalação, que representa um marco em sua carreira. Aberta à participação do espectador, a obra é  composta de quatro módulos de alturas variadas, feitos de madeira pintada de branco, como uma espécie de tablado em forma sinuosa, que ocupam 24 m2 do espaço. No dia da abertura, uma performance será realizada para inaugurar a obra, assim como a que Soares realizou no Salão Nobre do Museu de Arte da Pampulha, em 1970, com a participação de bailarinos e a narração de um texto gravado por ela.

Embora seja possível relacionar a obra de Soares a algumas tendências dos anos 1960, como a arte pop global, o nouveau réalisme e a nova objetividade brasileira, a artista sempre insistiu em um caráter espontâneo e pessoal para sua linguagem. Ainda hoje, seu trabalho é pouco conhecido do grande público brasileiro, apesar de Soares ter participado ativamente do circuito de arte por dez anos, tendo realizado exposições em galerias, salões e bienais. Atualmente, tem cada vez mais integrado exposições internacionais que a contextualizam no marco da nova figuração dos anos 1960, bem como no da arte política: The EY Exhibition: The World Goes Pop (Tate Modern, Londres, 2015), Arte Vida (Rio de Janeiro, 2014) e Radical Women: Latin American Art, 1960-1985 (Hammer Museum, Los Angeles, 2017).

Para o curador da exposição Rodrigo Moura, “se hoje seu trabalho começa a ser mais reconhecido, inclusive internacionalmente, uma exposição que acompanha sua trajetória de perto e analisa a evolução de sua linguagem contribui não apenas para esse reconhecimento, mas também para entender os mecanismos e as metodologias que informam uma prática feminista no contexto brasileiro daquele período.” Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, comenta a relevância da mostra: “É um privilégio para o MASP apresentar a primeira exposição panorâmica da artista. Assim o museu cumpre um papel crucial, o de apresentar ao grande público uma obra que deve ser considerada e reinscrita na história recente da arte brasileira.”

Quem tem medo de Teresinha Soares? insere-se no contexto da programação de 2017 do Museu, dedicada à temática da sexualidade. Em torno da mostra Histórias da sexualidade, que contará com obras de diferentes períodos e acervos, serão apresentadas exposições monográficas de artistas brasileiros e internacionais, cujas trabalhos suscitam questionamentos sobre corporalidade, desejo, sensualidade, erotismo, feminismo, questões de gênero, entre outros. Após a de Teresinha Soares, seguem-se individuais de Wanda Pimentel, Henri de Toulouse-Lautrec, Miguel Rio Branco, Guerrilla Girls, Pedro Correia de Araújo e Tunga.

Catálogo

Simultaneamente à exposição, o MASP edita o primeiro grande catálogo monográfico da artista (R$ 150, 272 pp.), que será lançado na abertura da exposição. O livro tem organização editorial de Adriano Pedrosa e Rodrigo Moura e reúne mais de 200 ilustrações, entre obras de Teresinha Soares, documentos de época e obras de outros artistas, além de textos inéditos dos curadores da exposição, da própria artista e de quatro críticos convidados. Os autores analisam a obra pioneira de Soares e a contextualizam ao lado da produção de outros artistas trabalhando no Brasil e internacionalmente, no mesmo período.

Constituem o catálogo os seguintes textos: “Quem tem medo de Teresinha Soares?”, de Rodrigo Moura; “A arte erótica singular de Teresinha Soares”, de Cecilia Fajardo-Hill; “Realista e erótica, minha arte é como a cruz para o capeta”, de Frederico Morais; “O corpo na poética de Teresinha Soares”, de Marília Andrés Ribeiro; “’Acontecências’: devir-mulher nos jornais de Teresinha Soares”, de Camila Bechelany; “Um pop pantagruélico: a ‘arte erótica de contestação’ de Teresinha Soares”, de Sofia Gotti; além de entrevista de Teresinha Soares a Rodrigo Moura e Camila Bechelany e as crônicas de Teresinha Soares “Amo São Paulo” (1968), “Cor-pus meus versus o mar” (1971) e “O impossível acontece” (1973).

Quem tem medo de Teresinha Soares? tem curadoria de Rodrigo Moura, curador-adjunto de arte brasileira do MASP, e Camila Bechelany, curadora-assistente do MASP. O escritório de arquitetura METRO Arquitetos Associados assina a expografia da mostra.

Teresinha Soares - Casa Suspeita

Teresinha Soares - Casa Suspeita

Teresinha Soares - Entre o barroco e o moderno

Teresinha Soares - Entre o barroco e o moderno

Teresinha Soares - Ele e ela

Teresinha Soares - Ele e ela

Teresinha Soares - Caixa de fazer amor

Teresinha Soares - Caixa de fazer amor

Teresinha Soares em seu ateliê em 1968

Teresinha Soares em seu ateliê em 1968

Retrospectiva de Teresinha Soares, no MASP

happens
from 28/04/2017
to 06/08/2017

opening
27 de abril, 20h

where
MASP
Museu de Arte de São Paulo
Avenida Paulista, 1578 Cerqueira César
São Paulo SP Brasil
Terças, quartas, sextas, sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h (bilheteria aberta até às 17h). Quintas-feiras, das 11h às 20h (bilheteria até às 19h)
(11) 3251 5644
e-mail

source
Bárbara Bragato
São Paulo, SP

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