Vencedor da 2ª edição do Festival de Teatro Cidade de São Paulo, o espetáculo é encenado pela Cia Amante de Teatro e dirigido por Eduardo de Paula

“Homens de Papel” foi uma das 15 peças adultas selecionadas entre as quase 400 avaliadas pela comissão organizadora do Festival que reuniu espetáculos de autores inéditos, clássicos e contemporâneos. Alguns  produzidos e encenados por grupos e artistas jovens, que lutam para conquistar seu espaço, como é o caso do elenco de Homens de Papel. Já boa parte dos espetáculos que concorreram no Festival era formada por grupos profissionais .

Encenada pela Cia Amante de Teatro - atores e atrizes que integram o elenco do Teatro Escola Macunaíma - “Homens de Papel” é a segunda das três montagens do grupo que está junto há dois anos e ensaiou durante seis meses . Escrita por Plínio Marcos em 1968, aborda uma temática atual até os dias de hoje.  O texto é a metáfora da conduta do ser humano na sociedade. Onde está a verdadeira pobreza? Nos catadores de papel marginalizados pelos cantos da cidade ou está ao nosso lado, em nosso trabalho, em nossa casa, na pobreza de nossas ações?  

A montagem da Cia Amante de Teatro foi concebida com a proposta de gerar interação com os espectadores, trazendo-os para dentro do clima da peça. Baseado num forte trabalho corporal e em improvisações, o jogo da arte se revelou multifacetado, abrindo espaço para utilização de projeção de imagens e execução de sonoridades ao vivo.  Para reforçar uma ambientação contextual, no começo do espetáculo é projetado o filme ”Ilha das Flores”, premiado curta-metragem brasileiro escrito e dirigido pelo  cineasta Jorge Furtado em 1989. O documentário mostra de forma ácida e com uma  linguagem quase científica, a economia que gera relações desiguais entre os  seres humanos. Uma curiosidade sobre Homens de Papel, é que em sua primeira montagem em 1968,encenada no Teatro Maria Della Costa,  o elenco original trazia artistas como Elias Gleizer (no papel de Berrão), Maria Della Costa (como Nhanha) e Walderez de Barros (como Gá.