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O Espaço Cultural Citi, a galeria de arte da Avenida Paulista, a exposição que reune uma série de desenhos inéditos de um dos maiores artistas das artes visuais do país, nascido em 8/11/1922, em Ingazeiras, Ceará e falecido em 15/2/2006, em São Paulo

A mostra terá como estrutura básica as dezenas de desenhos, esboços, anotações e estudos, feitos pelo artista ao longo da vida. Os desenhos serão mostrados de dois modos: originais: expostos montados em pranchas e vitrines, têm formatos pequenos, desde pedaços de papel de menos de 10 cm a folhas de papel ofício; e em plotagens em formatos grandes de desenhos selecionados pelo curador Jacob Klintowitz, respeitando as proporções originais. A mostra permanecerá no Espaço Cultural Citi até 19 de novembro.

Segundo Klintowitz, Aldemir Martins “foi um dos maiores desenhistas da história da arte brasileira, um dos grandes desenhistas do século vinte e o primeiro brasileiro a obter um Grande Prêmio de Desenho na Bienal de Veneza, em 1956. Esses desenhos nunca exibidos publicamente, têm grande força expressiva pela qualidade e espontaneidade. O público terá a visão do original e do tamanho maior, numa relação rica, como se estivessem vivenciando o processo de criação. E para todos os públicos haverá a satisfação de se apreciar pela primeira vez estas preciosidades de alta qualidade”.

O Espaço Cultural Citi é uma galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas que trafegam pela Avenida Paulista e região. O espaço mantém a sua vocação de mostrar obras de arte no centro vital de São Paulo. Desde 2005, passaram por ali as obras de nomes consagrados, como Rubens Gerchman, Luiz Paulo Baravelli, Gregório Gruber, Romero Britto, Newton Mesquita, Odetto Guersoni, Ivald Granato, Takashi Fukushima, Caciporé Torres, Sérgio Lucena, Antonio Peticov, Maurício de Sousa e Shoko Suzuki, além de jovens que se firmam como Luciana Maas, Maurício Parra, Carola Trimano e Manu Maltez.

Rastros de um olhar para dentro, por Jacob Klintowitz

Estes desenhos são anotações e rabiscos selecionados por Aldemir Martins (1922-2006) e utilizados diuturnamente por ele. De certa maneira, são riscos despretensiosos, já que não se destinavam à nada, senão à permanecerem como memória no presente. Eles foram feitos e viveram para que o artista nunca se esquecesse do vislumbre de uma forma que ele pressentiu num certo dia. Rastros de um olhar para dentro. Um instante em que o artista contemplou a sua própria alma. E é à esta suprema intimidade da arte e do artista que agora temos acesso.

Contemplar o desenho de Aldemir Martins é penetrar num raro universo de astros de luz própria, no qual podemos encontrar os seus pares, artistas como Paul Klee, Jackson Pollock, Marc Chagall, Pablo Picasso, Henri Matisse, Henry Moore, Juan Miró, David Hockney e Francis Bacon.

A linha fluiu com tanto fulgor que causa espanto que ela seja somente constituída de grafite, carvão ou nanquim. É tão comum hoje o uso de materiais fantasiosos para conseguir brilhos, relevo e luminosidade na tela ou no papel, muitos deles produtos de vida breve utilizados na decoração de festas populares, e, de repente, percebe-se que nada disto é necessário, basta um lápis e uma folha de papel.

O desenho de Aldemir Martins revela a densidade e o significado oculto do objeto. Ali está o objeto e o paradigma platônico do objeto, a coisa e o símbolo da coisa, o contorno do ser e a representação perene dele. O desenho do artista, tão material como a matéria, revela a essência. No gesto feito no infinito do instante o universo está contido no desenho de um “galo”. A “cabra” revela a glória da natureza que gerou esta virtude da forma perfeita e gerou o artista capaz de definir o mundo num traço. O todo talvez esteja contido inteiramente na parte. Este é um paradoxo encantador, a possibilidade de encontrarmos o macro no micro.

Durante tantos anos os artistas e os teóricos almejaram a arte total e ora a localizavam no teatro, na ópera, no cinema, ora nos ambientes e instalações, em passadas, atuais e futuras tecnologias e, sem mais aquela, descobrimos que um desenho, uma linha negra sobre a folha branca, - uma cabra, um galo, um pássaro, um homem imantado pelo agreste – pode ser a arte total.

local

O Espaço Cultural Citi
Av. Paulista, 1111, térreo
fone 11.4009.3000
Aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas.
Acesso a pessoas com deficiência física pela Alameda Santos, 1146.
Entrada gratuita. 

biografiado artirsta

Aldemir Martins começa a desenhar ainda no Colégio Militar, que freqüenta desde 1934. Na década de 1940, trabalha como artista em Fortaleza, ao mesmo tempo que busca atualizar o então incipiente meio artístico da cidade. No princípio da carreira, em 1941, ajuda a criar o Centro Cultural de Belas Artes, com Antonio Bandeira, Raimundo Cela, Inimá de Paula e Mário Baratta. O grupo monta um espaço para exposições permanentes, organiza salões e cursos de arte. Três anos depois, a instituição passa a chamar-se Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP. Aldemir Martins produz desenhos, xilogravuras, aquarelas, pinturas e colabora, a partir de 1943, como ilustrador na imprensa cearense.

Em 1945, segue para o Rio de Janeiro com Bandeira, Roberto Feitosa e de Paula. Na cidade, participa de uma coletiva de artistas cearenses na Galeria Askanasy, organizada pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz. Menos de um ano depois, muda-se para São Paulo, onde realiza sua primeira individual, em 1946, no Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/SP; e retoma a carreira de ilustrador. Entre 1949 e 1951 freqüenta os cursos do MASP, e se torna monitor da instituição. Lá estuda história da arte com Pietro Maria Bardi e gravura com Poty Lazzarotto. Durante o curso, produz o álbum de gravuras Cenas da Seca do Nordeste, com prefácio de Rachel de Queiroz. Os trabalhos mostram grande influência de Candido Portinari, tanto no tratamento do tema como no traço. Em 1951, faz desenhos de paus-de-arara, rendeiras e cangaceiros. Esse trabalho recebe o prêmio aquisição para desenho na 1ª. Bienal Internacional de São Paulo.

Dois anos mais tarde, faz o cenário da peça Lampião, de Rachel de Queiroz. Em 1956, sua carreira atinge o ápice ao ser premiado como melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza e expor em diversas partes do mundo. Na década de 1960, trabalha muito com arte aplicada a objetos comerciais. Em 1962, cria cenário para o 1º Festival da MPB, da TV Record, e elabora estampas para tecidos da Rhodia Têxtil. Faz ilustrações dos aparelhos de jantar da série Goyana de Cora. A partir da segunda metade dos anos de 1960, Martins faz esculturas de cerâmica e acrílico, além de jóias em ouro e prata. Em 1969, ilustra bilhetes de loteria. Seis anos mais tarde cria a imagem de abertura da telenovela Gabriela, da rede Globo. Em 1981, repete a experiência na abertura da telenovela Terras do Sem Fim. Nos anos 1980, ilustra jogos de mesa, camisetas e latas de sorvete da Kibon.

Desde o início da carreira sua produção é figurativa, e o artista emprega um repertório formal constantemente retomado: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas. Nas pinturas emprega cores intensas e contrastantes.

<br />Imagem Divulgação


Imagem Divulgação

Anotações Visuais

happens
from 04/10/2010
to 19/11/2010

source
Assessoria de Imprensa da Exposição
São Paulo SP Brasil

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