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A qualidade das obras gerou dois empates na votação do Júri Intermediário, elevando de 12 para 14 o número de finalistas. O Júri Final chegará às quatro obras finalista cujos autores receberão a premiação em dezembro, em cerimônia no Auditório Ibirapuera.

O Itaú Cultural divulga em seu site, dia 11 de novembro (quarta-feira) às 10h, os finalistas para o Oceanos 2015 – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa

Reunido ontem, durante todo o dia no instituto, o júri — formado por Eduardo Sterzi, Eliane Robert de Moraes, Eneida Maria de Souza, Ítalo Moriconi, Josélia Aguiar, Luiz Costa Lima, Regina Zilberman, Sérgio Alcides; e pelos curadores Noemi Jaffé, Rodrigo Lacerda e Selma Caetano — discutiu os 63 classificados na etapa anterior. Não houve unanimidade e 36 livros entre os concorrentes obtiveram votos.  Foi uma disputa acirrada, quase ponto a ponto. Por isso os finalistas são 14 e não 12, como usual, pois três livros ficaram empatados.

Até 7 de dezembro, os mesmos jurados farão nova leitura e avaliação das obras para eleger os quatro finalistas que serão anunciados em cerimônia no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer no dia 8 daquele mês.

Para a curadora do Oceanos, Selma Caetano, o fato de os jurados analisarem os livros e não os seus autores, explica porque entre os classificados estão notáveis da literatura lusófona, como Sérgio Sant’Anna, Valter Hugo Mãe e Chico Buarque, e autores menos conhecidos como Estevão Azevedo, Flávio Cafieiro e Luci Colli (veja lista abaixo). “A carreira literária ou a importância no panorama literário não foi analisada e sim a obra desvinculada de toda a produção do autor”, diz.

Assim como ocorreu na mais recente reunião do Conselho Consultivo do Oceanos, nesta a questão do relacionamento do prêmio com os escritores portugueses e africanos foi discutida. Conselho, Júri e a Gestão do prêmio, formada por Selma e Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Literatura do Itaú Cultural, chegaram a um consenso da necessidade de se rediscutir estratégias e aperfeiçoar os instrumentos de participação desses escritores, o que reforça o caráter lusófono da premiação.

“Oceanos deve crescer em vários sentidos em 2016, da sua influência no debate literário e cultural no Brasil ao aprofundamento da participação mais efetiva dos livros escritos originalmente em língua portuguesa”, observa Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural adiantando que a gestão do prêmio já está se movimentando nesse sentido.

O prêmio

O Itaú Cultural anunciou a abertura das inscrições ao Oceanos em junho, depois de reunião realizada no instituto pelo conselho formado pelos estudiosos de literatura Antonio Carlos Secchin, Beatriz Resende, Benjamim Abdala Jr., Flora Sussekind, José Castello, Leyla Perrone-Moisés, Lourival Holanda e Manuel da Costa Pinto, em diálogo com o Itaú Cultural, representado por Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura da instituição. Na ocasião, eles avaliaram e aperfeiçoaram a estrutura original deste prêmio criado em 2003.

Oceanos tem formato similar ao que vinha sendo executado, com o acréscimo de aperfeiçoamentos. A partir desta edição, por exemplo, a inscrição ao prêmio não se dividiu em categorias. Embora valorizando-se cada gênero em suas singularidades, o conselho, a curadoria e o Itaú Cultural entenderam que hoje os textos se indefinem pela mescla de registros e optaram pelo impacto da criação como um todo.  O valor da soma dos quatro prêmios finalistas também foi alterado, passando de R$ 200 mil para R$ 230 mil.

Além da capacidade e credibilidade da curadora Selma Caetano e do Conselho do prêmio, o Oceanos 2015 se ancora na estrutura do Itaú Cultural e sua tradição em trabalhar com literatura brasileira, proveniente de programas como o ConexõesMapeamento da literatura brasileira no exterior e o Rumos, nas áreas de Literatura e Jornalismo Cultural. Em consequência alimenta as suas redes que debatem e trocam experiências no segmento literário.

Estrutura

Na primeira etapa, a curadoria indicou o Júri Inicial, validado pelo Conselho e formado por 100 estudiosos da literatura. Por votação on line, este júri elegeu os 63 semifinalistas do total de 592 livros inscritos. Elegeu também oito jurados entre seus membros para, com a curadoria, avaliar as obras selecionadas nesta etapa.

Na segunda etapa, o Júri Intermediário, formado pela Curadoria e pelos oito jurados eleitos na etapa anterior, avaliou as 63 obras classificadas na etapa anterior e elegeu entre elas 14 finalistas, dos quais, por fim, na terceira etapa, o júri final escolherá os quatro vencedores.

O Itaú e a literatura

Como correalizador do Oceanos, o Itaú Cultural faz parte do processo, estabelecendo vários diálogos com os projetos tradicionais da instituição, como os citados acima, e a história do prêmio. Vale lembrar que o Banco Itaú também tem atuação diferenciada na área ao patrocinar festas e feiras literárias, como a Flip, Flupp e Fliporto, e estabelece outras ações de estímulo à leitura por meio da Fundação Itaú Social.

Os selecionadosA seguir, um comentário sobre cada livro produzido durante a reunião de análise das obras. Os finalistas se encontram em ordem alfabética:

A Calma Dos Dias, de Rodrigo Naves (Companhia das Letras)

O autor transgride a fronteira entre gêneros que em princípio são não-ficcionais, como o ensaio curto, o fragmento, o aforismo e a anotação fortuita de reflexões sobre a vida e o cotidiano aproximando-se às vezes, da crônica. O resultado, porém, atrai para o conjunto uma inesperada atmosfera de ficcionalidade. 

 A Desumanização, de Valter Hugo Mãe (Cosac&Naify)

 Valter Hugo Mãe ambienta o seu sexto romance na Islândia onde vive uma grande sofisticação espiritual. A desumanização personifica a solidão humana na história dolorosa de uma menina que perde sua metade gêmea.

A Primeira História Do Mundo, de Alberto Mussa (Record)

A obra reconta o primeiro assassinato da cidade do RJ ocorrido em 1567. Para isso, o autor combina, de forma habilidosa, romance, ensaio e antropologia, convocando a mitologia a iluminar os pontos obscuros da história. 

Dez Centímetros Acima Do Chão, de Flavio Cafieiro (Cosac&Naify)

Com virtuosismo de estilo, o autor escreve contos de grande trabalho autoral, em que o tratamento empresta originalidade até a temáticas aparentemente banais.

Mil Rosas Roubadas, de Silviano Santiago (Companhia das Letras)

Romance de profunda dramaticidade, elaboração autobiográfica e biográfica, no limite entre ensaio e ficção, revela uma resolução narrativa inovadora na obra do autor. 

O Homem-Mulher, de Sérgio Sant'Anna (Companhia das Letras)

O escritor contemporâneo brasileiro emprega o erótico não como tema espetaculoso, mas como parte de uma sinfonia pastoral que, principiando por uma cena carnavalesca-erótica em um cemitério, termina com a harmonia alcançada entre a demência pela derrota no futebol e o encanto por uma bailarina.

Ondas Curtas, de Alcides Villaça (Cosac&Naify)

Poemas da mais pura tradição modernista nos quais se combinam erudição e cultura popular, humor e lirismo. 

O Irmão Alemão, de Chico Buarque (Companhia das Letras)

Romance que enganosamente aproveita elementos autobiográficos – mas é o exercício arguto da ficção que lhe permite abordar com mais vigor aspectos conflituosos, seja da vida familiar, seja da história do país. 

Por Escrito, de Elvira Vigna (Companhia das Letras)

A autora presenta um grande trabalho de ousadia estilística, além de enfrentar temas difíceis com uma agressividade inédita no gênero. 

Querer Falar, de Luci Collin (7 Letras)

Livro de poemas de uma autora ainda pouco conhecida que gira entorno de eixo fornecido por dois planos: o que se dá, enquanto se vê, e o que se espera. 

Saccola de Feira, de Glauco Mattoso (NVersos)

Um livro no qual o passado e o presente da língua se encontram, com a forma fixa dos sonetos sendo renovada pela veia erótica.

Tempo De Espalhar Pedras, de Estevão Azevedo (Cosac&Naify)

Na contramão do romance urbano, que marca fortemente sua geração, Estevão Azevedo revisita o Brasil profundo com uma história de amor e de poder, que tem o garimpo como pano de fundo. Romance que aposta no tom telúrico, revela um autor com notável domínio da narrativa.

Totem, de André Valias

Constrói um dos grandes poemas políticos de nosso tempo a partir de uma experimentação radical que abarca a própria forma do livro. Trata-se de uma obra de resistência e sobretudo de afirmação da indianidade, precisamente em um momento de acirramento da violência contra as populações indígenas e de assalto contra os seus direitos. 

Um Teste de Resistores, de Marilia Garcia (7 Letras)

Livro de poesia inovador que estende as possibilidades do verso, aproximando-o da prosa sem nela transformar-se, mas multiplicando suas possibilidades rítmicas aborda com habilidade as relações entre experiências de vida e de formação literária, da formação literária como experiência de vida. 

Perfil dos juradosEduardo Sterzi
poeta, crítico literário e professor de teoria literária na Unicamp. Autor dos livros de poesia Prosa e Aleijão e dos ensaios Por que ler Dante e A prova dos nove, entre outros.

Eliane Robert Moraes
professora de literatura brasileira da Universidade de São Paulo (USP). Organizou a Antologia da poesia erótica brasileira e atualmente se dedica a investigar as formas do excesso na prosa de ficção brasileira dos séculos XX e XXI.

Eneida Maria de Souza
professora de teoria da literatura na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tem vários livros de ensaio e crítica literária publicados, entre eles A pedra mágica do discurso; Pedro Nava, o risco da memória; e Tempo de pós-crítica.

Ítalo Moriconi
poeta, escritor e professor.  Atualmente, dirige a Editora da UERJ, onde coordena a coleção “Ciranda da Poesia”, com 21 volumes publicados de crítica de poesia contemporânea. É organizador de antologias, como Cem contos brasileiros do século, e autor de Ana Cristina Cesar - O sangue de uma poeta.

Josélia Aguiar
jornalista, especializada em livros e literatura. Escreve para o jornal Valor Econômico. Assinou uma coluna e um blog de livros na Folha de S. Paulo, e editou a EntreLivros, revista mensal de livros já extinta.

Luiz Costa Lima
professor emérito da PUC-RJ. Lecionou em várias universidades americanas e europeias. Autor de mais de 20 livros, muitos traduzidos para o inglês e o alemão, como História. Ficção. Literatura; Vida e mímesis; Trilogia do controle; e Mimesis: desafio ao pensamento.

Regina Zilberman
pesquisadora e professora de literatura brasileira e portuguesa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui mais de vinte livros publicados nas áreas da crítica literária e do ensino da literatura.

Sergio Alcides
professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), poeta, crítico literário e tradutor. Autor dos livros de poesia Nada a ver com a lua, O ar das cidades e Píer

Curadores

Noemi Jaffe
jornalista e crítica literária do jornal Folha de S. Paulo. Autora de A verdadeira história do alfabeto e O que os cegos estão sonhando? Companhia das Letras; Quando nada está acontecendo, Hedra, entre outras obras.

Rodrigo Lacerda
editor e escritor.  Autor de O mistério do leão rampante, Ateliê; Vista do Rio e O fazedor de velhos, Cosac Naify; Outra vida, Alfaguara; A república das abelhas, Companhia das Letras, entre outros livros.

Selma Caetano
curadora e produtora cultural. Organizadora, junto com José Castello, de O livro das palavras – conversas com escritores, coletânea de entrevistas, textos críticos e biografias de 27 escritores lusófonos, Editora Leya; e autora de  Graciliano Ramos: biografia ilustrada, Record.

Itaú Cultural divulga os finalistas do Oceanos 2015

source
Larissa Corrêa / Conteúdo Comunicação
São Paulo SP

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