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A obra, publicada em e-book no fim de 2015, reúne histórias de construção das habitações pelos próprios moradores das ocupações de Belo Horizonte.
A obra é resultado de projeto de extensão iniciado há sete anos, quando o Grupo Praxis se aproximou de famílias de autoconstrutores das ocupações Irmã Dorothy e Eliana Silva. "O processo é dialógico. A Universidade vai às ocupações, e os moradores também vêm a UFMG, onde participam de workshops, palestras e trabalhos conjuntos. É um processo que propicia transformação do saber tanto da Universidade e dos pesquisadores envolvidos quanto dos moradores e seus familiares”, explica Denise Morado, que coordena o Grupo Praxis.
Ainda segundo Denise, foi desenvolvida assessoria técnica por meio de parceria com os moradores. O trabalho é respaldado pela Lei Federal 11.888/08, que determina que as famílias com renda mensal de até três salários mínimos, residentes em áreas urbanas ou rurais, têm direito a assistência técnica pública e gratuita para projeto e construção de habitações de interesse social.
O livro registra os diálogos estabelecidos entre professores, pesquisadores e estudantes de arquitetura e os autoconstrutores de casas e bairros em ocupações. “Trata-se de registro de cinco anos de trabalho nas ocupações, uma parceria com os moradores que possibilita refletir sobre uma cidade que registra déficit de 60 mil unidades habitacionais e uma política habitacional que não consegue resolver o problema”, diz a pesquisadora.
Com apoio da Pró-reitoria de Extensão da UFMG, da Fapemig, da Capes e do CNPq, a iniciativa conta com a colaboração de bolsistas de extensão e de iniciação científica, além de mestrandos e doutorandos.