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De 30 de junho a 7 de setembro, os bancos da Coleção BEI compõem a exposição Bancos Indígenas do Brasil no Museu Teien, em Tóquio (Japão), com expografia do arquiteto japonês Toyo Ito. O evento de abertura contará com a presença de Mayawari Menhinaku, artista da etnia Mehinaku que representará os povos indígenas brasileiros. O Museu Teien é uma construção art déco de 1933, antiga residência oficial do príncipe e do primeiro-ministro japonês. O prédio foi projetado por Gondo Yukichi, com interiores de Henri Rapin e vidros decorativos de René Lalique. Em 2014, o Museu foi reformado e ganhou um anexo contemporâneo de cuja concepção participo o fotógrafo e arquiteto Hiroshi Sugimoto. O Museu Teien, dessa forma, reflete a troca de influências entre a arte e a arquitetura japonesas e ocidentais – uma interrelação retomada nesta exposição, que celebra os 110 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao nosso país. O projeto expográfico da mostra é do arquiteto Toyo Ito, detentor do prêmio Pritzker de Arquitetura de 2013. No Brasil, a exposição com cerca de 70 peças segue aberta no Pavilhão Japonês, construção localizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e inspirada no Palácio Katsura, de Kioto. A expografia da designer Claudia Moreira Salles e dos arquitetos Eiji Hayakawa e Gabriel Bueno revela a sofisticação e a importância cultural dos bancos: alguns são zoomórficos, representando animais da fauna brasileira; outros são assentos mais convencionais, lixados com esmero, pintados com pigmentos naturais, decorados com grafismos ou entalhes. Em todos, os aspectos utilitários e decorativos conciliam-se à dimensão simbólica, de forma que as peças espelham o universo cultural, os mitos e a cosmologia das etnias que as fabricam. Os bancos foram produzidos por povos de várias regiões do alto e baixo Xingu, sul da Amazônia, Centro-Oeste, norte do Pará, Guianas e noroeste amazônico. Nesse movimento de aproximação entre a arte indígena e a japonesa, os organizadores pretendem expor a forma como ambas, cada um a seu modo, cultivam o rigor e, ao mesmo tempo que reverenciam a tradição, assimilam as transformações trazidas por nossa época — os índios, por exemplo, hoje usam ferramentas e introduzem inovações em sua arte, mas mantêm-se fiéis aos ensinamentos de seus antepassados. Ambas compartilham, ainda, um intenso sentido de integração com a natureza, traduzido pelo uso sustentável da madeira. A exposição, portanto, constitui um olhar multicultural sobre a relação entre a matéria-prima e a obra final, o uso do material e sua preservação, a natureza e o fazer artístico. Por sua abrangência e variedade, a exposição Bancos Indígenas do Brasil toca em uma ampla variedade de temas, revelando pontos de conexão entre a arte indígena e mostrando ao público a potência criativa e o apuro estético dos povos tradicionais. |