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A gestão irá se dar de forma colaborativa, na proposição de políticas, programas, projetos e ações de caráter educativo, cultural, turístico, econômico ou social

Reconhecido como Patrimônio Mundial em 2017, o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro (RJ), é o lugar de memória da escravidão mais completo que se conhece no mundo. A partir de 31 de agosto, o sítio terá um Comitê Gestor, que será responsável pela implementação das iniciativas de preservação do local. Algumas delas fazem parte do Plano de Gestão do Valongo, elaborado desde o reconhecimento pela Unesco, que inclui um Centro de Interpretação sobre a história e valores ali preservados, o tratamento paisagístico, sinalização, projeto educativo e pesquisa arqueológica.

A gestão irá se dar de forma colaborativa, na proposição de políticas, programas, projetos e ações de caráter educativo, cultural, turístico, econômico ou social. A posse e a primeira reunião do Comitê Gestor será no auditório da superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), às 11h, no Centro do Rio de Janeiro.

Fazem parte do Comitê oito instituições públicas. Das três esferas de governo são Iphan, Fundação Cultural Palmares, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp), Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur). Integram, ainda, outras nove organizações da sociedade civil, como o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro e instituições voltadas para a valorização da cultura afro-brasileira.

Lugar de memória da escravidão

O Cais do Valongo foi o principal porto de entrada de escravos no Brasil e nas Américas. O Brasil recebeu perto de quatro milhões de escravos, durante os mais de três séculos de regime de escravidão do país. Pelo Cais do Valongo, na região portuária da cidade do Rio de Janeiro, passaram cerca de um milhão de africanos escravizados, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo. O local é hoje é um sítio arqueológico aberto à visitação pública, que integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, na região portuária da cidade do Rio de Janeiro.

Revelado, em 2011, durante as obras do Porto Maravilha, que abrange uma área de cinco milhões de metros quadrados, o Cais foi construído em 1811, para desembarque e comércio de africanos escravizados que eram levados para as plantações brasileiras de café, fumo e açúcar. Os que ficavam na capital, geralmente eram os escravos domésticos ou aqueles usados como força de trabalho nas obras públicas.

Plano de gestão

O reconhecimento como Patrimônio Mundial se deu porque o Cais do Valongo é um testemunho de uma história que a humanidade não pode esquecer. O sítio arqueológico tem importância não apenas para a história brasileira, mas também para a história do mundo.

Em decorrência do título, o Comitê Gestor deverá atuar para desenvolver uma série de medidas de valorização do sítio, já previstas no plano de Gestão:

Centro de Interpretação

A implantação de um Centro de Interpretação terá como propósito centralizar as informações para o visitante, além da exposição de parte do acervo arqueológico encontrado nas escavações.

Sinalização e tratamento paisagístico

O projeto de sinalização explicativa do Cais do Valongo deverá contar com a instalação de piso diferenciado, que indica pontos de referência no sítio. A proposta é adotar uma linguagem visual comum, com referência ao conjunto da obra, que facilite a leitura por parte do visitante.

Educação Patrimonial

A exemplo do programa do Museu de Arte do Rio, de aproximação com a Região Portuária, sua relação da Pequena África e a matriz histórica e cultural na região, o plano de Gestão prevê o desenvolvimento de jornadas de educação. Poderão ser criados espaços de debates, trocas de experiências e reflexões sobre esse sítio de memória e a herança africana na região portuária do Rio de Janeiro.

Pesquisa arqueológica

A pesquisa arqueológica no Cais do Valongo se iniciou em 2011, em praticamente toda a extensão da atual Praça Jornal do Comércio. Com elas, confirmou-se o elevado potencial arqueológico da região, e o sítio arqueológico do Cais do Valongo foi registrado pela com uma área total de 2,5 mil m². Além dos vestígios desvelados, ilustram o contexto de ocupação da área, os testemunhos do Cais da Imperatriz, construído em 1843 para receber a princesa napolitana Tereza Cristina de Bourbon, esposa do Imperador Dom Pedro II. Parte dessa história ainda precisa ser escavada, e o aprofundamento do estudo é um dos pontos do compromisso do Comitê Gestor de valorização do Cais do Valongo.

<br />Foto divulgação


Foto divulgação

Cais do Valongo terá Comitê Gestor com 17 instituições públicas e privadas

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Iphan
Brasília

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