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A série é uma homenagem póstuma ao professor italiano Bernardo Secchi e deriva do livro “Prima Lezione di Urbanistica”

A série “Primeiras Aulas”, cujo sentido inicial visava comemorar os 40 anos da Unesp, objetivou reavivar a “aula” – uma antiga prática acadêmica-, como “atividade cívica”, diante do “novo papel” que a universidade pública deveria assumir, em especial no tocante à questão pedagógica e às tecnologias que induzem e mesmo exigem novos modos de aprender, comunicar, pensar e também de se relacionar com a sociedade, frente à crescente propagação do chamado "analfabetismo funcional".

Diante da incapacidade de conter as fronteiras disciplinares tradicionais de arquitetura e do urbanismo, a cidade tornou-se o tema focal da série, a partir da qual poderiam vir à tona diferentes tematizações do fenômeno urbano. O convite enviado aos professores para compor a série Primeiras Aulas sugeria alguns títulos que destacavam a especialidade de cada pesquisador e solicitava a readequação do título inserindo as palavras História ou Projeto da Cidade Contemporânea.

Porém, a tentativa frustrada de estabelecer divisão entre os dois módulos – História e a Construção do Projeto da Cidade Contemporânea à luz das políticas públicas –, reafirma o que nos diz Alfredo Bosi em “O tempo e os tempos”: que o diálogo com o passado torna-o presente (BOSI, 1992, p.29), ou seja, “o pretérito passa a existir de novo”. Tal assertiva pôde ser vislumbrada na “Primeira Aula de Planejamento Urbano e Regional” ministrada pelo professor Flávio Vilaça, o qual selou de forma magistral o sucesso da série tendo em mãos a Constituição Federal e o Plano Diretor Participativo do Município de Bauru.

Conforme a série foi acontecendo, destacou-se a discussão sobre a metamorfose da cidade contemporânea que não poderia ser tratada somente a partir dos problemas do ordenamento do território. A cada “primeira aula”, um cenário mais amplo e complexo viria à tona, no qual o controle dos usos da terra e o equilíbrio dos recursos naturais em jogo colocam-se como passo inevitável, tanto em termos de governança de sustentabilidade quanto de adaptações às mudanças climáticas e de patrimônio artístico e ambiental.

Sob essa perspectiva, seguiram-se as Primeiras Aulas dos professores Ermínia Maricato: “Para entender a Crise Urbana no Projeto da Cidade Contemporânea”, Raquel Rolnik: "Guerra dos Lugares' e o Projeto da Cidade Contemporânea", e Nabil Bonduki: “A Questão Habitacional no Projeto da Cidade Contemporânea: Revisão Histórica e Desafios Contemporâneos”.

O estudo e o repensar das estruturas urbanas e territoriais tornam-se, assim, plataforma complexa para definir a relação entre a pesquisa histórica e o uso atual das estruturas materiais herdadas do passado. A construção das disciplinas História Urbana, História da Cidade, História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo foi abordada nas Primeiras Aulas das professoras Heliana Angotti-Salgueiro: "História Urbana – Repensar Histórias Cruzadas – Experiências de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo” e Maria Stella Bresciani: "História do Urbano: Temporalidades, Escalas e Pontos de Vistas Contrastantes".

Da mesma forma, a História do Pensamento Crítico na Arquitetura foi o tema tratado na sua especificidade nas Primeiras Aulas dos professores Sophia Telles: “História da Arquitetura: "Século XX – Três Cortes: Procedimentos/Cadeia Produtiva/Significado", Leandro Medrano e Luiz Recaman (FAU-USP) : Pensamento Crítico na Arquitetura e Urbanismo”.

A crescente literatura sobre a história e a teoria dessas práticas foi abordada na Primeira Aula do professor Carlos Roberto M. de Andrade: “História do Urbanismo: Teorias e Histórias”. Do ponto de vista do patrimônio, o "abandonado" é emblema de uma desertificação produtiva que teve como resultado lacerações profundas no tecido social e económico – basta pensar no impacto que teve o encerramento do sistema ferroviário sobre o emprego e renda de determinadas famílias -, quando se analisa o pátio ferroviário de Bauru: ao mesmo tempo, um processo de degradação urbana e territorial, deixando sinais de uma paisagem que se deteriora e "consome" a identidade do território.

Essa perspectiva pressupõe que, em torno do trabalho de recuperação da área desocupada, o território repense seu próprio modelo de desenvolvimento, identificando potenciais e vocações para sustentar o crescimento com um adequado plano de ação.

As Primeiras Aulas dos professores Beatriz Kühl, “O papel do Patrimônio Arquitetônico no Projeto da Cidade Contemporânea”, e Fernando de Mello Franco, “A Formulação das Políticas Públicas no Projeto da Cidade Contemporânea”, orbitaram entre o campo de investigação histórica e a questão da qualificação da cidade existente à luz das políticas públicas.

Ao promover o conhecimento e o confronto entre os indivíduos, as Primeiras Aulas são gestos que estabelecem as bases para novas formas de convivência e reconstroem o vínculo, cada vez mais instável, entre a academia, a realidade e sua representação. Isso significa cuidar de um lugar que sempre foi e continuará sendo um recurso precioso capaz de sustentar os processos diferenciados pelos quais passa a cidade e de reconhecer o próprio espaço como componente fundamental da esfera pública, da vida urbana e, sobretudo, da prática democrática da sociedade.

Para fazer o download gratuito do segundo volume da série, clique aqui.

A série completa gravada das Primeiras Aulas também já está disponível no site da TV Unesp.

<br />Imagem divulgação


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Série Primeiras Aulas: Para entender a crise urbana no projeto da cidade contemporânea

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Unesp Bauru
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