Segundo afirmação do arquiteto Gustavo Penna, em palestra no Congresso Latino-Americano da Construção Metálica, o setor da construção em aço terá grande oportunidade em retrofits de edificações

“A cadeia produtiva do aço, incluindo os arquitetos, precisa inovar, buscando soluções próprias para as necessidades nacionais. É preciso pensar também nas mudanças climáticas que já estão acontecendo”, afirma, exemplificando que o material pode criar varandas, beirais e outras estruturas que favoreçam o sombreamento e a ventilação natural nos edifícios.

Penna também mostrou seus projetos de maior destaque. Entre eles, o do Memorial Congonhas, que prevê melhorias para o Santuário do Bom Jesus dos Matosinhos, em Congonhas do Campo, MG, lar das esculturas dos 12 profetas em pedra-sabão, de Aleijadinho. O projeto para este Patrimônio Cultural da Humanidade surgiu de um concurso da Unesco e prevê um espaço para os romeiros, outro para turistas e um centro de referência para o estudo do barroco, onde as estátuas poderão ser recuperadas dos danos causados pelo vandalismo e pela exposição ao tempo e à poluição.

Um projeto mais recente é a remodelação do estádio do Mineirão, visando a Copa do Mundo de 2014. O escritório de Penna está encarregado de criar melhorias no entorno do estádio, como uma esplanada que facilitará o embarque e o desembarque de visitantes, permitindo que o estádio seja esvaziado em oito minutos. A reforma respeita as características da arquitetura original, valorizará a área da Pampulha e usará tecnologias avançadas, como a estrutura de anéis de aço que suportará a cobertura. “Vamos mostrar o melhor em tecnologia para estádios neste projeto”, conclui o arquiteto.

A tecnologia steel frame foi usada por Penna pela primeira vez no projeto da residência Lagoa Santa, construída em 2003, em Minas Gerais e permitiu a criação de um pé direito duplo na sala. O projeto incentivou a criação de outra casa em steel frame, desta vez com uma curva na cobertura, que será um marco na paisagem.