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Intelectual e político italiano, professor do Istituto di Architettura di Venezia, Massimo Cacciari percorre a história da cidade através da sua essência e lança uma reflexão filosófica e estética provocadora.
Grécia e Roma dão início a este percurso, oferecendo dois modelos antagónicos de cidade: a pólis grega, de natureza étnica e, por definição, endogâmica e estanque; e o modelo legalista da civitas romana, uma cidade cuja essência programática a leva a abrirse e a crescer inexoravelmente. Herdeira do modelo romano, a cidade moderna europeia debate−se entre a sua condição de cidade−lugar para morar, de espaço de acolhimento e encontro de uma comunidade, e a sua condição de máquina, de cenário de intercâmbio e espaço de negotium. Mais tarde, na metrópole contemporânea, a produção e o mercado marcam o desenvolvimento da cidade e restringem definitivamente as marcas da história através da delimitação dos centros históricos.
Hoje habitamos a pós−metrópole, a cidade−território. E, embora os nossos corpos continuem a reclamar a necessidade de lugares, a pós−metrópole impõe uma geografia que se desprendeu de parâmetros espaciais para impor os temporais, onde os edifícios se transformam em acontecimentos e as distâncias em tempo.
Texto da introdução
Este breve texto nasceu de um seminário realizado no Centro Sant’Apollinare de Fiesole. A gravação das conferências de Massimo Cacciari foi transcrita e editada, após trabalho atento e demorado, por Tonino Nasuto, e de seguida revista pelo responsável do Centro. O texto conserva intencionalmente um certo estilo 'falado', exibindo, contudo, algumas dificuldades resultantes da complexidade do tema, que por vezes parece entrar em contradição. Deve, por isso, ter-se presente o que o autor dizia no início da sua exposição: 'Desde as suas origens a cidade é 'investida' por uma ordem dupla de 'desejos': desejamos a cidade como 'seio', como 'mãe' e, em simultâneo, como 'máquina', como 'instrumento'; queremo-la 'éthos', no sentido original de morada e residência e, ao mesmo tempo, queremo−la um meio complexo de funções; pedimos-lhe segurança e 'paz' e, concomitantemente, pretendemos dela grande eficiência, eficácia e mobilidade. A cidade vive sujeita a questões contraditórias. Querer ultrapassar esta contraditoriedade é má utopia. É necessário, ao invés, dar-lhe forma. A cidade, na sua história, é a perene experiência de dar forma à contradição, ao conflito.'
[Apresentação, por Armido Rizzi]
sobre o autor
Massimo Cacciari (n. Veneza, 1944) tem desenvolvido uma actividade ampla e diversa nos âmbitos da filosofia, da cultura e da política. Com formação em filosofia, professor de Estética na Universidade de Veneza e presidente da Câmara Municipal da mesma cidade em duas ocasiões, ao longo de toda a sua trajectória vital e profissional tem sabido combinar a política com uma estreita relação com o mundo académico e cultural. Entre as suas obras destacam−se Pensiero negativo e razionalizzazione (1977), Dallo Steinhof (1980), L'angelo necessario (1986) ou Della cosa ultima (2004).
índice de conteúdos
Apresentação
Capítulo 1. Pólis e civitas: a raiz étnica e o conceito dinâmico de cidade
Capítulo 2. A cidade europeia: entre lugar para morar e espaço de negotium
Capítulo 3. O advento da metrópole
Capítulo 4. A cidade−território (ou a pós−metrópole)
O corpo e o lugar
Espaços fechados e espaços abertos
O território indefinido
Espaço e tempo
Um indicador: a polivalência dos edifícios
Capítulo 5. A perspectiva gnóstica: o habitar humano entre a terra e o céu
Capítulo 6. Para acabar em… beleza