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BARBOSA, Antônio Agenor. Paisagens de Niterói. A construção artística da cidade. Resenhas Online, São Paulo, ano 03, n. 025.01, Vitruvius, jan. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/03.025/3198>.


Político de muita fama e sucesso, Jorge Roberto Silveira foi Deputado Estadual, Secretário de Estado nos anos 80, Prefeito de Niterói por três mandatos e é filho do Ex-Governador Roberto Silveira. Como administrador municipal tornou-se conhecido nacionalmente por suas exitosas administrações na cidade de Niterói e também pelo fato de ter sido candidato a Governador do Estado nas últimas eleições.

Tudo isto para dizer que como político Jorge Roberto Silveira, certamente, dispensa apresentações mais detalhadas, mas agora falaremos do JRS escritor e jornalista que, para quem não sabe, foi o seu ofício pioneiro deste a juventude.

Como jornalista iniciou sua carreira no Jornal do Brasil e depois no jornal niteroiense "O Fluminense", onde era um conceituado crítico de cinema local, a despeito da juventude na época. Agora JRS – que já concedeu algumas entrevistas após a sua derrota nas últimas eleições dizendo-se desanimado com a política – destaca-se também como editor pois está à frente da Casa Jorge Editorial que nos últimos anos tem nos brindado com verdadeiras preciosidades. Citando apenas uma importante publicação da Casa Jorge: o excelente catálogo "Iconografia do Rio", do mestre Gilberto Ferrez, publicado em 2001.

À maneira do referido catálogo de Ferrez, Jorge Roberto Silveira acaba de lançar o seu próprio inventário composto por memoráveis imagens niteroienses assinadas por diversos artistas. Intitulado "Vistas e Paisagens da Enseada de Niterói" trata-se de uma compilação pioneira a respeito do tema, além de tratar-se de uma edição bastante refinada.

Com prefácio do conceituado crítico de arte Carlos Roberto Maciel Levy – coordenador editorial do catálogo – o livro em questão procura abordar "a arte como fenômeno intemporal, olhando para as vistas, paisagens e pinturas do passado com os olhos do presente." Assim o autor nos revela, num delicioso texto impressionista, um pouco da sua paixão por Niterói e sobre as melhores iconografias que foram produzidas sobre este lugar principalmente nos séculos XIX e XX.

Dividido em 10 tópicos que vão desde as panorâmicas da Praia do Rio de Janeiro até Charitas e Jurujuba, passando por Praia Grande, São Domingos, Gragoatá, Boa Viagem – onde Oscar Niemeyer esculpiu o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, a partir de uma iniciativa de JRS enquanto Prefeito – entre outros recantos aprazíveis da cidade, o livro é uma verdadeira viagem no tempo e no espaço desta Niterói que já foi a capital do Estado do Rio de Janeiro até pouco tempo atrás.

Curioso é perceber, ao contrário do que possamos imaginar numa leitura e observação apressadas do livro, que muitos dos locais outrora retratados ainda permanecem quase intocados, a despeito do irreversível processo de urbanização de Niterói nas últimas décadas, sobretudo após a construção da ponte que a liga ao Rio de Janeiro. Este fato faz com que o autor afirme que a baía ainda mantém preservada a "sua identidade original e muitos dos locais retratados ainda podem ser vistos tal e qual eram há cem anos." Cabe mencionar que tais revelações, embasadas em uma longa pesquisa do autor e de sua equipe, nos trazem um otimismo revigorante até mesmo para lutarmos contra o descaso com o meio ambiente e com os ecossistemas tal maltratados nos arredores da Baía de Guanabara.

Numa seleção composta por 65 artistas o autor, todavia, deixa explícito que não pretendia fazer um inventário completo – como é o catálogo de Gilberto Ferrez sobre o Rio – mas apenas uma amostra preliminar destas iconografias de Niterói. Ainda assim faz-se importante frisar que trata-se de uma contribuição pioneira e, portanto, inédita a respeito do tema. Aos pesquisadores que, num futuro próximo, quiserem se aventurar por este caminho certamente terão neste livro uma importante referência.

Artistas notáveis como William Bradley, Henry Chamberlain, Leandro Joaquim, Antônio Parreiras e Hipólito Boaventura Caron têm suas pinturas apresentadas e comentadas com muito brilhantismo e – para alguns que desconheciam esta faceta do autor – conhecimento de causa por um autor que antes de tornar-se político foi um grande estudioso da arte brasileira, conforme revela Maciel Levy nas suas apresentações.

[resenha originalmente publicada no Jornal do Brasil]

sobre o autor

Antônio Agenor de Melo Barbosa é arquiteto e professor de Urbanismo na FAU-UFRJ, UGF e UNIPLI em Niterói.

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