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architectourism ISSN 1982-9930


abstracts

português
Leia o artigo de Regiane Pupo, um relato de sua visita às sete maravilhas de Portugal, monumentos representativos que proporcionam uma viagem pela arquitetura, cultura e história do país

english
Read the article by Regiane Pupo, a report of her visit to the seven wonders of Portugal, representative monuments that provide a tour through the architecture, culture and history of the country

español
Lea el artículo de Regiane Pupo, un relato de su visita a las siete maravillas de Portugal, monumentos representativos que proporcionan un viaje por la arquitectura, cultura e historia del lugar


how to quote

PUPO, Regiane Trevisan. As sete maravilhas de Portugal. Arquiteturismo, São Paulo, ano 02, n. 018.05, Vitruvius, ago. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/02.018/1450>.


Aproveitando que sediou o evento mundial em que se elegeu as novas 7 maravilhas do mundo, no dia 7 de setembro de 2007, Portugal também elegeu suas 7 maravilhas.

Os sete complexos nacionais finalistas foram escolhidos num processo que, primeiramente, dentre uma lista de 793 monumentos portugueses, espalhados pelo país e classificados pelo IPPAR – Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico – 77 foram pré-classificados e, posteriormente, reduzidos a 21, nomeados por vários representantes da sociedade.

Destes, a população pôde escolher seus 7 monumentos mais representativos, votando pela internet ou por pontos de votação espalhados pelo país. Os eleitos (Torre de Belém, Mosteiro de Jerônimos, Alcobaça, Castelo de Óbidos, Palácio da Pena, Mosteiro de Batalha e Catelo de Guimarães) proporcionam uma viagem pela arquitetura, cultura e história de um país rico nestas três categorias. Em visita a cada um deles, relato aqui um pouco da história e arquitetura.

Mapa de Portugal, com as cidades mencionadas no artigo, as "sete maravilhas de Portugal"
Mapa divulgação


Torre de Belém em Lisboa

Encomendada por Manuel I, em 1514, com projeto assinado pelo arquiteto Francisco Arruda, foi construída em homenagem ao santo patrono de Lisboa, São Vicente, além de exercer funções administrativas, religiosas e culturais. Espaços como a sala do governador e a sala das audiências possuem vistas magníficas do Rio Tejo, de onde, durante muito tempo, foi ponto de partida dos navegadores que seguiam viagem para descobrir as rotas de comércio. Simboliza o poder real, com detalhes como cordas esculpidas em pedra, ameias em formato de escudos e com a Cruz da Ordem de Cristo.

Característica de D. Manuel, o ecletismo exagerado, a decoração ostenta a iconologia própria do Manuelino, conjugada com elementos naturalistas, sendo uma das obras onde o monarca interveio pessoalmente. O baluarte em três pisos que avança sobre o rio guarda sua função militar. Foi classificada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1983.

Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa

Sua construção foi iniciada por Diogo Boitac em 1502 e continuada por João de Castilho, com término aproximadamente em 1600. É apontado como a jóia do estilo Manuelino, exclusivamente português, que integra elementos arquitetônicos do gótico final e do renascimento e o torna único e digno de admiração. Localizado em uma avenida hoje movimentada de Lisboa, de frente para o Rio Tejo, a fachada ergue o belo pórtico de João de Castilho, sobrepujado pela estátua da Virgem de Belém e o Arcanjo S. Miguel, e decorado com esculturas dos apóstolos, profetas e anjos.

O portal é ladeado por dois janelões de arco redondo. A igreja é de planta longitudinal, em cruz latina, com três naves cobertas por abóbada única, rebaixada, apoiada em oito pilares octogonais de grande altura, possibilitando a criação de um espaço transparente, unificado e luminoso. A atual capela-mor, maneirista, guarda os túmulos de D. Manuel I, de Luís de Camões e de Vasco da Gama. Foi declarado Monumento Nacional em 1907 e Patrimônio Cultural da Humanidade em 1984, pela UNESCO.

Mosteiro de Alcobaça em Alcobaça

É a maior igreja de Portugal, fundada em 1153 e um dos mais importantes mosteiros medievais. Mostra a união do novo país com o gótico europeu. De arquitetura medieval simples e ornamentos da fachada do século XVIII, a construção passou por 3 momentos distintos marcados por diferentes mestres que foram modificando o projeto a partir da obra original.

Apesar destas diferenças, o conjunto impressiona, ainda hoje, pela sensação de normalização dos elementos que o constituem, a que não foram alheias às primordiais diretrizes Bernardinas de austeridade e simplicidade. Acredita-se que pelos anos de 1233 já estivesse acabada, pois foi nesta data que o corpo de D. Alfonso II foi traslado para o interior da igreja.

Nas primeiras décadas do século XIV construiu-se o claustro executado pelo arquiteto Domingos Domingues, cujo nome consta de uma lápide in situ.

Castelo de Óbidos em Óbidos

Com muralhas do séc. XIV, ainda são incertas as origens da fortaleza. Sua localização favoreceu a instalação de um reduto fortificado de origem romana, mas a Idade Média não deixou vestígios aparentes de sua presença e somente no séc. XII que Óbidos começa a ter provas referenciais documentadas. O castelo e as muralhas de Óbidos, reconstruídos no séc. XX, evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média. A configuração do perímetro amuralhado inicial é desconhecida. Dividido em duas zonas essenciais, a cerca define um perímetro bastante irregular, de forma retangular e não oval, como seria freqüente na castelologia gótica nacional.

Regiane Pupo no Castelo de Óbidos, Portugal
Foto Mauro Cardoso

Entre o castelo propriamente dito (ao Norte) e a Porta da Vila (ao Sul), a Rua Direita estabelece a comunicação e aparece como o eixo de circulação privilegiado dentro da vila. No centro, a Pça de Sta Maria é o principal largo do conjunto, ocupando um espaço quadrangular em frente à igreja tutelar da vila. A reinvenção do castelo deu-se na década de 1930, que visava reverter o conjunto à sua imagem medieval, todos os parapeitos foram dotados de ameias, assim como se reedificaram torres haviam sido destruídas.

Palácio Nacional da Pena em Sintra

Localizado dentre os 85 hectares do Pque da Pena, em Sintra, o Palácio Nacional da Pena constitui uma das expressões máximas do Romantismo arquitetônico no séc. XIX em Portugal. Originalmente construído em 1503, foi substancialmente mudado por D. Manuel I que o mandou reconstruir em pedra, em louvor de N. Sra. da Pena, doando-o novamente à ordem dos monges de São Jerônimo. Com o terremoto de 1755, que devastou Lisboa e toda a região próxima, o convento da Pena caiu em ruína. Apenas a Capela, na zona do altar-mor permaneceu intacto. Foram estas ruínas, no topo da Serra de Sintra, que motivaram o príncipe D. Fernando II, em 1838, a ordenar a construção de uma eclética fantasia romântica com desenho inspirado em vários estilos – manuelino, gótico, islâmico, renascentista – e perfeitamente adaptado à topografia irregular de Sintra. O movimento dos volumes se assenta em enormes rochedos e a mistura de estilos que ostenta é verdadeiramente intencional, As diversas guaritas, das mais variadas formas, o desnivelamento dos terraços e o revestimento parietal com azulejos neo-hispano-árabes do séc. XIX, são elementos significativos.

Mosteiro de Batalha

Com obras iniciadas em 1388 e conduzidas por Afonso Domingues, o mosteiro passou por vários reinados e diversas intervenções em que praticamente todos os monarcas deixaram sua marca. As obras foram iniciadas pela igreja de três naves e transepto saliente, com cabeceira de cinco capelas, sendo a central de terminação poligonal. Entre 1402 e 1438, a construção foi de responsabilidade do arquiteto catalão Huguet, responsável pelas abóbadas dos espaços da igreja e da Sala do Capítulo (onde experimentou, pela primeira vez, uma abóbada estrelada), a construção da Capela do Fundador e a conclusão da fachada principal. Já no reinado de D. Afonso V, outro arquiteto, Fernão de Évora, opta pela austeridade arquitetônica e rejeita a inclusão de capitéis. De arquitetura gótica portuguesa formosa pelos elementos Manuelinos, a entrada principal exibe estátuas dos apóstolos em estilo gótico tardio. Só no século XIX que o mosteiro enfrenta um capítulo fundamental da história do restauro português, prolongado por meio século de obras, e ainda até hoje não finalizadas.

Castelo de Guimarães em Guimarães

Com inicio no século X, a propriedade de Vimaranes – hoje Guimarães – foi primeiramente um mosteiro. Os constantes ataques por muçulmanos e normandos, levou à necessidade de se construir uma fortaleza para guarda e defesa dos monges e da comunidade cristã que vivia em seu redor. Visando maior proteção, foram construídos altos muros com técnicas já próximas ao Românico, durante o século XII, além da demolição de parte da construção original. Até o século XV, vários reis contribuíram com obras de melhoramento e restauro do castelo. Durante o mais desastroso período para o monumento, o século XIX, o castelo foi paço senhorial ao alcaide da fortaleza, cadeia da cidade, palheiro real e pedreira. Em 1836, o castelo foi quase demolido para que suas pedras fossem utilizadas na pavimentação da cidade de Guimarães. Felizmente, tal proposta nunca foi aceita e em 1881 o castelo foi classificado como o único monumento histórico da região do Minho. Em 4 de julho de 1940, depois de uma obra de restauro que durou 4 anos, o Castelo de Guimarães foi restaurado com projeto do arquiteto Rogério de Azevedo.

sobre o autor

Regiane Pupo, arquiteta, doutoranda na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da UNICAMP, Campinas, São Paulo, e professora dos cursos de Arquitetura e Design Industrial da UNIVALI, em Santa Catarina. É bolsista da FAPESP desde 2006

A visita a Portugal ocorreu em 2007 e as fontes das informações são o IPPAR – Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico, e o Guia Visual Folha de São Paulo (Portugal, Publifolha, 2005)

Regiane Pupo no Castelo de Óbidos, Portugal
Foto Mauro Cardoso


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018.05 Roteiro de viagem
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