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architectourism ISSN 1982-9930


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Raquel Egídio apresenta a primeira parte de sua viagem ao Chile, que consistiu na cidade Santiago e região metropolitana, e as cidades litorâneas de Valparaíso e Viña del Mar


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EGÍDIO, Raquel. Arquitetura em Santiago do Chile. Arquiteturismo, São Paulo, ano 04, n. 038.03, Vitruvius, abr. 2010 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/04.038/3431>.


Nota inicial - Na noite que o Ministro da Saúde apelou em rede nacional: “não viagem para Chile e Argentina”, precavendo-nos da Gripe Porcina, eu estava com a mochila nas costa e nada me faria mudar de idéias!

Vou apresentar aqui a primeira parte da minha viagem, que consistiu na cidade Santiago e região metropolitana, e as cidades litorâneas de Valparaíso e Viña del Mar. Não sou o tipo de turista de pacotes comerciais. Escolhi as cidades mencionadas pelo interesse cultural, arquitetônico e paisagístico. Fiz a viagem sozinha. Comprei passagens, reservei hotel e montei um pré-roteiro via internet.

O aeroporto foi um ótimo lugar para conseguir mapas da cidade e turísticos e a programação cultural do mês. Também encontrei um guia para fazer o percurso turístico de bicicleta – La Bicicleta Verde.com, mas não me animei com as baixas temperaturas!

Saindo do aeroporto num taxi coletivo (em sã consciência e sozinho e não recomendo), uma das passageiras ficou ainda na periferia num conjunto de edifícios residenciais horizontais com característica de habitação popular já apropriada, e (des) caracteriza (figura 01). Considerei como uma, sem dúvida, uma imagem muito Latina.

Fiquei hospeda na Avenida Libertador Bernardo O’Higgins, pertinho da Universidad de Chile. A primeira coisa que fiz foi visitá-la, a livraria em especial. Impressionou-me a qualidade das edições de arquitetura da Faculdade de Arquitetura – PUC. Dois livros em especial me orientaram Arquitectura reciente en Chile: Las lógicas del proyecto, Série Difusion Arquitectura/ Volume 4 (2000) e El vidrio, Arquitectura y técnica de Claudio Vázquez (2006).E assim comecei minha viagem arquitetônica!

Primeiro, fui a Universidade Católica de Santiago, Campus de San Joaquín, é afastado do Centro, mas o metrô passa por lá. Eu precisava ver ao vivo as torres siamesas dos arquitetos Alejandro Aravena, Chales Murray, Alfonso Montero e Ricardo Torrejón (2006). Entrei no campus e meus olhos ansiosos buscavam o edifício que logo foi avistado ao fundo, à direita. O gabarito ajuda, e a forma não deixa dúvida! (figura 02)

É uma imagem singular! A pele de vidro é como um véu que cobre todo volume, atribuindo-lhe uma nova forma: desconstruindo o edifício. O embasamento de madeira rústica reveste planos inclinados que conduzem aos acessos em diferentes níveis.

O pano de vidro não chega a tocar o embasamento, permitido a entrada de ar pela tela (figura 06). O ar circula pelo interior do edifício através do “efeito chaminé”, saindo pela parte superior, garantindo assim o controle térmico.

O revestimento da “primeira pele” interna do edifício é de placa de fibrocimento em três tonalidades de cinza, e não seguem o ângulo reto, aumentando o caos!

A segunda obra visitada foi o Templo Sagrado Coração, dos arquitetos Teodoro Fernandez Larrañaga e Sebastián Hernandez Silva. O edifício integrado ao conjunto da PUC, aonde os caminhos levam a capela e a cruz indica a direção. As aberturas permitem a luz a sua medida o forro curvo e os brises internos a conduz.

O Bloco da Matemática, também do arquiteto Alejandro Aravena juntamente com a Direção de Projetos e Pesquisa da PUC, é mais um deleite aos olhos! O Bloco possui duas entradas, uma de pedestre (figura 10) conduzida pelo calçadão que permite acessar outros blocos, entretanto, o edifício quebra a monotonia das marquises induzindo a grande entrada.

O segundo acesso (figura 11) voltado para uma via de carros, salta do alinhamento do bloco, opondo-se do acesso de pedestre que entra no edifício. Nesta face o fechamento de cobre se transformará com a ação do tempo, tornando-se mais escuro e contrastando ao “branco” do primeiro acesso.

O campus da PUC de Chile é uma aula de arquitetura! Além dos edifícios apresentados as soluções de implantação do conjunto, as diferentes técnicas construtivas e uso de distintos materiais se apresentam como uma um grande laboratório.

A região metropolitana de Santiago, em Las Condes, abriga o edifício Simonetti dos arquitetos Cristián Undurraga e Alejandro Simonetti, também conhecido com: edifício de vidro. Eu não tinha o endereço correto, mas quando comecei descrevê-lo e o taxista não teve dúvida! Projetado para abrigar escritórios, o grande destaque é a fachada: um pano de vidro duplo preenchido por quartzo branco, que filtra a luz.

Outra obra visitada, está em Valparaíso, o Instituto Profissional DUOC (2002), do arquiteto Juan Sabbagh. Fica bem no centro, na Avenida Brasil, cheguei num fim de tarde junto com os alunos do período da noite, que se concentravam no pátio central configurado pelos três volumes. Considero como ponto máximo da obra – todavia, destaco que o conjunto é belíssimo – a fachada principal e a cobertura do pátio. A fachada principal é um pano de vidro, o que não teria nenhuma novidade, entretanto as placas de vidro temperado (blue - green) foram instaladas de forma aleatória, segundo VÁZQUEZ (2006) as peças de vidros estão separadas 4 cm entre elas, em dois prumos diferentes, com 12cm de diferença.

O pátio interno tem uma cobertura de vidro que permite a entrada de luz ao centro do edifício. O sistema de fixação utiliza uma grelha de madeira laminada apoiadas em vigas de concreto armado. Recomendo que a visita seja feita durante o dia.

Claro que também me rendi aos encantos turísticos e gastronômicos da cidade e à própria Santiago! Caminhar pelo calçadão Paseo Ahumada, fazer umas comprinhas, tomar um café na Praça das Armas, visitar a Catedral e seguir até o Mercado, é clássico!

O Mercado Municipal é um centro gastronômico, os garçons falam um português turístico e te arrastam para uma mesa! Nada como comer um Congrio no Chile, acompanhado de um molho de camarões. Mas para aqueles apaixonados por novos sabores – e corajosos – os restaurantes turísticos oferecem o famoso caranguejo gigante (aquele da Discovery Channel). Depois da experiência turística, encontrei um restaurantezinho nas bordas do Mercado, chamado El Lucho, fui recebida pelo próprio! O ambiente é aconchegante, freqüentado por chilenos e assim, sem interferência do portunhol! No cardápio, destaca-se El Loco, o maior marisco dos mares do sul! Sabor único! A casa bem recomendou o vinho Santa Carolina Reservado Cabernet Sauvignon, e ao final me serviram um licor de Menta inesquecível!

O Mac Donald’s é a aposta em uma comida que você já conhece, entretanto, em Santiago há um lanche especial com abacate!! Um ingrediente comum na culinária local e acho que agrada muito o paladar chileno!

O Cerro San Cristovan, é bem turístico! O melhor é ir bem cedo, assim pode-se ver a cidade e a Cordilheira, antes da névoa da poluição tomar a vista. No ponto mais alto tem a imagem da Virgem Maria, além de lojas de artesanato e um quiosque que vende uma das mais famosas empanadas da cidade!!

Aos amantes de Pablo Neruda, conto que conheci dois de suas casas. Uma em Valparaíso, La Sebastiana, e outra em Santiago, pertinho do Cerro San Cristován, La Chascona, entretanto, gostei mais da segunda, projeto do próprio, cheia de detalhes e sensações.

Aos museus de Belas Artes e MAC, vale à pena destinar um dia. Passear pelas ruas Paris e Londres, visitar a Plaza de la Moneda, e a Rua dos Sebos revelam valores e paisagens da cidade.

O Cerro Santa Lucia, parece um recanto da cidade destinado aos enamorados! Encontrei alguns universitários vendendo poesia, literalmente. Visitei a feira no povoado de Dominicos, comprei artesanato e peças de lápis-lazúli.

Seguindo a agenda cultural do mês, fui apresentada a Sibelius, pela sinfônica da Universidade de Chile. E assisti filmes chilenos durante uma Mostra de cinema que acontecia na cidade.

Precisa ver o Pacífico! Fui a Valparaíso e Viña del Mar, acabei contratando um pacote turístico, depois de constatar que estava realmente perdida! Além da obra citada do arquiteto Juan Sabbagh, vale à pena conhecer o Anfiteatro Quinta Vergara.

Já se completavam dez dias de viagem. Os Andes são fascinantes, a presença na paisagem .... como cheguei por via área, agora era hora de partir por via terrestre e conhecer o caracóis chilenos. Passei pelos centros de esqui, cheios de gente!! E assim, deixei o Chile, encantada com a arquitetura contemporânea, pela paisagem e cultura!

sobre a autora

Raquel Egídio, arquiteta e urbanista pela Universidade Estadual de Londrina (2003), especialista em Projetos Ambientais, estudante de mestrado pela UNIA - Espanha.

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038.03 Visita arquitetônica
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