Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

architectourism ISSN 1982-9930

Fazenda São Miguel no Vale do Paraiba SP. Foto Victor Hugo Mori

abstracts

português
Doze máximas para quem quer registrar suas viagens não com fotos, mas com desenhos.


how to quote

NEVES, José. Doze preceitos para usar um caderno de viagem. Arquiteturismo, São Paulo, ano 06, n. 067.04, Vitruvius, set. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/06.067/4516>.


Mas depois ele voltou para o seu trabalho como se nada tivesse acontecido. Esta é uma observação que nos é familiar de uma vasta quantidade de velhas histórias apesar de talvez não ocorrer em nenhuma.
Kafka Franz (1)

1. Eleger os cadernos e os instrumentos de desenho com o acerto do operário que escolhe as suas ferramentas.

2. Desenhar sempre por necessidade, vício ou prazer, nunca por obrigação. A obrigação pode cegar.

3. As viagens podem ser planificadas, os desenhos de viagem não. Desenhar transforma as viagens em deambulações.

4. Escolher cada ponto de vista como uma sentinela escolhe o seu posto, para que os desenhos transformem aquilo que nos atrai naquilo que devemos ver.

5. Desenhar as coisas como se de as salvar se tratasse.

6. Observar como quem recorda e representar como quem inventa, para que o desenho consagre o estranho como reconhecível e nos devolva o familiar como surpresa.

7. Reagir às coisas desenhando, para nos construirmos.

8. Observar pacientemente para que o que registramos possa surgir mais tarde sob formas imponderáveis. Os cadernos de viagem são a bagagem que arrumamos hoje para vir desarrumar o futuro.

9. Os desenhos de viagem são os bilhetes-postais da nossa atenção. O que trazemos de cada viagem são menos os desenhos que fomos fazendo e mais aquilo que em nós ficou gravado por tê-los desenhado.

10. Desenhar de memória para que o fascínio se desdobre em crítica e o sobressalto em apropriação.

11. “Estar só para na sua obra estar todo, mais junto e pronto, e não ter o pensamento derramado nos olhos dos muitos que o estão olhando e para estar consigo mais recolhido e solitário” (2).

12. “Não tentar cumprir todos estes princípios, por recear não cumprir nenhum” (3).

notas

1
FRANZ, Kafka. Considerações sobre o pecado, o sofrimento, a esperança e o verdadeiro caminho, Lisboa, Hiena Editora, 1992.

2
HOLANDA, Francisco de, Do tirar polo natural. Lisboa, Livros Horizonte, 1984 [3 de Janeiro de 1549].

3
SWIFT, Jonathan. When I come to be old in The Prose Works of Jonathan Swift, D.D. . London : George Bell and Sons, 1897 (1699), vol. I, xcii (traduzido do original).

sobre o autor

José Neves é arquiteto.

comments

067.04 desenho da paisagem
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

067

067.01 ensaio fotográfico

Guardiãs do Hermitage

Felipe Arruda and Laura Gorski

067.02 viagem cultural

As ondas de Siena

José Marques Carriço

067.03 eu estive lá!

Buckmister Fuller

Roberio Dias

067.05 viagem de passeio

Um passeio pelos espaços públicos londrinos

Vanessa Goulart Dorneles

067.06 viagem de estudo

A dimensão paisagística no projeto da cidade contemporânea

Adalberto Retto Jr. and Marta Enokibara

067.07 exposição

Da próxima vez eu fazia tudo diferente

Diego Matos and Caio Guerra

067.08 editorial

A Grécia não é aqui!

Michel Gorski

067.09 ministério do arquiteturismo

Ministério do Arquiteturismo adverte...

Raíssa Bahia Lopes

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided