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architectourism ISSN 1982-9930

Praia de Copacabana, Rio de Janeiro. Foto Victor Hugo Mori

abstracts

português
Os arquitetos Luiz Carlos Toledo e Bia Petrus abrem no Rio de Janeiro a Casa de Estudos Urbanos, espaço coletivo para debates, proposições a ações políticas, culturais e artísticas.


how to quote

GUERRA, Abilio. Casa de Estudos Urbanos. A nova invenção de Luiz Carlos Toledo e Bia Petrus. Arquiteturismo, São Paulo, ano 11, n. 123.02, Vitruvius, jun. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/11.123/6568>.


Das 10h do dia 14 de junho às 6h do dia 15 de junho aconteceu no Rio de Janeiro o nascimento da Casa de Estudos Urbanos, invenção e curadoria dos arquitetos Luiz Carlos Toledo, Bia Petrus – que assinam os textos afixados na parede – e diversas outras pessoas e coletivos (1).

Casa de Estudos Urbanos na Rua da Glória, Rio de Janeiro
Foto Abilio Guerra

O local não poderia ser mais acertado: um casarão secular no bairro da Glória, adaptado de forma inventiva por Toledo para abrigar o escritório Mayerhofer & Toledo Arquitetura, Planejamento e Consultoria, restauro premiado pelo IAB/RJ nos anos 1980. Agora o espaço é reinventado, se metamorfoseia em espaço coletivo para o debate político-cultural. A proposta não poderia ser mais apropriada: “A Casa de Estudos Urbanos se propõe a fazer” – nos diz Bia Petrus – “num contexto de crise política e econômica, uma pausa para um ritual de descontração e encontro. Arquitetos, artistas, performers e músicos, criam hoje uma oportunidade de ganhar força, disposição e inspiração para continuar trabalhando juntos na construção de cidade mais humanas”.

Luiz Carlos Toledo recebe "sem-tetos" para o café da manhã
Foto divulgação

A jornada inaugural foi grandiosa, só menor do que a ambição necessária para tornar realidade uma proposta tão linda em um momento profundamente obscuro da vida nacional. A abertura não poderia ser mais simbólica: os anfitriões receberam para o café da manhã andarilhos que tem como teto o sol e as estrelas da cidade. A seguir, programação diversa – dança, debates, leituras literárias, exposições e música, muita música, erudita, popular, para ouvir quietinho ou dançar no ritmo dos DJs – ocupou os vários pavimentos do lugar e as ruas da cidade, onde se reencenou performance de Lygia Pape. E o que mais se viu foi gente conversando, se integrando, ocupando espaços arquitetônicos e mentais.

Casa de Estudos Urbanos, obra de arte “O trabalho a trapalha”, de Pedro Felipe Maia
Foto Abilio Guerra

Há alguns anos Luiz Carlos Toledo me contou como se transformou de arquiteto burguês autor do projeto urbano do Méier, dentro do escopo do Rio-cidade do prefeito Luiz Paulo Conde, no arquiteto engajado e preocupado com o destino da comunidade da Rocinha. Num dia qualquer, seu escritório foi invadido pelas lideranças da localidade, que lhe pediram um projeto de reurbanização. Sua primeira reação foi propor um amigo para o desafio, especialista em “projetos para áreas carentes”, ideia de imediato rebatida pelos visitantes inesperados, que bateram os pés pelo direito a um projeto para o morro tão bom como o que foi feito para os que moram no asfalto.

Casa de Estudos Urbanos, interior da edificação
Foto Abilio Guerra

Coisas assim mudam a vida de uma pessoa e Toledo deu uma guinada em sua carreira, se transformou em um cara ainda mais incrível. Assim, a Casa de Estudos Urbanos nada mais é do que o retrato de uma vida coerente, que fixou os olhos em objetivo claro: a busca constante por uma sociedade e cidade melhores para todos.

Casarão na Glória, que abriga a Casa de Estudos Urbanos
Foto Abilio Guerra

O texto afixado na parede do pavimento térreo, assinado por Luiz Carlos Toledo, expressa de forma precisa o sentido desse projeto coletivo que começa agora sua trajetória:

“Um dos muitos orixás que protegem e inspiram os habitantes desta casa é Carlos Nelson Ferreira dos Santos.

Um dia Carlos pesquisou “Quando a rua vira casa”; pois bem, nesse momento tão difícil, esta Casa de Estudos Urbanos vira Rua, vira Bairro, vira Cidade, vira Mundo e, sem parar como dervixe fosse, inventa lugares como os visitados por Marco Polo nas Cidades invisíveis que Ítalo Calvino criou.

Lugares generosos e solidários, espaços para amar pessoas onde as diferenças sejam celebradas como o sal da vida, onde todos tenham direito a viver com dignidade.

Assim como construímos, desconstruímos e reconstruímos esta casa centenária, queremos que a Casa de Estudos Urbanos se reinvente a cada dia com a participação de todos vocês, sem nunca esquecer que, aberta às artes, a Casa tem com a Cidade e seus moradores seu maior compromisso, escutando-os, aprendendo com eles e dando-lhe voz”.

Luiz Carlos Toledo ao lado de amigo na festa de abertura da Casa de Estudos Urbanos
Foto Abilio Guerra

notas

1
A fundação da Casa de Estudos Urbanos e sua curadoria é resultado do trabalho do seguinte coletivo: Bia Petrus, Daniel S. Lopes, Fresta (Camila Vianna, Ingrid Malta Clasen e Marcela Kanitz), Luciana Lago, Luiz Carlos Todelo, MatériaBase Arquitetura e Urbanismo (Fernando Cesar Negrini Minto e Thomas Burtscher), Muta (Domitila Almenteiro, Fernanda Petrus, Pablo de Las Cuevas e Romulo Ferreira), Nó (Aydam de Paula, Fabiano Pires e Naiara Yumiko e Sylvia Bomtempo. Casa de Estudos Urbanos, Rua da Glória 18, Rio de Janeiro RJ, 20241-180, Brasil.

2
TOLEDO, Luiz Carlos. Texto curatorial da Casa de Estudos Urbanos. Rio de Janeiro, 14 jun. 2017.

sobre o autor

Abilio Guerra é professor de graduação e pós-graduação da FAU Mackenzie e editor, com Silvana Romano Santos, do portal Vitruvius e da Romano Guerra Editora.

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