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architexts ISSN 1809-6298


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LETO, Maria Raffaella. Piazza Aldo Moro. Arquitextos, São Paulo, ano 01, n. 008.06, Vitruvius, jan. 2001 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.008/931>.

É justo procurar entender o significado de uma praça em um programa aparentemente ambicioso e, por certos versos, nostálgico.

A idéia de praça permanece ainda ancorada em um conceito clássico de espaço aberto, onde o vazio é definido pelas fundos edilícios, ou, onde um sistema de percursos se converge, focalizando e enfatizando particularmente certas vistas. Mas continuemos a falar de praças, contaminando uma idéia que pertence à memória, como tudo aquilo que está dentro e fora de uma cidade: grandes praças, jardins, pequenos parques, lugares de trânsito e, às vezes, indevidamente, com isso que está, de qualquer modo, entre, no meio de.

O significado do espaço aberto foi modificado ao longo do tempo, e assim foi sempre difícil manter as características de lugar vivido pela coletividade, mesmo se ali se refletia o desejo de representatividade.

Neste aspecto se reconhece o espírito do presente concurso que, ao propor como objeto para uma intervenção certas áreas, limitadas entre a degradação e o não concluído como nas zonas mais periféricas, ou de qualquer modo negadas pela congestão da cidade contemporânea e as suas problemáticas, procura recuperar, no interior dos vazios, ou dos pontos estratégicos, um lugar de referência em relação à um dinamismo adquirido pelo espaço; e isso se confirma com o logotipo do programa, que reforça essa vontade em compor uma sistema interrelacionado.

A Piazza Aldo Moro coloca o problema da qualidade do espaço em um modo muito mais intrigante: não nos encontramos na condição para construir uma praça de bairro, não é um lugar caracterizado por um uso residencial dos edifícios, a sua prerrogativa é o trânsito, e o objeto de maior definição é automóvel, a sua fruição intermitente; e então, qual pode ser o seu fascínio se não o seu próprio movimento?

A área delimitada pelo edital do concurso é um grande espaço cujos limites, mesmo se bem definidos, não conseguem confinar o vazio: temos sempre um espaço dilatado, na qual as massas imponentes e distintas da elevação do pórtico da Cidade universitária e da fachada do edifício do C.N.R. não permitem qualquer veleidade em relação à novos volumes. Sugerem, assim, um espaço fluido, que pose ser insinuado na distribuição de pesos fortes para, depois, encontrar um pouco de tranqüilidade no interior da cidade universitária, e, seguir pelo percurso axial até a fachada da Reitoria, em um desenho equilibrado e estático, realmente, um lugar de repouso. O projeto procura confirmar, assim, a idéia de espaço de trânsito, reforçando o sentido longitudinal do eixo que atravessa todo o Viale delle Scienze, até a entrada do C.N.R. .

As questões do projeto

Sob a luz interpretativa do tema, procurou-se avaliar as problemáticas, as possíveis soluções, os aspectos de linguagem.

O excessivo congestionamento do tráfico durante o dia se presta para evidenciar, imediatamente, a necessidade urgente de áreas para estacionamento.

O edital do concurso expressa a intenção, notável, de dar preferência à áreas de pedestres, e que em parte será possível realizar, pois logo serão concluídos dois estacionamentos subterrâneos no interior da Cidade universitária; esses novos estacionamentos garantem o mesmo número de vagas que hoje se encontra no eixo central da avenida na Universidade, e chega até mesmo à nova e verdadeira praça à frente do ingresso da "Sapienza".

Enfrentar uma questão do ponto de vista projetual significa realizar um outro estacionamento, também no subsolo, que pode ser disposto justamente à frente do pórtico de entrada da Cidade Universitária.

Os recursos previstos, entretanto, não permitem não permitem realizar uma símile proposta, e, portanto, a atenção foi dada à racionalização das possibilidades concretas.

Mantendo a idéia de exaltação do eixo longitudinal como citado antes, o projeto é estruturado como um sistema de faixas paralelas assinaladas no chão, e pelas quais as ruas podem ser assimiladas enquanto tiras móveis.

Foi eliminada a rotatória da Piazza Aldo Moro e procurou-se uma continuidade ideal à faixa central, para colocá-la em relação à entrada do C.N.R. que, por sua vez, também se encontra hoje sufocada por carros estacionados até a borda da escadaria de acesso ao edifício.

Foram modificados, portanto, alguns percursos viários, estabelecendo o sentido único e linear: o percurso pedestre do lado do Ministério da Aeronáutica; o eixo de ingresso à avenida da Universidade, confinado por um estacionamento alinhado; o eixo central, dividido entre estacionamento e calçada com paquímetros e painéis para publicidade; o segundo eixo viário, no sentido contrário de percurso.

A quinta faixa é constituída por um amplo passeio que corre ao longo de um dos lados da Cidade universitária, e que no seu desenvolvimento encontra a entrada do Teatro Ateneo, terminando em um espaço sucessivo, cuja dimensão apresenta uma complexidade ainda maior.

A solução dessa parte do projeto determinou, no desenvolvimento gradativo da proposta geral, uma referência dialética em relação às outras. Aqui, o espaço de trânsito é inevitavelmente interceptado por um grau diverso de movimento, que prevê também a possibilidade de estacionar momentaneamente, para informar-se, para a troca.

O sistema de faixas, que não é mais submetido a dimensões funcionais, não se limita apenas ao terreno na qual atua o movimento, mas se torna um sistema dinâmico.

Do chão, são erguidos grandes painéis de mesma natureza, dispostas em supostos trilhos, conformando uma espécie de "corrida" entre eles, nos seus eixos paralelos: pretendem ser elementos escultóricos que não deixam transparecer a natureza das micro-espacialidades internas, onde existem certas funções precisas.

Assim, ao mover-se entre as paredes flutuantes, a percepção deveria ser aquela de encontrar, aos poucos, uma banca de jornal, um painel de informação, um caixa-eletrônico de banco, um painel eletrônico, ou mesmo um simples base na qual são apoiados, verticalmente, livros para vender (esses poderiam ser cobertos com telas em certas estruturas de aço desmontáveis).

Ao mesmo tempo, com a abstração na qual esses elementos se apresentam, seria possível propor-los como um sistema serial, e ampliáveis tanto na quantidade e quano nas dimensões.

No centro da praça são dispostos certas demarcações que indicam as entradas viárias da universidade.

Além da zona de entrada, rumo ao C.N.R., as faixas da pavimentação tendem a fragmentar-se: se elevam e descobre-se um espaço cavado, de uma altura inferior a dois metros, justamente para o estacionamento de lambretas, o meio de transporte mais usado na cidade.

As rampas de subida, de descida, as rampas que permitem alcançar a cota mais elevada da praça, os vazios para a aeração, os parapeitos, não querem nada mais do que transformar, de maneira mais concitada o espaço metafísico da seqüência das paredes.

A continuidade do sistema é procurada no desenho que convida à entrada do C.N.R., com poucos sinais no chão; temos também a área de pertinência dos taxis, e um volume redefine, de um modo completamente diverso, o papel do clássico sinalizador de bifurcação.

Outros painéis para cartazes são dispostos também ao longo da faixa central, e também na calçada do lado dos Ministérios.

Já foi evidenciado que todos esses elementos significativos, na concepção do novo projeto, pertencem à uma mesma natureza, e isso significa que foi escolhido um único material, seja para a pavimentação que para os painéis.

Em relação ao sistema de vegetação, são mantidas as árvores existentes.

O sistema de iluminação será feito com postes de doze metros, com a fonte de luz superior, e que serão deslocados ao longo do percurso central, até o C.N.R., e no passeio que delimita o teatro.

nota1
Este artigo faz parte da série com editoria e tradução de Marcos Tognon:
004.03 Praça para o bairro Decina em Roma Aldo Aymonino, Itália
005.03 Empoli. Mobiliário urbano para o centro histórico, Italo Rota, Itália
006.03 Restauro da Piazza Montecitorio, Franco Zagari, Itália

008.03 O desafio da requalificação, Ricardo Ghio, Itália

sobre autor

Maria Raffaella Leto é arquiteta e coordenadora do projeto. Grupo de trabalho: Paolo Faraglia, Ugo Galanti, Ludovico Romagni, Paola Paolini.

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008.06
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