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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Conheça o grupo espanhol que através da montagem de uma associação sem fins lucrativos, vem atuando em países, em situações de extrema pobreza, de forma mínima, essencial, ajudando na melhora das condições de habitabilidade dessas população

english
The article introduces the Spanish group that, by setting up a non-profit organization, has helped countries in situation of extreme poverty. In a minimal and basic way, they´re helping to improve the living conditions of these populations

español
Este artículo introduce el grupo español que, creando una asociación sin ánimo de lucro, ha ayudado a muchos países en pobreza extrema. De forma sencilla, ayuda a mejorar la calidad de vida de esas poblaciones


how to quote

BALARI, Jordi. Arquitetos sem fronteiras. Arquitextos, São Paulo, ano 03, n. 025.07, Vitruvius, jun. 2002 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.025/776/pt>.

No final de 1991 se generalizou o sentimento entre um grupo de arquitetos principalmente de Barcelona (Espanha), que colaboravam esporadicamente com diversas ONGs, de que se davam as circunstâncias propícias para a criação de uma ONG própria. A referência, naquele momento, era Architectes Sans Frontières com sede em Paris e que estava realizando importantes projetos de cooperação no terceiro mundo (2).

No dia 30 de março de 1992 fundou-se em Barcelona Arquitectos Sin Fronteras-España (ASF-E) ao mesmo tempo em que Architectes Sans Frontières deixava de ser operativa. Evidentemente ASF-E surgiu, como muitas outras ONGs, frente ao que possivelmente seja a grande e essencial contradição dos anos finais do século XX, isto é, a existência de, praticamente, 3/4 da humanidade em situação de pobreza e marginalidade frente a situação de superabundância da outra quarta parte.

Uma parte mínima das transferências dos recursos destinados à cooperação é  canalizada aos Estados através das ONGs, porém é  essencial que este papel de intermediários não se realize de forma inconsciente pois, mesmo com boa vontade, pode-se estar colaborando no reforço do modelo de dependência vigente. Precisamente com a vontade de romper com este modelo nasce ASF-E. E como objetivo primordial ASF-E se impôs o trabalho de sensibilização dirigida não apenas à própria coletividade de arquitetos e demais técnicos no âmbito da construção como também sensibilização dirigida ao resto da sociedade frente aos problemas já enumerados para esclarecer a cooperação nos termos e critérios que usamos para a seleção de projetos.

Em março de 1994 funda-se em Bruxelas (Bélgica), Architectes Sans Frontières-Belgique (ASF-BE), organização de características similares e que em julho do mesmo ano redige e assina em Barcelona, junto com a ASF-E a Carta de Barcelona, documento que resume a filosofia de atuação das nossas organizações, com vontade de fazê-la extensiva às que se vão criando no futuro.

Efetivamente esta filosofia frutifica e, em maio de 1997, nasce em Berlim, (Alemanha), Architekten über Grenzen, e em julho de 1998 em Milão (Itália), Architetti Senza Frontiere. As quatro organizações gerem projetos de cooperação no terceiro mundo e, também, no quarto mundo (chamamos assim as bolsas de pobreza e marginalização do primeiro mundo); neste sentido atuam em projetos de cooperação em seus países de origem para coletividades que sofrem pobreza e marginalização.

Os projetos de cooperação para o terceiro mundo se realizam, sempre, em colaboração com um sócio local, que chamamos contraparte e que deve ser, preferencialmente, uma ONG com experiência e enraizada como movimento de base na comunidade local, e com vontade de transformação das condições de vida da população.

Os projetos de cooperação escolhidos devem responder a iniciativas que gerem desenvolvimento local independente, autogerido e auto-sustentável. São prioritários aqueles projetos que beneficiem a maior quantidade de pessoas, preferencialmente projetos comunitários (centros de saúde, escolas, redes de abastecimento), enquanto que os projetos de habitação devem conter um componente multiplicador que os faça rentáveis socialmente (capital de giro, criação de oficinas de materiais de construção). Devem ser projetos que respeitem o meio ambiente já que a degradação ambiental reforça o cerco à pobreza. Devem priorizar, além disso, os segmentos mais desfavorecidos da sociedade, mulheres, crianças, anciãos, imigrantes.

Finalmente se priorizam as técnicas construtivas locais, evitando criar dependência tecnológica e garantir, desta forma, a sustentabilidade do projeto.

Com estes critérios formulamos o projeto de cooperação em colaboração com a contraparte e com os técnicos locais nos projetos do terceiro mundo, e com a coletividade a quem vão dirigidos os projetos do quarto mundo, e continuamos a gerir o financiamento dos mesmos canalizando fundos provenientes de financiamentos públicos e privados.

Uma vez conseguido o financiamento, o controle do desenvolvimento do projeto se realiza enviando técnicos ao terreno, que trabalham em colaboração com as populações locais, com a organização dos atos de sensibilização mediante a montagem de exposições e realização de palestras, que culmina o processo de desenvolvimento do projeto de colaboração.

Com o fim de garantir a colaboração de contrapartes conhecedoras da realidade social local temos favorecido a criação de ONGs locais de filosofia análoga de tal modo que, atualmente estão em funcionamento ASF-Argentina e ASF-Peru, com as quais se iniciam colaborações em projetos em seus  respectivos paises.

A criação de organizações similares continua com a fundação em novembro de 2001, em Santa Rosa (Califórnia) de Architects Without Borders-North America e a futura constituição em Roma (Itália) de Architettura Senza Frontiere, e em Cambridge (Reino Unido) de Architects Without Borders, o que contribuirá para reforçar a canalização dos fundos de cooperação através destas ONGs tanto na União Européia como nos respectivos governos, alguns dos quais têm utilizado os fundos de cooperação como pura propaganda e para priorizar intervenções de suas empresas nos países do terceiro mundo.

notas

1
ASF-E – Arquitetos sem fronteiras da Espanha. Organização não governamental para o desenvolvimento – ONGD. O presente artigo foi intermediado e traduzido pela arquiteta Assunta Viola. Agradecimento: arquiteto Christian Rocchi, membro de Architettura Senza Frontiere, Roma.

2
Nota da tradutora: Nesse nosso interesse por conhecer formas diversas de atuação dos profissionais de Arquitetura, ou envolvidos com construção, nos deparamos com o website de “Arquitectos sin frontera” – www.asfes.org – um grupo espanhol que através da montagem de uma associação sem fins lucrativos, vem atuando em países do 3º e 4º mundos, em situações de extrema pobreza, de forma mínima, essencial, ajudando na melhora das condições de habitabilidade dessas populações. Gostaríamos de destacar a sua estrutura jurídica, os países aonde corajosamente vem atuando, e os campos e formas diversas de atuação. Eles contam com a colaboração de diversos profissionais espalhados por todo o mundo, especialmente arquitetos europeus, com novas adesões nos Estados Unidos e América Latina.

sobre o autor

Jordi Balari é arquiteto e membro da ONG Arquitetos Sem Fronteiras, Espanha

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025.07
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