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architexts ISSN 1809-6298


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português
O arquiteto paulista Oscar Satio Oiwa faz um rico depoimento de sua andança pelo Japão, Estados Unidos e Europa, onde atuou como arquiteto e artista plástico

english
Architect from São paulo Satio Oscar Oiwa does a rich testimony of their wanderings through Japan, the United States and Europe, where he served as architect and artist


how to quote

OIWA, Oscar Satio. Arte sem fronteira. Geração Migrante – Depoimento 5. Arquitextos, São Paulo, ano 03, n. 031.04, Vitruvius, dez. 2002 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.031/726>.

No começo da década oitenta, era do governo Collor, o país estava em mais uma das suas eternas crises. Na época era recém formado em arquitetura pela USP. Além do diploma, tinha na bagagem um estágio de oito meses em escritórios de arquitetura no Japão durante a faculdade e estágios na Fundação Bienal de São Paulo; tinha trabalhado inúmeras vezes como assistente de artistas internacionais. Além dessas experiências, a minha própria família tem ascendência estrangeira e sair para o mundo era um pouco “familiar”.

Na época, o Japão era o lugar mais fácil para eu ir, pois este país estava com a economia bastante aquecida. Eu também falava um japonês básico e não tinha problema com visto de permanência. Mudei para Tóquio no ano de 1991 e após poucas semanas consegui começar a trabalhar diretamente em um escritório de arquitetura. Eu arrumei emprego sem qualquer indicação, apenas comprando uma revista de ofertas de empregos na banca da esquina. Evidentemente, como todo estrangeiro, passei por muitas dificuldades de adaptação. Tudo levava muito tempo para se acertar, mas uma vez tendo optado por morar fora do país, procurei sempre fazer o melhor possível.

Pouco a pouco a economia japonesa foi esfriando e fui trabalhando cada vez mais com as artes plásticas. Desde o tempo de São Paulo pintava e desenvolvia paralelamente trabalho com as Artes. Em 1991, com 25 anos de idade, cheguei a participar da 21ª Bienal de São Paulo, como representante do Brasil. Em Tóquio, trabalhava durante o dia em período integral no escritório de arquitetura; à noite e aos finais de semana desenvolvia a minha atividade artística. Pouco a pouco foram surgindo oportunidades de exposições. E pouco a pouco fui construindo uma carreira dentro do meio artístico japonês. O Japão possui uma cultura própria e fechada em grupos. Mas hoje tenho na minha bagagem inúmeras exposições em museus públicos japoneses e tenho conseguido trabalhar com as boas galerias de Tóquio. Com arquitetura, de forma direta, não tenho trabalhado muito, mas tenho tido a oportunidade de desenvolver projetos em espaços públicos, como é o caso de dois projetos de esculturas, uma para o Estádio de Sapporo e a outra para o Estádio de Shizuoka, ambos construídos para sediar a última Copa do Mundo.

Além do Japão, tenho tido uma relação profunda com a Europa. Em 1996, a partir de um convite de uma Fundação inglesa (Delfina Studio Trust), tive a oportunidade de permanecer nove meses em Londres, trabalhando e morando no prédio mantido pela fundação. Foi uma experiência muito rica. Contudo, meu trabalho tem alcançado mais sucesso na Franca, aonde vou regularmente expor, trabalhando com uma galeria de Paris. Tenho feito exposições também em Leiden, Barcelona, Madrid, Weimar, Lausagne, e outras cidades européias. Atualmente resido em Nova York, vivendo com uma bolsa oferecida pela Fundação Simon Guggenheim.

A cidade de Nova York possui um dos mais agressivos mercados de arte do mundo e foi o motivo que me levou a tentar a sorte no mercado americano, mas só depois de ter um trabalho amadurecido, pois além dos contatos pessoais, é necessário muito, muito fôlego financeiro para se manter nessa cidade. Mudei para Nova York sem muita previsão de quanto tempo vou permanecer por aqui. Vim com a família (mulher e duas crianças pequenas) e continuo a desenvolver simultaneamente alguns projetos em Paris e Tóquio. Como meu dia de amanhã sempre depende do trabalho de hoje, busco sempre fazer o melhor possível e – coisa muito importante – procuro adaptar minha forma de trabalhar de acordo com os outros, sejam brasileiros, europeus, japoneses ou americanos.

Em resumo, tenho ido e vindo de muitos lugares. Trabalhar com artes é difícil em qualquer parte do mundo, mas me sinto bem realizado com as minhas conquistas. Seja arquitetura, artes ou qualquer outra profissão, acho que tudo é uma questão de muito trabalho sério desenvolvido durante muitos anos.

– E o Brasil onde fica?! –, me perguntam muitos amigos. Espero do fundo do coração que o país melhore e que eu possa desenvolver aí minhas idéias. Apesar de tantos projetos desenvolvidos no exterior, continuo a achar que o melhor país do mundo é o país onde fomos criados, onde mora a “sua gente e o seu povo, que fala a sua língua”.

série completa dos "Depoimentos da Geração Migrante"

GUERRA, Abilio. "Depoimentos de uma geração migrante", Arquitextos 030.00, São Paulo, Portal Vitruvius, nov 2002 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq030/arq030_00.asp>.

SPADONI, Francisco. "Geração Migrante – Depoimento 1. Kenzo Tange e uma peniche no rio Sena". Arquitextos 030.01. São Paulo, Portal Vitruvius, nov 2002 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq030/arq030_01.asp>.

LEONIDIO, Otavio. "Geração Migrante – Depoimento 2. Em Paris, chez Christian de Portzamparc". Arquitextos 030.02. São Paulo, Portal Vitruvius, nov 2002 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq030/arq030_02.asp>.

VIOLA, Assunta. "Geração Migrante – Depoimento 3. Arquitetura e criatividade: uma experiência com Massimiliano Fuksas". Arquitextos 030.03. São Paulo, Portal Viutrivus, nov 2002 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq030/arq030_03.asp>.

ORCIUOLI, Affonso. "Geração Migrante – Depoimento 4. De São Paulo a Barcelona". Arquitextos, Texto Especial 161. São Paulo, Portal Vitruvius, dez 2002 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp161.asp>.

OIWA, Oscar Satio. "Geração Migrante – Depoimento 5. Arte sem fronteira". Arquitextos, Texto Especial 162. São Paulo, Portal Vitruvius, dez 2002 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp162.asp>.

MOREIRA, Pedro. "Geração Migrante – Depoimento 6. Brasil, Inglaterra, Alemanha – 15 anos", Arquitextos, Texto Especial 163. São Paulo, Portal Vitruvius, jan 2003 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp163.asp>.

LIMA, Zeuler R. M. de A. "Geração Migrante – Depoimento 7. Migrar, verbo transitivo e intransitivo. Uma experiência nos Estados Unidos", Arquitextos, Texto Especial 164. São Paulo, Portal Vitruvius, jan 2003 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp164.asp>.

DIETZSCH, Anna Julia. "Geração Migrante – Depoimento 8. Uma dupla experiência nos Estados Unidos", Arquitextos, Texto Especial 172. São Paulo, Portal Vitruvius, mar 2003 <www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp172.asp>.

sobre o autor

Oscar Satio Oiwa é arquiteto (FAU-USP, 1989). Em 1991 muda-se para Tóquio, onde trabalha como arquiteto durante quatro anos. Paralelamente desenvolve sua atividade artística, com diversas exposições coletivas e individuais, projetos comissionados de arte em espaço público, palestras em Universidades, publicação de catálogos, etc. Em 2002, participou de mostra individual em galerias de Tóquio (Fuji Television Gallery) e Paris (Galerie Frederic Giroux), exposições coletivas no Museu de Arte de Oita e no Museu de Arte de Shizuoka. Atualmente reside em New York.

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