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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Uma pesquisa realizada pelo grupo “Paradigmas para o estudo das cidades ibero-americanas no século XXI”, formado em 2004 na FAU Mackenzie, que visa conhecer o processo de vinculação das cidades do México e São Paulo à globalização


how to quote

ABASCAL, Eunice. São Paulo e Cidade do México: espaço e transformações econômico-sociais, um enfoque comparativo. Arquitextos, São Paulo, ano 07, n. 074.03, Vitruvius, jul. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.074/336>.

O presente trabalho é parte de resultados de pesquisa versando sobre processo comparativo entre as cidades de São Paulo e Cidade do México. Trata-se de investigação em curso realizada pelo grupo “Paradigmas para o estudo das cidades ibero-americanas no século XXI” (1), formado em 2004 na FAU Mackenzie. Os objetivos focalizam conhecer o processo de vinculação das cidades objeto do trabalho à globalização, procurando estabelecer as relações possíveis entre as transformações de natureza econômico-produtivas e sociais ao espaço, quer de natureza intra-urbana e metropolitana. Busca também compreender as modalizações dessas mesmas relações, partindo do pressuposto de que o espaço não é o resultado mecânico e linear das transformações apontadas, mas as materializa por meio da arquitetura e do espaço público, expressando hierarquias e prioridades, fruto das dinâmicas e das transformações assinaladas e de decisões provenientes de políticas públicas ou de sua ausência.

Estudamos ainda os atores envolvidos na dinâmica imobiliária, procurando esclarecer a relação entre Estado e mercado praticada, frente à mediação das políticas urbanas. A pesquisa se dispõe detectar em que medida tais processos relacionados à globalização vêm transformando as cidades em estudo e o que vem se materializando arquitetônica e espacialmente a partir dessas mudanças, tendo selecionado o eixo da Av. Luiz Carlos Berrini, em São Paulo (região Sudoeste) e o Distrito de Santa Fé, na Cidade do México, analisando a ambiência e a qualidade desta em relação à arquitetura produzida. Mais do que identificar similaridades, a pesquisa se detém na caracterização de específicas particularidades de cada uma das cidades, no que diz respeito ao ambiente e imagem urbana.

As cidades latino-americanas e as transformações econômico-sociais a partir da década de 80

A partir dos anos 80 as cidades latino-americanas experimentaram mudanças expressivas em seu processo produtivo, a partir do esgotamento do modelo de substituição de importações vigente nas décadas de 60 e 70 (2). O declínio desta forma produtiva motivou o caminho rumo à liberalização econômica e retração da ação estatal, à abertura e flexibilização de mercados e das relações de trabalho. O significativo aporte de tecnologias de informação e comunicação inseriram esses países na dinâmica de globalização, trazendo com isto a importância das regiões metropolitanas como agentes da modernização capitalista em curso.

Há razões tanto empíricas como teóricas para legitimar os estudos sobre cidades globais às principais cidades da América Latina, África e Ásia. Sendo a organização da economia global uma rede em sua expressão espacial, em que as cidades latino-americanas surgem como nós relevantes, e se a América Latina está integrada ao mercado mundial, pode-se supor que as principais cidades latino-americanas formam parte do sistema urbano global.

Num primeiro olhar, a metropolização é sem dúvida um dos aspectos unificadores que estão presentes não somente nas cidades latino-americanas, mas também naquelas dos países de primeiro mundo, determinando o que Mattos (3) aponta como replicação, apesar das especificidades urbanas. Marcuse (4) fala de similaridades desconcertantes, que acercam a todas as cidades mundiais, como que tocadas pela globalização. Mesmo que não estejam reproduzindo mimeticamente o mesmo processo de espacialidade, esse autor esclarece que há mudanças que se apresentam em todas elas, cabendo à investigação conhecê-las.

De um ponto de vista hipotético, é possível propor que a simultaneidade da reestruturação produtiva apontada, da globalização e difusão e internacionalização de informações e comunicações vem transformando a organização espacial e o funcionamento das regiões metropolitanas na América Latina, assim como dos espaços intra-urbanos que constituem suas principais aglomerações.

Entre as inovações, destaca-se a preferência de localização das empresas de capital transnacional nas regiões metropolitanas, cuja concentração constitui verdadeiros nós de redes coligadas globalmente, resultando em mudanças estruturais que resultaram em novas ambiências e uma nova modalidade de cidade. Ao mesmo tempo notam-se dispersões produtivas intra-metropolitanas, sobretudo do setor secundário que passou a ocupar espaços interessantes, de natureza logística ou fiscal (5).

Estes processos vêm atraindo a crescente expansão e periferização metropolitanas, afetando as morfologias social e territorial que passam a admitir ao mesmo tempo fragmentação e polarização, segregação e policentralidades. A cidade em redes (dispersa, articulando a produção por meio da comunicação e da informatização) convive com a cidade em guetos, concentrando a materialização espacial no território.

Isto se deu graças à formação de uma ordem supranacional de organização produtiva, que conectou em rede as empresas, que tratam de reordenar funções e mobilizar recursos produtivos interdependentes, formando tramas transnacionais de produção e comunicação. Essas redes incluem um sem número de outras, que abrangem cultura, atividades científicas e universitárias, incorporando lugares à rede globalizada, contribuindo para a valorização de capitais de empresas transnacionais em territórios e lugares distintos.

Afirmando o exposto, Parnreiter (6) assinala que a integração latino-americana ao mercado internacional que resultou do aumento de exportações determinou a descentralização produtiva, uma vez que suas instalações não mais se encontram nos centros econômicos tradicionais. No entanto, a globalização trouxe em igual medida um processo de centralização, sobremaneira dos serviços avançados que se materializam na forma de sedes de empresas a eles vinculadas, centralizadas nas principais capitais. Esse autor pondera que a conclusão de que a globalização é geradora de dispersões de forma generalizada é imprecisa, e que as redes urbanas e produtivas relacionadas ao mercado internacional convivem de forma complexa com dinâmicas centrípetas. Trata-se de convivência de forças centrífugas e centrípetas, o que desencadeia um desafio teórico, à medida que exige da investigação urbana a reformulação do conceito de primazia urbana como concentração econômica, demográfica e de poder econômico. As cidades não mais detêm essa primazia compreendida de maneira convencional, pois a massa econômica se encontra dispersa em territorialidades outras, como aquelas metropolitanas. Concentram, entretanto, crescentes contingentes populacionais à espera de provisão e trabalho, bem como de qualidade ambiental.

De um outro ponto de vista, as grandes metrópoles latino-americanas entre as quais estão São Paulo e Cidade do México vivem problemas como a moradia em favelas, altas taxas de desemprego e a violência urbana. Fenômenos como um intenso dinamismo, expresso pelo crescimento populacional atestou desde os primórdios da história paulistana essa importância, passando de 240 mil em 1900 para 10 milhões, um século depois (7).

Além disso, a estrutura sócio-espacial das grandes cidades apresenta mudanças, representadas pela convivência de fragmentos distintos que abrigam classes sociais espacialmente cindidas, o que surge à observação com a presença de condomínios fechados destinados à moradia de grupos privilegiados. Entretanto, essa aparente dualidade parece não se confirmar como lei geral, e estudos vêm demonstrando uma ocupação de natureza complexa, insistindo na distribuição dispersa dos estratos médios e inferiores, à procura de lugares de mais baixo valor imobiliário, determinando o deslocamento da classe média à periferia e a ocupação das áreas centrais pela classe baixa, na forma de cortiços (8).

No entanto, a trama complexa de ocupação e distribuição das atividades econômicas e produtivas e do tecido habitacional nas metrópoles assinaladas para este estudo não descarta a presença marcante de ilhas ou espaços especializados, quer de natureza habitacional (condomínios) ou produtivos (áreas específicas para abrigo de funções terciárias avançadas), convivendo com um outro tecido que se apresenta disperso no que toca à distribuição produtiva e habitacional.

São Paulo e Cidade do México respondem a esse modelo, sendo que 65% dos serviços avançados do país se concentram na capital mexicana. Em São Paulo, a nova articulação da nucleação do centro metropolitano correspondeu à passagem do regime fordista para o de acumulação flexível, crescendo expressivamente o poder e a conseqüente concentração espacial do capital financeiro (9). O denominado Centro Berrini, continuação do eixo formado pela Av. Brigadeiro faria Lima e em direção da Av. Marginal do Rio Pinheiros corresponde ao espaço empreendido para abrigar as sedes de empresas e de grupos internacionais, sendo uma continuidade em direção do vetor sudoeste da cidade conectando-a à economia globalizada, por dotar a cidade de centros de operação de capitais transnacionais.

De maneira similar, Santa Fé na Cidade do México, considerada a mais deteriorada zona do Distrito Federal graças à presença de atividade mineradora, assim como de aterros sanitários e assentamentos irregulares destinou-se a um programa amplo de instalação de centros comerciais e sedes corporativas, cujos objetivos se acercaram da promoção e atração de investimentos estrangeiros diretos, recuperação ecológica da área (devastada pela mineração e manejo de resíduos) e criação intensiva de empregos em setores não contaminantes (10).

A pesquisa que se está realizando deseja obter subsídios para possíveis comparações de formação das condições gerais, bem como do processo efetivo de desenvolvimento dessas áreas apontadas para as duas cidades, guardando as condições específicas dos empreendimentos, avaliando a participação ou a retração do poder público frente às transformações econômicas e espaciais observadas.

Cidade do México: tendências a partir da década de 80

No final da década de 80 a Cidade do México padecia de problemas relativos à estagnação econômica, ao desequilíbrio ecológico e tensões sociais e políticas, seguidos da conhecida insegurança pública. Embora concentrasse elevado percentual de concentração produtiva industrial e de consumo, graves problemas tais como escassez de água e deterioração ambiental conviviam com dificuldades relativas à organização jurídica da posse da terra, à dotação de serviços públicos elementares (água, drenagem, educação, saúde, transportes e segurança, destinação de resíduos) que se apresentavam em funcionamento limite. O futuro da cidade vinha então sendo questionado por setores organizados da sociedade e categorias profissionais, esboçando-se estratégias que pudessem se opor à deterioração meio ambiental, bem como da área urbana central esvaziada pela migração em busca de oportunidades de trabalho, levando a considerável abandono do Centro Histórico.

Esses processos de esvaziamento se relacionavam diretamente à transformação da estrutura demográfica, que se modificou drasticamente. Nas décadas de 80 e 90, verificou-se crescimento das cidades médias do litoral e de fronteira, explicável pelo fluxo migratório relacionado à dispersão da atividade econômica do setor secundário. Este fenômeno reuniu-se a outro, da redução das taxas de crescimento natural das grandes cidades.

Fenômeno complementar ao demográfico se apresentou como alteração de uso do solo nas delegações centrais. A expansão de atividades econômicas relacionadas ao setor terciário, tais como finanças, governo, comércio e educação gerou concentração espacial como produto do crescimento econômico e do emprego. Esta dinâmica acarretou na valorização do solo e da rentabilidade dos imóveis, fomentando a venda das casas e a migração para as periferias e expandindo a área urbana (11).

A expansão do centro de negócios, no entanto, não se deu de maneira uniforme, mas produziu áreas com usos bastante heterogêneos. O que contribuiu para a perda de qualidade de vida à medida que antigas zonas se deterioraram, tais como o Centro Histórico, assim como o lado sul de la Alameda, do Paseo de la Reforma e da Zona Rosa.

As transformações espaciais foram acompanhadas de outras econômico-sociais, entre estas a diversificação da base econômica no intuito de adaptar as economias urbanas aos mercados nacional e internacional.

A Cidade do México se configurou em sua trajetória como uma das concentrações econômicas mais significativas do mundo, ao sustentar sua atividade a partir do tripé governamental e público, da indústria manufatureira e dos serviços relativos à educação, saúde, finanças e comércio. Do ponto de vista fiscal, recebeu tradicionalmente o apoio federal, absorvendo também grande parte dos custos das grandes obras de infraestruturas, tais como o Metrô, a drenagem de águas profundas, a captação e condução de águas dos Rios Lerma e Cutzmala (12).

O declínio das bases fundamentadas nas atividades públicas e industriais concentradas no DF veio se acentuando, e cidades como Guadalajara, Monterrey, Leon, Tijuana e Cancún disputam na atualidade com a capital a primazia das atividades industriais, de cultura, turismo, telecomunicações e também de localização de aeroportos.

Ao mesmo tempo, a concentração de recursos de um governo centralizado e forte foi aos poucos substituída pela descentralização, com que municípios e estados assumiram mais funções. A partir de 1990, devido à reforma fiscal e saneamento das finanças públicas, aplicou-se nova fórmula para o ingresso federal, baixando o coeficiente deste no Distrito Federal aos atuais níveis de 16%, exigindo das administrações locais a provisão com recursos próprios captados na forma de impostos, taxas e contribuições, das obras de construção das linhas de Metrô assim como o subsídio dos transportes.

A escassez de solo, os elevados custos deste e da água, bem como expressivos gastos industriais para cumprir normas ambientais, e o alto custo da crescente congestão da metrópole conformaram as causas da mudança de orientação da indústria para o mercado exportador. No México, a globalização significa a transformação desse país numa plataforma de produção para o mercado norte-americano, o que se explica pela proximidade geográfica e pela relação histórica de ambos os países (13). Trata-se, como assinala Parnreiter, de uma nova lógica de territorialidade industrial, localizada ao norte do México e relacionada à presença da modalidade maquiadora. As maquiadoras são fábricas destinadas a concluir a produção de empresas norte-americanas e transnacionais que se implantaram no país.

A atividade maquiadora iniciou-se em 1965 na região fronteiriça com os Estados Unidos, criando postos de trabalho para os migrantes que regressavam daquele país. Sua territorialização determinou uma economia de enclave, filiando o sistema produtivo (importar insumos dos EUA que uma vez manufaturados regressam a esse país – maquiando-os), a uma lógica espacial. As indústrias exportadoras que não são maquiadoras respeitam a uma lógica similar, mudando-se para o norte, entre estas a automotriz. Voltando-se hoje ao mercado exportador, integra um cluster nortista, compartindo da estratégia de importar para re-exportar. Estas transformações do setor secundário explicam o declínio das regiões metropolitanas como lugares de primazia econômica.

Por outro lado, as cidades atestam a presença de novas concentrações, relativas aos serviços de produção, presença de investimentos estrangeiros diretos e sedes de empresas. Deste ponto de vista, indica-se o surgimento de funções de cidade global para a Cidade do México, transformando-a em interface com o mercado internacional.

No entanto, se as plantas industriais se deslocam para cidades médias e com estas a produção, a metrópole continua ainda o lugar privilegiado de localização das sedes de empresas. Estas sedes urgem se materializar por uma arquitetura singular e dotada de atributos capazes de simbolizar a posição das empresas e seu peso econômico, marcando o lugar de operação empresarial.

A dinâmica de México DF inclui elevado nível de concentração de empresas que operam a partir de investimento estrangeiro direto. Suas matrizes e escritórios centrais seguem operando na região metropolitana, o mesmo fenômeno se passando com as sedes de empresas exportadoras (14). Ao mesmo tempo em que concentra matrizes de empresas a estrutura básica da industrialização mexicana reúne mais da metade do PIB nacional e continua localizada na capital. De onde concluir que embora ocorra a migração da população com melhor qualificação para as cidades do interior, a Cidade do México segue oferecendo vantagens competitivas, quanto ao comando da economia (15), favorecida pela intensa modernização viária que a tornou favoravelmente articulada ao sistema mundial.

Atividades como, por exemplo, o turismo de negócios e demais serviços afluem hoje com intensidade à capital, apesar dos altos índices de contaminação ambiental, problemas de tráfego e insegurança urbana, assistindo-se à formação dos centros comerciais e turísticos tais como o da área em estudo, o distrito de Santa Fé. Este eixo é uma continuidade proporcionada pela extensão do histórico Paseo de la Reforma, estendendo o vetor de ocupação deste por edifícios voltados ao setor terciário, ocorrido desde a década de setenta do século findo. Pode-se compreender a mais recente expansão urbana em direção de Santa Fé como um desdobramento da expansão clássica da cidade, ligando o Centro Histórico, o Paseo de la Reforma e as Avenidas Santa Fé e Insurgentes.

Um crescimento do turismo de negócios, de centros comerciais, edifícios-sede de empresas transnacionais, infra-estrutura turístico-hoteleira e condomínios fechados de alta renda, ocupando extensas áreas, manifesta a capacidade da Cidade do México de acercar-se das funções de comando econômico e de interlocutora do sistema mundial. A capital desempenha hoje um duplo papel, o de articular-se aos fluxos econômicos internos do país e de articuladora destes aos fluxos econômicos de natureza global.

A capital segue desempenhando papel central para a reestruturação financeira nacional, ao controlar a presença e a localização do sistema bancário. De início controlando o sistema interno e depois, com a venda de bancos a empresas estrangeiras, a capital passou a exercer a função de elo de ligação ativo entre o sistema financeiro nacional e mundial.

O comércio assistiu a uma reformulação com a crescente participação de capitais estrangeiros e de cadeias de distribuição globais, como a rede Wall Mart, fazendo com que grandes superfícies comerciais passassem ao controle de empresas estrangeiras.

No que diz respeito aos serviços voltados à produção, a capital desempenha papel de destaque como núcleo econômico dinâmico, oferecendo serviços especializados de natureza jurídica, contábil, informática, de comunicação e mensagens, design e projetos etc. A disponibilidade destes serviços e do sistema financeiro concentrado consolida o papel de comando econômico da Cidade do México, reforçando a dinâmica de localização destas funções na capital e em sua região metropolitana. Por volta de 60% do total de empresas se localiza hoje na capital (16), em uma região concentrada da zona metropolitana, mais especialmente no eixo Paseo de la Reforma-Santa Fé, transformando-o em um nó de comando econômico.

Este nó pode se configurar como um “núcleo incrustado”, em que todas as condições de vida se afastam daquelas dos arredores, determinando um fragmento heterogêneo e descontínuo, em que se localizam as faixas de mais alta renda da população. Esta concentração de renda se espelha na valorização imobiliária e de solo verificável, acirrada pelos investimentos públicos em infra-estruturas que permitem fácil acesso ao distrito de Santa Fé, bem como de sistemas viários que permitem os fluxos de mercadorias e pessoas unindo a capital, via Paseo de la Reforma e Polanco-Santa Fé a Querétaro, Toluca e Cuernavaca, favorecendo as comunicações e os fluxos relacionados às rotas do Tratado de Livre Comércio.

Santa Fé comporta hoje um complexo, formado por edifícios de escritórios, centros comerciais e zonas residenciais, contíguo a um bairro popular tradicional. Um fenômeno destacável reside ainda na construção de habitações de luxo que vêm ocupando terrenos desocupados e interstícios entre os bairros pobres. O que convida a conceituar a complexidade da capital como heterogênea, muito mais do que segregada.

Estes desenvolvimentos específicos tais como o de Santa Fé guardam relações evidentes com o processo de globalização (17). O distrito nasceu de intenção declarada do dirigente do DF Camacho Solis (1988-1994) de ser o símbolo urbanístico e de integração com o mercado internacional e das reformas neoliberais levadas a cabo no país a partir dos 90. Os espaços para o setor terciário vendidos na Cidade do México, entre 1995-2001 somaram 335.000m2, e quase a metade destes se localiza em Santa Fé (18).

Os atores envolvidos atuam no mercado e seguem construindo residências para as classes média e alta em terrenos de grandes dimensões, privatizando pouco a pouco os espaços públicos, substituindo-os por espaços privativos.

Como conseqüência da formação de territórios especializados e corredores ou áreas para o terciário, a vialidade urbana também se conformou à nova situação. Acompanhando a privatização crescente do processo urbano, as áreas especializadas vêm funcionando como fatores de pressão para que o poder público conceda prioridade a elas para a construção de infra-estruturas (viária e outras), em detrimento de outras partes desfavorecidas (19). A prioridade se verifica na viabilização do automóvel e na carência de investimentos em linhas de metrô ou outras modalidades de transporte público.

São Paulo, o eixo Luiz Carlos Berrini e a expansão terciária no vetor sudoeste

São Paulo assim como outras metrópoles mundiais e latinoamericanas vêm atravessando processo de reestruturação produtiva frente às transformações do regime de acumulação fordista, vigente até a década de 80 do século XX. Essas mudanças acarretaram a formação de centros financeiros e empresariais (central business districts), de consumo e lazer, espacializados na forma de intervenções ou empreendimentos urbanos pontuais ou parciais.

Esta nova perspectiva para as ações urbanas se opõe à lógica modernista, de caráter abrangente e totalizador, atendendo ao sistema de acumulação flexível que trouxe consigo se não o declínio da atividade produtiva industrial, o significativo decréscimo da mão-de-obra empregada no setor secundário. O declínio do emprego industrial nas grandes metrópoles, acrescido do significativo crescimento da concentração demográfica nos grandes centros urbanos têm se demonstrado razões para o necessário desenvolvimento do setor terciário de serviços avançados e de serviços voltados à produção industrial, atraindo sedes de instituições empresariais e financeiras que se localizam em áreas funcionais especializadas.

David Harvey (20) tratou deste fenômeno de forma consistente, assinalando a necessidade de promover a retomada econômica em metrópoles atingidas por essas transformações. Conforme esse autor, o surgimento dessas áreas especializadas é função da nova ordem econômica, diretamente relacionada a intervenções que demandam dos arquitetos o atendimento a clientes que buscam na arquitetura distinção e construção da imagem corporativa adequada ao caráter simbólico entronizado por seus edifícios-sede.

A necessidade da diversificação arquitetônica se explica pela concentração de recursos estéticos e tecnológicos, aptos a materializar uma arquitetura capaz de incorporar essa distinção simbólica pretendida. Outro fator de interesse é o de empresas e instituições financeiras que conectam as economias locais à economia-mundo se localizarem no território de maneira a estabelecerem um ponto na vasta rede informacional, desconectados esses pontos do território ou lugar em que se inserem.

Estes fenômenos se relacionam à globalização, o que significa, sob esta ótica, diversificação de produtos e de processos, reorganização da produção ao nível global. Quer dizer também mecanismos capazes de promover a mobilidade e rapidez de circulação de bens e de capital. O processo descrito responde às pressões pela inovação constante e rapidez de circulação e de fluxos, quer sejam de informações, materiais, signos ou capital simbólico exigindo reestruturações da circulação econômica. Processos ou formas de materialização de investimentos funcionam como âncoras de articulações entre dinâmicas econômicas nacionais e internacionais.

Ao mesmo tempo em que se observa o fenômeno descrito para a arquitetura, Sassen (21) demonstrou que a globalização acarretou na dispersão das atividades econômicas e no crescimento de operações centralizadas. O que não implica que a concentração descrita contribua em si mesma para a articulação dos espaços que a recebem.

Tal concentração de recursos no edifício e não na escala urbana dos lugares transforma as relações tradicionais entre arquitetura e espaços públicos, levando à presença de diferentes linguagens e hierarquias na construção de formas específicas de promoção de espaços coletivos e privados. Essas hierarquias se relacionam às formas através das quais as alianças e parcerias entre o poder público e os interesses do capital privado se concretizam, atuando com maior ou menor força, imprimindo aos espaços com maior ou menor vigor e intensidade determinadas formas de utilização.

Cabe à pesquisa indagar e buscar as diferentes modalidades por meio das quais as posições frente ao espaço urbano são assumidas, ou como cessão à narrativa de que “o lugar não importa”, fazendo valer a idéia de que a desterritorialização é a regra e só vem a desvalorizar a cidade, ou integrando a este raciocínio como a cidade global pode conviver com aquela outra dotada de diversidade cultural, econômica e social.

Nesse contexto, São Paulo veio apresentando a partir dos 70 o processo de formação de novas centralidades, quando um novo centro se estruturou ao longo da Av. Paulista. Essa expansão da centralidade correspondeu à passagem gradual do regime de acumulação fordista ao pós-fordista flexível, tendo continuidade com o aparecimento do eixo Berrini, nos anos 90. A expansão no sentido do vetor sudoeste se explica pela presença na região de infra-estrutura viária capaz de absorver a crescente motorização, contando com a presença de um complexo mais intenso de avenidas e vias expressas (22).

Além disto, os terrenos da Berrini se apresentaram com um custo bem inferior do que aqueles da valorizada Av. Paulista, atraindo os investidores. A ocupação deste eixo correspondeu a uma gradativa concentração de sedes de empresas voltadas ao setor terciário, contando o empreendimento com a decisiva participação do capital imobiliário privado.

Surgido na continuação do eixo da Av. Brigadeiro Faria Lima, o Centro Berrini nasceu de um empreendimento gerido pela Construtora Bratke e Collet para a implantação de um conjunto de edifícios de escritórios de alto padrão. O que caracteriza uma peculiaridade desta centralidade é o fato de concentrar edifícios-sede de empresas transnacionais, constituindo um centro corporativo dessa natureza na cidade.

É de interesse ressaltar que se verificou uma ausência do poder público na gestão da implantação desse empreendimento, totalmente relegado à iniciativa privada. Diga-se relegado, no sentido de que não houve nenhuma articulação entre o capital privado e o poder público, ressaltando-se o fato de que este tratou apenas de dar continuidade às obras infra-estruturais que viriam a valorizar a região e o patrimônio imobiliário ali edificado.

Tal estratégia concentrou atenção na arquitetura e na acessibilidade a ela, não dispensando ou sequer possibilitando que o espaço fosse pensado como privado e potencialmente coletivo, e que nenhuma articulação efetiva com outros segmentos sociais e setores intermediários da economia (restaurantes, serviços, hotéis, bares, escritórios médios relacionados à economia local) pudesse nascer.

Quanto à arquitetura realizada, apresenta certo padrão evidente na adoção de recursos tecnológicos e de materiais que visam conferir à área uma distinção e a aura de paisagem urbana peculiar. Outra característica de interesse diz respeito à promoção desta distinção pelo investimento de esforços projetivos na exterioridade da arquitetura, dominando a homogeneidade dos interiores com o conceito de “flexibilização espacial interna”. As plantas são em sua maioria senão na totalidade plantas livres, deixadas para posterior ocupação flexível pelos escritórios e empresas, de acordo com sua especificidade de layout.

A arquitetura dos revestimentos, fachadas (que voltam a ter importância, negando a homogeneidade dos exteriores modernos na esteira da Ville Savoy), resgatam esse componente clássico da hierarquia das elevações, de natureza pós-moderna.

Além dessa valorização exclusiva do edifício uma série de investimentos públicos municipais se concentrou na região sudoeste na década de 90 tradicionalmente em área de localização de negócios e residencial de alto padrão. A área recebeu toda uma sorte de melhoramentos viários, tais como o corredor sudoeste-centro, infra-estrutura dedicada exclusivamente ao automóvel (23).

A ausência de desenho urbano para as áreas de superfície que correspondem à implantação viária mencionada é perceptível, bem como a inexpressiva arborização, priorizando as conexões do sistema viário e minimizando a preocupação com a ambiência e a paisagem entendidas como um sistema que envolve a arquitetura, os espaços públicos e os interstícios bem como as conexões de tecidos urbanos.

A fragmentação é a tônica da concepção, sendo que o corredor é um eixo perpendicular a avenida Marginal do Rio Pinheiros (24) e à criada Avenida Águas Espraiadas. A abertura dessa avenida incorreu na desapropriação de áreas significativas, implicando na expulsão de 50 mil pessoas, fator que contribuiu para a valorização dos terrenos no bairro do Brooklyn e da Avenida Luiz Carlos Berrini. A tônica do empreendimento da área sugere para essa avenida a ausência de um Projeto Urbano, desabrigando famílias e desarticulando a intervenção pontual por meio de implantação de edifícios de escritórios cujo fim último foi a da valorização do solo urbano, desconsiderando outras necessidades da cidade no que toca à habitação e à articulação dos espaços públicos.

O conjunto das práticas urbanísticas atuais enquanto um neo-urbanismo pode ser conceituado como implementação de ações e projetos num contexto de incertezas, configurando uma nova abordagem que se vincula ao planejamento e à gestão de natureza estratégica (25). Esta tem como objetivo agir e adaptar-se a contextos complexos e incertos, exigindo de seu procedimento maior reflexividade e correção contínua de objetivos e de meios. Requer ainda a elaboração de uma gama de projetos distintos os quais, no entanto, devem estar coordenados e subordinados a estratégia de maior alcance.

Entendido como processo passível de feed-back e capaz de se corrigir absorvendo evoluções e mudanças, o neo-urbanismo deve se habilitar a enfrentar a incerteza de uma sociedade democrática e aberta, acompanhando as mudanças inerentes à economia globalizada. O projeto não se esgota no desenho, mas se torna um instrumento aberto à negociação, uma estratégia e instrumento pragmático, que deve, portanto, ouvir a sociedade em todas as suas dificuldades, gerir suas potencialidades, trabalhar com a totalidade das forças sociais.

Este novo urbanismo requer como instrumentação Projetos Urbanos. A expressão Projeto Urbano é européia, surgida na década de 70 (26). Originou-se na crítica ao funcionalismo e ao movimento moderno, tendo sido empregada como sinônimo de desenho e composição urbanos. Representava a crítica que filiava a noção clássica e arquitetônica de “projeto” ao urbanismo, e expressava o projeto de arquitetura em grande escala, vinculando as competências do desenho da edificação à organização espacial de escala urbana. Ao Projeto Urbano caberia a qualificação de espaços públicos, a promoção da totalidade perdida da cidade, ao propor desenhos articuladores da continuidade espacial. Opondo-se à visão setorial e ao planejamento burocrático do Estado, romperia malhas urbanas e espaços interurbanos à guisa de integrá-los, combatendo a setorização e as infraestruturas viárias dilaceradoras.

A gestão do Projeto Urbano requer a operação de um sistema planejado de parcerias entre o Estado e as instituições públicas e o capital, moldando um procedimento metodológico e não apenas um conjunto de táticas e de estratégias. Aberto e específico, contrapõe-se ao urbanismo normativo (27) gerando novos códigos e normas adequadas à implementação das propostas. Desejando uma solução para a cidade em crise, nela intervém por meio do desenho dos fragmentos ou de áreas, que, no entanto, devem manter coesão com um complexo de ações e planos para a cidade total.

Nas décadas de 80 e 90 do século XX (28), a Europa assistiu à concomitante elaboração dos princípios teóricos e aplicação prática do Projeto Urbano, dando lugar a uma disciplina em que teoria e prática se influenciariam. A maior parte das experiências de implementação ocorreu em território europeu e norte-americano, respondendo a problemas distintos, relativos à reconversão de áreas refuncionalizando espaços produtivos ociosos, requalificação de espaços públicos e resgates de espaços obsoletos, degradados e amortizados.

No Brasil, experiências díspares foram idealizadas e implementadas na década de 90 em diversas cidades. Tais experiências, denominadas muitas vezes de forma descabida e imprecisa de projetos urbanos, concretizaram-se em Salvador, Rio de Janeiro, Santo André (São Paulo), Belém, Recife e no município de São Paulo.

Tais experiências relacionadas a um contexto histórico de retração dos Estados Nacionais como investidores, fazendo dos governos estadual e municipal os principais agentes de implementação e financiamento das políticas urbanas, exigiram a busca de novas formas de gestão urbana e enfrentamento das conseqüências da globalização. Ganhou-se em autonomia municipal na gestão de recursos financeiros e decisão de investimentos, devendo os municípios geri-los e alcançar competitividade e inserção nas novas formas de economia mundial. O espaço urbano se converteria em matéria visada acompanhando este movimento de atratividade de investimentos, se reconfigurando e exibindo mudanças na paisagem e imagem.

Ações estratégicas priorizando intervenções pontuais, ocupando e remodelando áreas desvalorizadas e criando infra-estruturas e sistemas de comunicação e transporte, visaram conferir visibilidade às cidades, modificando a acessibilidade e a ambiência urbana. No caso do eixo Berrini, cabe assinalar a preponderância do poder de decisão do empresariado na gestão do processo, restringindo de forma patente os atores sociais envolvidos. A dinâmica da negociação centrada em torno de um pool de empresas de capital privado afasta a gestão da transformação urbana de São Paulo de forma bastante evidente do ideário do Projeto Urbano. O nível de articulação com setores organizados da sociedade civil que poderiam buscar negociações com o poder público parece não ter sido promovido, tornando a intervenção um ato legitimador de interesses restritos.

A localização do empreendimento foi decidida ainda em função dos interesses do investidor privado (empresas que renegaram centralidades valorizadas, em busca de terrenos financeiramente mais acessíveis) em local afastado do centro que exigiu do poder público a construção de infra-estruturas inexistentes, mesmo que a área fosse já bastante servida de sistemas viários. O poder público tratou de viabilizar a implantação das empresas transnacionais conectadas ao mercado internacional, agindo apenas como facilitador da maximização da valorização fundiária e imobiliária em curso (29).

O projeto Berrini tem como característica fundamental atender a demandas específicas de mercado relativas à arquitetura, exibindo claramente uma aberta desarticulação com política urbana vinculada a estratégias tais como a integração de malhas urbanas, a construção cuidadosa da paisagem, do espaço público e coletivo, a possível articulação com o entorno imediato ou habitação para os desalojados (os 50.000 moradores da Favela Jardim Edith, que não tiveram seus problemas habitacionais solucionados). Outro ponto a salientar diz respeito ao impacto ambiental e urbano dos empreendimentos, francamente verticalizados e dotados de subsolos que vêm impermeabilizando a oferta de solo na cidade.

Conclusões

O desdobramento das centralidades em cidades conectadas à rede mundial de mercados é fenômeno reincidente, nas metrópoles tanto de países desenvolvidos como daqueles em desenvolvimento. A comparação entre São Paulo e Cidade do México é bastante elucidativa quanto aos acontecimentos relativos aos eventos e processos descritos que envolvem a globalização e as transformações produtivas, econômicas e sociais que vêm acompanhando a história urbana recente. Essas áreas representam concentrações do setor terciário e pontos de materialização de capitais transnacionais. No entanto, os processos de gestão e de decisão técnica e política que coordenam a territorialidade desses fenômenos parecem não faze-lo com o devido rigor ético sequer com a necessária consciência de suas conseqüências urbanas e metropolitanas.

Tanto Santa Fé como a Av. Luiz Carlos Berrini e o eixo de crescimento sudoeste de São Paulo assistiram a movimentos comuns de priorização dos investimentos públicos nessas regiões, nelas gerando concentrações de renda e poder centralizado em mãos de investidores privados, abarcando recursos e melhorias em detrimento de outras áreas urbanas carentes. O processo parece acirrar as tensões entre sociedade civil e Estado (o quanto este a representa e media os interesses da coletividade e não apenas aqueles do mercado), requerendo que uma cultura de negociação e de consensos se viabilize politicamente.

Ao mesmo tempo, formas distintas de urbanização se comparadas à tradição da cidade latino-americana (com um centro definido por funções comerciais, administrativas e religiosas) surgem em função do aparecimento das enunciadas centralidades, que mediam entre uma quase desertificação e ausência da condição de lugar e a existência enquanto centralizadoras de arquiteturas voltadas ao setor terciário. A privatização dos espaços toma o lugar da vida pública e da condição espacial desta, subordinando a condição de urbanidade tão somente à presença do edifício.

A arquitetura enquanto linguagem e dotada de símbolos capazes de expressar intenções e processos pode revelar estes fenômenos, cabendo ao avanço da pesquisa comparada investigar os recursos por ela utilizados a fim de sedimentar esse capital simbólico representativo. A arquitetura do terciário globalizado fala de si e dos espaços que propõe, por sua escala, materiais e tecnologias, implantação, cuidado ou descaso com a acessibilidade pública. Estes são alguns dos caminhos ainda a percorrer por esta instigante pesquisa.

notas

1
O grupo Paradigmas para o Estudo de Cidades Iberoamericanas no Século XXI é integrado pelos Professores Eunice Helena Sguizzardi Abascal, Ricardo Hernán Medrano, Luiz Benedito Castro Telles, Rafael Manzo e Claudia Virginia Stinco. As pesquisas enfocam perspectiva comparada de cidades ibéricas e latino-americanas, recortando o intervalo temporal a partir da década de 80 até a atualidade. A metodologia de pesquisa é o método histórico-analítico.

2
MATTOS, Carlos A de. Redes, nodos y ciudades: transformación de la metrópoli latinoamericana. VII Seminário de la Red Iberoamericana de investigadores en Globalización y Territorio, Cuba, nov. 2002, em http://www.unia.es/nuevo_inf_academica/visualizar_file_Adjunto.asp?ID=539.

3
Idem, ibidem.

4
MARCUSE, Peter; VAN KEMPEN, Ronald (eds.). Globalizing cities. A new spatial order? Oxford, Blackwell Publishers, 2000.

5
MATTOS, Carlos A de. Op. cit.

6
PARNREITER, Christof. “Tendéncias de desarrollo en las metrópolis latinoamericanas en la era de la globalización: los casos de Ciudad de México y de Santiago de Chile”. EURE, nº 92, v. 31, Santiago, maio 2005.

7
FRÚGOLI JR., Heitor. São Paulo, centralidade em São Paulo. Trajetórias, conflitos e negociações na metrópole. São Paulo, Cortez/Edusp, 2000.

8
TASCHNER, Suzana Pasternak; BÓGUS, Lucia. “São Paulo, uma metrópole desigual”. EURE, nº 80, v. 27. Santiago, maio de 2001.

9
Cf. CORDEIRO, 1992-3, apud FRÚGOLI JR., Heitor. Op. cit.

10
DE BUEN, Jorge Gamboa. Ciudad de México, una visión. Una visión de la modernización de México. DF, Fondo de Cultura Económica, 1994.

11
DE BUEN, Jorge Gamboa. Op. cit.

12
Idem, ibidem.

13
PARNREITER, Christof. Op. cit.

14
HIERNAUX-NICOLAS, Daniel; SÁNCHEZ, Maria Teresa Carmona. “Dinâmicas metropolitanas y reestructuración de la region centro de México: hacia la metápoli?” In VILLAREAL GONZALEZ Diana Rebecca; MIGNOT, Dominique; HIERNAUX, Daniel (Eds.). Dinámicas metropolitanas y estructuración territorial. México, UNAM Xochimilco, 2003.

15
Conceito formulado por Saskia Sassen.

16
HIERNAUX-NICOLAS, Daniel; SÁNCHEZ, Maria Teresa Carmona. Op. cit.

17
PARNREITER, Christof. Op. cit.

18
CUSCHMAN & WAKEFIELD, 2001-2002. Apud PARNREITER, Christof. Op. cit.

19
PRADILLA, Emilio; MÁRQUEZ, Lisett. “Ciudad de México: política pública, privatización y patrón de movilidad urbana de la población”. In IX Seminario Internacional de la red de Investigadores de globalización y territorio, 2006.

20
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo, Loyola, 1992.

21
SASSEN, Saskia. The global city. New York, London, Tokyo. Princeton, PUP, 1991.

22
FRÚGOLI JR., Heitor. Op. cit.

23
MEYER, Regina P.; RAMALHO, Thomas M. T.; CRUZ, Maurício F. "Mobilidade viária versus contexto urbano". In SCHICCHI, Maria Cristina; BENFATTI, Dênio (orgs.). Urbanismo: Dossiê São Paulo – Rio de Janeiro. Campinas, Rio, PROURB/UFRJ – PUC-Campinas, 2003.

24
Idem, ibidem.

25
ASCHER Apud MACHADO, Denise B. Pinheiro. "Cidade contemporânea e projetos urbanos". In SCHICCHI, Maria Cristina; BENFATTI, Dênio (orgs.). Op. cit.

26
MACHADO, Denise B. Pinheiro. Op. cit.

27
Idem, ibidem.

28
Idem, ibidem.

29
FRÚGOLI JR., Heitor. Op. cit.

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Eunice Helena Sguizzardi Abascal é professora de História e Teoria da Arquitetura da FAU Mackenzie.

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