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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Leia o artigo de Verónica Esparza Saavedra sobre o surgimento da Cidade Universitária da Universidade de Concepción, iniciativa de seu então reitor, Emilio Duhart. A autora explica a sucessão de planos e projetos para o campus

english
Read Verónica Saavedra's article about the uprising of the University of Concepción's Campus, an initiative of its director by that time, Emilio Duhart

español
Lea este artículo de Verónica Esparza Saavedra sobre el surgimiento de la Ciudad Universitaria de Concepción, iniciativa de, en aquel entonces rector, Emilio Duhart. La autora explica la sucesión de planos y proyectos para el campus


how to quote

SAAVEDRA, Verónica Esparza. O plano da cidade Universitária de Concepción de Emilio Duhart. A visão integrada do urbanismo moderno. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 108.02, Vitruvius, maio 2009 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.108/53>.

Introdução

No corpo da obra de Emilio Duhart Harosteguy (1), destaca-se o Plano Diretor para o Campus da Univesidade de Concepción, iniciado em 1957, pela magnitude de sua proposta e pelo desenvolvimento urbano que promoveu.

O presente artigo e a pesquisa por trás dele, fazem parte de uma tese de doutorado em andamento (2). Pretende ser uma primeira aproximação, para abordar a complexa trama de circunstâncias que envolvem a gênese e desenvolvimento do projeto. Através dele se deseja conhecer o projeto e estudar a relação de sua concepção teórica com os postulados do urbanismo moderno. Com este objetivo, se põe em relação três aspectos importantes: as preexistências do campus – a visão de Enrique Molina e a contribuição de Karl Brunner; as mudanças implementadas com a reestruturação acadêmica de 1957; e a proposta de Emilio Duhart para o campus, suas referências, intenções e prioridades.

Precedentes

No ano de sua fundação, em 1919, buscando conseguir a necessária estabilidade econômica, a Universidade de Concepción iniciou a compra dos primeiros terrenos para sua futura expansão (3). Os critérios para a aquisição de propriedades formaram dois grupos de opinião: por um lado, os membros da Direção da Universidade que eram favoráveis à aquisição de lotes na malha consolidada da cidade; por outro lado, seu primeiro reitor, Enrique Molina Garmandia (4), partidário da aquisição de terrenos nos arredores, distantes do centro, onde os preços eram menores. Por trás destes posicionamentos se encontrava uma determinada idéia de universidade. No Chile, na virada do século, os exemplos mais próximos estavam em Santiago, o que nos faz supor que a idéia da maioria dos membros do Diretório da Corporação fora a de construir um grande edifício palaciano, já que o modelo arquitetônico universitário imperante era de referência européia. Entretanto, o conceito de “Grupos Universitários” (5) estava começando a germinar no ambiente graças às idéias que o reitor Molina trouxera de suas viagens por diversas cidades universitárias dos Estados Unidos, cristalizadas em seu livro De California a Harvard (6). O reitor Molina, que como lembrou posteriormente o professor O. Wilhelm Grob, “estava obcecado com um ‘Campus’ e um campanário”(7), convenceu os diretores de sua idéia de cidade universitária, por seu prestígio, firmeza e entusiasmo. Neste sentido é significativa a nota sobre as primeiras compras presente na revista da Universidade de Concepción em abril de 1924: “[a universidade] adquiriu, num bairro da cidade que mais se presta a este objeto, um terreno de seis hectares de extensão onde se elevará a futura Universidade, dotada de numerosos pavilhões, quadras de jogo, piscina, residência de estudantes, tudo conforme as mais modernas exigências da edificação escolar” (8).

As primeiras instituições universitárias (9) chilenas, do século XVII e XVIII, localizadas fundamentalmente em Santiago e fortemente vinculadas à Igreja, seguiam um modelo claustral e palaciano, até que em 1919, seguindo o padrão americano, foi fundada a Universidade de Concepción, primeiro Campus universitário no Chile e na América Latina. A idéia de Campus universitário era inovadora para o contexto nacional, especialmente para uma cidade de província como Concepción, muito conservadora. Sem dúvida a localização de um campus universitário em uma cidade pequena como era neste momento e, mesmo que pujante, sempre atrás de Santiago, deve ter sido um desafio em muitos níveis.

Enrique Molina e sua idéia de Campus universitário

Na origem e fundação da Universidade de Concepción e seu Campus é fundamental a visão e tenacidade de Enrique Molina. Ele foi o principal gestor e promotor da criação do campus universitário. Entre outubro de 1918 e junho de 1919, Enrique Molina realizou uma viagem por várias universidades norte-americanas com o objetivo de estudar sua estrutura, funcionamento, métodos de ensino e os tipos de edifícios usados para isto. O aspecto físico das universidades norte-americanas teve especial impacto nele e determinaram sua visão a respeito do que a universidade deveria ser em termos arquitetônicos e urbanos. Da leitura de seu livro se deduz que o “impressionaram fortemente a liberdade e independência do arranjo dos espaços abertos, tão distintos da densa organização de nossas edificações; a formalidade das atividades desenvolvidas em edifícios fechados, tão diferente da característica desordem de nossos colégios; a visão dos estudantes caminhando por veredas encantadoras, descansando ou discutindo nos bancos distribuídos à sombra das velhas árvores, em contraposição com a nossa de pátios empoeirados e descobertos, expostos a todo sol; o desenvolvimento de atividades esportivas em equipamentos adequados e suficientes; o contato com a garotada sã, de espírito positivo; o respeito visível pelos acadêmicos circulando em suas togas; enfim, a expressão de uma cultura operando em harmonia com um ambiente belo e unitário.” (10)

No seu regresso ao Chile, a idéia de campus adquirira potência e clareza em sua convicção. O modelo foi principalmente a Universidade da Califórnia em Berkeley, uma universidade parque de ambiente aberto, com um campanário como marco referencial e simbólico. Para o reitor Molina a noção de universidade como bairro ou parte da cidade na qual se localiza, foi especialmente enfatizada em sua visita à Harvard. Esta, assim como muitas outras observações, representariam o acúmulo de novas idéias sobre a expressão física da universidade que guiaram seu nascimento e desenvolvimento por quase cinqüenta anos.

A partir de 1925, as idéias do reitor Molina tomaram corpo. Neste ano, o primeiro projeto de uma cidade universitária para Concepción foi resultado de um concurso público vencido pelos arquitetos Eguigurren, Arrau e Almozara, do qual nada se realizou, mas que serviu para difundir entre os cidadãos a idéia de “grupos universitários” (11) e as intenções da universidade. Um segundo projeto de Plano Geral foi desenvolvido pelo arquiteto Carlos Miranda Morales (1927-1928) e incluía em sua organização os edifícios construídos até o momento nos terrenos da universidade e as premissas da primeira proposta. Em 1931, através de Karl Brunner Von Lehenstein (12), o reitor Molina obteve um intérprete mais eloqüente e hábil para seus ideais.

Plano Geral de Karl Brunner, 1931

"Deve partir-se de um ponto de vista funcional para toda planificação. A função cria o órgão. A função da Universidade é criar conhecimento e para criar conhecimento é preciso contar com os centros de pesquisa, ou seja, com Institutos de ciências puras. Por isso eu colocaria no coração, no centro da Cidade Universitária, ou nas áreas ou zonas das respectivas Escolas, os Institutos de pesquisa, e as escolas para formação de profissionais, na periferia, voltadas para a rua." (13).

Em termos estratégicos, foi essencial que o Plano Geral Universitário fosse da autoria do professor Brunner. Por um lado seu prestígio assegurou a continuidade de sua aplicação por muitos anos e, por outro, foi um intérprete mais próximo às idéias que o reitor Molina havia reforçado e enriquecido através de uma nova viagem pela Europa e Inglaterra. Esta nova visão tinha maiores pontos de concordância com a proposta de Brunner, mais Européia e maciça. Além disso, é importante destacar que seu “prestígio de urbanista contratado pelo Governo e pela Universidade do Chile, dava sustentação política ao reitor Molina em seu afã para impor suas idéias em uma sociedade local muito provinciana; por outro lado foi uma intenção centralista para fazer com que a Universidade de Concepción se integrasse com a Universidade do Chile”. (14)

O Plano de Brunner teve muita difusão no país e na América Latina, atraindo a atenção dos meios de comunicação por sua originalidade, sendo amplamente publicado.

A proposta do professor Brunner (Fig.1) revelou, em relação aos anteriores, importantes diferenças em termos da concepção urbanística e simbólica do zoneamento e de sua expressão arquitetônica. A proposta partia do conceito de cidade aberta, com edifícios alinhados de meia altura dispostos em um parque. A partir de três eixos muito claros, configurou uma ordem para marcar os acessos e as principais circulações na forma de tensões muito perceptíveis e orientadas ao centro. Estes eixos definem as ruas interiores e ordenam os volumes dos diversos Institutos, Escolas e Faculdades, de modo que estes reforçam as direções básicas de organização. A trama das circulações de pedestres se desenvolve com uma lógica própria e independente através do parque. O conjunto das ruas interiores criadas se enlaçou adequadamente com a malha viária existente na cidade. No plano simbólico – e mais significativo do projeto – Brunner fez os eixos ou ruas interiores convergirem em uma praça na qual se ergueu, dominante, um campanário; o que permitia ao visitante compreender a ordem de todo o ambiente, convidado a reconhecer todos os setores da universidade a partir de seu símbolo. Além disso, Brunner propôs uma disposição de volumes e uma ordenação das atividades universitárias conforme os ideais universitários expressados pelo reitor Molina. A proposta volumétrica contida no Plano considerava de forma implícita o tipo de edificação moderna da época, desprovida de ornamento, construída com volumes puros, nos quais a arquitetura apostava pela proporção, na clareza funcional e na articulação.

Campus Universitário de Emilio Duhart Harosteguy, 1958

A visão de campus universitário do reitor Molina, assim como sua materialização no Plano Brunner, foram circunstâncias importantes para o desenvolvimento de uma configuração coerente e unitária do bairro universitário até meados da década de cinqüenta (Fig.2). Em 1957 Duhart recebeu o encargo de um novo Plano Urbanístico de ampliação da Cidade Universitária. Seu prestígio profissional lhe precedia, seu conhecimento da região, somado a sua relação com Harvard, Walter Gropius e Le Corbusier, foram fundamentalmente as razões para que a Direção da Universidade aprovasse sua contratação.

Nessa data, Duhab era um arquiteto e urbanista de larga trajetória. Seu contato com a cidade de Concepción começou em 1941 trabalhando para a Corporação de Reconstrução e Auxílio (15), instituição encarregada de ajudar as zonas mais afetadas pelo terremoto que assolou a região em 1939. Já desde 1943, e em sociedade com Sergio Larraín García Moreno (16) realizou uma série de projetos, como a Villa Presidente Ríos de 3.500 habitantes, para a Compañía de Aceros del Pacífico (1947) e o Plan Regional Gran Concepción (1951). Simultaneamente, Duhart era professor titular do Departamento de Urbanismo na escola de Arquitetura da Universidade Católica de Chile; e era o diretor do Instituto de Planejamento, Urbanismo e Habitação da mesma instituição. Estes dois aspectos de sua ocupação profissional serão especialmente significativos para seu projeto de campus. Em 1958, Duhart abriu em Santiago seu próprio escritório “Emilio Duhart H. Arquitectura y Planificación”, e em Concepción um escritório regional em sociedade com Roberto Goycoolea Infante (17). Possivelmente estas circunstâncias o colocaram em contato com David Stitchkin Branover, novo reitor da Universidade.

Novo reitor, nova Universidade

No processo de crescimento e desenvolvimento do campus da universidade de Concepción, se inicia uma nova etapa com a eleição do advogado e professor de direito civil David Stitchkin Branover para reitor, em 26 de abril de 1956. Sucessor do reitor Molina, um dos primeiros desafios de Stitchkin foi enfocar a necessidade de instaurar um Plano de Reestruturação docente e acadêmica no seio da Universidade. Para assumir tal desafio, contou com a Assessoria Internacional da Junta de Assistência técnica das Nações Unidas. Imerso na idéia de campus universitário do antigo reitor e consciente das transformações dos campus americanos (18), seu crescimento, mudanças e adaptação aos novos tempos, julgou necessário um estudo de ampliação da Cidade Universitária, uma nova ordenação dos espaços e edifícios que incluíram o Plano Brunner, uma nova estrutura acadêmica e sua planificação futura. Com estes objetivos, entrou em contato com Duhart em 1956.

Neste contexto, no verão de 1957, Duhart iniciou o estudo preliminar de reordenação das edificações universitárias. O Plano Diretor da Cidade Universitária,aprovado pela Direção em maio do mesmo ano, considerava duas premissas do Plano Brunner: em primeiro lugar, concebia organizar a Universidade em torno da Praça do Campanário, centro de gravidade e ponto de confluência para os novos eixos ao invés do acabamento destes, como Brunner propunha. Esta instância permitiu a Duhart estabelecer um contraste funcional e formal entre ambas as épocas a partir do qual se estendeu um novo espaço longitudinal que atuou como coluna vertebral do conjunto, um eixo histórico e articulador dos dois projetos. Em segundo lugar, considerava manter as diretrizes arquitetônicas já estabelecidas, ou seja, edifícios de meia altura isolados, implantados com distâncias que permitiram a continuidade do parque entre eles.

Concepção do Plano

O Plano Duhart de 1958 foi tão eficaz e potente como havia sido o de Brunner. Cumpria plenamente com o objetivo do reitor e Stitchkin de repensar, com uma nova ótica, o conjunto da Cidade Universitária. Por isso, ainda que respeitasse aquele feito por Brunner conservando a sua essência, criava uma linha muito marcada entre a universidade antiga e a nova (Fig.3).

Um dos critérios relevantes para o desenho do campus de Duhart foi “o zoneamento por grupos pedagógicos, seguindo as normas da organização universitária, criando uma zona médica, uma tecnológica, uma de ciências sociais, etc.; propondo centros comuns de atração e irradiação como, entre outros, o Forum Aberto” (19). Este zoneamento dotou o campus de uma nova dinâmica de relações através de uma estrutura e organização onde o protagonista era o espaço público. Grandes eixos de circulação relacionaram as distintas funções ou áreas, já não como núcleos fechados, mas como pontos inter-relacionados de atividades afins. Estas zonas convergiam a uma série de centros que atuavam como articuladores da vida universitária. Dentre os centros propostos o Foro Aberto foi o de maior relevância simbólica. Ele evidencia como Duhart fez uma interpretação completamente nova da idéia de universidade-parque do reitor Molina, entendendo o Foro Aberto como um mecanismo de sociabilização que reforçou sua condição de espaço público tanto para a comunidade universitária como para a cidade. O plano Duhart propõe na antiga praça do campanário, um significado completamente distinto: se transforma no centro de gravidade do novo conjunto, tanto que a partir dele foram previstos outros centros de atração especializados que lhe dariam tensão e vida a cada setor da cidade universitária. No Plano de Zoneamento (Fig. 4), pode-se apreciar o esquema de centros de atração realizado por Duhart. Se estabelecem quatro núcleos articuladores em torno dos quais se estrutura o desenvolvimento do projeto. Estes núcleos se localizam nos extremos dos eixos de expansão da proposta, orientando as circulações, as vistas, as tensões espaciais e a perspectiva volumétrica.

Estes núcleos articuladores teriam funções específicas na socialização espacial do projeto. Em ordem de importância e no coração da proposta, o Foro Aberto. Ao norte, no setor médico, o Foro Coberto que não chegou a ser construído (hoje se encontra em seu lugar a Casa de Esporte, construída entre 1941-1949); Ao sudoeste e como conclusão da esplanada verde que serve de coluna vertebral do conjunto, a Casa Universitária, (em seu lugar hoje se encontra a Biblioteca Central, 1961), por último o Centro Esportivo, em frente ao setor habitacional (Fig.5). Esta nova estrutura, organização e dinâmica do Campus se vinculava coerentemente com o diagnóstico da situação acadêmica da Universidade – prioridade para o reitor Stitchkin – que se consolidou no Novo Plano de Reestruturação Docente (aprovado em dezembro de 1957) e formulado com a assessoria da UNESCO.

Para a criação de um ambiente propício para o desenvolvimento da pesquisa científica e a busca do conhecimento, a reestruturação proposta pelo especialista da UNESCO, o senhor Rudolph Atcon, postulou reformas em vários níveis: desde a reorganização profunda da estrutura pedagógica e pesquisa existentes; o desenvolvimento de novos cursos e graduações acadêmicas que permitiram diversificar a oferta da Universidade; até a análise econômica dos recursos materiais e humanos que permitiram um uso eficaz dos equipamentos e serviços. Em conseqüência, exigia uma nova expressão física para a universidade. O professor Atcon a compilou usando um esquema de círculos que expressavam ao mesmo tempo organização estrutural e posição física (20). (Fig.6)

Duhart conheceu o relatório Atcon no fim de 1957, quando seu projeto urbano e arquitetônico para o novo campus já estava definido. É importante destacar o grau de afinidade de ambas as propostas, que se desenvolveram de forma paralela durante 1957, de modo separado e autônomo. “Duhart pensou uma universidade integrada arquitetônica e espacialmente, com um centro simbólico – o Foro Aberto – e eixos funcionais. Por sua vez, Atcon propôs uma universidade integrada funcional e conceitualmente, substituindo o velho conceito de faculdades pelo de Institutos de Ciências e Escolas profissionais” (21). Duhart, para dar maior unidade a ambos os estudos, fez apenas algumas mudanças nas denominações, como por exemplo, no edifício de Química, que passou a se chamar Instituto de Química.

É assim que se concretiza um duplo sentido às mudanças e prioridades estabelecidas pelo reitor Stitchkin para a universidade. Por um lado, teve seu fundamento na visão essencialmente arquitetônica, espacial, perceptual e simbólica de uma “universidade nova” proposta pelo arquiteto e, por outro, uma justificação na visão conceitual da universidade integrada, proposta pelo especialista da UNESCO.

Foro Aberto como portal de entrada e articulador

O núcleo arquitetônico, espacial e simbólico do Campus de Duhart e também coração da universidade é o Foro Aberto (Fig.7-8), ponto de inflexão entre o velho e o novo campus. É o ponto de máxima atração principalmente por sua localização na convergência dos espaços dados pela topografia do bairro universitário e pelo traçado urbanístico convergente que se conserva do plano Brunner, por sua posição central no novo Plano Diretor e, finalmente, pelo caráter monumental que lhe foi outorgado por ser, ao mesmo tempo, a sede do monumento aos fundadores da Universidade.

O Foro Aberto é, antes de tudo, um lugar de reunião e de atração para grupos numerosos (4.000 pessoas sentadas) dedicado formalmente a cerimônias universitárias, atividades culturais, concertos, etc., além de ser útil para atividades espontâneas da vida universitária. Sua nova configuração ampliou consideravelmente a antiga praça, conservando o campanário como um de seus elementos principais. Este se abriu na parte inferior para liberar ao máximo sua esbelta proporção. Sua forma foi simplificada e se fizeram reparos necessários para dar-lhe qualidade e permanência. A importância que este espaço teve para Duhart é expressa na seguinte frase: “Diariamente, especialmente na boa estação, se verá concorrido por estudantes, professores, famílias do bairro, crianças, visitantes e turistas, chegará a ser um dos passeios favoritos da cidade. Uma de suas características fundamentais é sua total independência do trânsito veicular que se deriva pela periferia do novo setor do bairro universitário, deixando inteiramente entregue ao Homem que caminha o setor central da cidade universitária” (22).

Os referentes analisados por Duhart para as proporções deste espaço se encontram na Piazza della Santissima Annunziata, em Florença; e na Piazza Della Basilica di San Marcos em Veneza (Fig.9-10). Nos Arquivos Emilio Duhart H. (Arquivos de Originais e Documentação Sergio Larraín García-Moreno de Pontificia Universidad Católica de Chile), se encontra uma prancha que registra esta análise e estudo. Nela se pode apreciar a sobreposição dos três espaços, refletindo assim o interesse de Duhart por demonstrar as dimensões e proporções aplicadas ao Foro, através da sobreposição e comparação com espaços públicos consolidados como espaços de sociabilização efetivos.

Finalmente, é preciso destacar que Duhart também estudou outros modelos arquitetônicos na hora de enfrentar a proposta de ampliação da Universidade de Concepción. Estes foram: a Universidade de Harvard, a Universidade Nacional do México, UNAM, e a Universidade do Chile. Duhart realizou uma análise gráfica comparada destes três campus e sua proposta para a Universidade de Concepción em escala 1:4000. O campus da Universidade de Harvard (Fig.11), sempre foi uma referência para a Universidade de Concepción. Sua imagem bucólica marcou o reitor Molina, o reitor Stitchkin e Duhart, que realizou ali seus estudos de pós-graduação com Walter Gropius. Fazer uso dela como modelo tem sua origem, cremos, em duas instâncias: primeiramente, a intangível atmosfera que possui, ou seja, a imaterial sensação proporcionada por sua arquitetura, composição de áreas verdes, recantos e forma de apropriação do espaço que cresceram durante 300 anos de modo natural e informal. Em segundo lugar, e como conseqüência deste processo de desenvolvimento, o campus havia chegado a um ponto de saturação e superlotação que, em 1956, foi corrigido com o Plano Diretor de Harvard de Josep Lluís Sert (23) (Fig.12). O projeto e seus delineamentos gerais devem ter sido do interesse de Duhart, tanto pelo projeto específico que tinha em mãos, como por seu interesse no trabalho urbano desenvolvido por Sert (24). Além disso, e guardadas as proporções, há um ponto de semelhança entre ambas as propostas.

Os dois campus estruturam seu novo desenvolvimento a partir das premissas de “o coração da cidade”, (25) e um vazio hierárquico e simbólico: o antigo yard central de Harvard e a antiga praça do campanário que, com a proposta de Duhart, se transformará no Foro aberto.

Também nos parece interessante o uso da Universidade Nacional do México (Fig. 13 e 14) como referente, pois, em 1958, este já era um campus consolidado e fiel expressão do urbanismo e da arquitetura do Movimento Moderno na América Latina. Novamente ambos organizam sua estrutura funcional em torno de uma grande esplanada, espaço fundamentalmente de pedestres no caso da UNAM (Fig. 15), e uma extensão de grama ladeada por uma dupla linha de árvores que definem a circulação também de pedestres no campus de Duhart. Assim vemos como um recurso similar, cumpre funções distintas, enquanto vazio articulador. Em ambos os casos, um eixo espacial de leitura longitudinal, organiza e ordena o conjunto. No caso da UNAM, a área da administração onde se localiza a Reitoria e a biblioteca, é o espaço articulador do projeto, entre zonas de distintas funções (Fig. 15). Esta idéia central também se encontra na relação do Foro Aberto com a esplanada e com os edifícios de Química, Metalurgia e Engenharia Civil, também projetos de Duhart (Fig. 16). A definição do sistema de vias e paisagens é importante em ambas as propostas. Nos dois projetos houve uma especial atenção à circulação de pedestres no interior da composição do campus, deixando em segundo plano as circulações veiculares. O desenho das áreas verdes, paisagens e entorno também foi cuidado, gerando um uso constante explicado pela qualidade do espaço público que contribui com suas respectivas cidades.

Em 1957, ano em que se aprovou o Plano Diretor da Cidade Universitária, foi realizado o Seminário da Grande Santiago, evento destinado a refletir sobre o futuro da cidade e que se desenvolveu com o patrocínio da Universidade do Chile e do Ministério de Obras Públicas. Participaram diversas entidades com proposições que tiveram influência no atual Plano Inter-comunal de Santiago.

“Emilio Duhart com seus alunos do curso da Faculdade de Arquitetura da Universidade Católica apresentou cerca de 50 painéis com trabalhos de análise e proposições em relação a Santiago e sua região. Este trabalho representa um resumo de seu pensamento em relação à planificação e urbanismo e um testamento de idéias que merecem ser estudadas em profundidade. […] Mais que na originalidade das idéias, que em alguns casos foram compartilhadas por outros arquitetos e instituições, o valor principal do trabalho está na globalidade de sua visão.” (26)

Sob a orientação de Duhart, seus alunos prepararam a exposição Problemas del Gran Santiago e Bases para una Planificación de Santiago, trabalho acadêmico que implicou numa estratégia e estudo técnico setorial, que serviu de base para a apresentação no Seminário. A importância da orientação de Duhart neste projeto acadêmico implica em que, no trabalho, se concretize uma estratégia de análise e estudo das problemáticas urbanas que Duhart vinha desenvolvendo desde 1953 com a criação do Instituto de Planejamento, Urbanismo e Habitação da Pontifícia Universidade Católica, que também dirigia. A análise das problemáticas urbanas da cidade de Santiago, permitem aplicar na metodologia de estudo, todo seu ideário e experiência prática como docente, ou seja, a experiência com Gropius em Harvard, os postulados dos CIAM e Le Corbusier. Deve-se destacar que por sua afinidade e empatia com os princípios e postulados dos CIAM, Duhart deve ter conhecido o trabalho de Josep Lluís Sert, J. Tyrwhitt e E. N. Rogers, as propostas e postulados estampados em seu livro El Corazón de la Ciudad por una vida más humana de la Humanidad, publicado em 1955 assim como as reflexões do VIII CIAM (27).

Como conseqüência, toda esta amálgama de experiência e conhecimento se transmite e se reflete na proposta do Campus da Universidade de Concepción. Em seu livro, Sert propõe “a criação de novos centros como núcleos catalisadores da vida em comunidade, dedicados e dimensionados fundamentalmente para o pedestre e para suas atividades de comunicação, capazes de permitir o contacto e o intercâmbio” (28). Duhart tem em mente estas premissas e as desloca desde um contexto macro, como a cidade, até um meio mais delimitado, como o campus universitário. O Foro Aberto é o núcleo hierárquico de sua proposta, um espaço público potente, central e articulador da vida estudantil na medida em que é o centro funcional e simbólico da comunidade que organiza. “A idéia de Centro contém em si dois princípios: um geométrico (respeito de um determinado desenho urbanístico) e outro funcional (respeito do destino e uso). Muitas vezes ambos os aspectos coincidem: O centro de gravidade de uma cidade pode, ao mesmo tempo, ser o Coração da mesma” (29). A configuração espacial do campus baseia sua estrutura na criação de um marco propício à ação social, no encontro e interação coletiva e como fundamento para gerar vida ao espaço público. O objetivo era dar significação simbólica, espacial e uso funcional às atividades universitárias dispostas em torno de um espaço central aberto que as articula e transforma em coração do novo campus.

Esta forma de enfrentar e resolver o projeto formou parte dos campus universitários criados no Chile a partir de 1960. O campus da Universidade de Concepción foi o pioneiro, ao que mais tarde se somaram o da Universidade Técnica do Estado e o campus San Joaquín da Pontifícia Universidade Católica, ambos em Santiago. Os três campi se destacam pela magnitude de suas soluções e por seu significado no desenvolvimento urbano e nacional.

Da proposta arquitetônica e urbana de Duhart (Fig.17), nem tudo se concretizou. Ainda assim o eixo vertebral que se constitui entre o Foro Aberto (Fig. 18), a explanada verde e que termina na Biblioteca Central (Fig.19), reforçado pelos edifícios da Faculdade de Metalurgia, Química e Engenharia Civil (1965 – 1967) (Fig. 20), dão à universidade um caráter que até hoje se reconhece, conseguindo articular a consistência de boa parte do conjunto. A qualidade deste espaço público é aproveitada, não somente pelos estudantes, mas também pelos cidadãos, portanto não se produz uma segregação física do campus na cidade, mas integrando a sua rede de praças e passeios, entregando assim à cidade um espaço de alto significado social e simbólico, apto para o acontecer cívico, cultural, ou político: um cenário para a interação social cotidiana.

“Uma vez inaugurado o Foro ainda sem acabamentos, em 1960, sentaram ali lado a lado: professores, estudantes, mães de família com seu filhos, profissionais, trabalhadores, jovens e velhos, ricos e desempregados para presenciar os atos culturais que a Universidade organizava todos os anos nas tardes e noites da Escola de Verão. Nunca havia existido em Concepción tal comunhão e tal fraternidade em atos culturais de valor. No fórum se exibem filmes educativos, recitais poéticos de alto nível e conferências de professores de renome internacional, concertos e corais, peças de teatro e mímica, festas e fogos de artifício no natal, etc (…) presenciados em silêncio religioso por mais de 10.000 espectadores que assistem gratuita e livremente e que procedem de todas as camadas sociais. A Universidade e a cidade são então uma só coisa. Diariamente, em especial durante a boa estação ou nos dias ensolarados de inverno, se vê concorrido por estudantes e professores que se reúnem em grupos de estudo informais; famílias do bairro, visitantes e turistas, chegando a ser um dos passeios favoritos da Cidade” (30).

notas

[tradução Felipe Contier. Revisão técnica Flávio Coddou]

1
DUHART HAROSTEGUY, Emilio; (1917 – 2006) Arquiteto e urbanista chileno de ampla trajetória, é considerado um importante representante da Arquitetura Moderna no Chile e América Latina. Em 1941 obtém o diploma com menção honrosa da Pontifícia Universidade Católica de Chile. Em 1942 viaja aos Estados Unidos para realizar estudos de pós-graduação, com Walter Gropius, na Universidade de Harvard, e logo volta ao Chile para continuar sua trajetória profesional em sociedade com Sergio Larraín G.M. Em 1952, com uma bolsa do governo francês, realizou estudos de urbanismo na Universidade de Sorbonne, período durante o qual trabalha aproximadamente seis meses para Le Corbusier em projetos para a Índia. Em 1970 se muda para París onde fixa sua residência permanente e abre um novo escritório. Em 1977 o Colégio de Arquitetos do Chile lhe outorga o Prêmio Nacional de Arquitetura. Ver Duhart, Emilio. Emilio Duhart Arquitecto. [Prólogo: Alberto Montealegre Klenner], Santiago de Chile: Ediciones ARQ, 1994.

2
“Emilio Duhart Harosteguy, Arquitecto. 1917 – 2006”. Departamento de Composición Arquitectónica, Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona, Universidad Politécnica de Cataluña.

3
Para entender as mudanças do Campus da Universidade de Concepción, ver GARCIA MOLINA, Jaime. El Campus de la Universidad de Concepción. Su desarrollo Urbanístico y Arquitectónico. Ediciones Universidad de Concepción, 1994.

4
Enrique Molina Garmendia (1871-1964). Primeiro Reitor e Presidente da Universidade de Concepción desde 1919, até abril de 1956, ano no qual lhe é outorgado o título de Reitor Honorário Vitalício da Universidade. Foi Advogado e Pedagogo de História e Geografia, Professor de Filosofia e Sociologia na Universidade desde 1919 e Ministro da Educação Pública entre 1947 e 1948.

5
Sob esta definição se conhecia no Chile, o que hoje entendemos por Cidade Universitária ou Campus.

6
MOLINA GARMENDIA, Enrique. De California a Harvard: estudio sobre las universidades norteamericanas y algunos problemas nuestros. Ediciones Universo, Santiago de Chile, 1921.

7
Aula motivada pelo cinquentenário da Universidade de Concepción, em 25 de abril de 1969, p. 32; citado por GARCIA MOLINA, op. cit, p. 8.

8
Revista Atenea nº 1, Concepción, abril de 1924, p. 86.

9
MASSONE C. Evolución del Patrón de Asentamiento Nacional. Casas de Estudios Superiores, Revista CA del Colegio de Arquitectos de Chile, Abril 1979, Santiago de Chile, p. 7-9.

10
GARCÍA MOLINA, Jaime. Op. cit. p. 11

11
Denominação utilizada pela Revista Zig Zag e o Diario El Sur, para definir e referir-se ao projeto de campus.

12
Karl Brunner (1887-1960) Arquiteto do Politécnico de Viena e Doutor em pesquisa histórica, foi contratado em 1929 pelo Governo do Chile e pela Prefeitura de Santiago para o desenvolvimento da cadeira de urbanismo na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Chile e a realização de um estudo e plano urbanístico para a Cidade de Santiago. Sua formação unia sua habilidade como projetista e seus vastos conhecimentos técnicos sobre as disciplinas que intervêm nos projetos de urbanização, razão pela qual havia alcançado grande reputação em toda Europa. Na qualidade de Assessor, o professor Brunner foi incorporado ao Departamento de Urbanismo do Ministério de Obras Públicas, participando ativamente da redação da primeira Diretiva de Construção e Urbanismo de 1931 e dos estudos do Bairro Cívico de Santiago. Em 1934, depois de uma breve estadia na Áustria, foi contratado pela Prefeitura de Santiago para elaborar o plano Diretor da comuna.

13
WILHELM GROB, O. Aula inaugural ministrada em 25 de abril de 1969, citando as palavras de don Karl Brunner L. Original mecanografado. Arquivo Escola de Medicina, Universidade de Concepción.

14
Entrevista a Jaime García Molina, arquiteto e diretor do Departamento de Urbanismo da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Geografia, Universidade de Concepción. Janeiro de 2009.

15
A Corporación de Reconstrucción, foi uma instituição semi fiscal, encarregada da ajuda e reconstrução de zonas afetadas por desastres naturales e pela construção de moradias. Funcionou entre 1939 e 1953, passando por uma fusão com a Caja de Habitación en la Corporación de la Vivienda “CORVI”, denominada entre 1939 e 1948 Corporación de Reconstrucción y Auxilio. Os antecedentes de sua criação estão no Terremoto de Chillán de 1939. Em fevereiro desse ano o Presidente Pedro Aquirre Cerda propôs a criação de uma entidade estatal encarregada da reconstrução física e outra sobre o desenvolvimento industrial. Depois de uma longa discussão no Congresso Nacional, foi promulgada em 29 de Abril de 1939 a Lei Nº 6.334 que criou as Corporaciones de Reconstrucción y Auxilio e Fomento de la Producción o Corporación de la Producción CORFO. A Corporação dependia do Ministério da Fazenda do Chile.

16
Dentre os projetos realizados em sociedade com Sergio Larrain G.M., se encontram algumas das mais destacadas obras de ambos arquitetos, como por exemplo o Colégio Verbo Divino, o Colégio Suizo, o Seminário Pontifício de Santiago ou o Liceu da Alliance Française, apenas para mencionar seus projetos de tipo educacional. Dentre dos projetos de desenvolvimento urbano se destacam a o bairro e vila de Achupallas projetada para 25.000 habitantes na cidade de Viña del Mar; ou o Planejamento da Grande Concepción (Chile).

17
Em 1960, Duhart foi contratado pela Prefeitura de Concepción para o desenvolvimento do Novo Plano Diretor Urbano da cidade, projeto aprovado e vigente até 1980.

18
Em 1956, o Reitor Stitchkin, teve oportunidade de conhecer muitos dos campi universitários americanos que o reitor Molina havia visitado em 1918.

19
Tal como se encontra especificado no memorial do Projeto de 1958.

20
GARCÍA MOLINA, Jaime Op. cit. p. 75

21
Entrevista a Jaime García Molina, arquiteto e diretor do Departamento de Urbanismo da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Geografia, Universidade de Concepción. Janeiro de 2009

22
Trecho de uma prancha explicativa da proposta de E. Duhart. Fonte: Fondo Archivo de Originales. Centro de Información y Documentación Sergio Larraín García-Moreno. Faculdade de Arquitetura, Design e Estudos Urbanos. Pontifícia Universidade Católica do Chile.

23
Para maiores detalhes sobre o projeto, ver: ROVIRA, J.M. (ed.). Sert 1928 – 1979 Medio siglo de Arquitectura. Obra completa. Fundación Joan Miró, Barcelona 2005. Ver também: Harvard University 1960: an inventory for Planning. Cambridge, Mass.: Harvard University Planning Office, c1960.

24
Duhart tomou contato com Sert em 1947 para solicitar sua assessoria no projeto para a Villa Presidente Ríos, da Compañía de Aceros del Pacífico, localizado no fundo Las Higueras em Concepción. Entre 1942 e 1959 J. L. Sert e P. L. Wiener, como sócios da firma Town Planning Associates realizaram planos urbanísticos para várias cidades latino-americanas de países como Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela e Cuba.

25
VIII CIAM, Hoddesdon, 1951.

26
DUHART, Emilio. Emilio Duhart Arquitecto; [Prólogo: Alberto Montealegre Klenner], Santiago de Chile: Ediciones ARQ, 1994. p. 77 -79.

27
Hoddesdon, de 1951

28
FUENTES Hernández, Pablo. “Campus Universitarios en Chile: Nuevas Formas análogas a la ciudad tradicional”. Revista Atenea n.496, II Semestre de 2007, Universidad de Concepción. p.119.

29
De ROGERS E.N., SERT J.L., TYRWHITT. “El Corazón de la ciudad: por una vida más humana de la humanidad”. In FUENTES Hernández, Pablo. Op. cit. p.119.

29
Fig. 5 - Zonificación: 1. Sector Medico 2. Foro Cubierto 3. Aula Magna 4. Sector CS. Económicas 5. Sector Habitación 6. Centro Deportivo 7. Casa Universitaria 8. Sector Tecnologico 9. Foro Abierto 10. Sector Ciencias Jurídicas 11. ED. Administración General 12. Sector Escuelas Experimentales 13. Sector Arquitectura, Arte y Diseño

30
De Foro Abierto. Revista Auca, n.13, 1968. p. 54- 56.

sobre o autor

Arquiteta, doutoranda em Teoria e História da Arquitetura pela Universidade Politécnica da Catalunha, Barcelona, Espanha.

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