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architexts ISSN 1809-6298

abstracts

português
O artigo parte do estudo das teorias e concepções higienistas a partir do início do século XIX até meados do século XX, procurando verificar a repercussão das mesmas nas concepções tipológico-construtivas dos mercados públicos


how to quote

MURILHA, Douglas; SALGADO, Ivone . A arquitetura dos mercados públicos. Tipos, modelos e referências projetuais. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 138.02, Vitruvius, nov. 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.138/4113>.

Introdução

A pesquisa que deu origem ao presente artigo teve como objetivo o estudo das teorias e concepções higienistas presentes junto ao corpo de médicos e engenheiros, a partir do início do século XIX até meados do século XX, procurando verificar a repercussão das mesmas na construção de mercados públicos. Observou-se como a implantação destes edifícios nas grandes cidades europeias, tais como Londres, Paris e Berlim, repercutiram no Brasil, dando ênfase especial em algumas cidades do território Paulista, como Santos, São Paulo, Campinas, Sorocaba visando uma perspectiva de análise que focasse as concepções tipológico-construtivas dos mercados públicos destas cidades.

Durante o século XIX e início do XX, ocorreu uma grande incidência de surtos epidêmicos nas cidades, tornando a investigação sobre a saúde pública um objetivo essencial para a compreensão da temática abordada. Além de entender as teorias e as  concepções higienistas presentes no período, a ideia do estudo foi compreender como estas teorias  marcaram a prática dos profissionais do campo da engenharia e da arquitetura. Pretendeu-se investigar como estes profissionais aplicaram os preceitos higienistas na elaboração dos projetos dos mercados públicos e de outros equipamentos de infraestrutura urbana que serviram de base para a reorganização do espaço urbano nas cidades estudadas, tanto na Europa como no Brasil.

Além disto, esta pesquisa também pretendeu chamar a atenção para a existência de um patrimônio arquitetônico em algumas cidades do Estado de São Paulo, especialmente os mercados públicos, que foram construídos entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX, para o qual ainda não se percebe uma política consistente de valorização destes edifícios pelos órgãos de preservação.

Um estudo analítico dos projetos arquitetônicos para mercados públicos no século XIX e primeiras décadas do século XX, não pode prescindir de uma classificação tipológica, pois os arquitetos, engenheiros e engenheiros-arquitetos do período operavam, do ponto de vista projetual, a partir destes conceitos.

Para uma análise da tipologia construtiva dos mercados utilizaremos as definições clássicas de Jean Nicolas Louis Durand, Quatremère de Quincy e Giulio Carlo Argan.

Jean Nicolas Louis Durand desenvolve o conceito de tipo recorrente no século XIX e, no seu clássico tradado de arquitetura, Précis des leçons d' Architecture, esclarece:

O tipo é a concepção do todo arquitetônico que se apresenta através da combinação harmônica dos seus elementos construtivos, como os pilares, as varandas, as escadas, os halls, as colunas, os ornamentos, entre outros, estando estes elementos baseados em um programa e grau de semelhança em uma mesma escala. (1).

Entre a definição de tipo e modelo faz-se importante resgatar a conceituação de Quatremère de Quincy:

A palavra tipo não representa a imagem de uma coisa a ser copiada ou imitada, mas a ideia de um elemento que deva servir como regra para o modelo […]. O modelo, entendido em termos da execução prática da arquitetura, é um objeto que deve ser repetido como é; o tipo, ao contrário, é um princípio que pode reger a criação de vários objetos totalmente diferentes. No modelo, tudo é preciso e dado. No tipo, tudo é vago. (2).

Quando Giulio Carlo  Argan analisa  estes conceitos no século XX  argumenta:

O tipo se configura como um esquema deduzido através de um processo de redução de um conjunto de variantes formais a uma forma-base comum. Se o tipo é o resultado desse processo regressivo, a forma-base que se encontra não pode ser entendida como mera moldura estrutural, mas como estrutura interior da forma ou como princípio que implica em si a possibilidade de infinitas variantes formais, e, até, da ulterior modificação estrutural do tipo mesmo. (3).

Argan classifica os tipos arquitetônicos em três grandes categorias: a partir das configurações gerais dos edifícios (edifícios de planta central ou longitudinal), a partir dos grandes elementos construtivos (coberturas planas ou em cúpula) ou a partir dos elementos ornamentais (ordens das colunas e elementos decorativos). (4).

Nossa análise das propostas construtivas dos mercados públicos pauta-se nesta abordagem.

1. Mercado fechado com pátio interno aberto

Em um dos tratados de Jean Nicolas Louis Durand denominado Recueil et Parallèle des édifices de tout genre, anciens et modernes, datado de 1822, são apresentados exemplos da tipologia arquitetônica para mercados fechados com pátio interno aberto. Ao expor este tipo de mercado o autor faz referência a alguns mercados antigos da Europa, especialmente os mercados das cidades de Amiens e Florença. Segundo o autor, estes mercados possuíam plantas simétricas de forma quadrada e retangular, além de terem um pátio interno descoberto composto por um conjunto de arcadas nas laterais, apresentando fachadas em estilo neorromânico. Estes edifícios foram projetados e construídos na primeira metade do século XIX, remetendo a uma tipologia antiga de mercado público, lembrando o átrio romano.

Na sua memória sobre a construção dos Halles centrais de Paris, escrita em 1863, Victor Baltard observou que até  a primeira metade do século XIX, era bastante difundido na França o tipo clássico de mercado fechado que tem sua origem tipológica na antiguidade clássica. Afirmava ele tratar-se do mercado fechado, retangular, em madeira ou alvenaria, com clerestórios, dispostos ao longo de uma praça quadrada aberta, com um chafariz no meio. Cita como exemplo deste tipo de mercado o da cidade de Nevers, na França, construído em 1825, com projeto do arquiteto M. Poscurrant. (5).

Louis Cloquet, mestre de Ramos de Azevedo, em seu livro Traité D’Architecture – Éléments de L´Architecture, Types d´édifices – esthétique, composition et pratique de l´architecture, edição de 1922, faz uma proposta classificatória para os mercados públicos. Apresenta como um dos tipos construtivos para mercados, um mercado fechado, com pátio interno quadrado aberto que  abrigaria as lojas (boxes), sendo estas dispostas nos quatro lados e acessível aos veículos. Na sua proposta classificatória, ele estabelece este mercado como de Segundo Tipo.

Planta do Mercado de Segundo tipo [CLOQUET, L. “Traité D’Architecture". Paris, Librairie Polytechnique, 1922. p. 200]

Este tipo construtivo para mercados públicos, que tem origem na concepção antiga de mercado com átrio envolto por arcadas, foi o  tipo recorrente para projeto de  mercados até meados do século XIX, até a utilização de ferro nas construções e a difusão de um novo tipo de mercado coberto.

No Brasil, este tipo de mercado foi difundido em todo o século XIX, tendo o Mercado da Candelária servido como modelo.

Mercado Público da Candelária

A venda das mercadorias na cidade do Rio de Janeiro, no início do século XIX, era feita pelos escravos e também pelos pescadores no trecho compreendido entre a Praça XV de Novembro e a Rua da Alfândega. Para a comercialização do pescado, eram instaladas barracas de madeira, sendo estas cobertas com telha e construídas sem ordem nem simetria.

Estas Barracas de Mercado apresentavam construção simples, compostas por quatro esteios retos e uma cobertura de folhas de bananeira, para quebrar os raios solares. Eram armadas pela manhã e desarmadas à noite pelas negras livres. As mercadorias vendidas pelas negras livres consistiam em verduras, legumes, milho, entre outras.

Tendo em vista a precariedade, a falta de higiene e a forma como os diversos gêneros alimentícios eram vendidos na cidade nas duas primeiras décadas do século XIX, em 1834, a Câmara Municipal solicitou que fosse construído um mercado público adequado para as atividades de vendas dos alimentos.

Este primeiro mercado público foi denominado de Mercado da Candelária. Surgiu com o objetivo de substituir as antigas e arruinadas bancas de pescado, que eram barracas construídas com madeira, na área compreendida entre a Rua do Mercado e a Praça das Marinhas, também conhecida por Praia do Peixe.

Em termos operacionais, este mercado era dividido em três partes: o centro, destinado às vendas de verduras, aves, etc; o lado do mar, para venda de pescado fresco e os lados que faceavam a Rua do Mercado e o Largo do Paço destinados às vendas de cereais, legumes, entre outras mercadorias.

Para a construção deste primeiro mercado público, na primeira década do século XIX, mais precisamente em dezembro de 1834, a Câmara decidiu contratar a execução da obra por administração. O renomado arquiteto Grandjean de Montigny foi o autor deste primeiro mercado público na cidade do Rio de Janeiro, sendo este considerado o exemplar mais antigo de mercado público fechado com pátio interno aberto que encontramos no Brasil.

Quanto às características tipológicas, este mercado público apresentava dois pavimentos de planta retangular com arcarias voltadas para um pátio central. Nas fachadas externas, foi projetado um embasamento de granito e dezesseis vãos de arco pleno, sendo estes arcos guarnecidos de granito. A platibanda vazada à romana completava os frontispícios. No centro das fachadas voltadas para o Largo do Paço e para a Rua do Ouvidor, estavam os portões de entrada, estando estes coroados com frontões retos.  A área total construída deste mercado público era de 5.187 metros quadrados.

Por este ter sido provavelmente o primeiro mercado público  construído no Brasil após a legislação de 1828, levanta-se a hipótese de que no Brasil o mesmo tenha servido como modelo para a construção de outros mercados públicos abertos, com pátio interno, principalmente  na segunda metade do século XIX, tanto na cidade do Rio de Janeiro como em algumas cidades Paulistas.  Em muitos casos, estes exemplares foram construídos em menor escala e proporcionais ao tamanho dos vilarejos onde os mesmos foram executados.

Na década de 1870, o mercado foi ampliado ganhando novos pavilhões, não alterando todavia a tipologia inicial.(6).

Na segunda metade do século XIX, foram projetados e construídos respectivamente, na cidade do Rio de Janeiro, os Mercados Públicos da Praça da Harmonia (1855) e o da Glória (1856), tendo como modelo o Mercado Público da Candelária. 

Mercado Público da Glória

O Mercado da Glória  teve a sua localização definida pela Resolução da Câmara Municipal,  datada de 22 de dezembro do ano de 1840 e o autor do projeto foi o Arquiteto Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. As obras do Mercado da Glória foram executadas pelo mestre Vicente Rodrigues; iniciadas em 1856 e  concluídas em 1858.

Mercado da Glória no Rio de Janeiro (entre 1853e 1857)
por Jean Charles Marie Expilly [Wikimedia Commons]

A finalidade do prédio que era  de funcionar como feira de produtos da pequena lavoura nunca foi plenamente atendida, tendo sido gradativamente transformado em cortiço, daí originando problemas de higiene e decoro. (7).

O Mercado Público da Glória também apresentava forma quadrangular, com circulação interna feita por ruas que se iniciavam em cada portão e terminavam no centro do pátio interno descoberto, além das outras ruas que ladeavam as faces da edificação.

Mesmo com a existência dos Mercados Públicos da Candelária e o da Glória, em 1853, a Câmara Municipal também estabeleceu como necessária a construção de outro mercado, sendo este localizado na Praça da Harmonia. 

Mercado Público da Praça da Harmonia

O Mercado Público da Praça da Harmonia, projetado em 1855, também pelo arquiteto Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, apresentava forma retangular, com paredes espessas executadas com pedra, cal e madeiramento de lei.  Continha quatro entradas, sendo uma em cada fachada. Era dotado de pátio central, sendo este pavimentado com paralelepípedos e contendo no centro deste um chafariz de cantaria. A fachada, que estava voltada para a Rua da Saúde, possuía um corpo central que se destacava com um portão, um frontão reto e no tímpano deste, as antigas armas da cidade e no friso o dístico “A Câmara Municipal de 1855”.  (8)

Mercado Público da Rua 25 de Março em São Paulo

Em São Paulo, durante a segunda metade do século XIX, pode-se citar a construção de alguns mercados públicos remetendo ao tipo de mercado de pátio aberto central, como o da Candelária. Alguns mercados públicos projetados e construídos seguindo este tipo foram  localizados nas cidades de São Paulo (1859-1867), Rio Claro (1895) e São Luís do Paraitinga (1902).

O primeiro mercado público da cidade de São Paulo teve suas obras iniciadas no ano de 1859, vindo a ser inaugurado apenas em 1867. Este mercado foi projetado pelo engenheiro Newton Bennaton e localizava-se no cruzamento das Ruas 25 de Março e no final da Rua Municipal (atual General Carneiro), na região da Várzea do Tamanduateí.

Este  primeiro mercado público de São Paulo não era muito grande. Era composto por um pavilhão estreito e longo, com aberturas em forma de arcos, com vãos pequenos e de grande altura, apresentando certa elegância para as construções da época. “Na frente das aberturas em forma de arcos, havia uma grande praça destinada à comercialização das mercadorias. Daí, o nome de primeira Praça do Mercado” (9).

Mercado Público de Rio Claro

O Mercado Público da cidade de Rio Claro, projetado pelo engenheiro Frederico Adams em 1895, também é um exemplar de mercado com pátio interno descoberto.

Imagem da Fachada Externa do Mercado Público da cidade de Rio Claro, localizado na área central, inaugurado em 1897 [A.P.H.R.C. (Arquivo Público e Histórico de Rio Claro)]

Quanto às características tipológicas do edifício, este apresentava três entradas, sendo duas para a população e uma para serventia de seu abastecimento. Era dotado de um elegante chafariz de água potável no pátio interno, sendo este pátio ladeado por salas servidas de água encanada e esgoto, que eram alugadas para a comercialização de diversos produtos, como secos e molhados, açougues, botequins, entre outros usos.  

Mercado Público de São Luis do Paraitinga

Outro  mercado público que remete a tipologia de mercado antigo é o da cidade paulista de São Luis do Paraitinga. Este edifício foi construído no ano de 1902, em forma de um quadrilátero e contêm arcadas voltadas a um pátio interno, tendo a parte central descoberta, sendo contornado por um corredor coberto (loggia).

A difusão do tipo de mercado fechado com pátio interno aberto no Brasil

O tipo de mercado que remete ao antigo átrio romano também teria grande difusão em outras cidades brasileiras. Embora nosso estudo se concentre no território paulista, consideramos importante fazer alusão à repercussão deste tipo em algumas cidades brasileiras visando sustentar a ideia da difusão do mesmo, que teria o Mercado da Candelária como modelo.

Outros exemplos de mercados públicos fechados com pátio interno aberto construídos no século XIX são o Mercado da Carne em Belém, datado de 1867, o Mercado Público de Florianópolis, datado de 1851 e o Mercado Público de Porto Alegre, datado de 1844.

Mercado Público de Florianópolis
Foto Céline [Wikimedia Commons]

Mercado Público de Porto Alegre em 1875
por Luigi Terragno [Wikimedia Commons]

2. Mercado coberto em estrutura de ferro dotado de lanternim na Europa

O surgimento de uma nova tipologia para mercados públicos em meados do século XIX está diretamente vinculado às possibilidades do uso do ferro na construção. Os mercados centrais de Paris, Les Halles, se constituirão como modelo na difusão desta nova tipologia.

Victor Baltard, que junto com Félix-Emmanuel Callet, fora nomeado arquiteto para os trabalhos de ampliação e melhoramentos dos mercados centrais de Paris, em 1845, descreve em uma memória de 1863, algumas aspectos destas novas possibilidades.

Nesta sua memória sobre a construção dos Les Halles centrais de Paris, Baltard observou que a vantagem de utilizar construções em metal se dava quando se podia repetir diversas vezes a mesma forma, como para o caso das indústrias e das estações ferroviárias. (10)

Segundo Baltard, em meados do século XIX, já se observava na Inglaterra um tipo particular de mercado coberto que utilizava estruturas em ferro e que apresentava algumas vantagens.  Um exemplo deste tipo seria o mercado de Birkenhead, próximo de  Liverpool.  Ele consistia em 3 grandes naves paralelas, limitadas, no exterior, por muros em pedra e tijolo. No interior, apresentava duas sequencias de colunatas que apoiavam a cobertura. Uma característica interessante destes mercados ingleses, segundo Baltard,  seria o fato que eles possuíam subsolos para armazenar as mercadorias, o que não era usual na França. (11).

Em suas memórias, Baltard observa ainda que havia na Inglaterra um outro tipo de mercado, também encontrado na França, que possuía um número de boxes fixos,  eram cobertos, mas os considerava defeituosos do ponto de vista da aeração. Como exemplo, destaca o mercado de Convent Garden. (12).

Originalmente, o Convent Garden  era uma praça construída no século XVII com projeto do arquiteto  Inigo Jonnes. Em 1830  foi transformada em um novo mercado  com projeto do arquiteto Charles Fowler. Transformou-se no mais importante mercado de frutas e vegetais de Londres. Fowler criou um complexo unificado de 3 edifícios paralelos, envoltos por arcadas, conectados nos cantos por blocos destinados a algumas casas de alimentação e lojas especiais. Os cavalos e as carruagens deveriam ocupar os espaços vazios remanescentes da praça.

Mercado de Convent Garden em Londres, projetado por Charles Fowler em 1828-1830
Foto Derek Harper [Wikimedia Commons]

Em seu estudo sobre mercados, Baltard destaca, ainda, 3 exemplos de mercados para animais que considerava recomendáveis: os mercados das cidades de Paris, de Londres e de Bordeus, na França.  Todos eles compostos de pavilhões estruturados em ferro onde, geralmente, se separava os tipos de gado: bovino, suíno e caprino. (13)

Mercado de animais em La Villette, redondesa de em Paris, França
Foto Teofilo [Wikimedia Commons]

Os mercados de animais, geralmente, eram construídos ao lado dos matadouros.

O uso do ferro passa a ser cada vez mais difundido para a construção dos mercados. Segundo Geraldo Gomes da Silva,

Há um momento na História em que o ferro passa a ser empregado com tão diversificados fins, dentre eles a construção de edifícios, que é inevitável o registro desse material como um fator essencial para as transformações de toda ordem por que passou a sociedade. Este momento é o século XIX. (14).

Com a aplicação do ferro, uma série de vantagens passara a ser considerada nas construções dos mais variados edifícios. Dentre estas vantagens, podemos citar a quantidade na produção deste tipo de material, ou seja, a produção em série e o barateamento do custo de sua produção:

A utilização do ferro na fabricação dos mais diversos utensílios e máquinas fez despertar a especulação em torno de suas potencialidades estruturais e sobre sua capacidade de substituir, com vantagem, outros materiais até então utilizados nos mais variados ramos da atividade humana. Assim, o ferro passou a ser utilizado com mais intensidade na arquitetura. (15).

Conforme Geraldo Gomes da Silva, “o critério a ser utilizado para tentar uma classificação tipológica da arquitetura do ferro é aquele que considera, essencialmente, a função a que se destina o edifício”. (16).

Com a Revolução Industrial e consequentemente com o surgimento e a aplicação do ferro nas construções, houve a possibilidade de se construir os mercados públicos com maiores vãos, para assim, abrigar maior número de boxes internos, sendo estes edifícios cobertos em estrutura de ferro e também dotados de lanternim.

O Mercado Central de Paris (Les Halles)

Na difusão das novas possibilidades construtivas com utilização do ferro em larga escala, o Mercado Central de Paris constitui-se um modelo para os mercados cobertos em estrutura de ferro dotado de lanternim.  

Beatriz Mugayar Kühl, ao comentar este tipo de mercado coberto, afirma que:

...foram os Halles Centrales de Paris que estabeleceram de forma decisiva esse tipo. Nunca havia sido dada tamanha importância a edificações desse gênero. Esse mercado, composto por quatro pavilhões maiores e oito menores, interligados entre si por passagens cobertas, constituiu um exemplo significativo de normalização de uma construção, a partir de elementos produzidos em série. (17).

Ainda, de acordo com a autora,

Esse partido de mercado composto por pavilhões e com essas características se difundiria por toda a França e por muitos países da Europa, sendo exportado para outros países, entre eles o Brasil. O partido se repete, mas há variações quanto ao número de pavilhões, quanto à ornamentação e quanto aos elementos que compõem a estrutura, como o modelo das colunas, perfis e forma das coberturas. (18).

No Brasil, vamos encontrar diversos exemplos desta tipologia, sendo bastante recorrente uma proporção entre a dimensão da cidade e número de pavilhões construídos. Muitas vezes, em pequenas cidades, apenas um pavilhão era suficiente para o abastecimento da mesma.

Para a construção deste mercado público, em meados da década de quarenta do século XIX, foi lançado um concurso arquitetônico para que fosse apresentada uma série de propostas de projeto para a construção do mesmo. De todas estas propostas, a do arquiteto Victor Baltard foi a vencedora para a construção do grande  Halles de Paris.

O Mercado Público de Paris foi construído em doze pavilhões cobertos com vidro e com fechamentos laterais em vidro e colunas estruturais de ferro fundido. Este grande mercado público serviu como o principal centro de abastecimento para a cidade de Paris a partir da segunda metade do século XIX até o início do século XX.

Vista aérea dos Pavilhões do Mercado Público de Les Halles de Paris, em 1863
Ver nota 23 [Wikimedia Commons]

Mercados Públicos cobertos em estrutura de ferro dotado de lanternim nas cidades Paulistas

Durante a última década do século XIX e a primeria década do XX, em algumas cidades brasileiras, foram projetados e construídos mercados públicos tendo como modelo o grande Mercado Público  de Paris projetado por Victor Baltard e Félix-Emmanuel Callet. Dentre os mercados públicos que foram construídos baseados neste modelo em menor escala e proporcionais às cidades em que foram executados, estão o de São João, localizado em São Paulo e o Mercado Municipal da cidade de São Carlos.

Mercado Público de São João em São Paulo

O Mercado Público de São João, construído na cidade de São Paulo, foi inaugurado em Junho de 1890. A sua construção ocorreu no local onde anteriormente existiam pequenos e antigos edifícios situados na Rua do Seminário, pertencentes à Santa Casa de Misericórdia. O mercado São João foi construído em estrutura de ferro e fechado nas laterais com chapas de aço galvanizado, utilizando o sistema Danly. Sistema construtivo constituído por paredes duplas autoportantes, executadas em chapas prensadas de ferro galvanizado, com orifícios nas partes inferior e superior de tal forma que o ar circulava forçosamente no sentido ascendente, diminuindo a temperatura interna.

Sobre as características tipológicas, este edifício possuía forma retangular, sendo fechado nas laterais e coberto. Tinha oito janelas e uma entrada em uma das fachadas. A cobertura era composta por telhado de duas águas e dotada na parte mais alta de lanternim, para permitir melhor iluminação e ventilação no interior do edifício.

Mercado Público de São Carlos

Outro Mercado Público que foi construído no início do século XX com as características tipológicas similares a dos pavilhões do Les Halles, foi o da cidade de São Carlos; apresentava dois pavilhões de forma retangular. O primeiro pavilhão foi executado em estrutura de ferro com fechamento lateral em alvenaria.

Mercado Público da cidade de São Carlos, construído em 1907 [Fundação Pró-Memória - Prefeitura Municipal de São Carlos]

Quanto ao segundo pavilhão do mercado público, este foi construído todo com estrutura de ferro e sem fechamento nas laterais.

A difusão no Brasil do tipo de mercado coberto em estrutura de ferro dotado de lanternin

Em outras cidades brasileiras, durante a segunda metade do século XIX e início do XX, foram construídos mercados públicos cobertos com estrutura de ferro, similares a um dos pavilhões do grande Les Halles de Paris, tais como o Mercado Público de São José, em Recife (1875) e os pavilhões do Mercado de Peixe, em Belém (1901).

Mercado Público de Belém
Foto Cayambe [Wikimedia Commons]

No auge de riqueza da época da borracha, no século XIX, a paisagem de Belém é marcada pela construção do mercado de Ver-o-Peso quando se deu a ampliação do antigo mercado de carne situado nas proximidades. O novo mercado seguiu um padrão arquitetônico europeu, de estilo eclético. O nome "Ver-o-Peso" tem sua origem no período colonial, quando funcionava a Casa do Haver-o-Peso na qual para a mercadoria vinda do interior eram cobrados os impostos devidos à Coroa Portuguesa. O complexo do Ver-o-Peso é formado pelo mercado de peixe e o de carne, a estrutura é toda feita em ferro e foi trazida da Inglaterra para posteriormente ser montada em Belém, no ano de 1896. É tombado como patrimônio histórico pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

3. Mercados Públicos cobertos dotados de torreões laterais

Um outro tipo de Mercado Público que podemos classificar são os que foram construídos utilizando o sistema construtivo misto, ou seja, na execução destes edifícios foram utilizados alvenaria de tijolos de barro maciços e estrutura em ferro e madeira. A estrutura destes edifícios era composta por colunas de ferro, os fechamentos externos em alvenaria e a trama estrutural da cobertura era executada em tesouras de madeira.

Além destes edifícios apresentarem sistema construtivo misto, um diferencial que chama a atenção e que faz parte da composição volumétrica dos mesmos são os torreões. Os torreões, como pode-se perceber nas imagens dos mercados públicos, eram executados nas laterais, das quais, os mesmos eram mais altos, destacando-se em relação à volumetria geral da edificação.

Mercado Central de Berlim

Como modelo de mercado público com estas características, podemos citar o Mercado Central de Berlim, construído em 1886. Observa-se neste edifício que, o mesmo aparenta ter sido construído em alvenaria, da qual, as suas fachadas apresentavam um grande número de aberturas simétricas de grandes dimensões - janela termal - com o objetivo de proporcionar iluminação e ventilação naturais e adequadas ao interior do mercado. Além disso, o mesmo também apresentava torreões nas laterais, onde estes se destacavam na volumetria da edificação.

Mercado Central de Berlim em 1896 [Wikimedia Commons]

Baseados nestas características construtivas e na época em que o mesmo foi construído, podemos afirmar que o Mercado Central de Berlim tenha servido de modelo para a construção de alguns mercados públicos em algumas cidades brasileiras.

No Brasil, dentre os mercados públicos que foram construídos nas três primeiras décadas do século XX, apresentando estas características construtivas, podemos citar em especial os das cidades de Santos, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo estes executados respectivamente.

Mercado Municipal de Santos

Na cidade de Santos, no ano de 1900, tiveram início as obras de construção do Mercado Municipal, na Praça Iguatemi Martins em terrenos lodacentos próximos aos armazéns da Companhia Docas, junto à foz do rio dos Soldados.

Este deveria ter um porto para as pequenas embarcações que traziam a produção agrícola e pecuária do litoral para abastecer a cidade de Santos. Apenas em 1906, com a complementação da rampa do mercado e dos atracadouros, o suntuoso mercado municipal começou a operar com máxima capacidade. Este edifício apresentava fachadas com arquitetura de estilo eclético. Observa-se também nas laterais, a presença de torreões, se destacando na volumetria do edifício.

Imagem da Fachada Externa do Mercado Público da cidade de Santos, inaugurado em 1902 [Website Novo Milênio - http://www.novomilenio.inf.br]

Mercado Municipal do Rio de Janeiro

Em Agosto de 1891, o Conselho da Intendência Municipal da cidade do Rio de Janeiro celebrou contrato com o engenheiro Nuno Álvares Pereira e Souza para a construção de uma praça de mercado, nos termos da portaria do Ministério da Fazenda nº 42 de 08 de Junho de 1891, em conformidade do grande plano escolhido e aprovado pelo Dr. Intendente de obras da cidade.

Após a aprovação por parte da Câmara Municipal para a construção do novo mercado para a cidade, houve a escolha do local para a construção do mesmo. O local escolhido compreendia o aterro da Praia de Dom Manuel. Este novo mercado municipal viria a ser construído no início do século XX.

Uma das torres do Mercado Municipal da Praça XV no Rio de Janeiro
Foto Stella Dauer [Wikimedia Commons]

A construção do Mercado Municipal, projetado pelo Engenheiro Alfredo Azevedo Marques,  foi iniciada em 1903. Quanto às características tipológicas deste edifício, este ocupava uma área de terreno de 22.500 m2, o qual era composto por quatro faces medindo 150 metros cada, no centro das quais se erguiam quatro portões de ferro monumentais, medindo 14 metros de altura por 11 metros de largura cada portão. Estes portões eram assentes sobre uma fundação de 30 metros cúbicos de pedra e cimento. As quatro faces do edifício do novo mercado eram orientadas pelos pontos cardeais.

Em cada um das quatro entradas do mercado, havia um torreão com andar superior envidraçado e, no centro, erguia-se um torreão dominante, sendo este munido de pára-raios e encimado por um lanternim contendo um relógio de quatro mostradores. No pavimento superior do torreão central, tendo este área de 700 m2e com 07 metros de pé-direito, estava projetada a venda de flores e frutas e, no pavimento térreo, se instalavam quatro câmaras frigoríficas, com capacidade total de 800 m3cada.  

O acesso ao edifício se fazia através de quatro ruas em cruz, onde, estas partiam dos quatro portões de ferro monumentais e também por quatro ruas largas em diagonal, estas partindo dos ângulos e convergindo todas para o grande pavilhão central. Quanto às características das ruas internas deste mercado público, eram designadas por caracteres romanos de I a XVI, sendo estas calçadas por paralelepípedos de juntas tomadas, assentes sobre concreto de pedra britada, cimento e areia.

Além do pavilhão octogonal que se localizava no centro do grande mercado e dos outros quatro pavilhões também octogonais, o edifício do mercado continha 472 compartimentos, sendo estes destinados a comercialização de carne, peixe, verduras, frutas, cereais e outros alimentos.

Mercado Central de São Paulo

Quanto ao grande e suntuoso Mercado Central da cidade de São Paulo, este foi projetado em 1926 pelo renomado engenheiro-arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo. Neste mesmo ano, tiveram início as obras de construção do mesmo, sendo estas finalizadas em 1933.

Mercado Municipal de São Paulo que foi projetado pelo eng.-arq. Ramos de Azevedo. Fachada vista da Rua da Cantareira, no centro de São Paulo
Foto Dornicke [Wikimedia Commons]

Em relação às características construtivas deste edifício, o mesmo conta com mais de doze mil metros quadrados, ostentando arquitetura em estilo eclético. A edificação demonstra um extremo cuidado com os espaços, sendo estes bem planejados e funcionais. Além disso, há a presença de iluminação natural, que ocorre através de claraboias e telhas de vidro, localizadas na cobertura do edifício.

Este edifício é considerado como um dos marcos arquitetônicos existentes na cidade de São Paulo. Pode-se dizer que as fachadas e a volumetria deste edifício são similares às do Mercado Central de Berlim, além de conter em cada lateral os torreões, se destacando na volumetria do mesmo.

Conclusão

As características tipológicas e construtivas de muitos mercados públicos construídos no Brasil, ao longo do século XIX e início do XX, seguiram uma tipologia construtiva comum às práticas operativas de projeto no interior da categoria profissional.

Do conjunto de edifícios construídos, alguns se transformaram em modelos. O Mercado da Candelária no Rio de Janeiro,  projeto de Grandjean de Montigny, que seguiu o projeto clássico de mercado que remete ao átrio romano antigo,  será modelo para a construção de mercados fechados com pátio aberto envolto por arcadas, em diversas cidades brasileiras. O Mercado Central de Paris projetado por Victor Baltard e Félix-Emmanuel Callet será o modelo para os grandes mercados cobertos em estrutura de ferro dotados de lanternim, tanto no Brasil como em diversas cidades de vários paises.

Dos mercados públicos que foram construídos nas cidades paulistas estudadas, alguns deles já foram demolidos e outros ainda existem, como é o caso do prédio do antigo Matadouro Público da Vila Mariana, em São Paulo, que  passou a ser utilizado como Cinemateca e o Mercado Público Campineiro, que é tombado pelo patrimônio municipal da cidade, mantendo ainda sua função de comercialização de diversas mercadorias.

De uma maneira geral, em quase todos os países que conheceram a industrialização, a consciência da necessidade de preservar o patrimônio industrial ganha amplitude. Nesta perspectiva o TICCIH (The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage), durante a sua Conferência de 2003, realizada na Rússia (Moscou e Nizhny Tagil), aprovou a Carta para o Patrimônio Industrial (19).

Neste mesmo ano, na cidade de São Paulo, foi formado o Comitê Brasileiro de Preservação do Patrimônio Industrial,  representação oficial junto ao TICCIH, buscando reunir e organizar iniciativas neste campo e inserindo  o Brasil nos esforços internacionais de catalogação e preservação do passado industrial (20) .

Para Cristina Meneguello e Silvana Rubino (21), no estado de São Paulo, tanto na capital como nas cidades do interior, “a muitas vezes galopante substituição das atividades econômicas pelas do setor de serviços ou pelo trabalho informal provocam a descaracterização permanente de importantes edifícios ou sua simples demolição”.

Segundo a  Carta de Nizhny Tagil, o patrimônio industrial representa o testemunho de atividades que tiveram e que ainda têm profundas consequências históricas; reveste-se de um valor social como parte do registro da vida de uma sociedade, conferindo-lhes valor identitário. A carta destaca a importância da identificação, do inventário e da investigação através de levantamentos de campo e da elaboração de tipologias industriais que possam permitir conhecer a amplitude do patrimônio industrial (22). 

É nesta direção que o trabalho de levantamento e inventário de alguns dos exemplares deste patrimônio no estado de São Paulo pretendeu contribuir para a preservação do patrimônio industrial, procurando, sobretudo, chamar atenção para uma tipologia arquitetônica específica vinculada ao movimento higienista do período que lhe dá maior identidade.

notas

1
DURAND apud TAVARES FILHO, A. C.Reflexões sobre a noção de tipo morfológico e o programa arquitetônico: os casos das Escolas Municipais Estados Unidos e República Argentina. Dissertação de Mestrado de Arquitetura e Urbanismo do PROARQ da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2005, p. 7.

2
QUINCY apudTAVARES FILHO, A. C.Op.Cit., p. 9.

3
ARGAN apud TAVARES FILHO, A. C.Op. Cit., p. 10-12.

4
Idem. Ibidem.

5
BALTARD, Victor e DU CAMP, Maxime.  Baltard, Les Halles de Paris. Les Éditions de l’Observatoire, Paris, 1863, edição de 2006, p. 133

6
GORBERG, S. e FRIDMAN, S. A. Mercados no Rio de Janeiro: 1834 – 1962. Rio de Janeiro: S. Gorberg, 2003, p. 24.

7
GORBERG, S. e FRIDMAN, S. A. Op. Cit., p. 44.

8
GORBERG, S. e FRIDMAN, S. A. Op. Cit., p. 26.

9
REIS FILHO, N. G. São Paulo e outras cidades: produção social e degradação dos espaços urbanos. São Paulo: Editora Hucitec, 1994, p. 119.

10
BALTARD, Victor e DU CAMP, Maxime. Op. Cit., p. 133

11
BALTARD, Victor e DU CAMP, Maxime. Op. Cit., p. 137

12
BALTARD, Victor e DU CAMP, Maxime. Op. Cit., p. 138

13
BALTARD, Victor e DU CAMP, Maxime. Op. Cit., pp. 145-151

14
GOMES DA SILVA, Geraldo. Arquitectura do ferro no Brasil. Sâo Paulo: Nobel,  1985, p. 13.

15
GOMES DA SILVA, Geraldo. Op. Cit., p. 23-24.

16
GOMES DA SILVA, Geraldo. Op. Cit., p. 30.

17
KÜHL, B. M. Arquitetura do ferro e arquitetura ferroviária em São Paulo: reflexões sobre a sua preservação. São Paulo: Ateliê Editorial – FAPESP, Secretaria da Cultura, 1998, p. 54.

18
Idem. Ibidem.

19
CORDEIRO, José Manoel Lopes. “Arqueologia Industrial: Um Mundo a Descobrir, um Mundo a Defender”. In: I ENCONTRO EM PATRIMÔNIO INDUSTRIAL, 2004, Campinas. Coletânea de Textos do I Encontro em Patrimônio Industrial. Campinas, UNICAMP, 2004, p. 15.

20
MENEGUELLO, C.; RUBINO, S. Patrimônio industrial, perspectivas e abordagens. In: I ENCONTRO EM PATRIMÔNIO INDUSTRIAL, 2004, Campinas. Coletânea de Textos do I Encontro em Patrimônio Industrial. Campinas, UNICAMP, 2004, p. 1.

21
MENEGUELLO, C.; RUBINO, S. Op. Cit., p. 3.

22
Carta para o Patrimônio Industrial, Moscou e Nizhny Tagil, 2003, p. 3.

23
Illustration in "Monographie des Halles centrales de Paris, construites sous le règne de Napoléon III et sous l'administration de M. le B[ar]on Haussmann, sénateur, préfet du département de la Seine" by Victor Baltard and Félix Callet, Paris: A. Morel, 1863, plate 1. 

bibliografia complementar

CLOQUET, L. Traité D’Architecture – Éléments de L´Architecture, Types d´édifices – esthétique, composition et pratique de l´architecture. Paris, Librairie Polytechnique CH. Béranger, 1922

DURAND, J.N.L. Recueil et Parallèle des édifices de tout genre, anciens et modernes. Paris, 1822; versão disponível em http://digi.ub.uni-heidelberg.de/diglit/durand1802/0023;

GIORDANO, C. C. Ações Sanitárias na imperial cidade de São Paulo: mercados e matadouros. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, CEATEC – PUC-Campinas; Orientador: Prof. Dra. Ivone Salgado, 2.006.

sobre os autores

Douglas Murilha é Arquiteto e Urbanista formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2008) e Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Urbanismo da mesma instituição (2011). Atualmente é professor no Curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Integradas de Ourinhos, SP.

Ivone Salgado é Arquiteto pela FAU USP (1978),  doutora em  Urbanismo pelo Institut d’ Urbanisme de Paris (1987) e possui Pós-Doutorado no Istituto Universitario di Architettura di Venezia (2008). Atualmente é professora do Programa de Pós-graduação em Urbanismo e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo  do CEATEC da PUC-Campinas, Bolsista Produtividade CNPQ-2  e Pesquisadora Principal de Projeto Temático financiado pela FAPESP com pesquisa sobre a formação da disciplina Urbanismo no século XIX.

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