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research

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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Este artigo possui como objeto de estudo, um conjunto de quatro edificações projetadas e construídas no Piauí, nordeste brasileiro, durante os anos 1970 do século 20, que adotou o estilo brutalista como linguagem.

english
This article discusses a set of four buildings designed and built in Piauí, northeast Brazil, during the 70s of the twentieth century, who adopted the brutalist style as language.

español
Esto articulo trata sobre un conjunto de cuatro edificaciones proyectadas y construidas en Piauí, nordeste brasileño, durante los años 70 del siclo XX, que adoptó el estilo brutalista como lenguaje.


how to quote

COSTA, Alcilia Afonso de Albuquerque. Arquitetura brutalista no Piauí nos anos 1970. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 174.02, Vitruvius, dez. 2014 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.174/5367>.

O enfoque dado será para o tema da história da arquitetura, discorrendo sobre duas variantes, o cenário urbano e  a produção arquitetônica do período, observando as relações existentes entre estas e que acarretaram em uma produção que marca a paisagem urbana local até a contemporaneidade.

Observa-se que a arquitetura vem buscando uma interdisciplinaridade com outros tipos de conhecimentos, procurando trabalhar com perspectivas mais abrangentes, relacionando aspectos da vida social, política, econômica e cultural dos objetos estudados.

Partindo deste princípio é que se propôs realizar uma pesquisa, da qual este texto é resultado, voltada para a construção de uma história da arquitetura piauiense produzida nos anos 1970, analisando de maneira inter e multidisciplinar os vários aspectos que constroem a compreensão da produção arquitetônica, ou seja, confrontando esta com o cenário local, que juntos, transformaram a paisagem.

Como objetivo, este texto pretende avançar além da necessária constatação documental e descritiva desse conjunto de edifícios selecionados, realizando simultaneamente reflexões e considerações teóricas: sobre essas obras, sobre os temas críticos que ensejam, sobre os discursos e narrativas de seus momentos históricos e sobre suas repercussões nos debates contemporâneos sobre a preservação do patrimônio cultural.

O tema é inédito, no que é referente ao enfoque adotado, tanto no que diz respeito ao resgate da arquitetura brutalista em nível estadual, como em relacionar arquitetura e cidade durante os primeiros anos da década de 1970 teresinense, reconhecido pela sociedade, como um período profícuo em obras monumentais e que marcaram o cenário urbano da capital piauiense, e de demais regiões do Estado.

Para a realização deste artigo, foram utilizados dados coletados em pesquisas que vêm sendo realizadas no campo da historiografia da arquitetura moderna piauiense, produzidas pelo Grupo FORM/PI, cadastrado no CNPq/UFPI, vinculado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPI. Adota como metodologia de pesquisa, uma linha que trabalha relacionando os métodos da pesquisa arquitetônica com o da história oral.

O aporte teórico

O autor italiano Rossi afirma a existência da relação arquitetura, cidade e poder, questionando : “Se a arquitetura dos fatos urbanos é a construção da cidade, como pode estar ausente dessa construção aquilo que constitui seu momento decisivo, a política?” (1).

A produção arquitetônica institucional sempre esteve ao longo dos anos vinculada à política, entendida aqui, como a organização social de um grupo que se desenvolve em um espaço, segundo colocou Montaner, que complementou o seu pensamento afirmando:

"O lugar no qual esse espaço é criado será integrador ou segregador, inclusivo ou excludente , estará  orientado de acordo com a aspiração à redistribuição da qualidade de vida ou com a perpetuação da exclusão e do domínio dos poderes" (2).

Diversos autores trataram desta relação arquitetura/ poder. Nietzche afirmava ser a "arquitetura uma espécie de eloquência do poder", funcionando como publicidade, marketing que produzem uma propaganda estampada nas obras e sendo denominada por Pierre Clastres, de exercício de poder, constituindo a eloquência muda do mesmo, uma vez que a construção desses edifícios implica a hegemonia de um grupo e seu consequente direito a falar, a comunicar-se (3).

Berman escreveu sobre o assunto:

"A arquitetura é uma arte que a nosso juízo, traduz a organização dos recursos sociais que a encomenda, reparte em termos de custos pela sociedade. Por isso mesmo, e graças ao grau de saber investido, seu resultado final acaba transcendendo  ao governante que a solicitou. Por outro lado é também revestida de um caráter socializante, porque contém todo o esforço de uma sociedade historicamente localizada. O governante constrói o que lhe parece ser o reflexo de sua grandeza e que lhe propaga o poder. Na verdade, a obra é uma projeção espacial de uma sociedade e de suas contradições, encarada plasticamente numa obra que aparentemente deveria refletir uma personalidade e um sistema de representação política" (4).

Assim, baseada no pensamento de Berman, a arquitetura possui esta relação atrelada ao poder, possibilitando a implantação de modelos, enquanto marcas de ideários políticos. Michel Foucault  também se posicionou sobre este diálogo entre arquitetura, espaço e poder:

"Seria preciso fazer uma ‘história dos espaços’ ― que seria ao mesmo tempo uma história dos poderes’ ― que estudasse desde as grandes estratégias da geopolítica até as pequenas táticas do habitat, da arquitetura institucional, da sala de aula ou da organização hospitalar; passando pelas implantações econômico políticas" (5).

Partindo deste referencial teórico, observou-se que durante o corte cronológico no qual foram produzidas as obras selecionadas, estava no comando do governo estadual, o engenheiro Alberto Tavares Silva, que teve seu primeiro mandato de 1971 a 1975. Como Prefeito da capital, estava no cargo o  engenheiro militar Joel Ribeiro.

Cenário político: 1970-1975

O Brasil na década de 1970 encontrava-se na época do chamado "milagre econômico", na qual o Governo Federal investia em obras "faraônicas", que eram construídas através de empréstimos internacionais, aumentando a dívida externa brasileira, e optando por construções monumentais em prol de melhorias básicas para a população.

Foi a década do sucesso em muitas áreas, entretanto, provocou a paralisação econômica do país por mais de vinte anos: garantiu o pleno emprego, registrou altos índices de crescimento econômico, mas não evitou a miséria e o aumento da concentração de renda nas mãos de  poucos.

O país construía obras de porte faraônico como a rodovia Transamazônica, a ponte Rio- Niterói e a Usina Hidrelétrica de Itaipu  que passavam a impressão de um país que se modernizava a passos largos. Entretanto, a euforia desenvolvimentista era custeada por meio de enormes quantidades de dinheiro obtidas por meio de empréstimos que alcançaram a cifra dos 10 bilhões de dólares, segundo pesquisas realizadas.

No Piauí, a empolgação do então Governador Alberto Silva, resultado de seu caráter inovador e arrojado, atrelado ao ideário do governo militar, resultou também na construção de grandes obras que mudaram o cenário da capital piauiense, implantando também, outros exemplares simbólicos do poder militar em terras piauienses, como por exemplo, o Monumento do Jenipapo, no interior do município de Campo Maior, região norte do Estado.

O prefeito de Teresina na época era um outro engenheiro militar, Joel Ribeiro, que havia se especializado em sua formação, em construir estradas e infra estruturas urbanas viárias, que o possibilitou desenvolver na prática como prefeito de Teresina, todo o seu aprendizado, conforme será visto adiante.

E foi neste período que Alberto Silva, enquanto governador, encomendou tais projetos para serem executados e inaugurados durante a sua gestão à frente do governo.

E aqui, levantam-se algumas  questões: 1) Teria o governador Alberto Silva utilizado a produção arquitetônica destas quatro obras para marcar a sua gestão, usando-as como símbolo de seu discurso político?; 2) Como era a relação entre governo estadual e municipal para a construção e implantação de tais obras na cidade?

A necessidade em contestar a estas indagações nos levou a investigar  sobre as mesmas, observando que fatos marcaram o cenário teresinense na área urbanística, e como eram as relações entre o governo estadual e municipal para a execução das obras estudadas na cidade, considerando-se que, três das quatro edificações analisadas foram construídas em Teresina, estando apenas o Monumento do Jenipapo, localizado no interior do estado, a 90 km da capital.

O então governador do período em estudo, Alberto Tavares Silva, nasceu na cidade de Parnaíba, região norte do Piauí, no dia 10 de novembro de 1918, e faleceu em Brasília, no dia 28 de setembro de 2009. Era graduado em Engenharia civil, engenharia elétrica e engenharia mecânica. Era filiado a UDN, tendo sido eleito prefeito de Parnaíba em 1948 e deputado estadual em 1950, quando renunciou ao mandato, após ser nomeado diretor da Estrada de Ferro de Parnaíba (1951/1953). Em 1954, foi eleito prefeito de Parnaíba pela segunda vez.

Em 1970 foi indicado governador do Piauí pelo presidente Emílio Garrastazu Médici, em desfavor do Coronel Stanley Batista e de Bernardino Viana, este vinculado a Petrônio Portela. Em 1986, foi novamente candidato a governador do Piauí, tendo sido eleito com o apoio dos antigos adversários no PDS, derrotando Freitas Neto (PFL).

Alberto Silva era um homem inquieto, perspicaz,  inteligente, empolgado com o desenvolvimento tecnológico e bastante criativo. Suas ideias geravam polêmicas entre a população, que muitas vezes acreditavam que as mesmas eram arrojadas demais para a época.

Se por um lado, o estado construiu as grandes obras arquitetônicas, por outro, a prefeitura, esteve voltada para a construção do sistema viário, que de certa forma, criava uma infra estrutura na malha urbana para o desenvolvimento das novas zonas.

Através de pesquisa, soube-se que a relação entre a Prefeitura e o Governo Estadual não era de proximidade, mas, se respeitavam mutuamente, apesar de cada um dos governantes trilharem suas próprias propostas, sem interagirem nas suas respectivas administrações.

Em entrevista concedida ao grupo de pesquisa, o ex-prefeito Joel Ribeiro colocou que:

“Preferia ser um prefeito urbanista e não um populista, e que a cidade, urbanisticamente, precisava mais dele, do que a cidade politicamente podia necessitar, tendo por isso, feito a opção de como prefeito, ser mais engenheiro, e menos político" (6).

Arquitetura e cidade: Teresina, 1970-1975

Teresina é o principal cenário das obras a serem aqui expostas. A cidade foi planejada e fundada em 1852 para ser a capital do Piauí. Apresenta um clima tropical e chuvoso de savana, com inverno seco e verão chuvoso, com precipitação mensal média de 1.339 mm, temperatura média em torno dos 27°C, tendo mínimas de 20°C e máximas de 35°C, sendo quente a maior parte do ano O ambiente natural urbano de Teresina é marcado pela presença de dois rios, o Poti e o Parnaíba; seu relevo é plano e sua vegetação é caracterizada pelas espécies que compõem a mata dos cocais, com babaçuais e os carnaubais nativos (7).

Mapa de Teresina PRODATER/PMT

Foi construída baseada em um traçado de xadrez, projetada pelo mestre João Isidoro da Silva e durante muitos anos teve seu desenvolvimento urbano de forma bastante lenta, uma vez que a base de sua economia era a prestação de serviços administrativos. Segundo Façanha,

"A urbanização no Piauí ganhou a partir de 1950 uma nova dinâmica. A conjuntura nacional e regional, que estava se implementando naquele momento, iria contribuir para que ocorresse o desenvolvimento do Estado, consolidando a cidade de Teresina como a principal cidade do Estado" (8).

Apenas em 1969 foi realizado o primeiro plano diretor da cidade – o Plano Diretor Local Integrado, PDLI – mas, que pouco foi seguido, tendo sido implantados apenas o sistema viário radiocentrico e o anel rodoviário (9).

Nos anos 1970,  a cidade se desenvolveu bastante em diversas áreas, impulsionando a  construção civil, a indústria de confecções, bebidas, produtos alimentícios, cerâmica e outros, passando por um processo de modernização em sua paisagem urbana.

Foi durante os primeiros anos da década de 1970, que o governo de Alberto Silva construiu as grandes obras na capital piauiense, tais como o estádio de futebol Albertão, o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, a Companhia Energética do Piauí – Cepisa, o asfaltamento das Avenidas Miguel Rosa e Frei Serafim, o Hospital de Doenças Infecto Contagiosas – HDIC, que atualmente denomina-se Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela, a Universidade Federal do Piauí e o Hotel Piauí, entre outras.

Houve a expansão do bairro Centro em direção às regiões norte, sul e principalmente, em direção à zona leste, com a construção de pontes sobre o Rio Poty, criando um vetor habitacional de crescimento naquela região.

Observou-se que o governo estadual investia em grandes obras, e o municipal em dotar a cidade de novas vias urbanas. O prefeito Joel Ribeiro realizou na sua gestão, a construção de grandes trechos de vias urbanas, tais como a Avenida Maranhão, Miguel Rosa (trecho), Joaquim Ribeiro, José dos Santos e Silva, Marechal Castelo Branco, entre tantas outras.

Sem dúvida, ao analisar-se a malha urbana de Teresina na época em que Ribeiro era prefeito, pode-se afirmar que sua gestão ficou marcada pelo investimento na infra estrutura viária da cidade que se desenvolvia de forma radiocêntrica – partindo do bairro Centro para as zonas leste, sul e norte da cidade (10).

Algumas dessas obras deram origem à criação de novos bairros, que foram se formando no entorno imediato das mesmas, a exemplo do que ocorreu com a implantação do estádio Albertão, da Cepisa, e da UFPI, que estenderam os vetores de crescimento urbano para estas zonas, antes desabitadas.

Observa-se dessa forma, a importância e a influência dessa produção, impactando o cenário urbano, principalmente, devido aos portes volumétricos das obras, com suas arrojadas soluções projetuais e construtivas, que até os dias atuais, se impõem nestes lugares.

A produção arquitetônica e a adoção do estilo brutalista

Conforme foi citado inicialmente, foram selecionadas para este artigo, quatro obras produzidas neste período, sendo três construídas em Teresina, e uma, na cidade de Campo Maior. São elas: 1) Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, inaugurado em 1972, Teresina ; 2)  Estádio Governador Alberto Tavares Silva/ "Albertão", inaugurado em 1973, Teresina; Companhia Energética do Piauí – Cepisa, inaugurada em 1973, Teresina; e o Monumento do Jenipapo, localizado em Campo Maior, zona norte do Estado.

A obra do Monumento do Jenipapo foi selecionada para ser aqui exposta, mesmo sem estar implantada em Teresina,  por se tratar de um exemplar de uma excelência arquitetônica, devido às soluções projetuais e construtivas empregadas na mesma.

Para que se tenha uma melhor compreensão sobre esta produção, será analisada cada obra separadamente, para posteriormente, realizar-se uma contraposição entre as mesmas, discutindo-se sobre os pontos convergentes e divergentes.

Observa-se, inicialmente  que, este conjunto de obras adotou como estilo a arquitetura brutalista, que se caracteriza pela adoção de estruturas robustas, em concreto armado, aparente, e que se expressam plasticamente, através da "verdade" plástica dos materiais.

O conceito da arquitetura brutalista vem sendo trabalhado por autores, que colocam sobre o tema:

"Termo de cunhagem relativamente recente, entretanto não é fácil definir-se o brutalismo de maneira acurada e isenta. Tão usado quanto esnobado pela literatura arquitetônica da segunda metade do século XX, está longe de configurar um conceito unânime, as diferentes acepções que lhe são atribuídas superpondo-se de maneira pouco clara, parecendo ser uma só quando são muitas, e para deslindá-las é necessária certa paciência de detetive" (11).

Dessa forma, alguns autores classificam o brutalismo em dois momentos: o primeiro "brutalismo" e o "novo brutalismo".

O primeiro Brutalismo, como explica Zein (12), foi adotado por primeira vez, em 1947, pelo mestre franco suíço, Le Corbusier, na obra da Unidade habitacional de Marselha na França, que adotou a linguagem em demais produções até os anos 1960, por meio de um conjunto característico de pequenos e macros detalhes.

O segundo momento brutalista, denominado por "novo brutalismo", surgiu na Inglaterra, nos anos 1950, com a produção da família Smithson para um concurso de uma escola em Hunstanton-Norfolk, na qual foi empregada a solução pela "honesta manifestação de estrutura de materiais" , segundo colocou Fuão (13).

Fuão discorda dessa afirmativa de ter sido a obra da Escola em Hunstanton-Norfolk a primeira a adotar o estilo brutalista, pois concorda com Reyner Banham em O Brutalismo em arquitetura, ética ou estética?, quando este autor cita que de fato, o primeiro edifício que levou o título de Brutalismo, foi o Instituto de Illinois (1945-1947) projetado pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe.

Através de leituras iniciais, observou-se que dos anos de 1953 a 1960 começaram a ser produzidas obras inaugurais do estilo Brutalista pelo mundo, tendo o Brasil também acolhido o estilo, guardando entre si importantes aproximações formais, construtivas e plásticas.

Tribunal de Justiça do Estado do Piauí

O primeiro projeto a ser analisado trata-se do edifício que sedia o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (1972), projetado pelo arquiteto carioca Acácio Gil Borsoi, que trabalhou em Recife, havendo exercido ali, uma profícua produção acadêmica e como profissional liberal, havendo projetado obras importantes em várias cidades brasileiras,  principalmente nordestinas.

Em depoimento dado, Borsoi disse que:

“O projeto que mais me emociona, ainda, é o Fórum de Teresina, no Piauí, ele foi todo desenhado a mão, cada peça, cada detalhe, feito uma montagem, como sistema de ventilação e iluminação natural. É sem duvida, um belo exemplo de arquitetura bioclimática” (14).

Além de ser um bom exemplar da arquitetura bioclimática, o edifício vem a ser uma das mais importante obra brutalista de Teresina, devido às suas soluções projetuais e construtivas.

O projeto foi implantado  na  Praça Desembargador Edgar Nogueira, no bairro Cabral, zona periférica ao centro de Teresina, havendo sido concebido como "um marco inscrito no tecido geográfico, paisagístico e cultural da região", segundo colocou Marco Antonio Borsoi, que complementa: "Nele, os artifícios arquitetônicos do rigor geométrico da composição, traçados reguladores, proporção, ritmo, escala e sentido monumental reagem,dialeticamente, coma natureza livre e informal a sua volta" (15).

Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, detalhe dos brises, Teresina, 1972
Foto Alcilia Afonso, setembro de 2013

Arquitetura e estrutura foram  projetados dialogando constantemente, tanto que a planta livre e modulada foi gerada partindo de uma estrutura independente em concreto aparente, que permite uma flexibilidade no layout dos espaços internos.

Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, interior, Teresina, 1972
Foto Alcilia Afonso, setembro de 2013

A estrutura sistemática, modulada, que adotou o uso do concreto aparente em pilares e vigas, é um dos traços marcantes desta edificação, que explorou o uso de materiais como o tijolo, a pedra, a madeira, em seus estados naturais, caracterizando a adoção do estilo brutalista em seu partido arquitetônico.

Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, detalhe dos brises, Teresina, 1972
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

A obra se caracteriza por uma transparência espacial, na qual os espaços externos e internos interagem entre si, através dos grandes vãos vazados, que além de permitirem a integração espacial, possibilitam a ventilação constante do ar, tornando o edifício, um exemplar de arquitetura bioclimática na cidade, que é possuidora de altas temperaturas. Sobre a solução escreveu Marco Antonio Borsoi:

"Seu grande pórtico vazado, que funciona como um alpendre, um lugar de encontro, de circulação e de acesso aos ambientes protegidos  de sol e da chuva; suas longas lâminas verticais, dão transparência, variação de sombra, relevo e informalidade canalizando o vento. Sua fina coberta plana, coroamento solto no ar, fazem deste edifício sem porta nem entrada, uma imensa árvore construída pelo homem" (16).

Em dezembro de 2001 foi construído um anexo ao edifício,  que adotou linhas que dialogam com o edifício principal, utilizando o sistema de pré fabricados, havendo sido construído em apenas cinco meses.

Jogo de brises em concreto: Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, Teresina, 1972
Foto Alcilia Afonso, setembro de 2013

A integração entre os dois volumes foi realizada de forma harmoniosa, através de passarelas entre os pavimentos do segundo e terceiro nível, procurando levar em consideração os elementos composicionais do volume principal.

A obra imponente conseguiu traduzir em sua arquitetura a força do poder judiciário no Estado, ao empregar formas e materiais que expressam visualmente esta mensagem ao observador. O recurso para sua construção foi conseguido através do Governo estadual, que pretendeu com a construção desse edifício iniciar a inserção de obras monumentais no cenário teresinense, demonstrando a força do Governo estadual na capital: Arquitetura como demonstração de poder, e a adoção de um estilo rigoroso,"severo", cru, como partido.

Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, arremate construtivo da estrutura e platibanda, Teresina, 1972
Foto Alcilia Afonso, setembro de 2013

Afirmar que foi proposital a escolha do brutalismo como estilo é questionável. Intenção ou tendência? Fica aqui registrado o questionamento para futuros aprofundamentos entre a proposição do arquiteto e a demanda do cliente, no caso, o Governo do Estado do Piauí nos anos de ditadura militar.

O que chama atenção, é que sabe-se que Borsoi possuía uma ideologia mais esquerdista, havendo produzido esta obra para um governo militar de direita: um outro ponto para que se possa refletir sobre ele com maior aprofundamento.

Estádio Governador Alberto Tavares Silva

Esta segunda obra é bastante emblemática e significativa para o momento em questão, uma vez que  o futebol naqueles anos foi escolhido como símbolo da cultura nacional e o Poder executivo percebendo a força de envolvimento que o esporte exercia na população e a facilidade em atrair multidões, usou esta modalidade esportiva para “organizar e educar” as emoções e percepções da grande massa da população brasileira.

No período da ditadura militar foram construídos vários estádios de futebol por todo o país, tais como  o Morumbi em São Paulo, o Castelão no Ceará, o Mineirão em Belo Horizonte, o Serra Dourada em Goiânia e o Albertão em Teresina.

Estádio Governador Alberto Tavares Silva, o Albertão, vista geral, 1973
Foto Alcilia Afonso, setembro de 2013

Houveram críticas a uma obra de tão grande porte na cidade, em prol de outras mais necessárias à população, mas o Governo estadual não quis perder a oportunidade de construir um estádio na cidade, uma vez que o governo federal estava incentivando a construção desta tipologia em várias capitais brasileiras.

Interessante observar que, se naquela época a obra era considerada desnecessária às demandas reais da sociedade, tal fato, até nossos dias ainda é pertinente. O projeto é de autoria de uma equipe montada pela empresa mineira SEEBLA – Engenharia de Projetos e Serviços de Engenharia Emílio Baumgart, que elaborou os projetos estruturais e complementares com base no projeto arquitetônico realizado pelo arquiteto mineiro Raul de Lagos Cirne.

O arquiteto Raul Cirne nasceu no dia 4 de agosto de 1928, em Belo Horizonte. Graduou-se em arquitetura em 1952, pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, possuindo uma formação de arquiteto modernista. Projetou várias obras em parceria com a SEEBLA, tendo como produção no Piauí, além do Estádio Albertão, o Monumento do Jenipapo, localizado em Campo Maior.

Para acompanhar a obra do Albertão de Teresina foram convidados alguns arquitetos que atuavam na cidade,  como o arquiteto mineiro Antônio Luiz, responsável pelas obras modernas mais significativas da capital piauiense. Cirne citou ainda o arquiteto Francisco Abel de Magalhães Ferreira, mas a pesquisa ainda não levantou dados sobre o mesmo.

O Estádio Governador Alberto Tavares Silva, mais conhecido por Albertão, foi inaugurado em 26 de agosto de 1973 na cidade de Teresina-PI e está localizado na zona sul da cidade de Teresina, estando implantado em um terreno de nível elevado em relação ao seu entorno. Na época, o local era pouco povoado, mas teve seu acesso facilitado pela construção das Avenidas Castelo Branco, Gil Martins e Miguel Rosa, que receberam asfalto em toda a extensão para atender a esse fim.

Estádio Governador Alberto Tavares Silva, o Albertão, detalhe da estrutura brutalista. Teresina, 1973
Foto Alcilia Afonso, setembro de 2013

Foi construído em duas etapas, tendo a primeira sido concluída em 120 dias, batendo recordes de tempo e de tecnologia aplicada, empregando 900 trabalhadores da região. A segunda etapa foi realizada entre 1974 a 1878, para a conclusão dos pórticos externos e a laje de cobertura, na época a maior laje em balanço de concreto protendido no Brasil.

A obra é um exemplar que denota a íntima relação entre arquitetura e engenharia existente no período, conforme colocou Segawa (17). O autor chama a atenção para a estreita relação existente nesta época do milagre econômico brasileiro, na qual as empresas de engenharia possuíam em seus quadros, arquitetos que juntos, projetavam as obras monumentais do período.

Segundo depoimentos do engenheiro Cid Castro Dias, a construção do Albertão serviu de laboratório construtivo local, no qual eram testadas novas tecnologias para o uso do concreto armado.

O edifício de planta elíptica , possui uma marcação estrutural composta de 96 pórticos monumentais de concreto aparente, que de maneira decrescente dão forma e movimento  à volumetria imponente, mas leve, conseguida através do uso de uma grande marquise em balanço que cobre parte do estádio, que  possui quatro níveis  interligados apenas por escadas.

Estádio Governador Alberto Tavares Silva, o Albertão, detalhes da marcação de concreto. Teresina, 1973
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

Cirne resolveu a questão climática local, observando a implantação Norte-Sul para que as principais arquibancadas não recebessem a insolação Oeste.

Atualmente a obra encontra-se interditada pelo CREA/PI devido ao edifício não atender as normas de acessibilidade. O estádio é pouco utilizado, devido aos times locais não possuírem um bom desempenho. A obra acabou por abrigar edifícios anexos, com usos distintos do esportivo, que de certa forma, descaracterizam a proposta original.

Companhia Energética do Piauí/Cepisa

Em 1971, chega à Teresina, o plano de distribuição da Rede Elétrica do Estado. O plano exigia que fosse construída uma sede para a empresa. O terreno escolhido fica à margem do Rio Parnaíba, na Avenida Maranhão, área central de Teresina, aonde já existia uma usina de abastecimento de energia à base de carvão e alguns casebres de palha nas redondezas.

Edifício sede da Companhia Energética do Piauí – Cepisa, detalhe da fachada oeste, Teresina, 1973
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

Foi neste cenário que o arquiteto mineiro, mas residente em Teresina, Antônio Luiz (18), projetou  o edifício  de planta circular, em forma de "gerador", composto por quatro pavimentos, com volumetria limpa, em concreto aparente, adotando o brutalismo como linguagem plástica.

A obra recebeu o nome de Edifício Governador Alberto Silva, homenagem ao engenheiro e então Governador, que articulou a execução da arrojada obra na cidade: mais uma demonstração da forte relação entre a produção arquitetônica e o poder na época em estudo.

A obra executada pousava como um objeto raro na paisagem urbana circundante: monumental e imponente, contrastando com edificações residenciais horizontais e uma praça projetada no entorno do edifício, conforme pode ser constatado em imagem da época.

 

Edifício sede da Companhia Energética do Piauí – Cepisa, detalhe da marcação horizontal, Teresina, 1973
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

O programa de necessidades foi resolvido em uma planta circular, anelada, que setorizava os espaços por seus usos:

“A planta circular foi dividido em cinco anéis: o primeiro anel externo que compreende uma pequena circulação entre as salas; o segundo anel é ocupado por salas de escritório, auditório e administração. O terceiro anel compreende a circulação geral do prédio; no quarto anel está localizada a área de serviço do edifício-cantina, banheiros, poço dos elevadores. Por fim, ao centro está localizado um átrio como iluminação zenital” (19).

O edifício construído utilizando um sistema construtivo em concreto aparente, fazia parte da conjunto de obras estaduais implantada pelo governo de Alberto Silva e também revolucionou a arquitetura naquele período. Tal como as demais obras vistas aqui, esta também inovou em todos os aspectos: projetuais, construtivos e tecnológicos, além de servir como mais um "símbolo" da arrojada gestão do governo albertista.

Edifício sede da Companhia Energética do Piauí – Cepisa, hall de entrada, Teresina, 1973
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

Monumento do Jenipapo

O arquiteto Raul Cirne também foi o  autor do projeto do Monumento do Jenipapo, além de ter projetado o Estádio Albertão. A obra está localizada na BR343, a 90 km de Teresina e 60 km de Campo Maior, região norte do Piauí. O monumento foi solicitado pelo Exército Brasileiro em parceria com o Governo de Alberto Silva, e  foi implantado no local onde houve a Batalha de Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823. No mesmo local encontra-se o cemitério dos heróis que lutaram pela independência do Brasil naquela região.

Monumento de Jenipapo, detalhe da estrutura, Campo Maior
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

Neste edifício, no qual é visível a influência do Monumento aos Pracinhas do Rio de Janeiro, o arquiteto mineiro adotou mais uma vez a estrutura em concreto aparente como elemento norteador projetual, colocando que:

"Acredito que a relação entre a estrutura e arquitetura surge de forma bastante natural, uma complementa a outra. Essa relação é tão espontânea que não há a necessidade de esconder, estrutura e arquitetura andam lado a lado" (20).

Nota-se na volumetria, o predomínio da horizontalidade, na qual o grande plano de cobertura marca o edifício, que é arrematado por pilares trapezoidais em concreto aparente, que parecem flutuar, pois possuem suas terminações inseridas em espelho de água.  Um volume posterior prismático também em concreto aparente, quebra a simetria das escadarias de acesso à praça/ mirante.

Monumento de Jenipapo, vista do teto/terraço, Campo Maior
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

O arquiteto também denotou nesse projeto uma preocupação em resolver os problemas climáticos regionais, procurando apresentar propostas que amenizassem a alta insolação e temperatura do local. Ao criar a laje cobertura, projetou volume inferior recuado generosamente, permitindo a criação de beirais, que não permitem a entrada do sol nos ambientes internos. Os pilares trapezoidais, criam espécies de brises protetores que impedem a incidência dos raios solares. O espelho de água projetado colabora na manutenção da umidade, criando juntamente com as demais soluções citadas, um micro clima bastante agradável.

Observa-se que mesmo utilizando materiais "crus" como o concreto armado, a obra possui uma leveza arquitetônica decorrente da acertada proporção, e um equilíbrio plástico entre os volumes projetados que dialogam entre si.

Monumento de Jenipapo, transparência dos espaços, Campo Maior
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

A utilização do concreto armado, a atenção à estrutura, o primor plástico alcançado na proporção acertada composicional, as transparências espaciais, a adoção de poucos, mas significativos materiais, o jogo de planos em planta e em fachadas, fizeram com que este edifício brutalista possa ser considerado uma dos bons exemplares da produção brutalista local.

Monumento de Jenipapo, detalhe da estrutura, Campo Maior
Foto Alcilia Afonso, setembro 2013

Conclusão

Após observar a produção brutalista estadual através dos quatro exemplares aqui tratados, pode-se chegar a algumas considerações finais.

Em todas as obras observou-se a estreita relação entre arquitetura e engenharia, sendo estas verdadeiros laboratórios experimentais de sistema e tecnologia construtivas do concreto armado, em sua forma aparente. Todos eles utilizaram este material em suas execuções, tirando partido volumétrico das formas estruturais.

A plasticidade dessa produção se caracterizou pelo uso do concreto, em pilares, pórticos, em grandes lajes, em volumes de caixas de água, que marcam o cenário dos locais nas quais as mesmas estão inseridas.

Contudo, ao utilizar o concreto armado em sua forma natural, aparente, de forma "bruta", estas obras não ficaram pesadas visualmente, e os bons arquitetos que as produziram, como Acácio Gil Borsoi, Raul Cirne e Antonio Luiz, conseguiram um excelente resultado plástico para as mesmas.

Estes mesmos profissionais também souberam tirar partido dos materiais eleitos para projetarem soluções biclimáticas para estes edifícios, que é um outro ponto fundamental na arquitetura produzida no Piauí. O Estado que possui altas temperaturas e uma alta taxa de insolação, requer soluções bioclimáticas para a sua produção arquitetônica, e observou-se que em todos os quatro exemplares, os edifícios possuem um bom conforto térmico.

Quanto à questão de uso e funcionalidade, observou-se de fato, um desperdício de áreas projetadas, que as tornarão ociosas, levando a serem consideradas, em alguns casos, como "faraônicas" e "elefantes brancos". Vem a ser especificamente nos casos analisados, o Estádio Albertão e o Monumento do Jenipapo.

Estas duas obras  até hoje, se encontram ociosas, "perdidas" no espaço na qual estão inseridas, com pouco uso, e serviram de ponto negativo à criticas realizadas sobre a produção do governo Albertista.

Quanto a relação arquitetura e poder, conclui-se que de fato, estas obra foram utilizadas como forma de expressão de um governo militar que desejava transmitir força, rigidez, através do conhecimento tecnológico. Positivo por um lado, pois permitiu a construção de exemplares importantes ao desenvolvimento arquitetônico e tecnológico, mas negativo, por outro, devido ao desperdício do dinheiro público, ao construir obras que não eram vistas como prioritárias para a sociedade da época.

O fato é que elas existem, foram construídas e hoje fazem parte do acervo arquitetônico nacional, possuindo um valor arquitetônico, e que devem ser preservadas enquanto exemplares de um momento histórico nacional.

Na atualidade apresentam problemas de preservação, por  não fazerem parte dos inventários de proteção patrimonial, correndo o risco de serem descaracterizadas ou demolidas. Passam também por problemas de acessibilidade, necessitando de intervenções que as tornem acessíveis. O estádio Albertão por exemplo foi interditado recentemente, devido a necessitar de adaptar seus espaços às normas de acessibilidade vigentes.

A certeza que se tem até o momento, é que é inquestionável o valor arquitetônico dessa produção, e medidas preservacionistas devem ser tomadas urgentemente, a fim de proteger este acervo brutalista estadual, que a qualquer momento, pode estar sujeito à descaracterizações ou mesmo, demolições.

Dessa forma, a contribuição inicial que se dá, é divulgar a existência desse acervo para que as pessoas se sensibilizem, através do conhecimento do mesmo e procurem colaborar com o processo de  documentação e conservação do acervo brutalista do estado, inserindo-o no rol de bens materiais imóveis da arquitetura brasileira.

notas

1
ROSSI, Aldo. A arquitetura da cidade. São Paulo, Martins Fontes, 1998, p. 252.

2
MONTANER, Josep. Arquitetura e política. Barcelona, Gustavo Gili, 2014, p. 65.

3
RODRIGUES, Cristiane Moreira.  Cidade, monumentalidade e poder. Ago. 2013 <http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/download/65/63>.

4
BERMAN, Martin. Conversaciones sobre la guerra y la paz. Barcelona, Luiz Caral, 1954, p. 3.

5
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 9a edição. Rio de Janeiro, Graal, 1990, p. 12.

6
RIBEIRO, Joel. Entrevista concedida ao grupo de pesquisa. Teresina, 2013.

7
SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL. Teresina: aspectos e características – Perfil 1993. Teresina, Prefeitura Municipal de Teresina, 1993.

8
FAÇANHA, Antônio. A evolução urbana de Teresina: agentes, processos e formas espaciais. Dissertação de mestrado. Recife, Geografia UFPE, 1998, p. 63.

9
REIS, Aderson. Análise integrada por geoprocessamento da expansão urbana de Teresina com base no estatuto da cidade:estudo de potencialidades, restrições e conflitos de interesse. Tese de doutorado. Belo Horizonte, Instituto de Geociência UFMG, 2012.

10
Informa-se aqui, que o lado oeste da capital Teresina, limita-se com o Rio Parnaíba, que faz divisa com o município maranhense de Timon, e por isso, as ações municipais acabam limitadas às zonas sul, norte, centro e leste.

11
ZEIN, Ruth Verde. Breve introdução à arquitetura da escola paulista brutalista. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n. 069.01, Vitruvius, fev. 2006 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.069/375>.

12
Idem, ibidem.

13
FUÃO, Fernando Freitas. Brutalismo. A última trincheira do movimento moderno. Arquitextos, São Paulo, ano 01, n. 007.09, Vitruvius, dez. 2000 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.007/949>.

14
BORSOI, Acacio Gil. Entrevista do arquiteto concedida à autora em sua residência. Olinda, 2004.

15
BORSOI, Acacio Gil; et al. Arquitetura como manifesto. Recife, Funcultura Pernambuco, 2006, p. 31.

16
Idem, ibidem.

17
SEGAWA, Hugo. Arquitetura do Brasil.1900-1990. São Paulo, Edusp,1997.

18
AFONSO, Alcilia (Org). Antônio Luiz, arquiteto. Teresina, Gráfica Halley, 2012.

19
REZENDE & NOGUEIRA. In AFONSO, Alcilia; NEGREIROS, Ana Rosa Soares. Documentos da arquitetura moderna em Teresina. Teresina, EDUFPI e Gráfica Halley, 2010, p. 246.

20
CIRNE, Raul de Lagos. Arquiteto autor do Projeto do Estádio Governador Tavares Silva. Entrevista concedida à autora. Belo Horizonte, nov. 2013.

sobre a autora

Alcilia Afonso de Albuquerque e Melo é arquiteta graduada pela UFPE (1983), professora associada do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo, e da pós graduação em História do Brasil da UFPI; Mestre em História do Brasil pela UFPE (2002); investigadora europeia com DEA ETSAB UPC (2004), Doutora em Projetos Arquitetônicos pela ETSAB/ UPC (2006) e coordenadora do grupo de pesquisas sobre Modernidade Arquitetônica Piauiense/CNPq/UFPI.

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