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interview ISSN 2175-6708

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Roberto Segre entrevista Paolo Soleri, que atua desde a década de 1940. Um homem visionário, que já trabalhou com Frank Lloyd Wright, comenta sua visão sobre o mundo atual

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SEGRE, Roberto. Paolo Soleri. Entrevista, São Paulo, ano 02, n. 007.01, Vitruvius, jul. 2001 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/02.007/3345>.


Arcosanti

Roberto Segre: É uma grande emoção conhecê-lo, porque nos anos sessenta e setenta, nos identificamos com suas propostas de vida espartana e com a esperança de chegar ao novo milênio com as perspectivas de um mundo melhor. Não pensas que todo esse esforço resultou inútil diante da crise generalizada que vivemos na atualidade?

Paolo Soleri: É certo que desde então as condições ambientais do mundo pioraram consideravelmente: a indefinida expansão das megalópoles; a persistente destruição da natureza; a contaminação ambiental e o buraco na camada de ozônio; a febre consumista do modelo capitalista e o livre mercado, agora universalizados com a desintegração do sistema socialista; o culto da violência e outros aspectos negativos. Porém é imprescindível sermos otimistas para nos salvarmos da autodestruição. Quando proponho a existência de uma "teologia do sol", refiro-me que a energia do universo, que se desenvolve no espaço e no tempo, orienta-se na direção da vida, não da morte. E a sociedade humana, deseja mais construir do que destruir, avançar mais que retroceder. Existe um jogo de forças, em constante tensão entre o bem e o mal, mas acredito no triunfo do bem e na redenção da espécie humana. Nossa comunidade é um grão de areia no meio do deserto, mas está ali, difundindo seus ideais, seu exemplo material e espiritual. Não é casual que milhares pessoas nos visitem anualmente, não somente por interesse turístico, mas em busca de alguma verdade, que supomos poder oferecer. Se dentro da confusão de tendências que existem na atualidade na arquitetura e urbanismo – que estiveram presentes na Bienal de Veneza – nosso trabalho foi reconhecido por seu conteúdo ético e estético, significa que ainda somos um exemplo a seguir para as novas gerações.

RS: De todos os aspectos negativos do mundo atual, qual considera que possui efeitos mais negativos para nosso ambiente físico?

PS: Considero o automóvel nosso principal inimigo. Não sou contra o objeto tecnológico como instrumento para deslocar-se sobre o território, mas contra o princípio de uma vida urbana baseada exclusivamente no uso do automóvel, que tem gerado a expansão infinita da moradia individual no subúrbio e a desintegração da cidade compacta. A síndrome do automóvel gerou a equação "contaminação–destruição": por um lado, os problemas nos quais vive o mundo em relação à atmosfera é produto de seu incremento infinito; por outro, esse sistema condicionou uma filosofia individualista, que fez perder no cotidiano da vida urbana os espaços cívicos de encontro social. Finalmente, o desperdício persistente, não somente de energia e de combustível não renovável, mas também nos fabulosos recursos que se investem nas infra-estruturas viárias e a ocupação indiscriminada de território fértil para construir moradias unifamiliares isoladas, somente acessíveis por meio do veículo individual.

Arcosanti, técnica construtiva

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