Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Roberto Segre entrevista o arquiteto e urbanista cubano Mario Coyula, vice-presidente do Grupo de Desarrollo Integral de la Capital – GDIC, de Havana, Cuba, e um protagonista das transformações ocorridas em Havana na segunda metade do século XX

english
Roberto Segre interviews the architect and cuban urban planner Mario Coyula, vice president of the Grupo de Desarrollo Integral de la Capital - GDIC in Havana, Cuba, and a protagonist of the changes taking place in Havana in the second half of the twenti

español
Roberto Segre entrevista al arquitecto y urbanista cubano Mario Coyula, vicepresidente del Grupo de Desarrollo Integral de la Capital – GDIC, de La Habana, Cuba y protagonista de las transformaciones ocurridas en La Habana en la segunda mitad del siglo XX

how to quote

SEGRE, Roberto. Mario Coyula. Entrevista, São Paulo, ano 07, n. 026.01, Vitruvius, abr. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/07.026/3303>.


Catedral de Havana, século XVIII
Foto Jupira Corbucci

Roberto Segre: Nos anos setenta, transcorrida a primeira década do Governo Revolucionário, a experiência cubana despertou grande interesse internacional. Foram convidados prestigiosos especialistas estrangeiros para dar cursos e conferências em Havana: os franceses Courajoud, Borja Huidobro e o prestigiado norte-americano Kevin Lynch. Qual foi sua relação com eles e como influenciaram em seu desenvolvimento?

Mario Coyula: Lynch não foi convidado pela Faculdade e sim pelo Instituto de Planejamento Físico. Mas sentí imediatamente muita afinidade com ele. Era um homem simples, muito humano. Ia direto ao essencial, sem adornos nem complicações desnecessárias. Junto com Jane Jacobs, foram os dois primeiros que nos Estados Unidos questionaram o urbanismo de urbanistas. Tratei de ficar o máximo possível perto dele, e ler todos os seus escritos disponíveis. Recordo que em uma visita a nossa Escola o projeto que mais gostou foi o de Graduação de dois estudantes meus sobre a Avenida 51 em Marianao, um dos primeiros em abordar o paisagismo urbano na Escola, depois de outro em que tínhamos proposto a pedestrealização da Rua Obispo. A ironia é que o tribunal da Escola que julgou o trabalho de Graduação sobre a Avenida 51 só lhe tinha dado a aprovação rasante de três pontos…

Pouco antes de morrer, Lynch respondeu a uns estudantes que lhe pediam recomendações para fazer as coisas bem. E resumiu em quatro pontos: manter tudo o mais simples possível, fazer todas as conexões possíveis –no tempo, no espaço–; criar suportes para o que as pessoas querem fazer… e semear muitas arvores! Se pensar bem, não necessita mais.

Visitei Corajoud e Borja em seu Atelier d’Architecture et d’Urbanisme (AUA) em Paris, aproveitando minha ida a um congresso em Versalles em 1971. Tinha noticias de seus trabalhos e lhes pedi um curso de verão sobre metodologia de desenho e desenho urbano. Vieram esse mesmo ano, junto com Michel Allegret. As pessoas ficaram encantadas com as espetaculares perspectivas de Grenoble-Echirolles desenhadas pelo peruano Enrique (agora Henri) Ciriani, que não veio ao curso, e o entusiasmo de Michel. Comparado com eles, alguns viram Lynch um pouco apagado; e definitivamente desiludiu aos que assistiram esperando receitas.

Olhando para trás, foi um duelo formoso, ainda que nunca competiram na mesma sala nem ao mesmo tempo. Para mim, Lynch era como o velho mestre em artes marciais que já não necessita da força física; Borja e Michel os jovens talentosos e (quem sabe em demasia) apaixonados. Quando Lynch morreu escrevi um texto em sua homenagem. Recebi do MIT uma notificação e um convite de Gary Hack para suas honras fúnebres, que ainda guardo. Nunca voltei a ver a Michel Corajoud, que em 2003 obteve um importante prêmio nacional de urbanismo na França.

Esses cursos de verão foram promovidos pelo então reitor da Universidade de Havana, José Chomí Miyar. Ainda vale dizer que os professores vinham sem cobrar honorários. Outro dos que pude convidar nessa época foi Duccio Turín, especialista em industrialização e normalização e professor da Architectural Association de Londres, um filósofo da construção que contrastava com tantos Neanderthais locais. No pouco tempo que ficou aqui me deu sua visão do país: "vocês têm microplanos, extraplanos, planos especiais… mas o que não têm é um Plano!". Poucos anos depois soube que faleceu num acidente automobilístico. Todas foram influências importantes para mim.

Hotel Havana Livre, ex Havana Hilton. Arquitetos Welton Beckett & Associados, 1958. Mural de Amelia Peláez
Foto Jupira Corbucci

comments

026.01
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

026

026.02

Paulo Mendes da Rocha

Andrea Macadar

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided