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research

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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Regiane Pupo entrevista o arquiteto português José Pinto Duarte, responsável pela implantação de disciplinas relacionadas à utilização do computador e de um laboratório de pesquisa das novas tecnologias em arquitetura no IST, Lisboa

english
Regiane Pupo interviews the Portuguese architect José Pinto Duarte, responsible for the implementation of work related to computer use and a research laboratory of new technologies in architecture at IST, Lisbon

español
Regiane Pupo entrevista al arquitecto portugués José Pinto Duarte, responsable de la implantación de disciplinas relacionadas a la utilización del ordenador y de un centro de investigación de nuevas tecnologías en arquitectura en el IST, Lisboa

how to quote

PUPO, Regiane Trevisan. José Pinto Duarte. Entrevista, São Paulo, ano 08, n. 032.03, Vitruvius, out. 2007 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/08.032/3291>.


Protótipo realizado com processo aditivo FDM
Foto Regiane Pupo

Regiane Pupo: Qual foi a receptividade dos alunos quanto à sua aplicação juntamente ao ensino de projeto?

José Pinto Duarte: Foi excelente. Provavelmente reflexo desta época, em que a televisão e os jogos de vídeo fazem parte do quotidiano dos jovens, os alunos sempre demonstraram interesse e inclinação para as cadeiras da área das novas tecnologias. Faziam sempre mais do que lhes era pedido e transportavam rapidamente a tecnologia para o quotidiano das cadeiras de projeto para satisfação de alguns professores de projeto e insatisfação de outros, naturalmente. Quando chegavam à cadeira de PAC, não só estavam totalmente motivados para explorar o uso das ferramentas no processo de projeto, como já as dominavam e possuíam uma maturidade de projeto que lhes possibilitava tirar máximo partido delas. Por exemplo, num dos anos, o problema dado aos alunos da disciplina PAC foi a personalização da habitação em série, uma questão a que tenho dedicado grande parte da minha investigação e cuja resposta é possível de forma satisfatória com o recurso das novas tecnologias. Nesse ano, os alunos desenvolveram os seus projetos escrevendo programas de computadores que geravam soluções habitacionais. Isto só foi possível porque programar para eles já era de certa forma natural e porque já possuíam bons conhecimentos de arquitetura.

RP: Os resultados dos trabalhos dos alunos são satisfatórios?

JPD: Os resultados dos alunos têm sido positivos. Isto pode ser avaliado de várias formas. Por exemplo, alguns alunos obtiveram patentes do trabalho desenvolvido nestas cadeiras, algumas das quais deram origem a produtos para a construção que atingiram a fase de comercialização. Outros foram finalistas em concursos nacionais dirigidos a estudantes de arquitetura. Outros ainda obtiveram prêmios com trabalhos desenvolvidos a partir dos conhecimentos e das técnicas aprendidas nestas cadeiras. Lembro-me, por exemplo do FEIDAD Award (Far Eastern International Digital Architectural Design Award), obtido por um aluno de doutorado, ou do prêmio para o melhor paper científico obtido numa conferência internacional por uma aluna de mestrado, ambos freqüentaram e usaram DAC II como base para o desenvolvimento dos seus trabalhos. Mas o aspecto mais positivo é a facilidade com que os alunos que freqüentaram estas cadeiras conseguem obter colocação em bons ateliers, mesmo internacionais.

RP: Dentre os possíveis usos da informática aplicada à arquitetura – representação, geração de formas, algoritmos, inteligência artificial – quais deles são os utilizados em suas disciplinas?

JPD: Em DAC I são sobretudo usadas tecnologias de representação. Em DAC II usam-se algoritmos, sistemas generativos e prototipagem rápida e são dadas algumas noções de inteligência artificial, embora muito rudimentares. Na disciplina PAC faz-se uso de todas estas tecnologias e ainda de colaboração remota e realidade virtual.

RP: Qual o resultado prático do uso de linguagens de programação dentro de ferramentas “prontas”?

JPD: Quando comecei a lecionar no IST, os alunos tinham uma cadeira de programação em “C”, comum a todos os outros cursos, de que não gostavam, penso que por não serem utilizados exemplos relacionados com a arquitetura e, deste modo, não perceberem a utilidade de programação em arquitetura. A esta cadeira seguia-se uma de modelação geométrica. A primeira coisa que fizemos foi inverter a ordem destas cadeiras. Assim, os alunos começavam por aprender modelação e só depois programação. Na cadeira de programação usávamos o Autolisp, uma linguagem de programação que corre dentro do Autocad. Desta forma, os alunos podiam usar o Autolisp para controlar o Autocad, pois os exemplos e problemas que lhes podiam ser dados para resolver estavam mais próximos da arquitetura. Podiam, assim, melhor perceber as vantagens do uso de uma linguagem de programação a partir de uma ferramenta “pronta”. Basicamente, estas vantagens são as de poderem produzir o seu próprio software, adaptando-se a um problema de projeto particular que tenham em mãos, isto é, podem fugir das limitações das ferramentas existentes no mercado. Por exemplo, tive alunos que escreveram programas para gerar objetos “transportados” de projeto para projeto com pequenas variações de forma, como escadas. Outros alunos desenvolveram programas para gerar formas que não podiam ser geradas diretamente em Autocad ou que davam tanto trabalho para serem geradas que se depois quisessem introduzir alterações teriam que começar do início com considerável perda de tempo, o que os desmotivava a fazer uma exploração mais aprofundada da forma. Abordagens deste tipo têm sido utilizadas na prática profissional com considerável sucesso, por exemplo, no projeto da sede do Swiss Re em Londres por Norman Foster. Hoje já existe software paramétrico que permite ultrapassar algumas destas desvantagens, mas as limitações ainda são grandes.

A um nível mais sofisticado, é possível escrever programas que geram edifícios com base em critérios dados no início. Lembro-me da questão da personalização da habitação em série que me referi atrás. Um atelier pode desenvolver um programa capaz de gerar automaticamente soluções personalizadas, ampliando a sua capacidade de resposta e possibilitando angariar mais clientes. Pode também ceder a utilização do seu software num processo semelhante ao franchising. Ou seja, o desenvolvimento de tais programas permite-lhes operar segundo novos modelos de negócios. Esta possibilidade existe não só para a habitação, mas para muitas outras classes de objetos.

Maquetes realizadas com processo aditivo FDM
Foto Regiane Pupo

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032.03
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032.01

Roque Escamilla

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032.02

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