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interview ISSN 2175-6708

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Sérgio Ferro comenta a complexidade da atuação de Flávio Império nos diversos campos artísticos ao tratar de sua formação, interlocuções e contribuições para as artes no Brasil.

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GUIMARAES, Andreas; CONTIER, Felipe de Araujo; LOUREIRO, Lívia. Flávio Império e as múltiplas facetas de um projeto brasileiro, por Sérgio Ferro. Entrevista, São Paulo, ano 13, n. 051.01, Vitruvius, jul. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/11.051/4405>.


São João, técnica mista s/ tela, 70x70cm, 1974. Coleção Henrique Magalhães
Obra de Flávio Império [Katz; Hamburger]

Encontramos Sérgio Ferro no dia 02 de junho de 2011, quando esteve no Brasil para falar na “Ocupação Flávio Império”, organizada pelo Instituto Itaú Cultural, sobre a vida e obra de Flávio Império (1935-1985). Primeiramente, gostaríamos de agradecer ao Sérgio pelo afeto e seriedade com que nos recebeu ao ser interrogado sobre questões tão difíceis de responder, seja pelo tempo transcorrido, seja pela dor causada pela lembrança de momentos difíceis, seja pela ansiedade dos jovens entrevistadores em buscar respostas imediatas para problemas complexos.

Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro foram amigos e companheiros de trabalho desde a graduação na FAU-USP, no final dos anos 1950, quando começaram uma parceria em diversas áreas de atuação que durou cerca de dez anos. Instalado numa edícula no fundo da casa de Helena Fausto, mãe de Império, o atelier dos três amigos acabou se tornando ponto de encontro de intelectuais e artistas. Suas obras – pinturas, arquiteturas, cenários, aulas, conferências, livros, performances – marcaram gerações e alçando o grupo à protagonistas da história da cultura brasileira na década de 1960.

O primeiro grande esforço para levantar com precisão as ideias, os trabalhos e a importância do Grupo Arquitetura Nova, como ficou conhecido, veio com a pesquisa minuciosa de Ana Paula Koury (1), seguida quase simultaneamente, pelo importante trabalho de Pedro Arantes (2), abrindo caminhos para uma série de novas pesquisas.

Flávio Império (1935-1985), principal assunto dessa conversa, foi arquiteto, professor, cenógrafo, pintor, desenhista, figurinista, entre tantas outras atividades. A atuação em diversas linguagens artísticas se tornou uma de suas características mais marcantes. Sua produção múltipla teve seus olhos e sentidos voltados ao povo brasileiro dele aprendendo não só o fazer com as mãos, as expressões do artesanato, mas a forma de vida e suas relações com o espaço que vive. Viajou pelo interior do país registrando em escritos, vídeos, imagens e pinturas muitas destas vivências. Encarnou, desde o começo de sua carreira, a possibilidade de cruzamento entre sua história pessoal e a de seu tempo. Desde o período escolar o desenho, o teatro e a música estiveram presentes. Em 1956, mesmo ano em que iniciou seus estudos na FAU-USP e na Escola de Artesanato do MAM-SP, começou o trabalho teatral na direção e criação dos cenários e figurinos (à convite de Maria Thereza Vargas) para o grupo infantil da “escolinha de arte” dirigida por Sabatina Gervásio e Cynira Stocco na Comunidade de Trabalho Cristo Operário, orientada pelo frei João B. P. dos Santos, junto à Capelinha do Vergueiro em São Paulo (que tinha jardim projetado por Roberto Burle Marx e murais de Alfredo Volpi).

Em sua carreira profissional como cenógrafo, à qual ficou mais identificado, trabalhou com importantes diretores entre 1960 e 1980 

Chiquinha Gonzaga – Ó abra Alas. Autor: Maria Adelaide Amaral, baseado em argumento de Edinha Diniz. Direção: Osmar Rodrigues Cruz. Produção: Teatro Popular do SESI, 1983. Na foto: Regina Braga (Chiquinha Gonzaga) e Coro
Foto João Caldas – Multimeios/Divisão de Pesquisa/Idart [Katz; Hamburger]

na concepção espacial para espetáculos de teatro, dança e música. De fato sua atuação foi determinante para a renovação do espaço cênico no Brasil e para a criação de uma estética não ilusionista 

Depois da queda. Autor: Arthur Miller. Direção: Flávio Rangel. Produção: Teatro Popular de Arte, SP, 1964. Na foto: Maria Della Costa (Maggie), Paulo Autran (Quentin), Delmar Mancuso (Dan), Susy Arruda (Mãe), Carlos Garcia (Pai), Márcia Real (Louise), Rip
Arquivo Paulo Autran – Multimeios/Divisão de Pesquisa/Idart [Katz; Hamburger]

da cena. Em suas cenografias, há um radical trabalho artístico no plano bidimensional (pintura, gravura, desenho, etc.) e um profundo pensamento político e critico à sua realidade (3).

A entrevista concedida por Sérgio Ferro foca primeiramente a produção de Flávio Império e suas relações com os trabalhos e reflexões do grupo Arquitetura Nova. O resultado, permite uma visada muito especial sobre os conhecidos argumentos de Sérgio Ferro, ao mesmo tempo em que revela dimensões pouco conhecidas de Flávio Império.

notas

1
KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Carlos, 1999. Dissertação de mestrado da Escola de Engenharia de São Carlos da USP. Publicação: KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro. São Paulo, Romano Guerra, 2003.

2
ARANTES, Pedro Fiori. Arquitetura nova: Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, de Artigas aos mutirões. São Paulo: editora 34, 2002.

3
Os trabalhos realizados por Marcelina Gorni e Paula Cristina Motta Saia trazem um panorama da vasta atuação do artista. Ver: GORNI, Marcelina. Flávio Império: arquiteto e professor. São Carlos, 2004. Dissertação de mestrado da Escola de Engenharia de São Carlos da USP; e SAIA, Paula Cristina Motta. Flávio Império e a renovação do espaço cênico. São Paulo, 2005. Dissertação de mestrado em Educação, Arte e História da Cultura – Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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