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interview ISSN 2175-6708

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Fernando Diez, editor da revista argentina Summa+, conversa com Abilio Guerra, editor do portal Vitruvius, e comenta sobre sua trajetória profissional e intelectual.

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GUERRA, Abilio. Entrevista com Fernando Diez. Editor, professor e consultor argentino fala sobre sua trajetória intelectual. Entrevista, São Paulo, ano 14, n. 055.02, Vitruvius, jul. 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/14.055/4808>.


Néstor Magariños, Fernando Diez, Clorindo Testa, Alberto Varas e Carlos Méndez Mosquera, lançamento do livro “Crisis de autenticidad”, de Diez
Foto divulgação [Acervo Fernando Diez]


Abilio Guerra: Como os seus livros se tornaram realidade?

Fernando Diez: Na realidade meus livros não surgiram porque eu havia me proposto a isso, mas foram a consequência natural da acumulação de trabalhos de pesquisa, entre as quais havia uma linha temática comum. Com o tempo me pareceu razoável pensar em reunir esses artigos em um livro. Assim aconteceu com meu primeiro livro Buenos Aires y algunas constantes en las transformaciones urbanas publicado em 1996 pela Editorial de Belgrano. É a condensação de uma série de temas que eu vinha desenvolvendo desde 1982. De fato o artigo “La influencia de los códigos de edificación en la generación del tejido urbano” havia sido publicado internamente no Instituto de Desenho em 1982, logo apareceu na revista Ideas no ano de 1984, e outra versão foi publicada na antiga revista Summa, creio que um ano depois. Este livro é a acumulação de cerca de dez anos de trabalhos de pesquisa, que no ano de 1993 decidi atualizar e reunir na forma de livro. O livro Crisis de autenticidad (Summa+Libros, 2008) também é a culminância de um processo de dez anos aproximadamente. Começa com uma série de textos preliminares, depois meu trabalho de tese de doutorado, e mais tarde sua reelaboração para o formato de livro. No caso dos livros coletivos, aqueles nos quais contribuí com um capítulo, foram o resultado da oportunidade que surge de convites, em que artigos já escritos ou conferências feitas em seminários ou congressos adquirem depois o formato adequado para o livro.

AG: Além de autor, você tem desenvolvido uma sólida carreira como editor. Como você começou?

FD: Minhas primeiras experiências como editor foram no Instituto de Desenho da Universidade de Belgrano. Na realidade devíamos buscar a forma de publicar os trabalhos de pesquisa que fazíamos, então começamos a pensar em uma publicação periódica. Com Alfonso Corona Martínez, que era o diretor do Instituto, tivemos uma reunião com Mario Gandelsonas, que nos transmitiu algo de sua experiência como editor de Oppositions. Isso nos serviu como referência. De fato a revista que propusemos para a Universidade de Belgrano tinha a mesma cor laranja de Oppositions. Ainda que a Universidade não tenha aceitado todos os aspectos da nossa proposta, Corona Martínez foi nomeado diretor e as primeiras revistas incluíram uma variedade de temas e artigos alinhados com o que havíamos pensado, com assinaturas como as de Alan Colquhoun, Steven Peterson e locais como as de Horacio Reggini e trabalhos de pesquisa desenvolvidos na própria Universidade de Belgrano. Em 1994 fui contratado como secretário de redação da revista Summa+, uma tarefa que comecei com dúvidas, pois não tinha uma grande experiência como editor, mas as circunstâncias exigiam tomar uma atitude definida para estabelecer mais nitidamente os critérios editoriais. Na medida em que esses critérios se tornaram efetivos, também fui ficando mais confiante. Mas de uma vez neste período de quase vinte anos foi necessário rever os critérios editoriais e até agora temos conseguido encontrar o equilíbrio que nos permite manter uma base de leitores suficientemente ampla.

Capas dos livros “Buenos Aires y algunas constantes en las transformaciones urbanas” e “Crisis de autenticidad”, de Fernando Diez
Divulgação [Acervo Fernando Diez]

AG: A revista Summa+ tem um excelente padrão editorial e uma longa tradição. Como entende a realidade atual da publicação à luz desta história significativa?

FD: Summa+ é herdeira de uma longa tradição editorial que começa em 1963 quando Carlos Méndez Mosquera funda a Summa, cuja direção é assumida por Lala Méndez Mosquera, que leva a revista a um lugar de notoriedade, convertendo-a em uma referência para o mundo iberoamericano (me lembro que quando Álvaro Siza veio a Buenos Aires me contou que Summa fazia parte de suas obras de referência quando estudava). Summa+ pertence a uma época distinta, quando a globalização das publicações e a multiplicação da oferta de revistas especializadas exigiram uma revista mais abrangente. Summa+ não é uma revista de tendência, não tem um programa no sentido de promover uma determinada visão de arquitetura. Entretanto, se propõe refletir sobre o conjunto das discussões. Além das obras que gostamos, publicamos também obras que nunca faríamos, mas que são influentes e fazem parte da produção contemporânea.

Como editores temos aprendido a ser abertos, receptivos. A pluralidade de tendências e opiniões é algo que valorizamos. Do mesmo modo que dedicamos um lugar muito importante às pequenas obras. Deste modo, a arquitetura que impacta pelo tamanho, ou a exposição de seus autores, não recebe mais espaço em Summa+ do que a arquitetura que, sendo pequena, dá lugar a novas visões, que eu tenho chamado de “arquitetura de pesquisa” em vários ensaios. Interessa-nos tanto a “arquitetura de proposição” como a “arquitetura de produção”. E, sem dúvida, o mais interessante é ver como ao longo do tempo uma consegue influir a outra. Trata-se de algo que os meios de difusão deveriam assumir como uma função importante a cumprir.

AG: Qual sua opinião da produção periódica na área de arquitetura?

FD: É difícil opinar sobre o que fazem os colegas, mas em geral creio termos um alto nível de publicações na América Latina. Para mencionar apenas dois exemplos, lembro do trabalho liderado por Patricio Mardones (continuando o trabalho de Monserrat Palmer) em ARQ no Chile, tanto com a revista como com os livros. No México, Miquel Adriá faz um trabalho magnífico com Arquine. As revistas de arquitetura são difíceis de manter e só sobrevivem quando conseguem conquistar uma base ampla de assinantes fieis. Além disso, é necessário um apoio econômico, e nesse ponto a independência editorial é algo que valorizamos muito, e conquistamos em Summa+ total liberdade. Por outro lado, não se pode fazer boas revistas de arquitetura se não há boas obras. O sucesso da arquitetura espanhola tornou possível o êxito de projetos editoriais magníficos, como El Croquis e 2G.

Capa Revista Summa n. 1, 1963
Divulgação [Acervo Summa+]

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