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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Entrevista com o professor português Duarte Cabral de Mello abordando sua trajetória como crítico e acadêmico

español
Entrevista con el profesor portugués Duarte Cabral de Mello se acerca su carrera como crítico y académico

how to quote

FERREIRA, M. Piedade; GUTIÉRREZ MOZO, María Elia. Entrevista com Duarte Cabral de Mello. Intelectual português aborda sua trajetória como crítico e acadêmico. Entrevista, São Paulo, ano 14, n. 055.04, Vitruvius, ago. 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/14.055/4830>.


Duarte Cabral de Mello, Elia Gutiérrez Mozo e João Cabral, VII Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo, Lisboa, 2008
Foto divulgação [Acervo BIAU]


Na “Primeira Aula” deu uma série de pistas acerca das questões que considera fundamentais no contexto da arquitetura contemporânea, tais como a sustentabilidade e as relações entre construir e projetar, os humanos e a natureza, as ciências e as tecnologias, o progresso e o crescimento econômico.

Acerca do seu interesse pela semiótica. Na sua tese de Doutoramento dedica um capítulo à reflexão acerca dos objetos produzidos para a exploração e transmissão do projeto de Arquitectura, a que chamou “Objetos Intermediários”.

M. Piedade Ferreira: Considera que existe entre os pares da profissão, no contexto global, vontade por parte dos intervenientes em procurar soluções sustentadas na prática coletiva e interdisciplinar através da troca de conhecimento ou parece-lhe que este continua a ser utilizado como capital para benefício privado?

Duarte Cabral de Mello: Em qualquer caso, penso que o culto do conhecimento como capital para benefício privado aponta para a anulação do florescimento da vida na Terra, sobretudo a nossa: a dos humanos.

MPF: Do ponto de vista do Professor, até que ponto considera que os meios digitais de representação ainda estão a ser ensinados majoritariamente como ferramenta de habilitação profissional do que propriamente enquanto meios de estímulo à produção e reflexão criativa?

DCM: Tanto quanto sei – exceção feita àqueles que têm a capacidade de programar e, por isso, a oportunidade de os usar criativamente – os meios de representação digital utilizáveis em arquitetura são tão só suportes intermediários entre a construção mental de um projeto e a sua transmissão a terceiros para permitir os processos conducentes à sua concretização. Tudo o resto é a procura de orientação do pensamento de quem projeta e/ou participa desse processo.

O único risco que posso antever é o de quem recebe treino na manipulação de representações digitais confunda o seu rigor visual aparente com o rigor exigível a qualquer projeto.

MPF: Para as futuras gerações de arquitetos que já não terão o privilégio de ser seus alunos ou colaboradores e que nós esperamos que leiam este artigo, qual pensa que é o conselho mais útil que lhes pode dar?

DCM: Não me cabe dar conselhos a ninguém. Mas atrevo-me a sugerir-lhes que vivam o presente, com intensidade, rigor, ética e alegria.

MPF: Sabemos que, como sempre, tem na manga um projeto novo para realizar a curto/médio prazo, o ∫AL – Integral Architectural Lab. Pode falar-nos um pouco acerca desta ideia?

DCM: A ideia de suporte desse projeto é muito simples, e de modos diferentes, tem vindo a informar uma procura que iniciei nos anos 60:

A arquitetura, como forma de pensar o mundo – que, sob pena da sua extinção como suporte do florescimento da vida no planeta, terá de o fazer com responsabilidade ética – obriga-a a apoiar-se num número enorme de dados técnico e científicos que nenhum projetista, ou equipe de projetistas, de pessoas que decidem ou fruidores finais, por mais geniais que sejam, poderá utilizar com eficiência e rigor – dados da investigação médica, da economia, das ciências do ambiente, da geografia, da agro-pecuária, das engenharias, entre muitos outros. Só uma rede de inteligências e conhecimento convergentes poderá alcançar esse fim, o que não está mas pode e deve ser feito urgentemente com o apoio do que, à falta de melhor termo, chamamos Inteligência Artificial.

O propósito do ∫ A.L. é demonstrar que esse trabalho é possível, para que ele se faça e mantenha aberto e operativo, com responsáveis; nem donos nem autores.

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