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my city ISSN 1982-9922

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Inversão importante na tendência de perda demográfica que era observada, desde 1980, em diversos locais do município de São Paulo, revela importantes indicadores do sucesso da atividade da indústria imobiliária nacional nos últimos anos

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DELLA MANNA, Eduardo. Centro expandido de São Paulo volta a crescer. Minha Cidade, São Paulo, ano 13, n. 148.03, Vitruvius, nov. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/13.148/4570>.


Centro de São Paulo
foto Henrique Boney [Wikimedia Commons]


O Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou uma inversão importante na tendência de perda demográfica que era observada, desde 1980, em diversos locais do município de São Paulo. Nos dias de hoje, nota-se, com absoluta clareza, que o chamado centro expandido da cidade voltou a crescer. Com exceção de Alto de Pinheiros e Água Rasa, todos os distritos apresentaram taxas positivas de crescimento da população, o que resultou em um acréscimo de, aproximadamente, 175 mil habitantes entre 2001 e 2010.

Nesse período, somente a Subprefeitura da Sé, composta pelos oito distritos mais centrais do município (Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé), obteve um aumento de 57.192 habitantes. Os distritos que mais perderam população, entre 1991 e 2000, também apresentaram um crescimento positivo na última década, com destaque para os da região central da cidade: Pari (-3,95% a.a., no período 1991-2000, para 1,56% a.a., na década 2000-2010), Bom Retiro (de -3,35% a.a. para 2,45% a.a.), Sé (de -3,29% a.a. para 1,63% a.a.) e Brás (de -3,14% a.a. para 1,52% a.a.). Vale ressaltar, inclusive, que o distrito do Brás apresentava taxas negativas desde a década de 1950.

Já as maiores taxas anuais de crescimento da população paulistana foram registradas em Vila Andrade (5,6% a.a.), Anhanguera (5,54% a.a.), Vila Leopoldina (3,92% a.a.) e Morumbi (3,1% a.a.). Fora Anhanguera, a chegada de novos contingentes populacionais a esses distritos esteve associada, fundamentalmente, ao incremento da produção imobiliária residencial formal. Vila Andrade foi o distrito que sofreu o maior nível de verticalização, obtendo o maior acréscimo de área construída do tipo residencial entre 2002 e 2009. Vila Leopoldina, por sua vez, teve um aumento de 64,5% no mesmo período, com diminuição, até mesmo da área construída horizontal.

Ainda de acordo com o levantamento do IBGE, a densidade demográfica média em São Paulo, em 2010, era de 74,58 habitantes por hectare – resultado da distribuição dos mais de 11 milhões e 250 mil residentes pelo território de 1.509 km² do município. E é na região central que se localizam três dos cinco distritos com as maiores densidades: Bela Vista (267,15 hab/ha), República (247,74 hab/ha) e Santa Cecília (214,66 hab/ha).

A análise dos dados acima revela importantes indicadores do sucesso da atividade da indústria imobiliária nacional nos últimos anos. Em primeiro lugar, o levantamento mostra que o setor vem superando, com extraordinária competência, a histórica contradição entre o custo dos empreendimentos e a renda da população. Além disso, ela aponta que, ao longo da década de 2000, os projetos do setor e a verticalização foram os responsáveis diretos pelo incremento do uso residencial dos imóveis nos distritos mais centrais da cidade – onde já existe uma boa oferta de emprego, lazer e cultura. Por último, também é importante destacar que o processo de concentração verticalizada dos distritos paulistanos se coaduna com a visão de que a cidade não pode mais se expandir continuamente, desconsiderando os altos custos decorrentes da implantação de novas infraestruturas, inclusive daquela que dá suporte ao nefasto padrão de mobilidade centrado no automóvel e cujos efeitos negativos acabam sendo absorvidos, por todos os cidadãos, inclusive pelos que não possuem carros.

sobre o autor

Eduardo Della Manna é arquiteto, e coordenador-executivo da vice-presidência de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano do Secovi-SP.

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