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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Estudantil Latino-Americano de Arquitetura Bioclimática da Bienal José Miguel Aroztegui. Projetos, São Paulo, ano 06, n. 061.01, Vitruvius, jan. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.061/2584>.


Conceito

Um albergue da juventude em uma área de renovação urbana de Porto Alegre, antiga área portuária com grande potencial cultural. Esse foi o panorama com o qual nos defrontamos ao realizar esse projeto.

Assim, pensamos o espaço do albergue como um edifício compacto, pois a compactação é uma solução facilitadora do controle e acessos das pessoas e serviços além de ser uma solução atraente para locais de grande variação térmica. Esse foi um partido inicial utilizado para se criar um maior isolamento e controle da temperatura interna obtido através de uma menor superfície de contato externa, gerando, assim, menores trocas de temperatura.

Embora contássemos com um grande terreno, essa necessidade acabou por definir um edifício em andares. A opção por meios níveis serviu para que, além de resguardar as áreas privativas, desenvolvesse-se um edifício de altura e dimensões compatíveis com a principal função de um albergue, que é promover, através do espaço, o maior entrosamento possível entre os hóspedes.

O edifício é composto por dois blocos implantados paralelamente um ao outro e que encerram as principais dependências e um átrio onde se encontram o restaurante e a circulação vertical.

Os blocos comportam primordialmente as principais dependências, comuns e privativas, do albergue de acordo com a seguinte divisão: Bloco com orientação norte (recepção, cozinha, restaurante e quartos) e Bloco com orientação sul (Convivência, sala de estar, sala de jogos, administração, lavanderia, vestiários).

Quanto a orientação, as maiores fachadas voltam-se para norte e sul, posicionando o edifício de modo a evitar ao máximo a poluição sonora advinda da rodovia-dique. Além disso, os quartos encontram-se majoritariamente na fachada norte, captando o calor no inverno (através de sistemas de estufas ilustrados nas pranchas seguintes) e protegendo-se deste no verão (através de grandes brises horizontais). Os brises verticais na fachada sul, servem de paredes refletoras da luz advinda da orientação leste, aquecendo os quartos no inverno e protegendo-os, ao mesmo tempo, dos ventos oriundos do sudoeste.

Local

Revitalização. O trecho da cidade que forma o porto do rio Guaíba está sendo objeto de implantações de cinemas, teatros, museus e outros equipamentos culturais na região. Assim, escolhe-se um terreno nesta área de intervenção, que está muito bem localizada e de fácil acesso, junto à rodoviária e ao centro da cidade; dá a vista para um parque e para o belo rio; o que abre futuramente (através de passagens previstas sob a rodovia-dique) a possibilidade de reutilização da margem do rio como área de recreação, isolada pela estrada-dique, que elevada (4m) separa a cidade do rio.

O mote do projeto, a questão da hospedagem, principalmente de estudantes, que fosse barata e tivesse uma filosofia que promovesse o convívio entre pessoas vindas de diversas localidades (por isso o albergue). Sendo que essa população teria grande identificação com o espaço cultural proposto para a região. Utilização do espaço como local de camping também. Espaço para alojar participantes de fóruns, como o mundial social ou eventos de mesmas características.

Uma das primeiras preocupações na hora de desenvolver o projeto foi aliar o programa estipulado pela entidade que promove os Albergues da Juventude com as necessidades climáticas da cidade de Porto Alegre.

Clima

Porto Alegre destaca-se entre colinas e planícies, à beira do Guaíba, para onde correm quatro grandes rios que depois vão formar a Lagoa dos Patos, a maior do Brasil, com 250 km de comprimento e 50 de largura. Centro de trabalho e de lazer, tem a seu redor mais de 13 municípios, com os quais forma uma das chamadas Regiões Metropolitanas do país.

Quem nas ruas de Porto Alegre circula, espanta-se com a perenidade de sua vegetação, de seus morros e lago; deleita-se com a perdurância de seus prédios históricos - guardiões de memórias - e admira-se com a freqüência dos encontros nas calçadas. Agrega-se a esse cenário, onde o tempo parece ter parado, o vai-e-vem acelerado da cidade; a arquitetura ícone da modernidade e a heterogeneidade cultural - atributos da estética dos grandes centros urbanos.

Informações Gerais – Porto Alegre

Fundação oficial
26 de março de 1772

Localização
Latitude S - 30º

Longitude
W - 51º.

Capital mais meridional do Brasil.

Altitude
10m

Área
476,3 km2

Relevo
Possui espaços de planícies mas está circundado por 40 morros que abrangem 65% da sua área, limitada por uma orla fluvial de 72Km.

População
1.312.169 habitantes (Fonte: IBGE/2000)

Relação Clima x Projeto

Baseado na análise do gráfico de Givoni, tira-se partido principalmente da ventilação para o resfriamento, constituindo o edifício com um grande átrio para uso do efeito chaminé e grandes aberturas com esquadrias, de pvc, com controle, para se aproveitar da ventilação cruzada. Nos quartos uso de grandes janelas e portas com bandeiras para ventilação cruzada.

Também o uso da inércia térmica dos materiais, com uso de blocos de concreto para as vedações .

Forma compacta para melhor controle da temperatura interna – menor área de contado com o exterior .

Busca do melhor aproveitamento da luz solar, evitando o uso desnecessário da luz elétrica. Uso de grandes aberturas, protegidas com brises para o controle da iluminação e um átrio com uma cobertura também com aberturas envidraçadas para iluminação zenital.

As barreiras acústicas, por sua vez, vão além dos limites do terreno, já que se trata de barrar o som de uma fonte linear e não pontual, a rodovia.

Estratégias de Projeto

  • Os quartos dos funcionários encontram-se na fachada oeste sobre o refeitório, em balanço. Deste modo, funcionam como um grande brise, protegendo o local onde ficam as mesas para que as pessoas possam comer ao abrigo do sol direto. Os raios solares entram no restaurante diretamente somente a partir das 17 ou 18 hrs, dependendo do mês do ano, o que não é prejudicial já que a esta hora o sol já está mais baixo e menos intenso. Quanto aos brises horizontais, podemos observar que funcionam muito bem até o horário citado acima, assim, podemos pensar em telas mais eficientes sobre os brises ou apenas deixar esse sol de fim da tarde penetrar nos quartos, já que, no inverno, por exemplo, este pode ser muito favorável.
  • O espelho d’água tem como objetivo resguardar a parte administrativa e de serviços do albergue, deixando-o, ao mesmo tempo, em contato com o público. Além disso, permanece quase o dia todo aquecido, no verão, arrefecendo os estudantes e o ar que entra em contato para realizar posteriormente o efeito chaminé. A água contida nesse local, advém parcialmente das chuvas captadas pelo telhado (que por suas águas inclinadas, já é a própria calha), e tem como função também irrigar a vegetação local e servir de reserva para a descarga de bacias sanitárias.
  • Devido à diferença de nível entre os andares, com relação ao térreo, um dos blocos constituiu-se de dois andares de quartos, definiu-se assim que seria este o bloco orientado para norte para que um maior número de quartos fosse bem iluminado o ano todo, e no inverno, bem aquecido. Além disso, orientando a maior parte dos quartos para norte, aproveitamos a vista do bosque que se encontra próximo ao terreno e evitamos a grande quantidade de ruído proveniente das autopistas e ruas que contornam a locação. Mas fora essas vantagens, tínhamos que trabalhar uma desvantagem, a grande quantidade de radiação solar direta proveniente dessa orientação. Optou-se por avançar na fachada alguns quartos, intercaladamente, criando assim uma proteção contra o sol de verão, o mais alto no céu, nos quartos localizados imediatamente abaixo desses que avançavam. Como os quartos que avançavam, o faziam de forma alternada, criavam-se assim nichos nos demais quartos. Tais nichos possibilitaram a criação de varandas equipadas com painéis móveis de vidro que no verão podem ser abertos para que o quarto possa ser ventilado e no inverno podem ser fechados criando um tipo de mini estufa e assim aquecer o quarto
  • As coberturas dos quartos foram concebidas em lajes mistas (concreto e bloco cerâmico vazado), para a obtenção de um bom desempenho também.
  • As paredes possuem aproximadamente 20 cm de espessura e são de bloco de concreto revestido e pintado com cores claras, para que haja uma boa inércia térmica (recomendação Arquitrop).
  • O espelho d’água, que possui função de reservatório de água da chuva para reuso na irrigação da vegetação local e reaproveitamento em bacias sanitárias possui revestimento em manta de PVC (mais conhecida como manta de vinil), devido a facilidade e velocidade de construção, além de permitir a versatilidade de tamanhos e formatos (adequando-se a soluções criativas e não ortogonais). Além disso, a manta de pvc pode ser estampadas no fundo, laterais e bordas, podendo ser reparada através de solda química, com o reservatório cheio, contribuindo com a necessidade da constância no reuso d’água necessária a esse projeto.
  • A cobertura do atrium é de estrutura metálica com chapas de pvc duplas e enchimento de poliuretano.
  • Para os quartos que avançaram, a solução foi fechar a abertura voltada para norte com alvenaria, até a altura de um parapeito, e o restante dela com esquadrias de vidro duplo e pvc. Dessa forma diminuiu-se a quantidade ganha de calor no verão e diminuiu-se a quantidade perdida de calor no inverno. Além disso, foi pensada uma estrutura com brises horizontais dispostos a uma distância que durante os meses mais críticos, ou seja, no verão principalmente, eles barrassem a radiação solar direta por o sol estar mais alto no céu, mas nos meses mais frios, ou seja, quando a inclinação solar diminui, permita a entrada do sol aquecendo o quarto
  • O Brise Vertical foi o que melhor se adaptou as condições da fachada sul. Para diminuir o aquecimento, mas sem perder a iluminação natural do quarto, optou-se por voltar os brises contra a fachada sudoeste, para proteger do aquecimento de fim de tarde, prejudicial ao dormitório no verão. Manteve-se aberto para o sudeste ocorrendo uma pequena insolação pela manha. Utilizou-se a angulação de 30° em relação ao eixo leste-oeste para barrar completamente a entrada de luz solar proveniente desta angulação pela fachada sudoeste.
  • Árvores: Nas fachadas leste e oeste serão previstas árvores para que o sol baixo da manhã e final da tarde seja parcialmente contido; essas também protegerão a construção dos ventos de inverno e servirão como filtro da fuligem proveniente da rodovia.
  • Quanto aos vidros, o projeto foi ensaiado no Arquitrop com vidros simples. No entanto, os quartos acabaram perdendo muito calor no inverno. Assim, a solução adotada foi usar vidros duplos e aumentar a área de alvenaria na fachada desses dormitórios já que antes a fachada externa destes era 100 % de vidro (atrás dos brises horizontais).
  • Os brises, feitos de chapa de metal e PVC, são duplos e perfurados, preenchidos de material absorvente acusticamente. Possuem, de um lado, superfície clara (de pvc) e superfície oposta de cor mais escura, sendo móveis em torno de um eixo horizontal central, para que possam refletir essa luz somente no inverno, sendo mais absorventes no verão.

source
Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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061.01 Concurso
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original: português

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IAB-AL
Maceió AL Brasil

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Iniciativa Solvin – Arquitetura Sustentável

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