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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Parque das Aves. Projetos, São Paulo, ano 06, n. 063.01, Vitruvius, mar. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.063/2627>.


Conceituação

Esta proposta para o Parque das Aves nasceu junto da idéia de se criar uma nova forma de interação entre os seres humanos e seus amigos alados.

Uma relação que a aviação comercial e militar transformou do sonho de um homem voador usando a mecânica do vôo dos pássaros, imaginado pelo gênio fantasioso do Leonardo da Vinci, para um homem encaixotado dentro de tecnologicamente sofisticados aviões a jato, que geram ruído insuportável nos centros urbanos, consomem recursos esgotáveis, poluem o ar e assustam aqueles seres alados que inspiraram todo o processo.

Pelo contrário, nesta proposta, tentamos re-estabelecer aquele nível de respeitosa e civilizada co-existência entre a humanidade e a confraria alada que permita a ambos realizarem seus maiores sonhos: dos homens alçar vôo, usando apenas a força dos braços, e dos pássaros poderem pousar no chão para buscar e achar alimentos, como um bípede qualquer.

Assim, a idéia é de se forjar uma nova criação, uma gênese re-inventada pela imaginação humana, um espaço onde estas duas magníficas realizações da natureza, seres humanos e aves, possam renascer juntos, trilhando o caminho de uma assumida parceria para a vitória: a sobrevivência de ambos.

Pousado sobre uma rede orgânica de caminhos, espelhos d’água, pracinhas e pontes, cuja forma se inspira nos contornos de um galho de uma árvore, este NINHO, ou Núcleo de Integração Natural de Humanos e Ornitologia, é o espaço que simboliza esta união, este renascimento conjunto de seres aparentemente diferentes, mas ambos fruto da mágica química da Vida. Uma ornitofilaxia (1) que literalmente renasce no cenário de um novo cerrado...

Portanto, nesta equação, Brasília ganha um espaço inovador e atemporal que projeta para o futuro uma mensagem de harmonia e mútuo respeito entre todas as diferentes formas naturais que a Vida legou para a humanidade cuidar, proteger e fomentar.

Percursos

Setor A

Este setor e constituído pelos eixos de Acesso ao Terminal do Metrô (acesso exclusivo aos pedestres que utilizam o Metrô como sistema de transporte), Praça do Metrô (receptora e articuladora dos fluxos de chegada e saída dos visitantes que utilizam o Metrô ou ônibus, ou mesmo bicicleta, como meio de transporte, e espaço amplo que anuncia o lugar marcado pela presença de uma grande escultura e enfatizado por palmeiras situadas nas bordas do desenho da praça), Área de Produção e Comercialização de Mudas (o espaço destina-se ao viveiro das mudas oriundas do cerrado) e Agrofloresta (situado numa das cotas naturais mais altas do sitio com vistas panorâmicas, o ambiente abrigara as mudas jovens e em crescimento). Trata-se de uma área tanto de passagem como de permanência, constituindo o principal acesso ao Parque das Aves.

Setor B

O setor B e composto pelo NINHO – Núcleo de Integração Natural de Humanos e Ornitologia – espaço construído e inspirado nas estruturas dos ninhos das aves, encontram-se as principais funções culturais de visitação do Parque das Aves. Sua forma oval foi obtida a partir do sistema estrutural natural da própria construção dos ninhos das aves. O edifício se articula em 2 níveis de pisos, com funções didático-ambientalistas, administrativas, de pesquisas. Consta ainda de um berçário de aves, totalmente compatível com os níveis de exigências naturais, para que possam ser observados naturalmente, sem interferências.

Setor C

Este setor e constituído pela Trilhas das Águas, uma trilha ecológica que se estende da Praça do Metrô em direção ao Zoológico. Este percurso interliga as 2 principais praças de acessos ao parque e contem uma aproximação com as aves que buscam alimentos e água. As águas estão distribuídas na parte mais baixa do sitio, formando pequenos lagos que podem ser observados em todo o percurso. Uma pista para caminhada e uma ciclovia, separadas por um canteiro, permeiam todo o percurso e vez por outra cruzam os lagos sobre decks de madeira. Este e dotado de vários totens informativos, espaços de contemplação, equipamentos de ginástica, playgrounds. Desta trilha os usuários podem dirigir-se às trilhas das aves.

Setor D

Este setor e composto por varias áreas: a Praça do Zoológico (esta e a outra das principais praças de acesso ao parque, e também receptora e articuladora dos fluxos de chegada e saída dos visitantes, que utilizam o estacionamento, ônibus ou outro meio de transporte, situando-se na interligação dos 2 lotes), o Túnel para Aves (formado por uma estrutura em arco coberta por tela, que permite a passagem das aves terrestres por cima da rua que divide o parque em dois), e um grande Estacionamento com capacidade para 800 veículos automotores, 30 motos e bicicletas.

Setor E

O setor E abriga o Observatório (uma torre de 17 metros de altura encerra uma plataforma para obter vistas panorâmicas do parque, cuja estrutura, o elevador e a escadaria em madeira são independentes da forma externa, feita em bambu envolvendo como uma pele inspirada nos ninhos verticais de algumas aves) e a Praça Lúdica (espaço de interatividade entre a comunidade que permite usos múltiplos, culturais e de lazer).

Setor F

Este setor abriga a Trilha das Pedras, um segundo eixo de circulação de pedestres, aproximadamente paralelo ao da Trilha das Águas, que conjuga a Praça do Metrô ao observatório e também pode ser utilizado para alcançar a Praça do Zoológico. Situado em cotas mais elevadas da gleba, a Trilha das Pedras interliga vários Olhos d'Água que permitem a contemplação e o acesso às trilhas interpretativas das aves.

Setor G

Neste setor situam-se as Trilhas das Aves, uma área onde existe ainda um adensamento de espécies arbóreas características do cerrado. Nesta área propõe-se a complementação de espécies semelhantes e pequenas trilhas e clareiras onde os pedestres poderão apreciar o ecossistema deste bioma.

Setor H

Esta faixa não e compreendida pela gleba do parque, mas sugere-se a sua inclusão no seu sistema ambiental como um Limite Ecológico, para proteger a principal lateral do parque das Aves dos impactos ambientais causados pelo sistema viário adjacente. Está proposto o plantio de espécies vegetais ascendentes em direção ao parque, como um anteparo as suas matas e demais elementos ecossistêmicos.

Articulação do Parque

Como qualquer obra que necessariamente baseia-se na parceria entre os seres humanos e a natureza, um parque urbano constitui-se num conjunto de elementos complementares e conectados, o que faz que sua separação conceitual se torne um exercício classificatório algo artificial. Mesmo assim, a título de uma explicação do funcionamento do parque, dividimos sua estrutura orgânica em oito aspectos básicos, descritos a seguir.

Acessos

Os principais acessos públicos ao Parque das Aves foram propostos junto à estação do Metrô e do lado oposto ao Zoológico de Brasília, com relação à avenida ao sul do parque, onde um estacionamento para até 800 automóveis oferece fácil acesso para o visitante motorizado.

Três portarias portanto atendem adequadamente esta demanda de freqüentadores do parque: para os usuários do metrô, para aqueles que chegam ao parque com seu carro particular, e para os usuários do sistema de ônibus urbanos ou táxis.

Circulação de Veículos

A circulação de veículos particulares foi proibida dentro do parque, sendo limitada apenas ao estacionamento no lote 2. Pessoas portadoras de deficiência física ou visitantes que queiram um transporte interno facilitado, podem utilizar o sistema interno de carros elétricos, que circula ao longo das trilhas das águas e das pedras, utilizando para isto a rua de serviços destinadas aos veículos de serviço, separada da trilha para uso dos pedestres. Estes poderão utilizar-se de uma portaria de serviços localizada junto ao galpão de serviços, no lote 2 em sua extremidade nordeste, junto à rua de passagem.

Circulação de Pedestres

Os pedestres circulam no parque através das praças e da Trilha Ecológica, que foi dividida em três setores: Trilha das Águas, Trilha das Pedras e Trilhas das Aves. Estas trilhas conectam todos os setores e áreas principais do parque, sem descontinuidades e/ou impedimentos que dificultem a acessibilidade.

Hidrologia

O sistema hídrico proposto, singelo e aproveitando a declividade do terreno, foi baseado numa rede hidráulica que reforça a estrutura de circulação dos pedestres, tornando prazerosa a caminhada e ainda servindo de apoio às aves, que podem beber nos seus vários olhos d'água, localizados em pequenas clareiras nas extremidades norte das trilhas.Utilizando-se uma única bomba de pressão, e com fios d’água muito finos para não mudar o clima do cerrado, a água é bombeada de um poço artesiano localizado no nível mais elevado do terreno e, em seguida, desce por gravidade até a Trilha das Águas, nas cotas baixas da gleba do parque. Ao longo desta trilha, estes fios se transformam em vários e mais largos e rasos espelhos d’água, que tem a finalidade de abrigar a fauna aquática que serve também de alimento para as aves da mata de galeria.

Equipamentos de Lazer

Os equipamentos de lazer propostos visam atender as necessidades recreativas de vários grupos etários, desde o lazer passivo (passeio, contemplação) ao ativo, como no caso da ciclovia, dos playgrounds e dos espaços sensoriais ao longo das trilhas.

Na nossa proposta tais espaços foram organizados por temas, que correspondem á interpretação das características de várias espécies de aves.

Manejo Ambiental – Flora

O manejo de espécies vegetais no parque foi objeto de criteriosa pesquisa, que detectou quais destas deveriam ser colocadas e cuidadas num equipamento publico como este, voltado à valorização do ecossistema do cerrado. A partir de uma área de viveiros e agrofloresta as espécies do cerrado serão multiplicadas e re-introduzidas na faixa central do parque, onde encontrarão um ambiente apropriado para seu plantio e desenvolvimento. Ao redor desta área, foi adensada uma faixa de vegetação arbórea, arbustiva e de forração que cria uma proteção natural da mancha de reconstrução do cerrado.

Manejo Ambiental – Fauna

Para atrair as aves nativas do cerrado foram pesquisadas e propostas espécies cujas flores e frutos, além da água corrente e fauna aquática a serem introduzidas no parque, formam uma variada fonte de alimentos para as aves da região. Alem disto, enquanto uma atividade que pode ser articulada junto ao Zoológico de Brasília, foi proposto um berçário de aves do cerrado, especialmente aquelas ameaçadas de extinção, localizado no meio do NINHO, local destinado à pesquisa e educação ambiental.

Espaços Construídos

Os espaços construídos do parque constituem-se num conjunto de pequenos edifícios e obras que complementam e abrigam os seus visitantes e funcionários, para que estes possam desfrutar as melhores condições de visitação e trabalho. Estas obras estão descritas em maior detalhe nas folhas 04 e 05 desta proposta.

Arquitetura Sustentável

A arquitetura do Parque das Aves constitui um importante elemento complementar do tratamento paisagístico ilustrado na implantação geral (na folha 02/06).

Seguindo o paradigma da arquitetura sustentável, os edifícios e construções propostas se caracterizam por soluções tecnológicas que valorizam materiais renováveis, como a madeira certificada, e recicláveis, como o pet, vidro e alumínio, e que são ainda facilitadoras de melhores condições de conforto ambiental, através da ventilação natural e controle da insolação, com menor custo energético.

Ao mesmo tempo, estas construções servem de referência semântica para os visitantes, na medida em que incorporam signos e metáforas que se associam à temática do parque: um ‘edifício-ninho’ para as atividades administrativas, educacionais e de pesquisa previstas no edital, e um berçário para as aves, edifícios “topográficos” para outras edificações, e uma torre de observação que lembra um pedestal para uma fonte d’água para a torre de observação do parque.

Os principais edifícios do parque são:

  • NINHO – Núcleo de Integração Natural de Humanos e Ornitologia – espaço construído e inspirado nas estruturas dos ninhos das aves, onde se encontram as principais funções culturais de visitação do parque. Sua forma oval foi obtida a partir do sistema estrutural natural da própria construção natural dos animais alados e, numa releitura, em madeira laminada. O edifício se articula em 2 níveis de pisos, comportando funções didático-ambientalistas, administrativas, de pesquisas, entre outras, exigidas e sugeridas pelo edital deste concurso. Consta ainda de um berçário de aves, totalmente compatível com os níveis naturais de exigências de procriação, para que estas possam ser observadas naturalmente, sem interferências.
  • Torre de Observação – A ser construída em madeira certificada, a torre foi proposta para servir de marco referencial na extremidade oeste do parque, que corresponde ao lote 2, e ao mesmo tempo permitir uma visão do parque e de seu entorno urbano. Com 17 metros de altura, a torre se destaca levemente das copas das árvores da mata de galeria em seus arredores.
  • Galpão de Serviços – Utilizou-se uma solução topográfica, que permite que o edifício se integre ao terreno, com pouca presença construtiva. A tecnologia adotada é a estrutura em casca de concreto armado com impermeabilização em manta asfáltica, sobre a qual será colocada uma camada de material drenante, terra e grama. Em seu ápice, foi proposto um lanternim para iluminação e ventilação naturais.
  • Portarias – Foram propostas com a mesma solução estrutural e revestimento externo do galpão, mas com vãos menores.

Um equipamento social com a complexidade espacial e funcional do Parque das Aves exige, necessariamente, a criação e implantação de um sistema integrado de Comunicação Visual Ambiental e Mobiliário Urbano que auxilia os visitantes a se orientarem no interior do parque e, ao mesmo tempo, ofereça condições adequadas de utilização de seus diversos espaços e equipamentos.

O sistema proposto se integra à arquitetura do parque, caracterizada por uma linguagem contemporânea, determinando um padrão exclusivo de identidade e comunicação geral junto ao seu público.

Os desenhos abaixo ilustram esquematicamente o sistema proposto que complementa os demais sistemas ambientais do parque.

Comunicação Visual Ambiental

Este sistema estabelece uma identidade visual para o parque, fundamentada baseada num signo visual de comando que propõe o uso gráfico/geométrico da estrutura da arquitetura do NINHO, associada a uma semi-elípse na cor verde claro, que determina um padrão dinâmico e peculiar para o parque como um todo. O alfabeto padrão utilizado é o Frutiger Bold utilizado nas suas versões caixa alta e caixa alta e baixa.

Coerentemente com a definição deste signo de comando, os diversos setores do parque foram identificados através de um fragmento do próprio signo, e identificados pelas letras A até H.

Um segundo nível de informação foi proposto para fortalecer a associação do parque à sua temática principal: as aves, particularmente as do cerrado.

Para as oito trilhas das aves foram propostas um segundo sistema, que incorpora desenhos de sete aves típicas do cerrado (arapaçú, bandoleiro, coruja, gralha, macuquinho, seriema, tucano) e uma da mata de galeria (pica-pau).

Elementos para a orientação dos visitantes do parque seguem uma modulação ascendente de alturas moduladas em 1,25m. Assim, o totem de identificação principal tem 10m de altura, os totens dos setores têm 5m e os das trilhas das aves 2,5m. A placa direcional tem a altura mínima de 1,25m.

Para a confecção destes elementos, como de outros complementares, foi proposto o uso da tecnologia de chapas de aço galvanizado fixadas em bases de granito, que receberão pintura eletrostática automotiva na cor cinza claro e letras e formas recortadas em vinil adesivo nas cores ilustradas nos desenhos.

Mobiliário Urbano

De forma análoga ao sistema de Comunicação Visual Ambiental, o sistema de mobiliário proposto constitui-se numa extensão formal da arquitetura e da própria comunicação visual, associando temas orgânicos com os racionais/construtivos.

Os elementos do sistema foram distribuídos pelo parque em pontos chaves, como também foram concentrados em módulos de serviços que utilizam a mesma solução arquitetônica das portarias e do galpão.

As peças confeccionadas em argamassa armada são complementadas por chapas de aço galvanizado com o mesmo acabamento do sistema de comunicação visual.

Interação

Esta proposta para o Parque das Aves nasceu junto da idéia de se criar uma nova forma de interação entre os seres humanos e seus amigos alados.

Uma relação que a aviação comercial e militar transformou do sonho de um homem voador usando a mecânica do vôo dos pássaros, imaginado pelo gênio fantasioso do Leonardo da Vinci, para um homem encaixotado dentro de tecnologicamente sofisticados aviões a jato, que geram ruído insuportável nos centros urbanos, consomem recursos esgotáveis, poluem o ar e assustam aqueles seres alados que inspiraram todo o processo.

Pelo contrário, nesta proposta, tentamos re-estabelecer aquele nível de respeitosa e civilizada co-existência.

nota

1Ornito – (do latim) – pássaro / filaxia (do grego) – que protege, preserva

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São Paulo SP Brasil

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