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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público Nacional de Anteprojetos de Arquitetura do Parque Ponte dos Bilhares. Projetos, São Paulo, ano 06, n. 068.05, Vitruvius, ago. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/06.068/2712>.


Introdução

O objetivo levado ao público pela Prefeitura Municipal de Manaus, através de seu Instituto de Planejamento Urbano (IMPLURB), de se propor um novo parque urbano na cidade de Manaus, denominado como Parque Ponte dos Bilhares, trouxe como desafio principal o atendimento das necessidades humanas em meio urbano, onde a percepção ambiental através de áreas verdes e outros equipamentos de lazer e contemplação contribua para a saúde do homem e, conseqüentemente, da cidade. Tal parque se desenvolverá em um vazio urbano com área de 56.764,63m2, dividido em duas glebas distintas (Leste e Oeste), particionadas pelo Igarapé do Mindú, pela Avenida Constantino Nery e Ponte Eduardo Ribeiro, também Ponte dos Bilhares. Tal vazio se insere em uma das áreas mais privilegiadas da cidade, contando com atendimento de todos os serviços urbanos disponíveis, pertinentes à sua localização central. A intenção de se resgatar a memória, a história, através da requalificação da Ponte e da inserção de um circuito de bonde, dentro do contexto do parque, demonstra com clareza a idéia de referência a uma época suntuosa por qual passou Manaus através da “Belle Époque” e seus padrões europeus. Todavia o espaço pitoresco que se cria, pretende valorizar e manter as diferenças, os costumes e o jeito manauara, incorporando à medida do possível as características regionais, sem exclusão de qualquer faixa da população.

O projeto executivo entregue ao Prefeito Serafim Côrrea no dia 10 de outubro do corrente ano está em fase de análise para posterior licitação, com intenção de inauguração no segundo semestre de 2006.

O parque

Nas últimas décadas, verifica-se no Brasil o surgimento de novos parques, configurados em dimensões menores, devido ao custo da terra em meios urbanos, e com novas funções introduzidas ao longo do século XX, tais como: esportivas, recreativas, de conservação dos recursos naturais e da memória histórica; e de lazer sinestésico.

Segundo Silvio Soares Macedo esses parques configuram-se em ecológicos e temáticos. Ecológicos quando visam à conservação ambiental e, temático quando surgem relacionados a algum símbolo ou tema, resgatando um fato da história ou uma época marcante.

O Parque Ponte dos Bilhares congrega estas duas características. É temático, pois abrange a representação de uma época, no caso a “belle époque” manauara, e uma série de símbolos inerentes a esta, sejam as estruturas em ferro (caso da ponte) ou o bonde. É ainda ecológico, sendo que visa à recomposição da área urbana e natural (e suas matas ciliares), através da introdução de espécies vegetais nativas e na preservação de parte das já existentes, aliado à criação de espaços para lazer ativo e passivo, gerando um micro-clima agradável e ainda, empregando importante atenção aos cursos d’água.

É louvável o interesse notado nestes últimos 20 anos por parte dos poderes públicos pela implantação e formação de parques abertos a sociedade. Manaus figura entre as cidades brasileiras possuidoras de parques urbanos concretizados dentro desta visão e pensamento. Prova disto são: o Parque do Mindú e o Bosque da Ciência, que demonstram a preocupação e o dinamismo de vanguarda. Os parques do século XIX e da “belle époque”, configuravam elementos urbanos codificadores de uma modernidade importada, totalmente alheia às necessidades sociais. Com a expansão acelerada das cidades de forma não-contínua, observou-se a configuração de vazios urbanos. Vazios estes, que muitas vezes possibilitam espaços de lazer para as massas menos privilegiadas, caso das várzeas, igarapés, banhados e riachos.

O desaparecimento real destes “espaços de lazer”, ocasionados pela apropriação da malha urbana sobre os mesmos, ou pela degradação dos recursos naturais (matas, riachos, etc.) através de ações antrópicas, fez com que este equipamento urbano (o parque) passasse a figurar como uma necessidade social.

As muitas conexões entre o ar, o solo, a água e a vida são difíceis de serem compreendidas mesmo nos ecossistemas não alterados. A complexidade do ecossistema urbano é desconcertante e, paralelo ao ecossistema natural, há o ecossistema social, que é dirigido pelos processos econômicos, políticos e culturais. Este sistema social exibe as mesmas inter-relações que caracterizam o sistema natural. Não basta compreender os processos do sistema social ou os processos do sistema natural isoladamente. Ambos moldam o ambiente físico da cidade, que forma o terreno comum entre eles.

O principal objetivo do espaço que se apresenta, é propiciar ao cidadão um ambiente agradável, saudável e reconfortante, com atrativos que promovam o encontro, ao mesmo tempo em que aliviem o stress cotidiano melhorando seu viver, gerando a consciência ambiental por meio da sensibilização.

O fator já citado do resgate histórico agrega consigo a pretensão de se resgatar também a vida dos igarapés (Cachoeira Grande e Mindú), profundamente abalada pela falta de consciência e opção nos bairros que margeiam os mesmos (Chapada, Parque 10 de Novembro, São Geraldo, etc.), tentando gerar a educação ambiental necessária para que as comunidades ribeirinhas não façam destes sua lixeira e nem o destino de seus esgotos. Ainda que se trate de intervenção pontual em um primeiro momento, anseia-se que esta seja catalizadora de uma ação de recomposição do leito e das margens dos igarapés através da inserção de vegetação que auxilie na manutenção e perenização dos igarapés citadinos, juntamente com o tratamento da água coletada dos mesmos para abastecimento dos lagos propostos. Contribui-se assim com uma tentativa de promover o saneamento e se evitar enchentes.

Paisagismo (vegetação)

A intenção de se utilizar espécies nativas na composição paisagística do Parque, transcende ao solicitado no edital e busca incorporar o pensamento de Burle Marx, alicerçado na década de 80 durante sua expedição científica pela Amazônia. Desta forma além de valorizar a flora brasileira e demonstrar novos usos das espécies tidas como mato em seu local de origem, tem-se como intuito a defesa de nossa flora da destruição crescente, defesa esta amparada na sensibilização/sedução do cidadão que se utiliza do espaço criado. O elemento mais forte na paisagem urbana é a árvore. Sua amizade com a arquitetura remonta de longa data, constituindo-se como importante elemento na transformação da radiação, amenizando a temperatura e umidade do ar, podendo ajudar no controle da ação dos ventos e das chuvas, influenciando positivamente para a redução da poluição do ar e sonora. Enfim, a vegetação atua sobre os elementos climáticos e seus efeitos ambientais, geralmente são amenizadores dos microclimas próximos, influenciando o consumo energético dos conjuntos arquitetônicos vizinhos. No projeto foi proposta a introdução de uma diversidade de espécies regionais e brasileiras, porém devido à existência de uma mata consolidada em determinados pontos da área, aconselha-se que conforme a execução as mesmas sejam mantidas, considerando caso a caso.

O bonde: seu trajeto e a Estação Frank Hirst Heblethwaite

A partir de 1896, durante o governo de Eduardo Ribeiro, Manaus viu surgir um novo meio de transporte coletivo: o bonde. Tal fato visava facilitar a locomoção da população, à medida que estimularia a construção de edificações em áreas mais distantes. Esta opção de transporte passou por uma série de desafios, dentre eles a disputa por passageiros quando do aparecimento dos primeiros ônibus na cidade, deixando de trafegar em 1957 contra a vontade da população.

Neste Parque, buscou-se incorporar o trajeto do bonde no lado oeste (área 2) conforme diretrizes do concurso. Partindo-se da estação/garagem o mesmo seguirá um percurso de múltiplas faces com aproximadamente 700m, despertando o saudosismo naqueles que presenciaram sua existência em idos tempos, e contemplação no público em geral. Tudo acrescido pela surpresa do lago, da mata aberta e fechada, do elevado e da satisfação em se passear pela história.

Ao se pensar em uma estação/garagem (A= 73,83m2) com espaço para estacionamento do bonde voltado para o acesso do público, pretende-se utilizá-lo como forte elemento de composição desta parte do parque, tanto de dia quanto à noite, através de iluminação de destaque. Instigando o visitante a conhecê-lo e conscientizando a preservá-lo. O projeto prevê uma área de cobertura para o bonde e passageiros, dois guichês, um lavabo e uma administração/recepção.

Propõe-se a nomeação da estação como: Frank Hirst Heblethwaite, tendo este sido o engenheiro responsável pela implantação do serviço de viação por bondes no governo já citado.

Praça Prof. José Silvestre do Nascimento e Souza ou Praça da Fogueira

A Ciranda é uma manifestação folclórica expressada por meio de cantigas de roda, tendo sua origem na Espanha e Portugal. Chegou ao Brasil no século XIX, propagando-se pelos estados do Norte e Nordeste. No Amazonas, teve sua origem na cidade de Tefé, com importante atuação do mulato Antonio Felício. Em Manaus, a preservação da história das Cirandas deve-se à paixão do Prof. José Silvestre do Nascimento, que dá nome ao espaço proposto para este acontecimento. Esta praça (A=1.590,43m2) com seu espaço aberto, suas arquibancadas e suas luminárias, dispostas ao redor da base para a fogueira, pretende valorizar esta característica regional, funcionando também como uma extensão da área para artesanato.

Área para artesanato

Destina-se um espaço (A=770,00m2) para barracas móveis de artesanato e outras diversidades, contígua à Praça da Fogueira, visto que a população tem promovido uma interessante apropriação da rua, como nos domingos na Av. Getúlio Vargas, onde os mesmos junto aos turistas experimentam a gastronomia e artesanato local. Ao prover esta área imagina-se a estipulação de um período para este acontecimento, podendo o mesmo funcionar como área de apoio em ocasiões de Ciranda ou outros festejos.

Café bar e lanchonetes

Seguiu-se o exigido no programa de necessidades: Dois cafés (A=66,23m2) e duas lanchonetes (A=70,20m2). Destinaram-se uma unidade de cada para ambos os lados. As unidades do lado leste, locadas próximas ao teatro de arena, apresentam uma área coberta para a disposição de mesas tanto em seu interior, quanto na parte exterior voltados para o norte, vislumbrando o deque e o lago. No lado oeste, o café bar apresenta-se encravado no volume de terra existente, tomando partido da inércia térmica da mesma para sua área interior, ao passo que se abre para a Praça da Fogueira através do deque elevado se envolvendo pelo trajeto do bonde. A lanchonete deste lado se encontra próxima às quadras poliesportivas e área de artesanato.

Banheiros públicos

Tenta-se promover a existência de símbolos que seduzam e sensibilizem o cidadão, gerando a curiosidade no uso e cuidado na utilização, para isto propõe-se o tratamento do banheiro público como elemento de composição e destaque. Foram dispostas duas unidades, uma em cada lado do parque (área 01 e 02), cada uma configurada por: dois sanitários femininos, dois sanitários masculinos e um sanitário destinado à portadores de necessidades especiais. Todos na mesma edificação (A=20,52m2), porém com espaços distintos. A configuração do seu envelope construtivo faz menção aos pavilhões laterais do Mercado Adolpho Lisboa.

Bicicletário

Este se ampara em um desenho simples, parte do princípio da floreira elevada (A=4,40m2), com suas bordas inclinadas, as quais recebem frisos metálicos como forma de proteção das rodas e composição estética. Perfis metálicos parafusados nas bordas e no piso estabelecem apoios paralelos para as rodas, enquanto a vegetação de médio porte cria proteção solar e gera um micro clima mais ameno.

Equipamentos para ginástica

Foram propostos dois locais em extremidades opostas do parque, contendo três equipamentos fixos para ginástica: barra de apoios (02 unidades), barras paralelas (01 unidade) e aparelho abdominal (02 unidades), estes fazem menção à característica construtiva adotada, tanto no uso do ferro quanto no tratamento estético. Consideram-se estes elementos como o suficiente para a saúde física do usuário do parque, visto que o mesmo oferece uma série de outras atividades esportivas.

Quadras poliesportivas

Faz-se uso de três quadras poliesportivas em concreto (22x36m), cercadas e iluminadas. Todas locadas na área oeste do parque, no lado próximo ao Conjunto Cidade Jardim, desta forma busca-se estabelecer uma opção de lazer direta às crianças e jovens do conjunto citado, como também um espaçamento da Av. Constantino Nery em relação ao trajeto do bonde e a Praça da Fogueira, como forma de auxiliar na dispersão dos sons veiculares.

Relógio solar

Propõe-se a utilização de um relógio solar (lado oeste) em local de ponto focal da ponte de ligação das duas áreas do parque, este relógio do tipo analemático – analemas são as marcas das horas no chão – funciona ao se desenhar as marcas de horas no plano do piso colocando a pessoa (ou a criança) a funcionar como o gnomon (haste cuja sombra marca as horas), demonstra-se como equipamento de baixo custo e altamente interessante devido sua interatividade com as pessoas, pois o mesmo não funciona sem estas, que devem se posicionar no painel disposto no piso, indicando os diferentes meses do ano.

Sinalização, iluminação e mobiliário

Considerando a intervenção dentro do conceito de parque temático, contextualizado na “belle époque”, onde figuravam os elementos em ferro e seus ornamentos. Optou-se por uma nova interpretação destes, entendendo a atualidade econômica e a escassez de mão de obra especializada na fundição do ferro. Tal fato culminou em uma solução que nos remete a símbolos da época, porém de forma despojada, especificando elementos existentes em catálogos e de aquisição acessível, ou ainda através da proposição e criação de outros, sempre visando a fácil exeqüibilidade e manutenção.

Portanto o desenho deriva de impressões do passado, conscientes ou subconscientes. O fator histórico nos incita a criar o novo.

“Meu tempo é hoje, não vivo do passado, mas o passado vive em mim” (Paulinho da Viola).

Identidade visual e logomarca

Através do desenho da logomarca para o Parque, busca-se a integração entre a suntuosidade e elegância da “belle époque”, por meio da graficação do bonde e das linhas expressivas da ponte, como na utilização de fonte clássica (English111 Vivace BT). O caráter contemporâneo se apresenta nos traços despojados e soltos na representação destes.

A ponte elemento/símbolo preponderante, em primeiro plano. O bonde, lembrança histórica no lado oeste (esquerdo), os igarapés (Mindú e Cachoeira Grande) se fundindo e estabelecendo demarcações. Tudo isto incorporado/englobado pelo verde... Verde Manaus... Verde Amazonas.

Playground

Com vistas a facilitar a aquisição e manutenção destes equipamentos, que desejamos serem amplamente utilizados, propõe-se a inserção de elementos existentes em catálogo. Pensou-se em balanços, gira-gira, gangorras e escorregadores. No entanto sugere-se que estes sejam em madeira de reflorestamento, aliando o conceito temático ao ecológico, e através da interação dos mesmos mobilizar as mentes e corações do futuro para a questão da sustentabilidade e preservação ecológica.

Ciclovia e pista de caminhada

Estes, embora apresentem distinções, dentre elas a velocidade do observador. Entendemos que devem, em determinados trajetos, se fundirem e em outros se separarem, quebrando o caráter de rotina e criando surpresa ao se entremear na vegetação. Propõe-se com estes equipamentos o incentivo aos saudáveis hábitos da caminhada e cooper, como também do ciclismo, de forma que estes se respeitem, não estabelecendo hierarquias, e sim que gerem a consciência da co-existência, possuindo como delimitação a distinção de cores no piso e a demarcação em determinados pontos de símbolos referentes ao cooper e ao ciclismo. Propõe-se ainda, que as demarcações de ambos os trajetos sejam realizadas a cada 50 metros, ao longo dos 1.200m propostos.

Administração (Centro Administrativo do Parque)

Como atendimento ao termo de referência e com conhecimento, que o corpo de funcionários para o processo de gestão do parque será formado por: 01 administrador, 02 gestores, 03 seguranças e 03 funcionários de serviços gerais (totalizando 09 pessoas). A proposta para o centro administrativo (A=61,11m2) do parque contempla uma copa, dois banheiros/vestiários para ambos os sexos, um depósito, um almoxarifado, uma sala de recepção/atendimento e uma sala para o administrador. Tal edificação está disposta no lado leste, no início da parte voltada para a Av. Constantino Nery, em ponto focal da ponte de ligação das glebas do parque. Servindo de apoio aos usuários do mesmo como elemento de referência e centro de informações, divulgando os atrativos do parque e da região.

 

Pista de skate

Ao se propor tal equipamento (A=162,00m2), busca-se amparo nas constatações à cerca da força vitalizadora do mesmo, que congrega em sua tribo/esporte as mais diversas faixas etárias, que se utilizam deste de maneira continua e constante. Portanto, espera-se que sua locação no lado leste contribua com a movimentação positiva, mantedo-a ativa.

Acessos

Em cumprimento ao solicitado no termo de referência do concurso, foram propostos três acessos, sendo: um acesso pela Av. Djalma Batista (sentido bairro-centro) e dois pela Av. Constantino Nery (sentido bairro-centro e centro bairro), todos com atenção às categorias tráfego, apresentando referência visual por meio de totem demarcador de acesso com 5,80m de altura, fazendo analogia à tipologia dos pilares de sustentação da Ponte dos Bilhares.

Estacionamentos

Em cada acesso foi proposto um espaço para estacionamento de automóveis e motocicletas, num total de 100 vagas: 25 vagas para carros e 08 para motos no acesso pela Av. Djalma Batista, 46 vagas para carros e 05 para motos no acesso pela Av. Constantino Nery - sentido bairro-centro, e 29 vagas para carros e 10 para motos no acesso da mesma avenida sentido centro-bairro. A pavimentação destes poderá ser em lajota sextavada, constituindo-se assim em proposta econômica, de fácil manutenção, boa durabilidade e permeabilidade.

Pontes – símbolo, ligação e acesso

A Ponte (Eduardo Ribeiro/dos Bilhares) objeto símbolo da intervenção deverá contar com a recomposição de sua pintura e revisão de suas estruturas, visando sua apresentabilidade, que será valorizada por iluminação de destaque em seus pilares/estrutura de sustentação do tabuleiro. Foi previsto a ligação das duas áreas (leste e oeste) por meio de uma nova ponte metálica de 72m de extensão, locada na cota 31, sob a ponte citada, estabelecendo assim um eixo de contato entre as mesmas e seus equipamentos, servindo de passagem para pedestres e ciclistas. O projeto sugere ainda, uma terceira ponte de 50m, para acesso de pessoas provenientes da região dos edifícios presentes ao sul da área oeste, tirando partido da área ajardinada defronte aos mesmos, estimulando parcerias com estes, motivando-os para a adoção de áreas ou elementos do parque, contribuindo para a manutenção e divulgação deste espaço que gerará um micro clima mais agradável no entorno e estimulará a arte do encontro.

Lagos

A água produz um efeito cênico e confortante, unindo fortemente o homem à natureza, seja como elemento contemplativo ou como elemento de interação de lazer ativo (caiaques, pedalinhos...). Na proposta foram inseridos dois lagos, divididos em cada uma das áreas, tentando agregar estas premissas, mas também e primordialmente como elementos de conscientização, pois se pretende coletar as águas dos igarapés (Mindú e Cachoeira Grande) por meio de adutoras que se iniciarão em cotas mais elevadas, possibilitando a pressão necessária para que as mesmas consigam chegar a pré-filtros para resíduos sólidos, e posteriormente irrigar as lagoas de zonas de raízes (junco, aguapés e vitórias régias) que tentarão reduzir a quantidade de nitrato, fenóis, alguns metais pesados e metano. A última etapa será o deságüe nas lagoas destinadas ao uso público, onde a água deverá apresentar-se com a qualidade um pouco melhor a que possui ao longo do Parque do Mindú. Espera-se com isto, tentar sensibilizar o cidadão em torno da consciência ecológica, demonstrando a importância da preservação dos recursos naturais, principalmente a água, fonte da vida.

O lago da área do lado leste possui proximidade como o acesso pela Av. Djalma Batista, propõe-se sua ligação com a praça destinada à lanchonete, por meio de deque elevado, estimulando a contemplação e até mesmo o lazer ativo fazendo pano de fundo ao teatro de arena, utilizará a água do Igarapé do Mindú.

O lago da área do lado oeste compõe a paisagem do percurso do bonde, sendo um elemento de distração e surpresa, caracterizando a área como um todo com um cunho preservacionista. Utilizará a água do Igarapé Cachoeira Grande, aconselha-se a utilização de jatos d’água (chafarizes) para auxiliar na oxigenação deste, conferindo também um valor estético.

Teatro de arena

O Parque engloba uma série de espaços para atividades de lazer ativo e passivo, dentre os quais o teatro de arena (A=472,39m2) responde como atração cultural e de contemplação, tirando partido da locação no lado leste, próximo ao acesso pela Av. Djalma Batista, a massa arbórea disposta na região entre as mesmas possui função de barreira sonora, compondo uma moldura ao envolvê-la por três lados, criando uma atmosfera lúdica, tendo como cenário de fundo, a lagoa.

ficha técnica

Arquitetura e Urbanismo
José Otávio Sorato
Gustavo Braz Carneiro
Fábio Marcizio Gonçalves
(Grupo Fazso Arq & Urb)

Paisagismo
José Otávio Sorato

Design Gráfico Ambiental
Gustavo Braz Carneiro

Manual de Identidade Visual
Rafael Roecker

Quantitativo
Fábio Marcizio Gonçalves
Gabriela Kammer do Amaral

Perspectivas
José Otávio Sorato

Relógio Solar
Luciano Dutra

Estrutura de Concreto e Metálica
Paulo Henrique Wagner
Thiago Coelho
Ismael Steinmetz
Liliane da Rosa Ferreira

Elétrica e Telecomunicações
Rogério Parrela de Amorim
Robson Murilo Espindola
Carlos Eduardo Romão
Alexandre Daniel França

Hidrossanitário e Preventivo Contra Incêndios
Viviane Macedo Coelho
Maristela Catarina de Simas
Darlene Helem De Grandi
Rodrigo Orlando Espindola

Drenagem, EETE e Tratamento dos Lagos
José Vallim
Fábio Marcizio Gonçalves

Arte Final e Diagramação
Gustavo Braz Carneiro

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Equipe premiada
Florianópolis SC Brasil

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