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Conheça os projetos premiados da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, em sua edição de 2009

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PORTAL VITRUVIUS. 8ª BIA. Premiados Bienal de Arquitetura 2009. Projetos, São Paulo, ano 11, n. 131.01, Vitruvius, nov. 2011 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.131/4072>.


No terreno de 22 alqueires, apenas uma área de 65mil m2 não é coberta pela exuberante mata virgem, de proteção permanente. Nessa área de topografia bastante acidentada, onde afloram grandes pedras cercadas de araucárias, escolheu-se um pequeno vale protegido dos ventos e próximo à mata. Esse lugar é o encontro dos trajetos naturais do pedestre: é o local para onde se dirige aquele que chega ao terreno, é por ali que se acessa a trilha que adentra a mata e por onde se acessa o trecho mais alto do terreno que descortina impressionante vista.

Três importantes questões nortearam a concepção do projeto: a demanda por uma casa térrea, a vontade de se estabelecer relação direta com o terreno e a natureza, e ainda a necessidade de se observar a privacidade entre os membros da família, embora o programa principal da residência devesse estar em uma única construção. Outro fator considerado é a grande umidade da região, que sugeria uma casa elevada do solo.

Uma grelha estrutural em madeira, com módulos de 5,5x5,5x3m é suspensa sobre esse núcleo de acessos, conectando os caminhos existentes e criando novos. Assim, atravessa-se a estrutura-ponte é atravessada de três formas: por cima (pelo teto-jardim que é uma continuidade do terreno), por baixo (através de um jardim com espelho d’água e pedras naturais) e pelo meio da casa (através de uma circulação externa coberta). Essa grelha possui módulos ora ocupados por ambientes fechados, ora totalmente vazados, permitindo que árvores do jardim inferior atravessem a estrutura.

O programa contido na grelha é composto de um núcleo com áreas de serviço, sociais, quarto de hóspedes e apartamento do proprietário, e três módulos isolados, com dois quartos cada, para os filhos. Entre eles, módulos vazios exaltam a continuidade estrutural e valorizam os vãos por onde o jardim se faz presente Esse jogo de cheios e vazios permite a organização fragmentada do programa, de forma a resguardar a privacidade dos usuários e ao mesmo tempo permitir a compreensão do conjunto como unidade coesa.

Suspensa sobre o vale e fundida nos morros, a casa se transforma em terreno e o terreno em casa, construindo uma nova paisagem. O vazio construído, simultaneamente interno e externo, permite ver as pedras e jardim sob a grelha, a mata virgem, as árvores do entorno e os arrimos em pedra, onde a casa mergulha.

A grelha de madeira está apoiada em um conjunto de pilares de concreto e está engastada no morro em duas laterais, quase como se brotasse do solo. Nesse ponto de contato o terreno é desenhado por grandes muros de gravidade executados com pedras retiradas do próprio local. Para evitar um número excessivo de pilares nos 2000m2de projeção da estrutura, e para se conseguir visuais mais abertas no jardim inferior, ensaiou-se a utilização de grandes vigas vagão a cada dois módulos, executadas em aço cor-ten e com 11m de comprimento cada. Essas vigas, juntamente com o paisagismo, formam um conjunto importante desta obra.

Sobre o morro mais alto, de onde se tem a vista mais generosa do horizonte montanhoso, foi projetado o pavilhão de lazer, dividido em dois blocos com a mesma modulação da residência principal. O pavilhão se apóia em vigas metálicas de aço cor-ten na forma de asa, que permitem balanços de 100% do vão, nas bordas do morro. Entre os dois blocos de lazer, um pátio convida os moradores a atividades externas. O pavilhão de lazer e o bloco da residência, que têm a mesma grelha estrutural, evidenciam situações antagônicas da ocupação do terreno – seja no vale como no morro, o módulo é capaz de dialogar claramente com a topografia. Outros 3 pavilhões de serviço com garagens, casa de caseiro, quartos de empregada, vestiários, depósitos etc. são construções pavilhonares com o mesmo módulo de 5,5x5,5m, mas com estrutura de pedra. Grandes empenas paralelas de pedra fincam-se no solo e suspendem as lajes. Enquanto as construções de madeira são leves e etéreas, esses blocos evidenciam sua função diversa através do claro apoio das pesadas empenas sobre o solo.

Foram definidas três escalas de intervenção paisagística. A proposta é reconstituir as margens da mata e criar uma transição entre o campo aberto e floresta fechada através da utilização de espécies vegetais nativas e compatíveis com a região. Ao mesmo tempo, no restante da área descampada, cria-se uma ocupação de parque, com percursos e descansos nos principais pontos de interesse visual. Por último, nos locais próximos às construções, acontece um jardim de pré-arquitetura. Na cobertura, em que cobertura dá continuidade ao terreno, existe um espelho d’água linear que evita o uso de guarda corpo e se relaciona com o grande espelho d’água que está localizado no jardim inferior, ao redor da maior pedra existente no local.

ficha técnica

Título do projeto
Casa Grelha

Autores
Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos (Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz)

Colaboradores
Renata Davi, Renata Buschinelli Goes, Luiz Florence, Adriana Junqueira, Paloma Delgado, Ivo Magaldi, André Malheiros, Luciana Muller, Débora Zeppellini, Marília Caetano, Nilton Rossi, Bruno Araujo.

Paisagismo
CAP – Fernando Chacel e Sidney Linhares

Estrutura
Yopanan Rebello

Iluminação
Studio IX – Guinter Parschalk

Interiores
Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos

Painéis de piso (arte)
Fábio Flaks

Gerenciamento de Obra
Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos

Civil
Tecnocasa Construções

Estrutura Madeira
Orbital

Estrutura Metálica
MCG Estruturas

Caixilharia
Esquadrias Hitalianas

Vidros
Ambar Vidros e Alpha Vidros

Elétrica
Juveniel Reis

Marcenaria
Esquadrias Hitalianas e Marcenaria Rutra

Projeto/Construção
2005/2007


Localização
Serra da Mantiqueira, SP

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