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projects ISSN 2595-4245


abstracts

português
A Casa de Hóspedes Paraty, projeto do CRU! Architects e Sven Mouton, integra construção ecológica e desenvolvimento de trabalho para uma comunidade carente a partir da reutilização de materiais e aproveitamento de recursos naturais do próprio terreno.

english
The Guest House Paraty project of CRU! Architects and Sven Mouton, integrates ecological construction and job development for a deprived community by reusing materials and harnessing the land's natural resources.

español
La Guest House Paraty, proyecto del CRU! Architects y Sven Mouton, integra construcción ecológica y desarrollo de trabajo para una comunidad carente a partir de la reutilización de materiales y aprovechamiento de recursos naturales del propio terreno.

how to quote

PORTAL VITRUVIUS. Casa de Hóspedes Paraty. Projetos, São Paulo, ano 19, n. 218.01, Vitruvius, fev. 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/19.217/7185>.


Os clientes pedirem uma casa de hóspedes multifuncional onde família e amigos podem ficar por um curto período de férias e os proprietários também poderiam usá-la como um espaço separado para trabalhar ou para as crianças brincarem. Um quarto com uma cama de casal, uma de solteiro e um sofá-cama foram suficientes, o banheiro precisava ser confortável mas não muito grande. Como a casa de hóspedes está perto de casa dos moradores, eles queriam uma barreira à prova de som para dar privacidade a ambos os moradores e hóspedes. Uma grande pedra que estava presente no local foi integrada à casa. O edifício foi feito pelos cooperantes/construtores do projeto social de Camburi. A ideia deste projeto social na área de construção ecológica era de propor formação e desenvolvimento de trabalho para uma comunidade carente. Após o centro comunitário, as comissões foram procuradas fora da vila de Camburi para ter retorno econômico para os cooperantes, e esta casa de hóspedes é um exemplo.

Casa de Hóspedes Paraty, São Luiz do Paraitinga SP Brasil. CRU! Architects e Sven Mouton
Foto Nelson Kon [Acervo CRU! Architects e Sven Mouton]

Contexto, terreno e projeto arquitetônico

A localização da casa de hóspedes é no litoral norte de São Paulo, no sudeste do Brasil, com condição climática tropical, quente e úmida. A casa de hospedes é menos protegida por estruturas vizinhas; as cargas de vento, portanto, são mais elevadas, aumentando a necessidade de peso extra do telhado. Isto é alcançado por um telhado verde. Como a localização do projeto era remota do centro da cidade e tudo tinha que ser levado para o terreno por transportadoras, a ideia principal era de usar o mínimo de material de construção possível, reutilizando materiais e aplicando materiais naturais, extraídos do terreno. A parede de taipa de 6,3m serve como barreira de ruído e é feita com terra vermelha localmente extraída. Como o terreno encontra-se numa encosta, foi necessário fazer o nivelamento do terreno, assim, usando matéria-prima sem energia extra necessária. A cofragem usada para a taipa foi depois aplicada na estrutura do telhado. As vigas suportando o quadro transformaram-se no raio do anel.

O telhado verde foi terminado com terra preta e plantas encontradas localmente. A pedra de granito que estava presente no lado esquerdo do terreno foi integrada ao quarto, formando metade da parede. O telhado foi cortado para manter uma palmeira existente. Colmos de bambu foram usados para formar a estrutura do telhado. Para garantir privacidade, grandes janelas foram posicionadas com abertura para os fundos do edifício, a frente permaneceu relativamente fechada. A grande parede de taipa, se estendendo por mais 1,70m para fora da casa de hóspedes, cria um pequeno pátio coberto. Por conta de sua inércia térmica, o telhado verde marca a diferença entre áreas de alta e baixa pressão, dentro e ao redor da construção, encorajando a ventilação. As pequenas janelas da frente possibilitam a ventilação cruzada. Em todos os ambientes as janelas podem ser abertas para garantir ventilação cruzada ou fechadas caso esteja frio do lado de fora. Telas são previstas para que mosquitos não entrem nas habitações. O telhado tem beirais de 1,10m na frente e 2m no lado direito da construção para proteger as paredes e a estrutura de bambu. Como dito, o terreno esta situado em uma encosta e precisou ser escavado para obter um nível único. Água da chuva da montanha precisou ser desviada por um grande canal de 50cm de diâmetro atrás da casa, que mais tarde foi terminado com um deck de madeira. O que foi necessário para evitar a entrada de água durante as grandes chuvas.

Casa de Hóspedes Paraty, São Luiz do Paraitinga SP Brasil. CRU! Architects e Sven Mouton
Foto Nelson Kon [Acervo CRU! Architects e Sven Mouton]

 

Soluções e opções técnicas

Colunas

A estrutura do telhado é suportada principalmente por uma viga de cinta formada pelas paredes de taipa (terra compactada) com uma camada de concreto final que continua em um feixe de madeira (o antigo reforço da cofragem da terra compactada) para formar um feixe de anel fechado. Há apenas quatro colunas na construção. Três colunas são colocadas na frente do edifício para apoiar o beiral do telhado. Os topos dos colmos de bambu são conectados a uma placa de aço de 150mm x 150mm x 8mm e apenas uma barra de aço vai para a articulação acima fazendo todos trabalharem como uma coluna só. A quarta coluna é formada por único colmo de bambu, Phyllostachys Pubescens com 120mm em vez de 50 mm de diâmetro como as outras colunas. Esta última coluna é ligada pela base e pelo topo por um tampão de madeira com um diâmetro externo igual ao diâmetro do bambu e a parte interna menor que o diâmetro interno, no qual é fixada uma barra rosqueada galvanizada de 5/8.

Treliças

As treliças podem ser divididas em treliças internas e externas. Ambas foram separadas umas das outras, porque é complicado e indesejável ter um tubo circular, prosseguindo a partir de dentro de um edifício para o exterior pela dificuldade de preenchimento do espaço. Dessa forma ambas treliças podem ser mais curtas e ambas usam as paredes e colunas em ambos os lados com uma distância menor do que se as fossem treliças contínuas. No exterior do edifício, foi utilizada uma treliça de dois bambus de pequeno diâmetro interligadas em três lugares que também sustentam os painéis do telhado nesta interconexão. Estes bambus de pequeno diâmetro dividem cerca de 1/4 de todo o peso do telhado verde para as três colunas (cada uma consiste de quatro bambus) abaixo.

Casa de Hóspedes, vista axonométrica, São Luiz do Paraitinga SP Brasil. CRU! Architects e Sven Mouton
Imagem divulgação [Acervo CRU! Architects e Sven Mouton]

 

Dentro da casa de hóspedes foi experimentada uma nova técnica com uma treliça invertida. O diâmetro do bambu usado foi 12-14cm (também de Phyllostachys Pubescens), porque o peso do telhado verde exigiu tal diâmetro. A treliça invertida é uma solução inovadora para atender ao problema de flambagem no centro de um bambu horizontal. Foi notado que o bambu, assim como qualquer viga, se deforma principalmente no ponto central, o que pode também ser observado em um momento de torção típico e em um diagrama de forças de cisalhamento. Embora a solução mais obvia para este problema seja fazer vigas tipicamente trianguladas ou aumentando o diâmetro das vigas, o problema pode ser solucionado também de uma maneira mais sutil, fazendo uma viga invertida. Se referindo a estruturas metálicas tensionadas, cabos tensionados ligados são previstos no ponto central da viga, tomando a carga dos painéis centrais da cobertura. Pelo fato de que esses cabos tensionados estão no mesmo ponto onde a viga de bambu está conectada à parede, estes não podem mudar de posição na direção ortogonal, e portanto também impedindo deformações do bambu em seu ponto central (como acontece no diagrama de momento de torção). Usando esta técnica, um diâmetro menor de toda a treliça pode ser previsto, porque a torção não precisa ser levada em conta ao projetar a seção total. Claramente a força total da treliça deve ser calculada mais cuidadosamente porque falhas podem ser mais repentinas, já que não há mais possibilidade de se romperem antes da falha. O resultado, contudo, é um aspecto mais leve da treliça, que ao contrário teria diâmetros duas ou três vezes maiores, tendo que ser conectados por baixo uns dos outros para formar uma treliça.

Os pontos de extremidade onde a treliça teve que ser ligada na parede foram ligados com tampas de madeira para que a barra rosqueada que conecta o bambu com a parede pudesse permanecer centralizada dentro do bambu, reduzindo a necessidade de preenchimento de argamassa/cimento. Por causa do grande peso do telhado verde, foi decidido preencher o entrenó abaixo da tampa de madeira com uma pequena quantidade de concreto.

Dessa maneira as hastes de arame estendidas além da tampa de madeira foram fixadas dentro do preenchimento de cimento. Com esta braçadeira, é mantida a integridade estrutural do tubo circular- do bambu e todas as forças podem ser divididas corretamente. A barra rosceada no final da treliça está ligado à anel-viga de madeira por uma pequena placa de aço; um buraco é perfurado no anel-viga de madeira que pode segurar o parafuso usado para fixar a treliça para a pequena placa de aço, e essa placa de aço é apertada para a viga de madeira.

Casa de Hóspedes, vista axonométrica, São Luiz do Paraitinga SP Brasil. CRU! Architects e Sven Mouton
Imagem divulgação [Acervo CRU! Architects e Sven Mouton]

 

Conexões

Conexões de madeira são usada como peças de ligação. Os colmos de bambu superiores, que estão na frente do telhado, são conectados a uma pequena placa de aço em cima do passarinho esculpido em madeira. Os colmos superiores que vão para trás são conectados a uma pequena placa de aço na parte de trás desta conexão esculpida com um passarinho. Este método de conexão também é aplicado para conectar as extremidades do bambu das treliças invertidas para a viga do anel de madeira. Um plugue de madeira é inserido em bambu para cerca de 5cm a 10cm e tem um mais espesso fora de diâmetro igual ao diâmetro exterior de bambu. Cilindros de madeira dentro de bambus evitam a fragilidade resultante da fratura longitudinal das fibras de bambu. Enchendo os entrenós abertos das canas de bambu também evitam água ou insetos entrando no bambu, semelhante, como faria um enchimento de concreto. Plugues de madeira têm sido utilizados antes, mas raramente com barras rosceadas, parafusos e arruelas para tensioná-los contra um outro material. Quanto a esses tipos novos de articulações, pode-se observar que não é seguro repeti-las sem ensaio adequado. Para continuar a utilizar estes tipos de articulações, pode ser notado que, na sequência NSR-10-código da Columbia, é suficiente executar vinte vezes o teste exigido em uma junção para tê-lo aceito como uma junção "conforme".

Telhado verde

O telhado verde tem as seguintes camadas acima da treliça; (1) tábuas de madeira que o seguram (2) placas de multiplex (anteriormente usadas para a taipa), e também servem para anexar as (3) placas de gesso para o acabamento fora do teto. Acima dessas placas multiplex (4) uma camada impermeável de PDA foi colocada com saliência suficiente para as placas nas bordas do telhado. Acima desta camada impermeável, (5) granulados de argila expandida foram colocados para reter a agua, coberto por uma (6) geo-membrana a prova de raízes acabada com uma (7) camada de terra com húmus para (8) plantas e vegetais crescerem. Este pacote total é igual a aproximadamente 82 kg/m ², sendo a carga total do telhado 4206 kg. Mesmo substancialmente elevado, não há problemas para o bambu como um sistema estrutural.

Casa de Hóspedes Paraty, São Luiz do Paraitinga SP Brasil. CRU! Architects e Sven Mouton
Foto Nelson Kon [Acervo CRU! Architects e Sven Mouton]

ficha técnica

projeto
Casa de Hóspedes Paraty

arquitetura
CRU! Architects
Sven Mouton

contratante
Community cooperative of Camburi

localização
São Luiz do Paraitinga SP Brasil

materiais
bambu
terra compactada
madeira/ telhado verde

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