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Com curadoria de Guilherme Wisnik, exposição recupera o legado de um dos grandes nomes da arquitetura e do urbanismo no país e convida o público à reflexão sobre cidades mais humanas, justas e sustentáveis

Quem vive em São Paulo ou já visitou a cidade, certamente conhece o Vale do Anhangabaú, o Pátio do Colégio ou o centro de eventos Anhembi. Além de cartões-postais, que representam a grandeza e a importância histórica da metrólope, esses lugares tem em comum um nome: Jorge Wilheim (1928 – 2014), arquiteto e urbanista responsável pela reurbanização (Anhangabaú e Pátio do Colégio) e construção (Anhembi) destes símbolos paulistanos.

Em uma realização do Sesc São Paulo, que busca colaborar na construção de sociedades cujos cidadãos sejam cônscios da importância de seu papel no tecido social e, assim, participantes atentos ao meio em que vivem, a partir do dia 19 setembro, na unidade Consolação, o público poderá se aprofundar na vida e obra de Wilheim, desde sua saída precoce da Itália, por conta da Segunda Guerra, até a carreira como arquiteto, urbanista e gestor público, onde desenvolveu e aplicou importantes modelos de planejamento e urbanização em mais de vinte cidades brasileiras.

A expografia, assinada por Pedro Mendes da Rocha, transformará o Espaço de Convivência da unidade numa praça, onde as pessoas poderão interagir com o conteúdo exposto, além de dialogarem sobre a importância de espaços públicos que acolham os habitantes das pequenas e grandes cidades. Nesse contexto, Conversas na Praça nasce de um último desejo/projeto de Jorge Wilheim: um banco, localizado em alguma praça da cidade de São Paulo, onde ele pudesse sentar com seus livros, seus desenhos, seus pensamentos e com os jovens, para conversarem horas a fio sobre suas vidas e locais que habitam.

O material expositivo, composto por desenhos técnicos, croquis, fotografias, vídeos e arquivos sonoros – pertencente à família Wilheim e reunido pelo curador Guilherme Wisnik – apresenta as principais obras e projetos do urbanista: o Parque Anhembi, a cidade de Angélica no Mato Grosso do Sul, a reconfiguração do Pátio do Colégio, o calçadão da rua Augusta, os planos diretores das cidades de Curitiba e Joinville e a reurbanização do Vale do Anhangabaú – espaço que nos últimos meses encontra-se no centro do debate paulistano.

Apesar de todo caráter técnico que o material evidencia, a exposição busca aproximar o público leigo de conceitos importantes para uma cidade cada vez mais habitável, já que Jorge Wilheim sempre esteve atento e interessado às mudanças da sociedade no tempo em que viveu, buscando fontes de energias alternativas, soluções para as novas formas de trabalho autônomo e flexível, e caminhos para a participação da sociedade na política.

No prefácio do livro JW – A Obra Pública de Jorge Wilheim, Manuel Castells, importante sociólogo espanhol e amigo íntimo de Wilheim, afirma que o arquiteto e urbanista se inspirava no modelo de Leonardo da Vinci, onde seu projeto maior, por meio de sua obra, era o de contribuir para o surgimento de um novo Renascimento, onde mentes e artes, música e políticas públicas, converjissem para dar à luz à promessa de uma civilização urbana de caráter humanista, eliminando principalmente a pobreza e a degradação ambiental.

Portanto, não se trata apenas de uma mostra sobre arquitetura e urbanismo, mas sim de um espaço ambientado para a discussão de uma cidade mais humana, mais acolhedora, onde seus cidadãos tenham prazer em ocupar os espaços públicos, transitando com maior facilidade, em contato constante com ambientes mais verdes e seguros, promovendo a qualidade de vida e o bem-estar da população.

Debates e Oficinas

Fruto da exposição, e não menos importante para o debate, o Sesc Consolação preparou uma série de atividades que busca fortalecer ainda mais o discurso e a obra de Jorge Wilheim por meio de aulas abertas, bate-papos, construção de maquetes e passeios.

Sobre Jorge Wilheim

Jorge Wilheim nasceu em 1928, na cidade italiana de Trieste e aos 12 anos mudou com a família para o Brasil, onde, na década de 50, formou-se arquiteto pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Recém-formado, enfrentou o desafio de projetar uma nova cidade para 15 mil pessoas no Mato Grosso do Sul, com a finalidade de desenvolver a região. Assim nasceu sua consciência ecológica e Angélica, cidade modelo em planejamento urbano. Em 1956, participou do concurso para o plano-piloto de Brasília, na mesma licitação que elegeu o projeto de Lucio Costa.

Esteve à frente de projetos que até hoje são considerados cartões-postais paulistanos, como o Parque Anhembi (1967-73) e os projetos de reurbanização do Vale do Anhangabaú (1981-91) e do Pátio do Colégio, sítio da fundação de São Paulo (1975). Da sua prancheta também saíram muitas referências arquitetônicas e urbanas que conhecemos, tais como: a sede do Clube Hebraica (1961), o Teatro de Arte Israelita-Brasileiro – Taib (1961), a Galeria Ouro Fino (1961), o Serviço Social das Indústrias – Sesi – Vila Leopoldina (1974), a sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (1975) e o centro de diagnósticos do Hospital Albert Einstein (1978-85). Em reconhecimento ao seu trabalho, recebeu os prêmios "Tarsila do Amaral" (1956), "Governador do Estado" (1964), "IAB de Urbanismo" (1965 e 67), "IAB para Ensaio" (1965 e 67) e a Ordem do Mérito de Brasília (1985).

No campo político, foi Secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo (1975-79); duas vezes Secretário de Planejamento da capital paulista (1983-85 e 2001-04); Secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (1987-90); além de presidente da Emplasa, Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo (1991-94). Suas principais marcas no Governo do Estado de São Paulo foram a criação do Procon, da EMTU e do “Passe do Trabalhador”, hoje conhecido como Vale Transporte. Como Secretário de Planejamento do Município de São Paulo, criou o pioneiro Passe do Idoso, o Cadastro Cultural das Referências Urbanas, o Conselho de Política Urbana, o Fundurb, o Plano Diretor Estratégico e os 31 Planos Estratégicos das Sub-Prefeituras de São Paulo. Além disso, foi responsável por mais de vinte planos urbanísticos, destacando-se os de Curitiba, Goiânia, Natal, Campinas e São José dos Campos.

Ainda na esfera pública, organizou a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (a primeira do Brasil) e, durante sua gestão, estruturou o órgão que compreendeu a Cetesb, a Fundação Florestal, três institutos de pesquisa (Florestal, Botânico e Geológico) e a Polícia Florestal. Também implantou a primeira utilização oficial de álcool combustível no país, programa que seria conhecido mais tarde como PróAlcool. Como Secretário Geral Adjunto da divisão da ONU para a realização da Conferência Global sobre Assentamentos Humanos – Habitat 2, organizou, em 1996, um encontro com quase duzentos países em Istambul.

Articulista frequente dos principais jornais e revistas do país, Wilheim escreveu 10 livros sobre vida urbana, publicados por diferentes editoras de São Paulo, Buenos Aires e Londres. Se destacou também pela participação ativa no mundo das artes plásticas; trabalhando junto com Pietro Maria Bardi, participou da montagem do MASP e foi presidente da Fundação Bienal de São Paulo

Faleceu na cidade de São Paulo em fevereiro de 2014, aos 85 anos, 60 dos quais dedicados à arquitetura, ao urbanismo, à administração pública, à produção intelectual e às artes. Wilheim se destacou como um dos mais importantes e visionários urbanistas brasileiros. Seu extenso conhecimento sobre a dinâmica urbana se transformou em soluções vibrantes e inovadoras em prol da qualidade de vida nas metrópoles em desenvolvimento.

Programação

Grátis
Classificação etária: Livre

5/12, 19h – São Paulo Entre Rios
Nesta oficina, com apoio de recursos audiovisuais e da montagem de um grande quebra cabeças dos rios da região central de São Paulo, José Bueno (Arquiteto e Urbanista pela FAU-USP e criador do Instituto Harmonia, Educação e Sustentabilidade) e Luiz de Campos (Geógrafo com formação nas áreas das Ciências da Terra, Gestão Ambiental e Educação) conversam com o público para transformar a percepção das pessoas a respeito de suas realidades urbanas, revelando a presença de rios e riachos soterrados vivos sob as cidades.

7/12, 14h – Anhangabaú: O Encontro dos Rios
Expedição saindo do Sesc Consolação – seguindo trechos do riacho Anhanguera – em direção à Praça da Bandeira, onde o público fará o roteiro de nove estações do audioguia "O Encontro dos Rios”.

Mais informações no site.

ficha técnica

curadoria
Guilherme Wisnik

assistente de curadoria
Betty Mirocznik

consultora do legado jorge wilheim
Ana Maria Wilheim

curador musical
Mauro Wrona

projeto expográfico
Pedro Mendes da Rocha

identidade visual e projeto gráfico
Kiko Farkas

realização
Sesc São Paulo

Vale do Anhangabaú, São Paulo SP<br />Foto Bruno Niz  [Acervo Jorge Wilheim]

Vale do Anhangabaú, São Paulo SP
Foto Bruno Niz [Acervo Jorge Wilheim]

Conversas na Praça

happens
from 19/09/2019
to 14/12/2019

opening
19 de setembro de 2019, quinta-feira, às

where
Sesc Consolação
R. Dr. Vila Nova, 245 - V. Buarque
São Paulo SP Brasil
Segunda a sexta das 7h às 22h Sábados e feriados (exceto domingos) das 10h às 19h.
11 3234-3000

source
Imprensa Sesc SP
São Paulo

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