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architectourism ISSN 1982-9930


abstracts

português
Nesta entrevista Ricardo Ohtake mostra como a arquitetura associada à cultura está transformando nossas cidades, com edifícios que são referências urbanas e pontos de interesse turísticos

english
In this interview Ricardo Ohtake shows how the architecture, associated with the culture, is transforming our cities, with buildings that are urban references and points of tourist interest

español
En esta entrevista Ricardo Ohtake muestra como la arquitectura asociada a la cultura está transformando nuestras ciudades, con edificios que son referencias urbanas y puntos de interés turísticos


how to quote

OHTAKE, Ricardo. Arte, cultura e turismo. Arquiteturismo, São Paulo, ano 01, n. 009.03, Vitruvius, nov. 2007 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/01.009/1376>.


Como é ver o turismo do ponto de vista da cultura?

Existe um tipo de atividade que se divide em cultura e entretenimento. Geralmente a cultura é uma atividade sem fins lucrativos e o entretenimento, uma atividade obrigatoriamente lucrativa.

Ou seja, o lucro compreende uma inversão de recursos que traz um retorno maior. Para isso, o público maior é essencial. Para que isso ocorra é feito uma campanha publicitária. Poucas vezes uma atividade essencialmente cultural teve um grande público associado à publicidade.

Ricardo Ohtake
Foto divulgação


O melhor e talvez único exemplo foi a Mostra do Redescobrimento, em 2000. O turismo é atingido por atividade deste tipo, com público de massa. Mesmo uma atividade uma atividade como a Bienal de São Paulo (artes plásticas) tem muito para gente que vem de fora.

Qual a importância da aliança entre arquitetura e espaço cultural na atualidade?

Embora não tenha feito uma pesquisa, acho que a principal motivação é o fato de a recente arquitetura de museus se tornar ícones urbanos.

Evidentemente as excepcionais coleções de arte dos museus são importantes fatores para o chamamento de massa, mas nestes últimos tempos, a partir da abertura do Centre Georges Pompidou, os novos espaços culturais se tornaram verdadeiros monumentos, como as cidades nunca tinham visto anteriormente.

Ricardo Ohtake
Foto divulgação


A arquitetura em si tornou-se a maior atração entre as obras de arte, e dentre todos os monumentos urbanos.

Os belos edifícios culturais do Brasil são usados de forma adequada como atração turística?

Se estão bem geridos, não sei, pois estamos com grave crise institucional, mas a quantidade de bons espaços para arte, do ponto de vista turístico, é grande (ver catálogo da exposição Edifício da Arte, do Instituto Tomie Ohtake, 2002).

Temos o MASP, o MAM-Rio, o novo Museu Nacional de Brasília, Andrade Muricy de Curitiba, MARGS de Porto Alegre, Centro Cultural de Goiânia, Palácio das Artes de Belo Horizonte.

Ricardo Ohtake e Marcy Junqueira
Foto divulgação


As cidades brasileiras estão se preparando para o turismo cultural?

Embora sejam ainda iniciativas isoladas, a soma acabará contribuindo para a formação de um turismo cultural, pois são equipamentos básicos para que o turismo aconteça.

Qual sua avaliação dos espaços culturais em São Paulo no que diz respeito ao turismo?

Importante que os locais sejam acolhedores, que haja exposições regulares, bem montadas e inteligentes. A arquitetura dos espaços culturais de São Paulo e de muitas outras cidades são excelentes ou, no mínimo, interessantes, mas ainda pequenos. Evidentemente os equipamentos do SESC servem menos ao turismo, com exceção do Pompéia que participa pela arquitetura.

A Pinacoteca é boa para o turismo, pois mostra, embora incompleta, a história da arte brasileira, assim como o MASP que tem um acervo pequeno, mas de nível mundial.

Os outros museus que não impõem seus acervos precisam ter sempre ótimas exposições temporárias, sendo que o Instituto Tomie Ohtake se impõem também pela arquitetura.

Nossa arquitetura é um estímulo para o turismo?

Acho muito difícil que aconteça algo em massa, mas algumas manifestações poderiam ser melhor aproveitadas em termos arquitetônicos: as 2 milhões de pessoas em Belém no Círio de Nazaré, o Carnaval de Recife, o Rio já fez uma obra interessante, o Sambódromo, acrescentando as escolas debaixo da arquibancada; o Carnaval de Salvador; a festa de Parintins; Oktoberfest em Blumenau.

Também arquitetura que possibilite o turismo em interessantes locais de bela natureza, com hotéis e albergues, restaurantes e refeitórios, pontos de visão panorâmica, locais com museus ao ar livre para conhecimento de botânica, zoologia, geologia, etc, que tenham uma inteligente e talentosa conversa com a natureza.

Ricardo Ohtake em palestra
Foto divulgação


Sem falar na arquitetura urbana, quando é muito melhor construir museus do que monumentos comemorativos de guerras, de feitos empresariais, de monumentos comerciais, os shopping centers, ou de outra forma, obras que tenham a ver diretamente com a maior parte possível da população.

Como vê a presença dos arquitetos estrangeiros?

Em tese, não há porque não abrir o mercado brasileiro aos arquitetos de todo o mundo. Mas como é realmente um mercado reduzido, talvez seja necessário que se fortaleçam as bases em que trabalham os brasileiros, para depois permitir a entrada de visitantes. No entanto, algumas obras interessantes foram desenhadas por estrangeiros: a Cidade da Música, de Christian de Portzamparc, e o Guggenheim, de Jean Nouvel, são ótimos projetos e querem balançar o coreto, abrindo novos caminhos também para os brasileiros.

Quais são os arquitetos brasileiros que produziram os melhores equipamentos culturais do país?

Em primeiro, segundo e terceiro lugares, e longe dos outros, Oscar Niemeyer. Lina Bo Bardi fez um e aproveitou excepcionalmente mais dois. Paulo Mendes da Rocha está se especializando em aproveitar espaços existentes, mas que já tinham caráter muito forte, antes, não se percebendo o impacto da intervenção.

O Instituto Tomie Ohtake já é hoje um pólo de atração turística?

O Instituto Tomie Ohtake atrai o público específico de arte para ver as exposições e o público geral, inclusive turístico, para ver mais a edificação. As exposições que maior público trouxeram foram: Gaudí, Dadá e Surrealismo, Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, Retrospectiva de Gravura de Tomie Ohtake, Lichtenstein, Modernismo e Pós-Modernismo Arte de 1980-1990, Vilanova Artigas.

O mix entre turismo e cultura em São Paulo é um fato hoje?

Não há dúvida, mas as Bienais de Arte e de Arquitetura atraem turistas que se espalham pelos dois meses de duração das mostras. A Bienal do Livro, a Mostra de Cinema, etc, só trazem público maior quando trazem espetáculos ou figuras proeminentes e com muita divulgação.

Como homem público, quais foram os eventos que promoveu com maior relevância turística

Se a Pinacoteca do Estado tivesse uma divulgação grande, assim como o Museu da Imigração (que depois foi reduzido para o Memorial do Imigrante), poderiam ter um público turístico muito numeroso, com bons serviços e boas mostras permanentes e temporárias.

Ricardo Ohtake sendo entrevistado
Foto divulgação


Arte/Cidade, Festival de Verão no Guarujá, Festival de Inverno de Campos do Jordão, são atividades temporárias que trouxeram algum público, pequeno (naquela gestão cultural, mais ênfase foi dada à criação, não à difusão).

sobre o entrevistado

Arquiteto pela FAU-USP, Ricardo Ohtake tem escritório de design gráfico. Dentre os livros que realizou, destacam-se: Oscar Niemeyer, O livro do Rio Tietê, os 14 volumes da Mostra do redescobrimento, Athos Bulcão e todas as publicações do Instituto Tomie Ohtake. Foi diretor do Centro Cultural São Paulo, do Museu da Imagem e do Som e da Cinemateca Brasileira, Secretário da Cultura do Estado de São Paulo e Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Desde 2002 é diretor do Instituto Tomie Ohtake, espaço cultural totalmente privado.

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009.03 Entrevista
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