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architectourism ISSN 1982-9930

Zona portuária de Angra dos Reis. Foto Abilio Guerra

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português
Baseado em achados arqueológicos, o museu a céu aberto PreHistorisch Dorp, em Eindhoven, Holanda, propõe atividades experimentais a serem vivenciadas pelos usuários de diferentes faixa etária em uma mistura de rusticidade e tecnologia.


how to quote

BRUGNERA, Ana Carolina; ROCHA, Lucas Bernalli Fernandes. PreHistorisch Dorp. Museu a céu aberto. Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 140.04, Vitruvius, nov. 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/12.140/7157>.


Recém chegamos na cidade de Aachen na Alemanha, estamos no oeste do país, fronteira com a Bélgica e a Holanda. Pai, mãe e filhos. Sabemos como especial conciliar aprendizado com o cotidiano familiar. Nossa área de estudos está inserida no campo das tratativas do patrimônio cultural e do desenvolvimento sustentável. Estamos em busca constante em viver novas cidades e verificar a tratativa do patrimônio cultural, cada peculiaridade e aplicabilidade.

Na Europa existe uma iniciativa muito interessante de salvaguarda do patrimônio, em especial, do patrimônio arqueológico. É o International Association of Archaeological Open-Air Museums – Exarc (1). Na tradução para o português, Associação Internacional de Museus Arqueológicos a Céu Aberto. Fomos apresentados ao Exarc em 2012, durante trabalhos junto a iniciativa privada ainda no Brasil. Em torno do mundo existem centenas de museus ao ar livre baseados em fontes arqueológicas; a imersão nestes museus nos aproxima do passado, explicam de forma participativa como o mundo era antes de nossos tempos, e nos mostram que podemos aprender com o passado através experiencias e vivências.

O PreHistorisch Dorp é uma das instituições membro do Exarc, o que permitiu, através de seu registro e localização, encontrá-lo rapidamente. É difícil atribuir uma definição para a tarde mágica que tivemos com nossa família, com atividades para pais e crianças de imersão na pré-história. Cenários vivos, reconstruídos a partir de achados arqueológicos, onde moradores da região, por gosto, incorporam o modo de viver de personagens do passado. Diversos profissionais de diversas áreas do conhecimento – professores, atores, químicos e outros admiradores da história da pequena cidade de Eindhoven, Holanda –, que estão ali por hobby, simulam ser caçadores, agricultores, ferreiros, tecelões etc.

O cenário reconstituído mais antigo do museu é de 35.000 AC, na Idade da Pedra (Stone Age), período que datam os primeiros achados arqueológicos de Eindhoven. Deste período, quando o homem vivia da caça e da coleta de frutos, chegamos à idade do bronze e do ferro, com os primeiros agricultores da região. Seguimos a visita pela Era Romana, Idade Média até a Guerra dos 80 anos, também conhecida como Revolta Holandesa que aconteceu de 1568 a 1648. Esta foi a guerra na qual o território hoje conhecido como Países Baixos se tornou independente frente à Espanha. É uma breve vivência por 15.000 anos.

Nada planejado e sim a ser vivido... Ali pudemos experimentar a produção de objetos e utensílios. Usar vestes elaboradas e confeccionadas como no passado, desde ao fiar da lã ao seu tingimento, bem como a confecção. Para sapatos, o corte e preparo do couro. A alimentação à base da caça e produção agrícola está presente. Em uma pequena fogueira próxima a cada morada em um espeto se assa algum tipo de carne. Ali também pode ser feito o chá e o tingimento de fios em um caldeirão de ferro. O fogo é feito usando uma pedra de fogo (fire stone) e um pedaço de ferro: faíscas logo inflamam um pedaço de cogumelo desidratado de alta combustão. As ferramentas são fabricadas conforme as tradições culturais. Os romanos chegam com o ferro. Ferreiros imprimem suas forças sobre a bigornas, moldando a cada momento a ferramenta desejada. Estas mesmas que eles utilizam nas atividades locais, como exemplo: no corte da madeira, na retirada de argila para produzir as vasilhas cerâmicas, na limpeza do canteiro, entre outras.

Apesar de um museu que retrata o passado temos o uso da tecnologia para realizar atividades lúdicas, como por exemplo aplicativos com informações aos visitantes, caça ao tesouro e frames para fotos. Realmente espetacular, foi um dia incrível de vivências junto uma civilização pré-histórica em pleno século 21.

notas

NA – Este material foi elaborado a partir de experiência vivida em visita a museu a céu aberto feita pelos autores que hoje residem na cidade de Aachen, Alemanha. A residência no país europeu se dá pelo fato da pesquisadora Ana Carolina Brugnera ser aluna convidada da universidade RWTH para realizar parte de seu doutorado em arquitetura e urbanismo. A tese da autora tem como objetivo trabalhar o potencial cultural e o conhecimento popular passado de geração em geração das comunidades rurais do entorno do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Este trabalho está em andamento e é desenvolvido através do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientado pelo Prof. Dr. Abilio Guerra, com apoio da Capes, CNPq e do Instituto Pequi do Cerrado.

1
Website da International Association of Archaeological Open-Air Museums – Exarc <https://exarc.net>.

sobre os autores

Ana Carolina Brugnera é artista visual, arquiteta e urbanista. Mestre e doutoranda pela FAU Mackenzie com estágio sanduíche na Alemanha pela RWTH University. É Diretora da Secretaria Executiva do Instituto Pequi do Cerrado.

Lucas Bernalli Fernandes Rocha é geografo, arqueólogo jr. e educador. Especialista em Gestão Ambiental e Educação, possui MBA em Bens Culturais pela FGV-SP. É presidente do Instituto Pequi do Cerrado.

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