Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

architexts ISSN 1809-6298


abstracts


how to quote

ARANA, Mariano. Redescobrir a cidade esquecida. Arquitextos, São Paulo, ano 02, n. 014.10, Vitruvius, jul. 2001 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.014/873>.

Para aqueles que tem me visto empunhar a bandeira da defesa da cidade e da preservação do patrimônio arquitetônico, paisagístico e urbano, é imprescindível explicar o óbvio:

Se nem tudo o que é velho é adequado, tampouco nem tudo o que é novo é desejável. A preservação, para ser plenamente válida, deve ser, mais do que a manutenção ou reconstrução, uma proposta dinâmica e potencializadora.

Mais que regressão nostálgica ou reconstrução, a preservação deve constituir-se essencialmente como um ato de afirmação criadora, de descobrimento, originando o valor e a reabilitação vital.

Nem física nem socialmente a cidade é um fato compacto e homogêneo. A cidade – cenário de contradição, de encontro de unidade e fragmentação, de atraso e de estímulo – é terreno fértil para a degradação e o lucro, porém também para a experimentação e o salto qualitativo.

A coexistência da multiplicidade do passado possibilita o redescobrir, o reordenar, o recriar partes isoladas da cidade, presentificando-as, redimensionando seu sentido e vigência dentro da estrutura global da cidade.

A proposta feita pela equipe de arquitetos do "Complexo CUAREIM" aposta, precisamente, na recuperação para toda a cidade – para toda Montevidéu – de uma de suas áreas mais degradadas e esquecidas: a antiga zona de "La Aguada". Próxima à Bahia e ao lado da região portuária, foi local propício para a edificação de depósitos e instalações industriais.

O acerto da proposta reside, ao meu ver, no sensível e equilibrado aproveitamento de algumas instalações fabris em desuso, fazendo ressurgir sua plasticidade soterrada, em conjunção com novas inserções que não buscam a submissão expressiva, mas sim os diálogos compatíveis com o tecido e a trama preexistente. E isso sem se esquecer da viabilidade econômica e da ajustada resposta às estritas necessidades utilitárias. A acertada resolução tipológica de suas unidades habitacionais (novas ou recicladas) assim o comprova. Como o comprova também a moderação das praças-pátio que, adaptando-se à atípica conformação da quadra, permite uma convincente gradação de usos e um inequívoco enriquecimento do entorno urbano imediato.

A proposta afirma o que a cidade tem sido sempre: continuidade e testemunho. Memória e mudança.

Por isso pode transformar o isolado em marco. E transformar o esquecido em presença.

nota

1
Artigo escrito por ocasião da Bienal de Arquitetura de Quito, Equador, 1990 e posteriormente publicado em várias revistas de arquitetura nacionais e estrangeiras

ficha técnica

Denominação da obraConjunto habitacional CUAREIM
DescriçãoConjunto de 131 habitações de categoria média (Tipo II BHU) em uma zona de intervenção, ocupada antigamente por galpões e depósitos por sua proximidade ao porto de Montevidéu. Reciclagem de edifícios e instalações da antiga fábrica de cervejas, somatória edificada de intervenções ao longo de 90 anos de atividade fabril, ocupando quase que totalmente a quadra
LocalizaçãoRuas Cuareim, Lima, Asunción e Acuña de Figueroa. Bairro La Aguada, Montevidéu, Uruguai
Final do projetoConcurso Nacional de Projetos + Preços, 1998. Primeiro prêmio
Final da obra1997. Inauguração e entrega aos novos proprietários em 1998
Autores do projetoArquitetos Associados Juan Carlos Apolo, Martín Boga, Alvaro Cayón e Gustavo Vera Ocampo, e Arquitetos Nelson Inda e Horacio RodriguezAssessoresEngenheiros Del Castillo e Magnone (estrutura), H. Brenes (hidráulica) e J. Chiaramello (elétrica)
Promotor / proprietárioBanco hipotecário do Uruguai – BHU. Intitulado CH 141 – Concurso licitação tipo Projeto+Preço para prédio de propriedade do BHU (ex Fábricas Nacionais de Cervejas desde 1890)
Empresa construtoraIng. Canabal S.A.
Custo totalU$S 6.000.000 (aproximadamente U$S 400,00 X m2) no final da proposta
Área construída15.000 m2
Outros:Serviços anexos: Instalações comunitárias, 5 lojas comerciais, portaria, biblioteca, bar, 90 vagas de estacionamento

sobre o autor

Mariano Arana é arquiteto e atualmente é prefeito municipal de Montevideo. Foi catedrático de História da Arquitetura Nacional e diretor do Instituto de História da Faculdade de Arquitetura de Montevidéu, Uruguai

comments

014.10
abstracts
how to quote

languages

original: português

others: español

share

014

014.00

No escuro, nem toda arquitetura é parda ou a revanche do apagão (editorial)

Sonia Marques and Claudia Loureiro

014.01

O elogio do pátio

Benjamin Barney Caldas

014.02

O aeroporto Nacional de Washington: um conto sobre aeroportos e arquitetos

Cristina Mehrtens

014.03

Habitação social e pré-fabricação

A herança socialista em perspectiva

Pedro Moreira

014.04

Guggenheim Bilbao Museo, Frank O Gehry, 1991-97

Renato Leão Rego

014.05

Um olhar desde a península

Pela recuperação do território original da Cidade Velha de Montevidéu

Maria del Pilar Pérez Piñeyro

014.06

Vazios e ruínas industriais

Ensaio sobre friches urbaines

Adalton da Motta Mendonça

014.07

Uma flor da Venezuela para o mundo

Fruto Vivas

014.08

A idéia de função para a arquitetura: o hospital e o século XVIII – parte 4/6

Disciplina ou formação do pensamento: modelar o olhar, modelar o espaço (1)

Kleber Pinto Silva

014.09

A relatividade do movimento no patrimônio

Fernando Pinto

014.11

Depois do Fim da Arquitetura

A arquitetura não mais como forma no espaço, mas como movimento do corpo no tempo

Marcelo Maia

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided