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architexts ISSN 1809-6298


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SERÉ, Eduardo V. Goichea; CHIRICO FERREIRA, Mercedes. Hiroshi Hara:. Como morar ao longo da rodovia. Arquitextos, São Paulo, ano 02, n. 017.05, Vitruvius, out. 2001 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.017/839>.

O Professor Hiroshi Hara trabalha pela primeira vez no Uruguai em 1998, dentro do I Seminário Montevidéu: “Limites Urbanos”, analisando a problemática da Baía. Desde então, participou nos seguintes Seminários:

II Montevidéu: “Conectividade e Paisagem nos limites urbanos e bacia do Córrego Miguelete” (1999)
III Montevideo: “As novas formas do tempo livre / Paisagens da cidade metropolitana” (2000)

Esses Seminários foram organizados pela Faculdade de Arquitetura da Universidad de la República e a Prefeitura Municipal de Montevidéu.

Em 2001 dirige novamente um dos Ateliês de Projeto Urbano durante o 1o Seminário Internacional Infra-estrutura e Cidade: “As Portas Terrestres de Montevidéu”, organizado pela Faculdade de Arquitetura e o Ministério de Transporte e Obras Públicas. O Ateliê Hara abordou o setor oeste de entrada da cidade.

Descrição e análise da proposta

A área de estudo se estende desde a Rodovia 5 e acessos da avenida Millán, até a intersecção com a Av. Carlos Ma. Ramírez; esta última concentra quase a totalidade do fluxo de veículos no sentido do bairro do Cerro e áreas próximas.

No percurso aéreo o Professor Hiroshi Hara encontra beleza no espaço e traçado da rodovia.

Decide, portanto, não modificar o traçado, nem realizar grandes intervenções arquitetônicas, mas conseguir o bom funcionamento e modernização de uma infra-estrutura existente que possua situações contraditórias e perigosas, assim como dotá-la de um significado.

Trabalha-se com uma importante infra-estrutura viária que introduz, reestrutura, gera espaço e território urbano na cidade, até chegar ao limite da Baia de Montevidéu.

Essa Modernização aponta a uma eficiência em função de permitir um fluxo de mercadorias e pessoas, de forma segura e rápida, do território Norte, Sudoeste, Litoral e a partir e em direção da capital (onde o Porto Marítimo e o Centro da cidade são o foco principal de atração) do país.

Essa área concentra 70% do transporte de matérias primas e bens que entram e saem do Porto de Montevidéu.

“Como viver ao longo da rodovia”: situação que se prioriza na proposta, onde os protagonistas são as pessoas (e assim se plasma na apresentação audiovisual, convertidos nas personagens do drama).

Exploram-se possíveis soluções de transposição do evento rodovia, que distorceu o funcionamento da vida do bairro, nas resoluções viárias adotadas.

Quanto ao Significado, é destacável que o conceito de “portal” não se associa a uma “coisa” ou um ponto, mas a um segmento ou pedaço do evento. Pode ser entendido como uma série de “Torii” que nos indicam estar atravessando ou passando de um “campo significativo” a outro, onde uma série de eventos acontecem. Sua direção e formalização primária incluem um tratamento semiótico.

A espacialidade referenciada na palavra portal foi associada aos eventos e fenômenos, os quais são trabalhados em toda a proposta.

Dentro desse portal foram qualificados 8 pontos através de 8 elementos. Propõe-se que nesse 8 pontos sejam produzidas pequenas mudanças sobre a rodovia existente, que possam introduzir seqüências atrativas para os motoristas, assim como travessias seguras para os pedestres que cruzam a Rodovia.”

A Caracterização materializa-se trabalhando aqueles elementos naturais, geográficos e da paisagem urbana, que se consideram destacáveis (A – o vazio, B – as pessoas, C – a topografia, D – o vento, E – o horizonte, F – áreas arborizadas, G – a água, e H – luzes e sombras), e que tanto os usuários da rodovia (motoristas, passageiros, motociclistas, ciclistas, pessoas com carros e cavalos) percebam uma travessia longitudinal, como as pessoas e demais usuários na travessia transversal.

Atendendo aos dois principais tipos de movimentos que acontecem na rodovia: uma ao longo e outra perpendicular à mesma, foram feitas as duas maquetes...”

“Denominou-se square traversing (travessia em forma de quadrado) ao movimento ao longo da rodovia (principalmente de carros) e diamond traversing ¯ ao movimento perpendicular (principalmente de pessoas).

Os signos e ¯ são extraídos da Lógica Modal.

O signo do quadrado = necessidade e
O signo do diamante
¯ = possibilidade

Travessia longitudinal � = Necessidade

A maquete mostra as propostas “em relação às travessias necessárias ou inevitáveis e cujo principal protagonista é o automóvel.”

Na denominação da travessia longitudinal, “5 minutos para o portal de Montevidéu”, realiza-se uma manobra particular, baseada no conceito do jogo da linguagem de L. Wittgenstein, segundo o qual as palavras assim como as ferramentas servem para diferentes funções e sendo assim, as expressões lingüísticas também o fazem. Destaca-se a variável temporal do portal, tempo que dura o percurso dos 7 km da área, determinado a uma velocidade aproximada de 80 km/h (numericamente iguais aos 5 minutos que levaria a pé percorrer os 500 metros de travessia transversal da rodovia, porém diferentes em significado).

Assim, cálculo matemático, lógica e filosofia vão conformando uma gramática espacial e lingüística.

Travessia transversal ¯ = Possibilidade

Na segunda maquete, “7 km de portal para Montevidéu” mostram-se as propostas em relação às travessias possíveis que se dão perpendicularmente à rodovia numa faixa de 500 metros, e cujos principais protagonistas são as pessoas”

Os oito nós:

Nó A. O vazio – (Rodovia 5 e Av. Millán). Para sua travessia por parte das pessoas que procuram acessar o equipamento urbano assistencial, abastecimento cotidiano e serviço de transporte público; propõe-se combinar a modalidade: ponte de pedestres/túnel de veículos e ponte de veículos/túnel de pedestres.

Nó B. As pessoas – (Rodovia 5 e Santa Lucía). Vinculam-se áreas urbanas secionadas e atividades de bairro; por meio de equipamento urbano e túneis para pedestres e bicicletas (paralelos ao existente) conformando espaços públicos de socialização.

Nó C. A Topografia – (Rodovia 5 e Av. L. Batlle Berres). A ponte existente possui um funcionamento e desenho claramente destinado ao automóvel; propõe-se uma ponte de pedestres separada da existente, permitindo resolver o tema da segurança para crianças e outras pessoas que assistem os centros educativos junto à rodovia. Completa-se o espaço com uma série de “praças – circulares – arborizadas”.

Nó D. O Vento – (Rodovia 5 e Rodovia 1). Nesse ponto o elemento mais notável é a intensidade do vento; seu aproveitamento e conversão em energia elétrica permitiriam iluminar o trecho de rodovia, assim como caracterizar a paisagem com os moinhos. Prolonga-se a ponte de pedestres existente de forma que salve os ramais de conexão das rodovias 1 e 5.

Nó E. O Horizonte – (Rodovia 5 e Av. Santín Carlos Rossi). Onde as visuais do Cerro, a Baía, o Porto e a Cidade Velha se fazem presentes, projeta-se ampliar e converter a ponte de pedestres existente numa ponte mirante, acrescentado-lhe os trechos que conformam um quadrado e substituindo escadas por rampas. Um túnel sob a rodovia permite criar o novo acesso ao bairro do Cerro, descongestionando o único existente e evitando o cruzamento em nível.

Nó F. As Árvores e Caminhos – (Rodovia 5 – La Boyada). Propõe-se plantar árvores que em 50 anos gerem uma abóbada vegetal igual às existentes nas ruas de Montevidéu.

Nó G. A Água – (Rodovia 5 e Córrego Pantanoso). Um grande lago com filtros na água permitirá combater a poluição.

Nó H. Luzes e as Sombras – (Rodovia 5 e Av. C. Ma. Ramírez). Tomando como dado a tradição do espaço pergolado em nosso país, realiza-se uma reinterpretação, propondo uma série de pontes arborizadas, como jardins elevados.

Da superposição de ambas travessias, do necessário e do possível, do cruzamento de ambas maquetes, da direção da ficção na representação do drama no audiovisual, é o que surge como plenitude e toma corpo na proposta.

É dessa conjunção e intersecção que emerge a densidade da travessia, uma topografia variável, onde fenômenos / espaços temporais e físicos / pessoas, prefiguram “uma lâmina que também fora um microcosmo ” (J. L. Borges, Prólogo de seu livro: “Nueve ensayos Dantescos”).

O final aberto (novas personagens surgem e atuam improvisando ao final da projeção do audiovisual, incorporando temas e soluções a imaginar), que se realizou na apresentação do trabalho diante do júri [Júri integrado pelo Arq. Yorgos Semiofordis (Atenas), Arq. Elia Zenghelis (Bélgica), Arq. Didier Rebois (França)], autoridades, e público universitário, incita a tarefa de explorar, imaginar soluções, dar sentido aos fenômenos.

Hiroshi Hara sustenta que “a arquitetura não são coisas, mas eventos ou atividades das pessoas”.

“A proposta não desenha nem propõe coisas, mas eventos. Atividades nesse caso de pessoas que se movem em duas direções, ou seja, grupos de pessoas interagindo e vivendo juntos ao longo de uma rodovia"

Participantes do Ateliê Hiroshi Hara

Diretor: Arq. Hiroshi HaraArquitetos: Magela Bielli, Juan C. Blanco, Hugo Dutiné, Gabriel Gindel, Eduardo Goichea, Rosario Iacovazzo, Laura Mazzini, Silvia Perossio, Ingrid Roche, Luciana Squillaro.Bacharéis: Rocío Andrada, Fabio Ayerra, Clarisa Blaj, Natalia Botta, Gerardo Cadenazzi, Carolina Campaña, Mariana Cecilio, Daniel Chamlian, Mercedes Chirico, Mauricio Enrique, Martires Etchechurry, Gabriel Etchepare, Luciana Etchevarría, Ruth Ferrari, Alejandro Ferraz-Leite, Fabián Kopel, Lorena Logiuratto, César Lorenzo, Gabriela Mallek, Leticia Martínez, Paloma Nieto, Luciana Nisizaki, Guillermo Probst, Alicia Puentes, Ximena Reyes.

sobre os autores

Eduardo Goichea Seré, nascido em Montevidéu, em 2001 diplomado em arquitetura pela Facudade de Arq. Uruguai / Universidad de la República, desenvolve docência na área de urbanismo como colaborador honorário no Ateliê Schelotto FAU.

Mercedes Chirico Ferreira, nascida em Rivera, Bacharel em arquitetura pela F.A.U. / Universidad de la República. Trabalha na Unidade de Comunicação e Produção Cultural da Faculdade de Arquitetura, atuando como webmaster do site da instituição.

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