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architexts ISSN 1809-6298

abstracts

português
Nesta edição, Vitruvius presta sua homenagem a Éolo Maia, recentemente falecido

english
With the valuable assistance of the architect Fernando Lara, Vitruvius pays tribute to Éolo Maia, recently deceased


how to quote

PODESTÁ, Sylvio Emrich de. Uma pequena cadeira (editorial). Arquitextos, São Paulo, ano 03, n. 029.00, Vitruvius, out. 2002 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.029/735>.

Éolo Maia, Ouro Preto, 27 de janeiro de 1942 — Belo Horizonte, 16 de setembro de 2002
Foto divulgação [Revista Óculum]


Este é um texto de despedida do amigo e arquiteto Éolo Maia.

Este que nos mostrou, nesta sua trajetória profissional e pessoal, que esta coisa de fazer arquitetura também se compõe, e principalmente, de pessoas, credos e raças, gestos amáveis e raivosos, de culturas tupiniquins e olhares transcontinentais, transcendentais, de rabiscos grotescos e idéias precursoras, transgressoras, passos à frente.

Que esta trajetória deve ser feita com amantes, parceiros, amigos e inimigos mortais, destes que a gente encontra nos bares da vida e onde são realizados os devidos armistícios numa espécie de preparo, de limpeza de ringue para a próxima luta. Feita de poderosos resgates do passado pessoal e coletivo, de força quimioterápica para incorporá-lo ao futuro antevisto e perseguido, numa terapia provocativa onde novas audições dodecafônicas, a fórceps, modificam o status quo, o batido da mesmice, das cantigas prá boi dormir.

Feita do trabalho solo, em duetos, quartetos, filarmônico.

Mas não foi com o maior dos trabalhos, com o grande desenho, com futurísticas intervenções que o Arquiteto Éolo andava às turras por estes últimos dias. Não foi com a luta para que uma cidade/indústria como Ouro Branco pudesse ter vida arquitetônica e urbana; não foi tentando melhorar os projetos das escolas públicas de Minas ou reformulando o Quartier de Hamma em Argel; nem propondo redesenhar parte de Berlim com seus horríveis caixotes/moradias ou mesmo mostrando como se fazem marcos arquitetônicos imprescindíveis para uma cidade como Belo Horizonte; nem foi tentando salvar o mundo numa roda de amigos.

Entre as questões que o envolvia, entre suas preocupações com os trabalhos em andamento, os concursos recém premiados ou alguma nova solução para BH, para o Brasil patropi que tanto amava, estava às voltas com o desenho de uma pequena cadeira para uma exposição, a cadeira CLIPS.

Uma singela cadeira.

Não deu para terminar.

Foi-se como o vento que vem, ameniza, levanta a poeira e vai embora porque tem que continuar. Foi desenhar onde ninguém enche o saco.

Certíssimo.

Meu tchau carinhoso

notas

NE - número de Arquitextos, nº 029 de outubro de 2002, em homenagem a Éolo Maia, contou com a editoria de Fernando Lara.

sobre o autor

Sylvio Emrich de Podestá, engenheiro arquiteto pela escola de arquitetura da UFMG, foi editor das revistas Vão Livre e Pampulha. Atualmente é sócio-presidente da AP Cultural, editora especializada em publicações de arquitetura, design e interiores, e sócio-diretor do escritório Sylvio E. de Podestá Arquitetura Associados Ltda.

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